Grupo de rock libanês denuncia repressão a gays no Egito
O grupo Mashrou' Leila fez um apelo por 'um movimento de solidariedade internacional para pressionar o governo egípcio a fim de cessar imediatamente essa caça às bruxas e libertar os presos'
O grupo libanês de rock alternativo Mashrou' Leila denunciou a "tirania" das autoridades egípcias e uma "caça às bruxas" após a detenção de pessoas que levavam a bandeira arco-íris da comunidade LGBT no show ocorrido no Cairo há alguns dias.
Pelo menos 22 pessoas foram detidas por portarem esta bandeira durante o show em 22 de setembro na capital egípcia.
O caso provocou enorme polêmica nos jornais e nas redes sociais do Egito, onde os homossexuais são presos com frequência por "incitação ao vício", ou por "desprezo da religião", embora a homossexualidade não seja proibida oficialmente.
"Me parte o coração, ao ver que o trabalho do grupo foi usado como um pretexto para uma nova onda de repressão por parte do governo egípcio", declarou o líder de Mashrou' Leila (Projeto Noturno), o cantor libanês Hamed Sinno, que assume publicamente sua homossexualidade.
O grupo fez um apelo por "um movimento de solidariedade internacional para pressionar o governo egípcio a fim de cessar imediatamente essa caça às bruxas e libertar os presos".
"O governo está prendendo garotos e violando seu corpo", afirmou o grupo, referindo-se a informações de pessoas detidas que foram sujeitas a "exames anais" para "provar sua homossexualidade".
Acusadas de "indecência pública" e de "incitar os jovens à imoralidade", essas pessoas compareceram à Justiça no domingo para uma audiência a portas fechadas.