Justiça decide despejar Naji Nahas de mansão nos Jardins

Propriedade pertence a grupo empresarial e era oferecida a Nahas de favor, desde que ele arcasse com as despesas de manutenção, o que não aconteceu

por Vitória Silva dom, 28/11/2021 - 14:07
Reprodução/Redes sociais Nahas e Temer em jantar na mansão nos Jardins Reprodução/Redes sociais

A Justiça de São Paulo determinou na última quarta-feira (24) que o empresário Naji Robert Nahas deve deixar a mansão nos Jardins, onde vive há 39 anos. A propriedade, que fica na área nobre da capital paulista, foi idealizada pelo investidor e ocupada por ele em 1980. No entanto, a casa pertence a um grupo empresarial e era oferecida a Nahas de favor, desde que ele arcasse com as despesas de manutenção, o que não aconteceu. A informação foi publicada nessa sexta-feira (26) pelo Tribunal de Justiça e antecipada pela Folha.

As dependências da mansão ficaram conhecidas nacionalmente, após a repercussão de um jantar ocorrido em setembro na casa. Nele, foram vistas personalidades como o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Os convidados assistiram, no dia, um show do comediante André Marinho, no qual ele imitou Jair Bolsonaro (sem partido) e outros políticos.

Decisão judicial

Pela decisão, a propriedade de 4.800 metros quadrados deverá ser devolvida à Companhia Pebb de Participações, que, em comodato, teria cedido o imóvel ao libanês. Além da reintegração de posse no imóvel, a Justiça de São Paulo determinou a expedição de mandado para seu cumprimento.

Em 2019, os atuais sócios da Pebb reivindicaram na Justiça a reintegração de posse do imóvel, sob o argumento de que Nahas não havia pago o IPTU. A dívida com a Prefeitura de São Paulo somaria R$ 5 milhões. Os advogados da companhia esperam da Justiça a expedição do ofício para que o empresário seja notificado sobre a decisão.

Segundo os autores da ação, o sócio-fundador da Companhia Pebb de Participações, Luiz Affonso Otero, "sensibilizado com a precária situação financeira" de Nahas adquiriu o imóvel em hasta pública com a única finalidade de permitir a permanência do amigo na mansão. O libanês ficou conhecido como o investidor financeiro que quebrou a Bolsa de Valores do Rio em 1989.

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