Negócios: para 46% dos empresários, 2018 foi o pior ano

Pesquisa realizada pelo Sebrae entrevistou micro e pequenos empreendedores

por Camilla de Assis qua, 12/12/2018 - 20:10
Freepik Empresários descreveram alguns problemas que afetam a economia Freepik

Quase metade dos microempresários brasileiros acredita que 2018 foi o pior ano para os negócios. A conclusão parte do levantamento “Expectativa para a economia e para a empresa em 2019”, lançado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A pesquisa foi apurada entre agosto e outubro deste ano e contou com a participação de 5,8 mil empreendedores.

A pesquisa ainda revela que apenas 26% dos entrevistados consideram que 2018 foi um melhor ano para os negócios do que 2017. E essa constatação vem de um dos problemas mais sérios do País: do total de ouvidos para a pesquisa, 29,8% acreditaram que o pior embate para suas empresas em 2018 foi a corrupção. Em seguida, com 19,7%, estão os empresários que se queixaram da taxa de juros, além de 18,7% que apontaram a alta taxa de desemprego como sendo a vilão dos negócios.

Estimular o crescimento econômico está em segundo lugar na lista de prioridades dos empresários para o novo governo, com 28,4%. Outros 39% apontam para o combate à corrupção como a principal meta. Dos entrevistados, 24,7% afirmaram não conseguir honrar com seu compromissos de pagamento. Já cerca de 74,7% dos empreendedores disseram que não estiveram com pagamento em atraso em 2018, por mais de três meses.

Expectativa para 2019

Embora o quadro de 2018 não tenha sido favorável para muitos empresários, a expectativa é de avanço no próximo ano. Sessenta e sete por cento dos entrevistados acreditam que 2019 será um ano melhor para os negócios. Entre as regiões do País,  a Norte é mais otimista em relação a essa perspectiva, com 75% dos empresários acreditando no potencial do ano seguinte. Confira a tabela abaixo:

Outro lado da moeda

Embora uma alta taxa de profissionais donos de micro e pequenas empresas acredite que 2018 foi um ano ruim, o economista Écio Costa salienta o outro lado da moeda. “Se 46% acredita que foi ruim, outros 54% acham que a economia foi boa”, explica. Costa aponta para as adversidades que atingiram o mercado brasileiro, mas que não foram capazes de inibi-lo. “Em um ano que tivemos Copa do Mundo, paralisação dos caminhoneiros e eleições no segundo turno, mais da metade não ter achado ruim, então significa que o ano não foi assim péssimo”, garante o economista.

Écio Costa ainda acrescenta o que os eventos impactam negativamente. “Na Copa do Mundo, são poucos o setores que se beneficiam com a festa; as eleições trouxeram um clima de instabilidade econômica e política muito grande; e a paralisação foi desastrosa para o mercado”, conclui.

Agora, de acordo com o economista, a expectativa mercadológica é positiva. “O ano de 2019 será de perspectivas positivas, visto um governo que se elegeu com propostas interessantes como o mercado queria, com privatizações, reformas tributárias, entre outras, então é provável que 2019 seja um ano próspero”, declara.

COMENTÁRIOS dos leitores