Únicos e Múltiplos tem curadoria de Raul Córdula

Mostra traz quadros de três artistas com olhares diferentes

por Tarcísio Acioli seg, 18/03/2013 - 16:27

A Arte Plural Galeria realiza, entre os dias 20 de março e 28 de abril, a exposição Únicos e Múltiplos, com curadoria de Raul Córdula e obras de Álvaro Caldas, Dyógenes Chaves e Bruno Monteiro. A mostra presta homenagem póstuma a Antenor Vieira de Mello e Braz Marinho. Segundo Córdula, o visitante pode conferir um diálogo entre as obras únicas e as múltiplas, sendo a primeira vez que as obras dos três artistas estão reunidas.

O nome faz uma referência à diferenciação entre a arte múltipla - aquela que pode ser multiplicada através de cópias idênticas como gravuras, estampas e fotografias - e a única, que, por mais que se tente, não se consegue estabelecer uma reprodução exata, como ocorre com a pintura. Representando a primeira estão os artistas Chaves e Monteiro, a segunda tem em Caldas seu representante na exposição.

Álvaro Caldas foi o primeiro a falar na coletiva realizada na manhã desta segunda (18), destacando a figura humana que agora começa a aparecer em suas pinturas. "Estou introduzindo a figura humana e usando a técnica de aquarela. A chegada do humano em meus quadros ocorreu de forma intuitiva, não foi de maneira racional", comentou o pintor, complementando: "Comecei pintando paisagens, pois ao pintar paisagens poderia aprender a linguagem artística".

Já Bruno Monteiro revela seu sentimento por participar de Únicos e Múltiplos: "Estar aqui é uma alegria!". O recifense é artista visual autodidata e reclama das mudanças tecnológicas que acabam interferindo em sua arte. "A relação com a elaboração do trabalho era uma luta devido às mudanças na tecnologia”, conta Monteiro.

Com clima de descontração, ele falou sobre seu primeiro contato com a arte que produz hoje: "Enviava meus trabalhos digitados para uma mostra e recebia sempre a resposta de que as imagens iam com erros. Um dia, a responsável me enviou todas as imagens com erros e eu me interessei, acabei pedindo pra ela me mandar mais erros". Para ele, o erro continua sendo importante, mas atualmente está "guardado no armário".

Paraibano, Dyógenes Chaves traz sua experiência como artista visual, designer gráfico, gravador e curador independente e se mostra tranquilo e à vontade no solo recifense. "É muito natural estar aqui em Pernambuco, sempre houve essa aproximação física entre João Pessoa e Recife, eu me sinto em casa", diz.  Ele produz gravuras principalmente através da serigrafia, dando toques únicos a obras múltiplas. "Eu me aproprio de alguma coisa que alguém fez e reutilizo aquilo. É como se eu desse uma resposta ao trabalho do outro.

Córdula finaliza, explicitando sua opinião sobre o preconceito existente com as artes colocadas em papel, denfendendo assim a valorização de peças múltiplas: "Sempre existiu um preconceito com a arte colocada em papel, quando na verdade qualquer obra tem seus problemas com conservação", diz o curador.

Serviço

Exposição Múltiplos e Únicos

Galeria Arte Plural

Rua da Moeda, 140 Recife-PE

20/03 a 28/04 | ter a sex 13h/19h sab e dom 16h/20h

3424 4431

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