Recife: estudantes aprovam escolas com ensino religioso
Levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU aponta que 46% dos entrevistados são favoráveis às escolas do ensino médio ofertarem estudo religioso nas salas de aula. Por outro lado, 32% são contra
Em setembro, uma decisão do Supremo Tribunal Federal aprovou que o ensino religioso nas escolas públicas possa ter natureza confessional, isto é, que as aulas podem seguir os ensinamentos de uma religião específica. No Recife, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU, 46% dos entrevistados são favoráveis às escolas do ensino médio ofertarem estudo religioso nas salas de aula. Mas, 32% são contra e 15% responderam “talvez”.
Na pesquisa foram entrevistados alunos do ensino médio matriculados em instituições privadas e públicas da capital pernambucana. O levantamento foi realizado com estudantes que estavam a caminho do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos principais pontos de fluxo da cidade, no último domingo (5).
Na legislação brasileira atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que as escolas ofereçam obrigatoriamente o ensino religioso para crianças. No entanto, a disciplina é facultativa, e os alunos só participam se eles (ou os responsáveis) tiverem interesse.
Em meio à recente discussão sobre a proibição de professores emitirem opinião em salas de aula, um outro ponto abordado pela pesquisa com os estudantes a caminho do Enem foi se os docentes devem ou não expor opiniões. A polêmica ganhou corpo nacional quando a Assembleia Legislativa de Alagoas transformou em lei o projeto que proíbe os professores de emitirem opinião dentro das salas de todo o Estado, e inclusive prevê algumas punições. Em 2016, a medida provocou a reação imediata de educadores e alunos.
"Escola livre" é o nome da lei que obriga os docentes a serem imparciais e neutros. O projeto foi chamado de ‘lei da mordaça’, informalmente por pessoas que foram contra a decisão. O Ministério da Educação (MEC) divulgou uma nota em que repudia a lei 'escola livre' e diz que a legislação brasileira prevê a liberdade de aprendizado, ensino e o pluralismo de ideias
Na capital pernambucana, o levantamento apontou que 53% dos estudantes concordam com a ideia de que os professores de colégios devem apenas apresentar o conteúdo da disciplina em sala de aula, sem expor as opiniões políticas e religiosas. Por outro lado, 34% do entrevistados apoiam que os docentes possam disseminar suas ideias e 13% não soube responder ao questionamento. A pesquisa ouviu 624 pessoas.
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