Relembre o que foi a Revolução Cultural Chinesa
Nesta segunda-feira (16) completam-se 46 anos da conclusão da Revolução Cultural Chinesa, período de mudanças políticas e sociais que transformaram a China entre 1966 e 1976
O dia 16 de maio ficou gravado nos livros de história como o dia em que a Revolução Cultural Chinesa chegou a sua conclusão. Este foi um período de transformações sociais, políticas e civis que marcaram a China entre 1966 e 1976. A revolução foi liderada por Mao Tsé-tung, líder do país desde 1949, quando os comunistas alcançaram o poder.
Insatisfeitos com o rumo que a China tinha tomado, Mao queria que a China fugisse do sistema do comunismo soviético por considerá-lo falido, onde os burocratas do governo viviam em uma realidade “paralela”, com muito mais mordomias do que a população.
Em uma reunião com o PCC (Partido Comunista Chinês) em agosto de 1966, Mao lançou oficialmente o projeto da Revolução Cultural Chinesa. Os objetivos principais da revolução eram quatro: corrigir os rumos das políticas do PCC; substituir seus sucessores por líderes que compartilhavam mais de suas ideologias; proporcionar uma experiência revolucionária ao jovem chinês e tornar o sistema educacional menos elitista.
Para garantir o sucesso dos objetivos, Mao pautou a Revolução com grande apoio e mobilização da juventude urbana da China, organizadas por grupos conhecidos como “Guardas Vermelhos”. Outra luta da Revolução foi combater os rumos do confucionismo chinês, ideias baseadas nos pensamentos filosóficos de Confúcio, que guiaram os rumos da vida pública chinesa durante milênios.
Os pensamentos confucianos davam muito valor a noções de hierarquia e ao culto ao passado, assim, Mao considerou que tais ideias poderiam ser encaradas como reacionárias. Diversos historiadores dizem que a Revolução Cultural Chinesa foi uma “luta contra uma classe intelectual separada das massas”.
Na prática, a Revolução Cultural Chinesa resultou em escolas fechadas e ataques (não só verbais) a intelectuais atuantes na academia. A morte de Mao em 1976 abriu o caminho para o político Deng Xiaoping, que percebeu o culto à personalidade de Mao como um problema e a Revolução Cultural Chinesa foi oficialmente encerrada em 1976.
Por Matheus de Maio