Internet e Meio Ambiente marcam primeiro dia do Web Summit

Conferência de tecnologia acontece em Lisboa, com quase 70 mil participantes

qua, 07/11/2018 - 15:01
Divulgação Conferência de tecnologia reúne 70 mil participantes Divulgação

LISBOA - Portugal tem se afirmado cada vez mais como um palco fértil para a inovação e Lisboa tem conseguido muito espaço neste cenário, que ganhou um reforço desde que o Web Summit aportou por aqui, há três anos. O evento, que nesse tempo, saiu de 400 participantes para quase 70 mil encontrou na capital portuguesa um público engajado e um governo disposto a investir em continuidade. Tanto que assinou um contrato para que a conferência permaneça em Lisboa pelos próximos dez anos, num contrato de mais de 110 milhões de Euros.

Segundo o CEO da Web Summit, Paddy Cosgrove, foi uma disputa entre mais de 20 cidades na Europa, mas no fim, a disposição de Portugal de fazer investimentos, que incluem, entre outras coisas, a duplicação do espaço onde ocorre o evento, para permitir o rápido crescimento do projeto. “Estamos incrivelmente excitados por estarmos em Portugal. Com uma mega infraestrutura isso nunca seria possível. Os planos são incríveis e estamos muito agradecidos a todos que se envolveram para que tudo aconteça”.

Este ano, a abertura do Web Summit contou com a participação do “pai da internet” Sir Berners Lee, que foi recebido de pé e empolgou a plateia ao falar sobre os desafios da internet e ao mostrar o projeto de um “contrato para a internet”, que propõe um pacto entre empresas e governos pelo bem da internet e da liberdade digital.

“A internet está num ponto crucial. Mais da metade da população mundial continua offline e o número de novas pessoas se conectando está desacelerando. Vários dos que já estão online estão vendo seus direitos e liberdades ameaçadas. Nós precisamos de um contrato para a internet, com responsabilidades claras para quem tem o poder de torná-la melhor. Eu tenho esperança de que as pessoas adiram e possam construir a internet que querem”. E ele já começou a ser atendido, pois várias empresas e entidades já assinaram o contrato, como é o caso do Google.

O primeiro dia também contou com a vice-presidente da Apple para Meio Ambiente e Iniciativas Sociais, Lisa Jackson, que subiu ao palco para destacar a importância do cuidado com o meio ambiente e o quanto este cuidado pode conviver com as necessidades capitalistas do mercado. Lisa destacou diversas ações da Apple, que hoje tem 100% das suas instalações funcionando com energia limpa e afirmou que a empresa não deixará o acordo de Paris, em referência direta às atitudes do presidente Donald Trump, o que arrancou aplausos da plateia.

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, falou sobre a importância de criar um futuro digital transparente e seguro, fazendo face aos desafios que se vão colocando neste contexto. Ele trouxe tanto elementos da segurança na rede quanto a necessidade de sustentabilidade.

O primeiro dia do evento foi encerrado com a presença do primeiro ministro de Portugal, António Costa, que reforçou os esforços portugueses em prol da inovação e abriu as portas da nação para os empreendedores e comemorou bastante, ao lado do prefeito de Lisboa, Fernando Medina, a permanência do evento na cidade.

A edição 2018 do Web Summit conta com quase 70 mil participantes, de 170 países, mais de 1200 palestrantes, 1800 startups e 1500 investidores do mercado de tecnologia.

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