Festival de cinema agita a vila de Alter no Chão, no Pará

Coordenação do CineAlter divulga programação oficial para 2022. Serão quatro dias de atividades multiculturais gratuitas no distrito do município de Santarém.

qui, 03/11/2022 - 16:55
Divulgação Festival será presencial, na vila de Alter do Chão Divulgação

De 3 a 6 de novembro, o CineAlter (Festival de Cinema Latino-americano de Alter do Chão), um dos eventos mais importantes do audiovisual na Amazônia, será realizado na vila balneária de Alter do Chão, distrito localizado em Santarém, no oeste do Pará.  Serão quatro dias de festival, com atividades de exibição e programação multicultural que envolvem música, desfile, dança e teatro. Confira a programação completa aqui.

“Esse lugar mágico irá se tornar a Capital Amazônica do Cinema neste final de semana. A programação completa do CineAlter 2022 terá muitos filmes, debates, oficinas e uma agenda multicultural de tirar o fôlego. Te esperamos, seja para assistir um filme, dançar brega ou carimbó, nessa linda festa da cultura tapajônica”, destaca Raphael Ribeiro, diretor do CineAlter.

Ao todo, 789 produções foram inscritas, oriundas de 21 países da América Latina e outros continentes. Porém, somente 38 trabalhos serão selecionados e outros quatro serão convidados, resultando num total de 42 filmes exibidos na grande tela. De acordo com a coordenação, a escolha se deu através de uma curadoria profissionalizada e com uma diversidade de olhares sobre as produções.

A edição deste ano foi muito especial por ter um alcance ainda maior com filmes de vários lugares da América Latina, entre eles Argentina, Peru e Colômbia. As obras trazem temáticas sociais que falam sobre povos originários e Amazônia. Confira a lista de filmes que serão exibidos aqui.

“Foi um trabalho desenvolvido para que as pessoas que assistirem também se emocionem com os filmes e se sintam representados porque estamos na Amazônia falando sobre povos tradicionais e meio ambiente e queremos que as pessoas que estão assistindo se sintam representadas. Eu acho que o público vai gostar muito e se emocionar, eu me emocionei muito com vários filmes bonitos, de pessoas que estão iniciando sua carreira no audiovisual e isso é muito legal porque a gente vê a importância desse espaço para que possam mostrar seu trabalho”, destaca Priscila Tapajowara, produtora e diretora indígena, que participou do processo de seleção.

Serão cinco categorias, sendo duas competitivas: Samaúma (Latino-Americano) e Açaizeiro (filmes paraenses). As mostras paralelas são: Seringueira (filmes de indígenas, pessoas pretas e LBGTQIA+) e Ipê (filmes de baixo-custo). A novidade deste ano será a mostra infantil, que deve contar com a exibição de cinco obras voltadas para este público. A premiação se divide em sete categorias: Melhor Curta, Melhor Atuação, Melhor Longa, Menções Honrosas, Prêmio do Público, Melhor Filme Paraense e Concepção Artística.

O CineAlter é uma realização do Instituto Território das Artes (ITA) e da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) em Termo de Fomento com a Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult/PA) e correalização da Associação de Atores, Autores e Técnicos do Teatro de Santarém (ATAS). Em 2021, o festival mobilizou oito mil pessoas presencialmente e dez mil pessoas por transmissão on-line.

Filme de abertura 

O documentário “Amazônia, a nova Minamata?”, do consagrado diretor Jorge Bodanzky, que aborda a contaminação por mercúrio na Amazônia, é a atração de abertura. A cerimônia ocorre às 18 horas na Praça 7 de setembro, com a realização de um ritual indígena em defesa do rio Tapajós. 

A contaminação da baía de Minamata, no Japão, cuja população sofreu sequelas seríssimas no sistema nervoso central, levou muitos à morte e a uma geração de crianças com má formação congênita. Uma mensagem de luta e esperança é enviada do Japão para a população amazônica. 

Movimento Negro e Jogos Indígenas

A programação do CineAlter contará com diversas manifestações em defesa da representatividade e dos povos tradicionais da Amazônia. Na sexta-feira (4), às 20 horas, no Centro Comunitário de Alter do Chão, haverá uma Roda de Conversa com o Tema Negritude, Arte e Racismo Ambiental, com a participação da artista, escritora e acadêmica Zélia Amador de Deus, além de integrantes do movimento negro e quilombola do Oeste do Pará. Haverá também a exibição do curta-metragem “Palmas da Liberdade”, da diretora Joyce Cursino.

No sábado (5), das 21h30 às 23 horas, será a vez da Noite Cultural integrada com os II JIBAT - Jogos Indígenas do Baixo Tapajós. A Praça 7 de Setembro receberá a comunidade indígena que está na vila participando da segunda edição da competição, com o apoio do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA). No domingo (6), a cerimônia de encerramento contará com a comunidade de Alter do Chão com manifestações em homenagem ao Çairé, festa tradicional na região.

Da assessoria do evento.

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