Ubes ainda não recomenda data ‘ideal’ para o Enem
Ao LeiaJá, a presidente da entidade, Rozana Barroso, disse que o momento exige debates
Nessa quarta-feira (1º), o LeiaJá e o projeto Vai Cair No Enem promoveram mais uma live do programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”. O assunto abordado foi o retorno às aulas presenciais nas escolas brasileiras.
A transmissão contou com a presença de Cláudio Furtado, representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); Fernando Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe); do secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio. Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), também estava entre os convidados. Ela afirmou, ao ser questionada sobre as possíveis datas para a remarcação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que a Ubes não sugere, no momento, nenhuma data para a prova.
“Nós somos uma entidade estudantil que luta em defesa da educação, mas nós não somos responsáveis para dar resposta sobre o nosso futuro e o futuro de milhões, porque temos realidades tão diferentes. É a realidade da juventude indígena, da juventude rural, da juventude negra, da juventude periférica, da juventude que é de escola particular, da juventude que é de escola pública”, acrescentou a presidente.
O motivo, segundo Rozana, é a necessidade de estabelecimento de um canal de diálogo amplo e democrático do Ministério da Educação (MEC) com os estudantes e outros órgão ligados à defesa da educação no Brasil, o que ela afirma que não foi atingido com a consulta realizada pelo MEC aos estudantes sobre as possíveis datas para a prova.
“A gente, desde o início, criticou muito o que era esse modelo, porque ficou muito na nossa cabeça uma dúvida de quais eram os critérios das datas. (...) É necessário um debate para se pensar nas datas, porque junto com esse debate das datas precisa vir o debate do retorno às aulas presenciais, combate à exclusão digital e como que vai estar o nosso país nessa situação da pandemia do coronavírus”, afirmou a presidenta da Ubes.
Uma das inconsistências apontadas pela estudante na consulta do MEC, que para ela indica falta de critério na escolha das possíveis datas, foi o posicionamento do próprio Ministério após a divulgação dos resultados. “Logo depois saiu uma matéria que o MEC disse que talvez não possa ser em maio mesmo que os estudantes tenham escolhido, por conta do calendário das universidades. Como eles colocam uma data para a gente votar que eles já sabiam que não daria certo por causa do calendário das universidades?”, questionou a jovem.
Diante disso, Rozana afirma que a Ubes não determina nenhuma data recomendada para a realização do Enem, mas segue buscando debater a situação da educação no Brasil inteiro, paralelamente à crise de saúde causada pelo coronavírus, em busca de soluções para os estudantes.
“A gente tem debatido e formulado, mas nós não temos uma data concreta para se apresentar, porque é um momento muito turbulento para se ter algo concreto que caiba em todo o país e abranja todos os estudantes. Nossa resposta concreta é que precisa ter uma comissão de debate democrática com esses profissionais e com os estudantes para saídas para a educação”, disse ela. Confira como foi a live:
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