Bolsonaro retorna ao Brasil na véspera do dia do golpe

Celebrado em todos os anos do seu governo, o aniversário do golpe militar de 64 é visto como um ato saudoso para a extrema direita

por Rachel Andrade qua, 29/03/2023 - 17:20
João Velozo/LeiaJáImagens Bolsonaro foi o único presidente, desde a redemocratização, a celebrar a ditadura militar João Velozo/LeiaJáImagens

No dia 31 de março de 1964 se deu o início da instauração da ditadura militar no Brasil, que durou até 1985. Durante 21 anos, direitos foram cerceados, opositores foram mortos e a economia foi significativamente atingida. Durante os quatro anos em que foi presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) relembrou a data com celebrações, ordem do dia, de cartas enviadas e lidas nos quartéis de todo o país. Na atual gestão do presidente Lula (PT), a data não será mais celebrada.

Na véspera do aniversário do golpe, nesta quinta-feira (30), o ex-presidente desembarca no Brasil, depois de uma estadia de 89 dias nos Estados Unidos. Ele sai do território norte americano dentro do período permitido para sua estadia legal no país, que não poderia passar de 90 dias. Jair saiu do Brasil no dia 30 de dezembro de 2022, um dia antes de terminar oficialmente seu mandato presidencial, e sem participar da troca de faixa no dia 1 de janeiro, cerimônia tradicional no país desde a redemocratização.

O desembarque está previsto para às 7h10, de um voo comercial da empresa Gol. Bolsonaro deverá ser recepcionado no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, pelo presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, sua esposa, Michelle, entre outros aliados.

Com o desejo de ter uma recepção digna de seleção campeã da Copa do Mundo frustrado, o ex-presidente se encaminhará para sua residência. Segundo informações, Jair não pretende cumprir agenda durante o dia, mas alguns apoiadores têm sugerido agendar motociatas para ele voltar a viajar pelo Brasil. Na próxima quinta-feira (5), ele irá depor na investigação sobre as joias que recebeu da Arábia Saudita, e tentou trazer para o país de forma ilegal quando ainda era chefe do executivo nacional.

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