Nova bateria de flúor dura até uma semana longe da tomada

Descoberta pode ser usada para alimentar a próxima geração de smartphones

por Nathália Guimarães qui, 27/12/2018 - 11:01
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Um novo tipo de bateria que só precisa ser carregada uma vez por semana foi desenvolvida por cientistas. A célula de energia é criada usando flúor em vez de lítio tradicional, permitindo que ela dure até oito vezes mais. Segundo os pesquisadores, a descoberta pode ser usada para alimentar a próxima geração de smartphones.

Pesquisadores da Caltech, da Nasa, do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley e do Instituto de Pesquisa Honda desenvolveram as baterias à base de flúor. A tecnologia tem sido estudada por décadas, mas esta é a primeira vez que os cientistas desenvolveram uma versão recarregável.

"As baterias de flúor podem ter uma maior densidade de energia, o que significa que elas podem durar mais tempo - até oito vezes mais do que as baterias em uso atualmente", disse o pesquisador da Caltech, Robert Grubbs. "Mas o flúor pode ser um desafio, especialmente porque é tão corrosivo e reativo", completou.

A alta densidade de energia do flúor dificulta a estabilização em temperatura ambiente. Para contornar isso, os pesquisadores adicionaram um novo tipo de líquido eletrolítico ao componente. A medida foi capaz de estabilizar a bateria, produzindo a primeira célula de flúor recarregável do mundo.

"Ainda estamos nos primeiros estágios de desenvolvimento, mas esta é a primeira bateria de flúor recarregável que funciona à temperatura ambiente", escreveu o autor do estudo, Simon Jones. As baterias de flúor funcionam de forma diferente das normais de íons de lítio.

Elas operam de maneira negativa, atraindo elétrons através de um condutor, em vez de eliminá-los. Agora, a equipe busca realizar mais pesquisas para melhorar o desempenho e a estabilidade da nova bateria, que poderá estar presente em breve nos seus próximos smartphones. A pesquisa foi publicada na revista Science.

LeiaJá também

--> Sensor de unha ajuda a identificar sinais de Parkinson

COMENTÁRIOS dos leitores