Torcida Treme Terra promete voltar à Ilha no domingo (16)
Presidente da organizada, seu João contou que teve depressão por não ver a torcida nos jogos do Sport. Grupo de rubro-negros acabou reunindo recursos em prol o retorno da Treme Terra
A agonia de João Elias do Nascimento está próxima do fim. O que deve findar também é o silêncio de uma torcida que faz do frevo um louvor em nome das cores do Sport. Desde janeiro longe dos jogos do Rubro-Negro, a torcida Treme Terra promete voltar a animar os leoninos no próximo domingo (16), diante do Vitória, na Ilha do Retiro.
Presidente da torcida, seu João contou ao LeiaJá, em agosto deste ano, que o grupo deixou de tocar nos jogos do Sport na Ilha do Retiro por falta de apoio do clube. Incentivo que, segundo ele, não passava de R$ 500 por partida. Há mais de 30 anos à frente da Treme Terra, seu João afirmou que perdeu uma das suas maiores alegria, que é ver a torcida entoando os frevos alusivos ao Rubro-Negro. Relembre no vídeo a seguir:
“Nós somos uma torcida de paz. A gente se orgulha que em nossa existência nunca registramos caso de violência. Inclusive temos trânsito no meio das torcidas dos nossos coirmãos. Mais de 30 anos eu sou animador da Treme Terra e tenho mais de 60 anos como torcedor do Sport. Não ver a Treme Terra na Ilha prejudica até a minha saúde: entrei em depressão, terminei internado 118 dias, tudo por conta do desgosto de não poder trazer os meninos para trabalhar. O presidente vetou tudo e ainda tive o desprazer de ouvir uma pessoa do clube, que prefiro não falar o nome, dizer algo que até estranhei: ele pediu mil sócios para poder liberar a Treme Terra. Isso nunca aconteceu com a gente. Todo pessoal do Conselho Deliberativo é a favor da Treme Terra, menos Martorelli. Não tenho condições financeiras de segurar a torcida sozinho”, contou o presidente da Treme Terra, em entrevista exclusiva ao LeiaJá no mês de agosto.
De acordo com seu João, muitos torcedores do Sport se comoveram com a ausência da Treme Terra, e por isso, se mobilizaram e levantaram recursos para o grupo voltar a animar as sociais da Ilha do Retiro. Porém, ele é enfático ao afirmar que ainda não há qualquer tipo de incentivo financeiro oriundo da atual gestão do clube. “Eu tinha que olhar o lado do Sport. Estamos voltando pelo clube e não pela diretoria. O que me interessa mais é o Sport, porque diretoria é passageira e o time é eterno. Vários integrantes do conselho conversaram comigo, além de alguns presidentes de torcida. Nós pretendemos dar apoio até o final do Campeonato Brasileiro, ajudando o Sport a sair desse buraco, porque não queremos nunca ver o time na Série B”, contou seu João nesta sexta-feira (14).
Segundo o presidente da Treme Terra, a torcida começará a tocar os frevos rubro-negros a partir das 16h, no setor de sociais. Cerca de 10 músicos devem animar os torcedores. Para seu João, o retorno da torcida era tudo que ele queria. “É tudo que eu preciso, porque minhas razões de viver são o Sport e a Treme Terra”, declarou.
Frevo no Arruda
Recentemente, uma iniciativa do Santa Cruz levou muito frevo às arquibancadas do Arruda. Artistas pernambucanos se juntaram e criaram o Orquestrão Coral, que sob as orientações do Maestro Spok empurra o clube tricolor rumo às vitórias. Cerca de 200 músicos participam do grupo.