Homem tenta agredir médico no INSS por recusa de exames

Porteiro perdeu o benefício do INSS em março e pretendia fazer a renovação

por Jorge Cosme qui, 09/06/2016 - 13:25
Divulgação/Polícia Federal O porteiro Alexandre Guedes acabou sendo autuado por tentativa de lesão corporal e ameaça de morte Divulgação/Polícia Federal

Uma discussão na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Bairro Novo, na cidade de Olinda, terminou na Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (9). Após ter o pedido de extensão do benefício negado pelo médico perito, o porteiro Alexandre Guedes, de 45 anos, teria tentado agredi-lo, sendo impedido pelo vigilante do local.

Alexandre admite que tentou entrar à força no local, mas ele acabou sendo autuado por mais situações. Segundo a Polícia Federal, o porteiro responderá em liberdade por tentativa de lesão corporal e ameaça de morte. “Ele teria dito que sabia a placa do carro do médico e os horários dele”, destaca o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro. 

O porteiro está sem o benefício desde março. Segundo ele, sua avaliação devia ter sido feita em setembro, mas houve vários adiamentos. “Em março, o médico disse que os laudos estavam inválidos, porque eles valiam por apenas seis meses. Os especialistas renovaram meus laudos e pedi reconsideração de perícia, marcada para hoje. Fui atendido pelo médico e ele nem chegou a olhar os documentos”, acusa Guedes. 

Ao perceber que o perito havia indeferido o pedido de permanência no benefício, Alexandre teria se revoltado e precisou receber um “mata-leão” do vigilante para cessar a confusão. O porteiro está sem trabalhar desde o dia 25 de dezembro de 2014, quando sofreu um acidente de moto. Ele garante que os laudos psiquiátrico, psicológico e neurológico dizem que tem condição irreversível. O cliente trabalhava como porteiro de um hospital e o cargo não existe mais.

O médico não quis conversar com a imprensa, mas em seu depoimento à PF afirma ter analisado os exames nos quais não foram constatados problemas que comprometessem o trabalho de Alexandre. O porteiro poderá pegar de três meses a um ano de detenção. 

Recorrência -  Este é o terceiro caso em menos de 15 dias de confusão em agência do INSS envolvendo perito médico. Na última segunda-feira (6), o soldador Luís Delfino da Silva, de 45 anos, chegou a fazer um funcionário da agência de refém.

Luís Delfino dizia que o perito médico havia deixado a agência sem atendê-lo, além de denunciar ser sempre maltratado por um dos funcionários locais. Ele foi autuado por ameaça e cárcere privado.

Em Caruaru, no Agreste, no dia 31 de junho, uma vendedora autônoma de 27 anos arremessou uma pedra contra a agência após a remarcação de sua perícia. Ela foi autuada por dano contra o patrimônio da União, com penas de seis meses a três anos de detenção, pagou fiança de R$ 500 e aguarda o processo em liberdade. 

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