Ciro diz que abrirá mão de reeleição caso eleito este ano
Pedetista criticou políticas de consumo anteriores e que teriam influenciado um endividamento geral de mais de 73 milhões de brasileiros
O ex-governador Ciro Gomes, aposta do PDT para as eleições presidenciais de 2022, declarou, pela primeira vez, que abrirá mão de uma reeleição caso seja eleito este ano. A posição foi colocada durante entrevista concedida à Rádio CBN nesta terça-feira (15).
"Hoje em dia, quando se elege um cidadão, quem quer seu lugar, seja na situação ou oposição, trabalham diuturnamente para ele não acertar a mão, pois, caso contrário, vai ser reeleito. Então eu vou abrir mão da minha própria reeleição em troca da reforma", garantiu Ciro Gomes. A mesma estratégia foi mencionada pelo governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB).
Segundo Ciro Gomes, o planejamento é antes da eleição, levar as pancadas pelas propostas feitas, como aumentar o imposto para os mais ricos. Somente depois de eleito, diz o pré-candidato, teria início a negociação, que se daria com os políticos já empossados.
O nome do PDT não tem se saído bem nas pesquisas, pontuando entre 5% e 8% na maioria das simulações, estando atrás até mesmo do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos). Na pesquisa mais recente da Ipespe, Ciro aparece empatado com Moro, pontuando 8%. Bolsonaro e Lula pontuaram 25% e 43%, respectivamente.
Nome limpo
Ciro Gomes també voltou a defender o seu projeto de flexibilização de prazos para que os brasileiros com o nome sujo possam pagar as suas dívidas. O pedetista tem como proposta uma parceria única com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal, através da qual a população poderia encontrar taxas de juros “menos abusivas” do que as oferecidas pela rede privada.
Ao vivo, Ciro disse que a proposta não é “um gesto demagogo e nem de caridade”, mas um “elemento central da retomada do desenvolvimento do país”. O opositor também criticou políticas anteriores e mencionou diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quando o Lula expandiu o crédito de 15% para 55% do PIB, todo mundo achou muito bom na hora. Só que o que acontece hoje? 72 de cada 100 famílias estão endividadas. Isso é o maior endividamento da história do Brasil. E o resultado disso, com a perda da renda e do emprego, são 73,7 milhões de brasileiros que estão com o nome sujo no SPC. E diante de uma conta com juros absolutamente criminosos e de um de um país que não tem governo e que entregou toda a economia para a banqueirada, como é que a gente sai disso? Ora, nós fazemos isso aqui todo mês aqui no Ceará. Nós temos conseguido aqui 90% de desconto. O que que eu vou fazer? Trocar o juro abusivo da rede privada por um juro sério do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, e o prazo do parcelamento do saldo devedor, de maneira a permitir que tanto as empresas quanto as famílias possam recomeçar a vida”, argumentou o ex-ministro.