Russos tentaram hackear o Senado dos EUA, diz Microsoft
Empresa executou ordem judicial para investigar sites suspeitos
A unidade de crimes digitais da Microsoft bloqueou domínios na internet criados por um grupo "largamente associado ao governo russo, conhecido como Strontium". O anúncio foi feito nesta terça-feira (21) pela Microsoft.
A companhia executou uma ordem judicial que lhe deu controle sobre seis sites criados por um grupo identificado como "Fancy Bear", envolvido em uma invasão por hackers em 2016 ao Comitê Nacional do Partido Democrata, e ligado à GRU, unidade de inteligência russa, de acordo com empresas de segurança virtual.
Um juiz do estado norte-americano da Virgínia deu à Microsoft o controle sobre sites cujos domínios foram feitos para parecer com endereços acessados pelos funcionários do Senado, como "senate.group" e "adfs-senate.email".
Outros domínios foram desenvolvidos para parecerem como os do Hudson Institute, um núcleo de inteligência ligado aos partido republicano e o International Republican Institute, que prestam serviços a seis senadores, além do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney e do general HR McMaster. Os hackers podem ter usado os domínios para mandar emails para funcionários das organizações e tentar iludi-los para ter acesso a informações.
A companhia disse não ter descoberto se houve alguma operação bem-sucedida que usou esses domínios, mas afirmou que está trabalhando para proteger potenciais alvos de invasões.
"Os hackers querem que seus ataques pareçam o mais verossímeis possível. Eles criam websites e domínios que parecem com os dos sites-alvo para que as vítimas esperem emails desses endereços", escreveu o presidente da Microsoft, Brad Smith, no site da empresa.
A Microsoft anunciou que lançará um serviço chamado "AccountGuard", desenvolvido para detectar ameaças como a descoberta na última semana. Os candidatos e organizações políticas poderão contratar o serviço ou usá-lo sem custo adicional, caso sejam usuários do software Microsoft 365.
A iniciativa faz parte do programa de defesa da democracia da companhia, lançado em abril, e deve, segundo a empresa, ser implantada em outros lugares do mundo.
Da Ansa