Revista diz que mestrado de Marques tem indícios de plágio

Até um erro de português teria aparecido na dissertação do desembargador

por Jameson Ramos qua, 07/10/2020 - 17:09
Ascom/TRF1 Possível plágio foi divulgado nesta quarta-feira (7) Ascom/TRF1

Reportagem da revista 'Crusoé' traz que a dissertação de mestrado apresentada por Kassio Marques à Universidade Autônoma de Lisboa, em 2015, teria 46,2% de semelhança com outros textos já publicados. Segundo a Crusoé, nas 127 páginas do trabalho do desembargador, há mais de uma dezena de passagens inteiras idênticas a textos publicados pelo advogado Saul Tourinho Leal. O desembargador foi indicado por Jair Bolsonaro (sem partido) para ocupar a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Universidade Autônoma de Lisboa, Kassio se formou mestre em direito. No entanto, para conseguir essa formação, segundo publicado pela Crusoé, o desembargador teria feito um "copia e cola" de textos de Saul, repetindo na dissertação até um erro de português. No trabalho não haveria, se quer, uma referência ao advogado Tourinho Leal. 

A revista aponta ainda que, para além dos indícios de plágio, no arquivo do texto, que está disponibilizado na internet, o conteúdo registra o nome "Saul" como autor do documento. Essa informação levanta a suspeita de que Tourinho Leal pode não ter apenas "inspirado" o trabalho do desembargador Kassio, como também ajudado a escrever a dissertação.

Os textos do advogado Tourinho foram publicados em um site jurídico em 2011, quatro anos antes de Kassio Marques entregar a dissertação "Concretização Judicial do Direito à Saúde: um contributo à sua efetivação no Brasil a partir das experiências jurisprudenciais no Direito Comparado e nas matrizes teóricas portuguesas". 

Essa é mais uma polêmica que envolve o indicado de Bolsonaro para o STF. Anteriormente, a Universidad de La Coruña, na Espanha, negou possuir o curso de pós-graduação em "Contratación Pública", colocada por Marques em seu currículo. A universidade aponta que o desembargador havia participado apenas de um curso de quatro dias, entre 1 e 5 de setembro de 2014, como ouvinte do "I Curso Euro-Brasileiro de Compras Públicas".

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