Ex-comandante da PMDF chora frequentemente na prisão
Preso e exonerado por suspeita de conivência com os atos de vandalismo, o coronel alega que a destruição causada por bolsonaristas não era esperada
O advogado do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira, disse que ele chora com frequência desde que foi preso no último dia 10. O ex-comandante era responsável por evitar que os golpistas tivessem acesso à Praça dos Três Poderes, mas o que foi visto foram policiais escoltando os vândalos e permitindo a entrada no local. Vieira foi exonerado há cerca de uma semana por suposta conivência.
Custodiado no Regimento de Polícia Montada de Taguatinga por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Vieira alegou que tudo apontava para um ato pacífico. O advogado Thiago Turbay contou ao O Globo que o cliente está abalado com a prisão e, quando não está em silêncio profundo, geralmente está chorando.
Ainda de acordo com o advogado, Vieira se negou a fazer algumas refeições na prisão e vem sofrendo com crises de ansiedade. A situação tem agravado seu quadro de hipertensão, que precisou ser controlado por remédios. A equipe médica teria lhe atendido em mais de uma ocasião.
A petição da defesa argumenta que o planejamento da operação não estava dentro das atribuições de Vieira, e sim do Departamento de Operações. O advogado também sugere que o coronel usou de todos os meios para evitar os atos de vandalismo e que a decretação de intervenção federal no DF teria tirado dele qualquer capacidade de eventual destruição de provas.