João diz que não passará campanha 'escorado em padrinho'
Ao alfinetar a adversária Marília Arraes (PT), o pessebista disse que a petista era imatura e perdia tempo de campanha falando mais sobre Geraldo Julio e do que do futuro do Recife
O debate entre os candidatos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) esquentou o clima da disputa pelo segundo turno no Recife. O embate direto entre os dois foi veiculado pela Rádio Jornal, nesta quinta-feira (19). Em um dos blocos, quando jornalistas questionaram os postulantes, João Campos endureceu o discurso sobre a adversária e disse que ela tem perdido tempo durante a campanha falando do prefeito Geraldo Julio e esquecendo que quem concorre ao pleito é ele.
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Indagados sobre como devem combater a desigualdade social, eles aproveitaram boa parte do tempo para trocar alfinetadas. “Fico impressionada porque o candidato diz que a palavra que eu mais falo é ‘Geraldo Julio’, deve ser porque ele esconde Geraldo Julio e Paulo Câmara. Ele esconde que é a continuidade. É o candidato que vai continuar a gestão como está. Não tem como esconder, está muito claro. E a gente precisa repetir porque e às vezes você se comporta como um candidato de oposição e não é. E outra coisa, quem vai comandar a prefeitura? Comigo as pessoas sabem quem é que dá a letra aqui e lidera, com você a gente fica sempre na dúvida”, disparou Marília.
Em resposta, João fez questão de dizer que não passaria a campanha escorado em padrinhos políticos. “Não escondo Geraldo Julio, não escondo Paulo Câmara, agora quem concorre esta eleição não é Lula, Paulo Câmara, Geraldo Julio ou Bolsonaro. Nós estamos aqui concorrendo à eleição, temos que falar de futuro, não vou passar minha campanha inteira falando escorado em padrinho político. Sei como eu posso ajudar os recifenses e estou pronto para ajudar os recifenses”, frisou, pontuando ter se dedicado e estudado para ocupar a vaga de prefeito.
Logo em seguida, Marília foi indagada sobre os apoios de partidos como o Podemos e o PL, que defendem teses de direita, e como pretende fazer para conquistar esse eleitorado e as farpas continuaram.
“O que está em jogo agora é a continuidade ou não do projeto do PSB. Não vou flexibilizar meu compromisso ideológico e programático, quem faz isso normalmente é o PSB. O resultado mostrou que não adianta botar cargo comissionado para ir para rua pedir voto. A gente faz política sem intermediário. Hoje eu passei e tinha lambe-lambe na rua com a minha foto. É agressão, não se faz política desta maneira. Estamos aqui discutindo o futuro do Recife, estamos fazendo as propostas que o Recife precisa. Fui vereadora, andei a essa cidade. Não fazemos de tudo para ganhar eleitor não”, garantiu a petista.
Em contrapartida, João disse que se Marília vencer o pleito quem governará a cidade é o PT nacional e acusou a petista de não ter maturidade. “A minha adversária passou a campanha inteira fazendo acusações a mim, meu estilo é outro, não vou dedicar meu tempo falando mau, isso sim é ter maturidade. A candidatura de Marília foi construída em São Paulo, ela fala de autonomia, mas quem não terá autonomia é ela, O PT nacional sonha em ter o comando do Recife e trazer seus figurões para cá. Temos propostas coerentes, não vou mentir para as pessoas”, frisou.
Por fim, Marília garantiu que não vai se dobrar a ninguém e isso não aconteceu nem quando ela do PSB, porém disse que no caso de João, até a mãe dele, Renata Campos, é quem pode mandar na prefeitura se ele for eleito. “Não vou me dobrar a ninguém, quem lidera o processo político aqui sou eu. Agora você ninguém sabe se quem vai mandar é sua mãe, Geraldo Julio, Paulo Câmara. (...) Tenha respeito pelo povo do Recife e por mim”, pediu.