15ª edição do MIMO falha em acessibilidade

Teve gente encerrando a noite de sexta (23) mais cedo pelas dificuldades no acesso ao palco principal do festival

por Paula Brasileiro sab, 24/11/2018 - 18:56
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens O espaço acessível não promoveu acessibilidade Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

A Mostra Internacional de Música de Olinda chegou ao seu 15º ano prometendo uma edição digna de qualquer debutante. Porém, ao que tudo indica, não prestou atenção nas questões de acessibilidade para seu público com necessidades especiais. Relatos de pessoas que estiveram na Praça do Carmo, em Olinda, na primeira noite do evento, na última sexta (23), deram conta de que o espaço reservado para os cadeirantes não contava com rampa e ficava distante do palco, dificultando seu acesso aos shows.

Foi reservado para o espaço de acessibilidade do MIMO a área do coreto, na Praça do Carmo. Uma placa identificando o local foi devidamente instalada para que as pessoas pudessem vê-lo, porém, chegar até ali foi tarefa praticamente impossível.  O assistente social Bruno Viana, de 40 anos, falou ao LeiaJá sobre os problemas que teve na primeira noite do festival. Cadeirante, Bruno não conseguiu ficar no espaço a ele reservado, no palco principal do festival, pois este não contava com rampas, apenas escadas. “Não estão respeitando nada; das vagas de estacionamento a lugares no evento. Tem muita coisa errada”, disse o rapaz que também elencou a ausência de banheiros acessíveis e intérpretes de Libras nos fóruns que aconteceram durante a tarde.

Uma outra fonte que preferiu não se identificar também apontou a má localização do espaço reservado às pessoas com deficiência: “Fizeram um local ao lado do palco  que qualquer cadeirante sequer tem vista para o palco. Além disso, o acesso é uma escada. Faz com que qualquer pessoa com mobilidade reduzida tenha que depender de terceiros para transitar”.

Bruno também  mencionou a dificuldade que teve em estacionar o carro. As vagas reservadas para deficientes físicos estavam, em sua maioria, ocupadas por motos ou vendedores ambulantes. Também não haviam banheiros acessíveis e os fóruns de debates não contaram com intérpretes de Libras.  Tantas dificuldades fizeram o assistente social terminar sua noite mais cedo: “Voltei para casa”, lamentou.

 

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