Haddad diz que economia deve crescer 3% em 2023
Haddad afirmou que a pasta está feliz de ver que as projeções que fizera no início do ano também estão sendo superadas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 1º de setembro, que a Pasta vai aumentar a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, atualmente em 2,5%. De acordo com ele, a economia brasileira deve crescer algo em torno de 3%, dado o desempenho visto no primeiro semestre.
Haddad afirmou que a pasta está feliz de ver que as projeções que fizera no início do ano também estão sendo superadas. "O resultado do PIB realmente surpreendeu positivamente."
No segundo trimestre, o PIB cresceu 0,9% em relação ao primeiro, acima da mediana das estimativas colhidas pela pesquisa do Projeções Broadcast, de 0,3%. Mais cedo, o Ministério afirmou em nota que o dado coloca um viés de alta na projeção de crescimento.
"Vamos rever o PIB para cima, mas a Secretaria de Política Econômica tem um modelo e vai fazer isso de forma ordenada", disse ele a jornalistas nesta sexta-feira, na sede do Ministério na capital paulista, afirmando ainda que todo o mercado financeiro deve revisar as projeções no sentido positivo. "O segundo trimestre veio forte, e isso deve garantir um crescimento no ano em torno de 3%."
Haddad afirmou que os dados mostram que o crescimento está disseminado entre vários setores da economia, gerando um padrão saudável. Ainda de acordo com ele, há preocupações com a atividade no terceiro trimestre, mas que não devem mudar o quadro geral para o ano.
Segundo o ministro, a arrecadação de julho permite antever uma atividade mais fraca naquele mês, mas ele considera que os números foram afetados por uma arrecadação excepcionalmente baixa por parte de algumas empresas. "Agosto está melhor do que julho, mas os números ainda não estão fechados", disse.
O titular da Fazenda afirmou que não espera que o crescimento acima do esperado da economia venha acompanhado de uma aceleração da inflação, o que poderia afetar o ritmo do corte na taxa de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). "Eu não acredito em pressões inflacionárias acima do esperado no segundo semestre", disse ele.
O ministro disse ainda que o crescimento dá força à agenda econômica do governo, que ainda depende da aprovação de uma série de pontos pelo Congresso. Ele voltou a afirmar que a equipe econômica está à disposição dos parlamentares para discutir os projetos.
"Estamos à disposição das lideranças da Câmara, e do Senado", disse ele. "Se nós aprovarmos as medidas que foram para a Câmara, vamos continuar colhendo os frutos."
Um dos exemplos nesta seara, segundo ele, é o marco das garantias de crédito, que voltou para a Câmara após ser aprovado pelo Senado com alterações.
O projeto deve alavancar o mercado de crédito no País, afirmou Haddad, que ressaltou ainda o início de uma nova fase do programa Desenrola, de renegociação de dívidas, criado pelo governo federal em parceria com os bancos.
"A partir do mês que vem setembro teremos encontro de contas no Desenrola", disse ele, referindo-se ao cadastro de dívidas dos brasileiros em uma plataforma online, onde os bancos farão uma espécie de leilão para oferecer descontos.