Confira desafios atuais do combate ao bullying nas escolas

No Dia Nacional do Combate ao Bullying e Violência na Escola (07), conheça quais são os principais desafios e alternativas encontradas por escolas para encarar este problema

por sex, 08/04/2022 - 00:01
Flickr/ Adonbicalho Flickr/ Adonbicalho

O dia 7 de abril é considerado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, uma data instituída pelo Congresso Nacional e sancionada posteriormente pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. O objetivo do dia é fomentar o debate e dar relevância pública a um tema que fere uma parcela da sociedade específica: jovens e adolescentes.

A Lei nº 13.277/2016 estabeleceu novas diretrizes para a conscientização, reconhecimento e enfrentamento ao bullying. Sancionada em 7 de abril, esta é a mesma data em que aconteceu, no ano de 2011, o massacre na escola em Realengo, onde um ex-aluno armado, vítima de agressões na escola, matou 12 estudantes e feriu outros 13.

O Bullying definitivamente não é uma prática nova, porém, o termo só tomou força e entrou no consciente do Brasil a partir do ano de 2010. O paísl só veio a adotar uma legislação para combater a intimidação sistemática em 2015,quando foi sancionado o programa que prevê a capacitação de equipes pedagógicas, campanhas educativas, além de assistência jurídica e psicológica para vítimas e agressores.

No início de 2022, alguns casos de violência em escolas já chamaram a atenção do público, tanto escolas públicas quanto escolas privadas. Estes casos chamam novamente a atenção das diretorias, secretarias de educação e dos pais. Desde o início do ano letivo, sete menores de idade foram apreendidos no ambiente escolar por conta de crimes cometidos.

Mas afinal, o que caracteriza o bullying? Segundo especialistas, bullying é um comportamento recorrente que visa humilhar, ferir, violentar ou constranger o outro. Nas escolas, o contexto que gera este tipo de situação violenta pode ser muito variado, tanto em sua origem (comportamento de grupo, as “panelinhas”), quanto em sua finalidade.

 O bullying no retorno ao presencial

Em decorrência da pandemia, todos os jovens em período escolar tiveram de ser privados do convívio social, uma ação com um impacto direto no comportamento de crianças e adolescentes. Pedagogos e psicólogos defendem que as interações dentro do ambiente escolar são de extrema importância para o desenvolvimento de diversas habilidades socioemocionais.

Com a privação do convívio, os alunos que estão voltando ao modelo presencial precisam de atenção redobrada, pois podem apresentar comportamentos agressivos, introspectivos e de não-pertencimento, gerados pelo isolamento. Todos estes perigos são agravados por um problema maior de instabilidade social (quarentena, pandemia) e, muitos alunos já se encontram em situação de vulnerabilidade dentro de suas próprias casas.

 O olhar pedagógico sobre o problema do Bullying

“O Bullying continua sendo um tema muito importante para a sociedade, por ainda estar presente nas redes sociais, entre grupos de jovens, adolescentes e nas escolas. As consequências podem ser fatais, pois causam sérios riscos à saúde e ao desenvolvimento, além de danos físicos e/ou psicológicos. Considerando que precisamos que as escolas sejam de fato um ambiente seguro e saudável, propiciando que as  crianças e adolescentes desenvolvam os seus potenciais intelectuais e sociais. Por isso,  não é possível continuar admitindo este tipo de violência. É imprescindível que os profissionais da educação assumam um papel relevante na prevenção e na identificação de atos que podem ser levados ao bullying", diz Vanessa Angélica Patrício, pedagoga, mestre em educação e atualmente professora e coordenadora do curso de pedagogia da UNG nas unidades de Bonsucesso e Centro de Guarulhos.

Segundo ela, é  fundamental promover mais diálogos entre os alunos, professores, funcionários e comunidade, realização de atividades conjuntas e interativas, que incentivem a cooperação, o respeito e a empatia dentro e fora dos muros da escola. Proporcionar uma reflexão sobre o quanto isso é grave em causar angústias e sofrimento, para todos os envolvidos.

"Enquanto professores, nosso papel é essencial para trabalhar as questões éticas, respeito mútuo, diálogo, justiça e solidariedade, pois no ambiente de sala, onde se adquirem competências, podemos contribuir muito para a redução do bullying”, relembra Patrício. 

 Exemplos positivos de combate ao bullying

É fundamental promover o diálogo entre alunos e professores mas, além disso, escolas continuam buscando formas inovadoras de combater este problema em sala. Desde a criação de projetos Político-Pedagógicos desenvolvidos internamento, estratégias de comunicação e até mesmo meditação para resolução de conflito. 

Na EEFM Matias Beck (Fortaleza-CE) a prática da meditação foi aplicada e envolve professores e alunos em conjunto na prática, além dos líderes e participantes do grêmio estudantil. A escola relata que após a implementação do programa, conseguiram melhorar a relação entre o corpo docente e os alunos.

Já na escola EU Elon Machado Moita (PI) foi lançado o projeto “Pauta do Dia”, que busca ampliar o diálogo entre professores e alunos através de rodas de conversa que debatem questões socioemocionais e outras preocupações dos alunos. Como resultado, a escola relata um maior sentimento de pertencimento e um maior nível de participação dos alunos.

Por Matheus de Maio

 

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