Poucos projetos e atuação tímida: o ano de 2021 de Bivar

Presidente do União Brasil e 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara, Luciano Bivar faltou ao evento de lançamento do partido e não fez discursos oficiais em 2021

seg, 31/01/2022 - 13:54
Marcelo Camargo/Agência Brasil O deputado federal Luciano Bivar Marcelo Camargo/Agência Brasil

A habilidade de aquecer os bastidores da Política conferiu a Luciano Bivar o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Contudo, o parlamentar passou 2021 afastado dos holofotes e nem chegou a se pronunciar oficialmente no plenário. Após eleger Jair Bolsonaro, seu nome agora surge como a possível escolha para compor a chapa de Sergio Moro (Podemos), condição que pode explicar sua ausência.

Presidente do PSL, reduto do bolsonarismo no Congresso, inclusive do deputado Eduardo Bolsonaro, Bivar teve que se readequar para 2022 após o racha exposto pela saída do presidente.

Em tratativas com o presidente do DEM, ACM Neto, a dupla visualizou a soma do fundo eleitoral com a fusão das siglas, que resultaria na maior bancada da Câmara. A união indicava um fortalecimento dos dois lados. O PSL com mais deputados na Câmara e o DEM com o presidente do Senado.

Ausência no lançamento do União Brasil

Em outubro do ano passado, um evento no Recife - praça eleitoral de Bivar - confirmou a junção e originou o União Brasil. Lideradas por ACM Neto, figuras do DEM espalhadas pelos estados participaram do encontro que lançou Miguel Coelho como pré-candidato ao Governo de Pernambuco. Porém, Bivar - o agora presidente do novo partido - não apareceu e se fez representado pelo vice Antonio de Rueda.

Debandada do novo partido

Em pouco tempo, o União já apresentou diferenças internas, como de costume quando se comanda um grande grupo. Bivar é criticado pela ala do DEM de liberar o dinheiro para as campanhas para os remanescentes do PSL e desassistir os Democratas. A aproximação dele com o postulante à Presidência, Sergio Moro, também não é uma unanimidade no novo partido. 

A insatisfação também se apresenta na ala do PSL mais próxima a Bolsonaro. Nesse cenário, algumas saídas são esperadas até abril, seja para seguir o presidente no PL ou para se distanciar das figuras do PSL que optem em permanecer no União.

Participação na Câmara 

Em Brasília, uma atuação tímida. Com apenas dois projetos de lei assinados, um deles retirado pelo próprio deputado, em um total de 13 propostas, sendo coautor na maioria, Bivar tem 86 presenças e 46 ausências. Dessas, cinco não foram justificadas. 

O deputado integrou três frentes parlamentares. Uma que estreitava a relação com a Bolívia, outra referente a transplantes e uma frente mista em defesa das cidades históricas como patrimônio cultural.

Em suas oito emendas aprovadas pelo Orçamento da União, a mais alta foi de R$ 5 milhões, que foi repassada para o prefeito de São Caetano, no Agreste de Pernambuco, integrante do PSL.

Bivar também destinou verbas para a atenção primária e assistência hospitalar no Estado como um reforço contra a pandemia, projetos de inclusão digital, modernização de hospitais das Forças Armadas no Recife e para fiscalização da navegação no Brasil.





Foco nas urnas

O LeiaJá entrou em contato com a comunicação de Luciano Bivar para fazer questionamentos ao deputado. A asssessoria de impresa adiantou que não há relação com problemas de saúde. 

Sem resposta oficial de Brasília, a justificativa extraoficial foi de que ele esteja ocupado com as articulações para estruturar as campanhas do União nas eleições.



A reportagem também solicitou uma entrevista com Bivar para confirmar o interesse em lançar a chapa com Moro, mas não obteve retorno.

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