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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter o passaporte do investidor Naji Nahas retido até segunda ordem.

A decisão foi tomada pela Quarta Turma do tribunal, que na semana passada analisou um recurso da defesa do empresário para liberar o documento.

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Os advogados tentavam reverter a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que determinou a apreensão do passaporte, a suspensão da carteira de habilitação e o cancelamento dos cartões de crédito de Nahas. Eles dizem que a medida é desproporcional.

As restrições foram impostas pela Justiça do Rio em um processo que cobra o pagamento de cerca de R$ 4 milhões em honorários advocatícios aos escritórios Sergio Bermudes Advogados e Lobo & Lira. As bancas defenderam a Bovespa e a extinta Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que ganharam uma ação movida pelo empresário.

Depois de tentar penhorar bens de Nahas e de acionar a Receita Federal, sem sucesso, o Tribunal de Justiça fluminense disse que ele vinha tentar criar obstáculos para a execução da sentença, mesmo "ostentando padrão de vida elevado", e mandou reter o passaporte.

Por maioria de votos, os ministros do STJ concluíram que as restrições foram devidamente fundamentadas.

"O paciente está se furtando ao pagamento de um título judicial que de tornou definitivo em 2015, há quase sete anos, observou o ministro Marco Buzzi. "Inobstante à situação econômica de ostentação patrimonial do devedor, medidas típicas para satisfação restaram infrutíferas."

Nahas chegou a ser processado pelas bolsas de São Paulo e do Rio de Janeiro, ainda na década de 1990, sob suspeita de operar um esquema fraudulento de compra de ações. As operações criavam um superávit artificial dos papeis, o que acabou quebrando a bolsa carioca, incorporada pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) em 2002.

COM A PALAVRA, NAJI NAHAS

Até a publicação deste texto, a reportagem entrou em contato com a defesa de Naji Nahas e ainda aguardava resposta. O espaço está aberto para manifestação.

A Justiça de São Paulo determinou na última quarta-feira (24) que o empresário Naji Robert Nahas deve deixar a mansão nos Jardins, onde vive há 39 anos. A propriedade, que fica na área nobre da capital paulista, foi idealizada pelo investidor e ocupada por ele em 1980. No entanto, a casa pertence a um grupo empresarial e era oferecida a Nahas de favor, desde que ele arcasse com as despesas de manutenção, o que não aconteceu. A informação foi publicada nessa sexta-feira (26) pelo Tribunal de Justiça e antecipada pela Folha.

As dependências da mansão ficaram conhecidas nacionalmente, após a repercussão de um jantar ocorrido em setembro na casa. Nele, foram vistas personalidades como o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Os convidados assistiram, no dia, um show do comediante André Marinho, no qual ele imitou Jair Bolsonaro (sem partido) e outros políticos.

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Decisão judicial

Pela decisão, a propriedade de 4.800 metros quadrados deverá ser devolvida à Companhia Pebb de Participações, que, em comodato, teria cedido o imóvel ao libanês. Além da reintegração de posse no imóvel, a Justiça de São Paulo determinou a expedição de mandado para seu cumprimento.

Em 2019, os atuais sócios da Pebb reivindicaram na Justiça a reintegração de posse do imóvel, sob o argumento de que Nahas não havia pago o IPTU. A dívida com a Prefeitura de São Paulo somaria R$ 5 milhões. Os advogados da companhia esperam da Justiça a expedição do ofício para que o empresário seja notificado sobre a decisão.

Segundo os autores da ação, o sócio-fundador da Companhia Pebb de Participações, Luiz Affonso Otero, "sensibilizado com a precária situação financeira" de Nahas adquiriu o imóvel em hasta pública com a única finalidade de permitir a permanência do amigo na mansão. O libanês ficou conhecido como o investidor financeiro que quebrou a Bolsa de Valores do Rio em 1989.

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