25% dos lares pernambucanos não têm acesso à internet
Os dados são relativos ao ano de 2019 e traçam um perfil do acesso à internet e ao uso de eletrônicos
Apesar do acesso à internet aumentar gradativamente em Pernambuco, 25,2% dos pernambucanos ainda não possuem conexão em suas casas, assim como podem também não fazer uso de eletrônicos comuns, como a televisão e o aparelho celular.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNAD), que investigou, no último trimestre de 2019, o acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) por pessoas de 10 anos ou mais, com ênfase no acesso à internet e à televisão, e na posse de telefone celular para uso pessoal. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo IBGE.
Esse um quarto de população sem internet, no período, equivalia a 833 mil lares do estado. É o oitavo pior resultado, em termos proporcionais, de todo o país.
Em termos populacionais, 2,4 milhões de pessoas, ou 29% da população, não usaram a rede nem nos três meses anteriores à data da entrevista. Em 2016, primeiro ano da pesquisa, 43% dos lares não tinham acesso à internet, contra 36,3% em 2017 e 28,6% em 2018.
Porque?
Os motivos mais frequentes alegados pelas pessoas que não tinham acesso à internet em 2019 foram não saber utilizar a internet (48,2%), a falta de interesse em acessar a ferramenta (24,2%), o serviço de acesso ou equipamento eletrônico necessário era caro (22,8%), o serviço não estava disponível nos locais que costumavam frequentar (2,7%) e outros motivos (2,1%).
Fixa ou móvel?
A banda larga fixa está mais presente do que a móvel nos domicílios nordestinos e Pernambuco segue a mesma tendência da região. No estado, 86,2% das residências têm banda larga fixa, o terceiro maior percentual do país, atrás apenas do Ceará e de Santa Catarina.
A banda larga móvel (3G ou 4G), por sua vez, está presente em 67,9% dos lares, a sexta pior cobertura do país, indo na contramão das tendências de conexão. As duas conexões podem ser encontradas simultaneamente em 54,2% dos lares pernambucanos.
Onde os pernambucanos acessam a web
Onde há domicílios com acesso à internet, o principal meio adotado é o telefone celular, sendo utilizado por 99,4% dos lares pernambucanos em 2019. Os computadores são o segundo equipamento mais utilizado, mas o percentual de domicílios caiu de 41,7% em 2018 para 36,5% em 2019; assim como também os que utilizam o tablet, cujo percentual oscilou de 10,7% para 8,6% das residências. Por outro lado, o uso de TVs para esse fim cresceu aceleradamente em apenas um ano, de 23,2% para 35,4%.
Nem mesmo telefone
Apenas três em cada dez lares pernambucanos (30,3%) possuem computador ou tablet. O levantamento aponta ainda que não havia nenhum tipo de telefone – fixo ou móvel - em 8,8% dos domicílios pernambucanos em 2019. Houve uma queda de 11,1% para 8,4% dos domicílios com telefone fixo entre 2018 e 2019 e a proporção de lares que tinham celular não mudou de um ano para o outro, estabilizando-se em 90,7%.
Segundo a PNAD Contínua TIC 2019, 90,7% dos domicílios tinham ao menos um telefone celular e três quartos da população pernambucana (75,5%) possuíam celular para uso pessoal, o que equivale a 6,2 milhões de habitantes a partir de 10 anos. Enquanto 77,5% das mulheres têm o aparelho, o percentual entre os homens é menor: 73,3%. No entanto, em 14,7% dos domicílios do estado, não há sinal para telefonia ou acesso à internet.
Quem usa?
Em termos etários, o perfil de quem possui celular para uso pessoal não é tão jovem quanto os que acessam a internet. Os grupos de idade de maior utilização concentraram-se na faixa etária de 20 a 39 anos. Na faixa etária de 25 a 29 anos, o percentual é de 88,1% e, de 30 a 39 anos, o índice é de 88%. Entre 20 e 24 anos, por sua vez, a proporção é de 87%. As menores proporções estão entre os dois extremos: 40,3% dos pré-adolescentes de 10 a 13 anos e 58,7% dos idosos de 60 anos ou mais têm ao menos um aparelho celular, abaixo da média geral.
Mulheres ainda representam a maior parte de usuários e os idosos são o grupo com maior aumento recente no uso da internet entre todas as faixas etárias.
72,2% das mulheres acessaram a rede em 2019, contra 69,8% dos homens. Além disso, entre os estudantes em geral, 16,6% não utilizaram a internet nesse intervalo. Mesmo entre os estudantes que tinham celular para uso próprio, 12,1% deles não tinham acesso à rede.
Por idade, 88,7% dos jovens de 20 a 24 anos acessam a rede – é a faixa etária mais conectada. Em seguida, estão os adultos de 25 a 29 anos (87,5%) e os adolescentes de 14 a 19 anos (86,8%). Já os pré-adolescentes de 10 a 13 anos foram o único grupo de idade cujo acesso diminuiu entre 2018 (71,7%) e 2019 (69,9%). Cerca de um terço dos idosos (33,6%) de 60 anos ou mais utilizaram a ferramenta em 2019, mas essa faixa etária tem o maior crescimento desde 2016, quando o percentual era de apenas 16,4%.
O rendimento médio per capita dos domicílios que utilizavam a internet foi de R$ 1.048 em 2019, quase o dobro da parcela que não utilizava a rede (R$ 540). A renda das famílias impacta também o meio de acesso, pois, entre os lares que utilizam tablet e computadores para acessar à internet, os ganhos foram, respectivamente, de R$ 2.412 e de R$ 1.845. Naqueles lares que usaram TV e celular os rendimentos médios foram, respectivamente, de R$ 1.673 e R$ 1.048.