TI receberá investimento de R$ 486 mi do Governo

O objetivo é fomentar a indústria de software e serviços no Brasil

por Carlos S Silvio seg, 20/08/2012 - 22:18
Antonio Cruz/ABr Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, em evento recente Antonio Cruz/ABr

Com o objetivo de fomentar a indústria de software e serviços no Brasil, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação lança o programa "TI Maior". O programa apresenta cinco pilares: Desenvolvimento Econômico e Social, Posicionamento Internacional, Inovação e Empreendedorismo, Produção Científica, Tecnológica e Inovação, e Competitividade.

Lançado nessa segunda (20) em São Paulo, o Programa Estratégico de Software e Serviços de TI ou simplesmente TI Maior, prevê um investimento de aproximadamente R$ 500 milhões para o período 2012-2015. Os recursos virão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).

O TI Maior planeja ações como a aceleração de empresas com base tecnológica, a consolidação de ecossistemas digitais; a preferência nas compras governamentais para softwares com tecnologia nacional; capacitação de jovens para atuar na área de TI e atração de centros de pesquisa globais.

“Queremos que a produção de softwares cresça no Brasil a uma taxa muito alta e que esse crescimento represente divisas para o país, geração de renda para as empresas e criação de postos de trabalho qualificados para os brasileiros. O software brasileiro deve fazer frente ao produzido no exterior”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.

Segundo o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, um dos maiores desafios do programa será a redução da defasagem científica e tecnológica que separa o Brasil das nações mais desenvolvidas na área. “O setor de TI já tem 73 mil empresas no Brasil e faturou US$ 37 bilhões apenas em 2011, ou seja, nossa indústria é qualificada. O TI Maior chega para fomentar esse campo portador de inovação, acelerando os demais setores econômicos do país”, ressaltou.

Aceleração

Um dos carros chefes do programa será o fomento a startups, aceleradoras de pesquisa e desenvolvimento na área de software e serviços. Haverá uma rede de mentores e investidores que estruturarão as startups, com a inclusão de consultorias tecnológicas, institutos de pesquisa e incubadoras, parcerias com universidades, articulação com grandes empresas nacionais e internacionais, além de programas de acesso a mercado e compras públicas.

O governo também busca promover uma metodologia de avaliação de softwares elaborados com tecnologia nacional. A ação visa especificamente a ampliação da base tecnológica nacional através de certificações de tecnologia nacional de software e serviços (Certic’s). “Os certificados nortearão o processo de preferência de compras e produtos resultantes de inovação e desenvolvimento tecnológico local, atendendo ao disposto na Lei 12.349/2010. O Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), vinculado ao MCTI, será responsável por emitir as certificações”, explicou Virgílio Almeida.

Valorização de Setores Estratégicos

O TI Maior também definiu doze setores estratégicos para o desenvolvimento de softwares, soluções de alta complexidade e impacto econômico e social, como educação, defesa e segurança cibernéticas, saúde, petróleo e gás, grandes eventos esportivos. No setor de tecnologias estratégicas, o foco fica em computação em nuvem, internet, jogos digitais, computação de alto desempenho e software livre.

Segundo o MCT, em todos os casos o TI Maior estimulará a concepção de projetos nos institutos de pesquisa públicos e privados e também a formação de redes acadêmicas e empresariais em torno dos ecossistemas criados. Tudo isso com a função de integrar os núcleos de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento.

Profissionalismo

A estimulação de criação de empregos e a qualificação profissional também entram na pauta do programa. Em parceria com o MEC e associações empresariais, o MCTI traçou um diagnóstico do mercado de profissionais de TI no Brasil, o que culminou no "Brasil Mais TI Educação".

O foco é construir uma grande plataforma de relacionamento digital com estudantes e profissionais do setor de TI, oferecendo intermediação de vagas, cursos básicos e avançados, geração de informação profissional, além de atualização tecnológica e acompanhamento de programas governamentais de apoio à iniciativa, como o Pronatec.

A meta do Brasil Mais TI Educação é capacitar 50 mil novos profissionais até 2014. Até 2022, a meta é formar os 900 mil profissionais necessários, que serão adicionados à base atual de 1,2 milhões de profissionais de TI existentes no país.

Foco Internacional

Visando o crescente número de empresas que desejam instalar centros de pesquisa no Brasil, uma série de medidas dentro do TI Maior apoiarão à instalação de polos tecnológicos no país, criando um ambiente propício à inovação.

O programa ainda prevê o lançamento de editais que destinem bolsas para que pesquisadores brasileiros atuem em centros globais de pesquisa (num modelo similar ao Programa Ciência Sem Fronteira). A meta brasileira é apoiar a fixação de quatro centros globais de pesquisa e desenvolvimento na área de software e de serviços de TI.

“Ao valorizar o software nacional, feito por empresa brasileira ou estrangeira, estaremos incentivando as atividades de pesquisa e desenvolvimento na área de TI. Isso significa que não só as empresas do setor serão estimuladas às atividades de P&D internamente, mas que também serão alargados os caminhos entre essas empresas e nossas universidades e centros de pesquisa para que possam estabelecer parcerias bastante produtivas e permanentes”, destacou Raupp.

Articulação 

O TI Maior é integrado à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Também está articulado a outras políticas públicas do Governo Federal, como a Estratégia Nacional de Defesa (END), o Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2), o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o Programa Brasil Mais Saúde, o Plano Brasil Maior, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP), além dos Regimes Especiais, como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores e Displays (PADIS) e TV Digital (PATVD).

O projeto TI Maior pode ser lido completo no link.

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