Jesuítas divulgam lista de padres acusados de pedofilia

A lista com 89 nomes divulgada nesta segunda-feira se soma à publicada há algumas semanas por outros grupos da ordem, o que eleva a mais de 200 o número de padres envolvidos em supostos abusos

ter, 18/12/2018 - 07:21
Brendan Smialowski O bispo de Burlington, Christopher Coyne Brendan Smialowski

Os jesuítas dos Estados Unidos, que administram numerosas instituições de ensino, publicaram nesta segunda-feira (17) os nomes de dezenas de padres envolvidos em "acusações críveis" de pedofilia que remontam a 1950.

A lista com 89 nomes divulgada nesta segunda-feira se soma à publicada há algumas semanas por outros grupos da ordem, o que eleva a mais de 200 o número de padres envolvidos em supostos abusos.

A Companhia de Jesus, a ordem a qual pertence o Papa Francisco, segue assim os passos de numerosas dioceses dos Estados Unidos que abriram seus arquivos após a publicação, em agosto, do relatório estarrecedor sobre os abusos cometidos por padres na Pensilvânia.

Nesta segunda-feira, dois grupos regionais dos jesuítas - do Meio Oeste e Maryland - publicaram listas com 65 e 24 nomes de padres acusados de pedofilia, incluindo casos ocorridos há várias décadas.

Há dez dias, outros grupos regionais do centro-sul e do oeste dos EUA divulgaram listas com mais de 150 nomes. Alguns acusados integram as duas listas, pois atuaram em distintas dioceses. Todos os citados nas listas já deixaram a ordem. Parte dos envolvidos morreu e alguns foram condenados pela justiça.

"Hoje a Companhia de Jesus de Maryland publica os nomes dos jesuítas da nossa área e de outros grupos da região alvo de acusações críveis de abusos contra menores", declarou a sede local da congregação em um comunicado no qual pede perdão por uma série de supostos casos de abusos iniciados há quase 70 anos.

"Consideramos que a divulgação hoje da nossa vergonhosa história faz parte do nosso atual compromisso para prevenir a pedofilia", declarou a delegação de Maryland.

Em agosto, a promotoria da Pensilvânia publicou um devastador relatório sobre abusos sexuais especialmente sórdidos praticados durante décadas por mais de 300 padres, envolvendo cerca de mil menores durante sete décadas.

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