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 O papa Francisco enviou uma mensagem para os participantes do 4º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, realizado em Santarém (PA) entre 6 e 9 de junho, e pediu que os bispos e padres da região sejam "corajosos e audazes".

"Sonhemos juntos comunidades cristãs capazes de se empenhar e se encarnar na Amazônia, até o ponto de entregar à Igreja novos rostos com traços amazônicos", diz a carta escrita pelo pontífice.

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"Sejam corajosos e audazes, abrindo-se com confiança à ação de Deus que criou tudo e nos inspira a anunciar o Evangelho e a contemplar a beleza da criação, ainda mais exuberante nas terras amazônicas", acrescentou Francisco.

O encontro lembra os 50 anos do Documento de Santarém, que delineou ações para a evangelização na Amazônia. A floresta já foi tema de um sínodo convocado por Francisco em 2019, que deu origem à exortação apostólica "Querida Amazônia".

Nesse documento, o Papa sugere a ampliação das responsabilidades de diáconos, freiras e laicos para combater a crônica falta de padres na Floresta Amazônica e defende que a Igreja exerça seu papel social e fique ao lado dos oprimidos. 

Da Ansa

O papa emérito Bento XVI pediu perdão, nesta terça-feira (8), pela violência sexual cometida pelo clero, mas negou ter acobertado padres que cometiam tais abusos quando era arcebispo de Munique.

Em uma carta divulgada pelo Vaticano, três semanas após a publicação de um relatório independente na Alemanha que acusou Bento XVI de inação diante dos abusos cometidos no arcebispado de Munique, o papa emérito afirma que nunca acobertou as agressões quando tinha "grandes responsabilidades na Igreja Católica".

"Só posso expressar a todas as vítimas de abusos sexuais minha profunda vergonha, minha grande dor e meu sincero pedido de perdão", escreveu o papa emérito.

"Em todos os meus encontros com vítimas de abusos sexuais por parte de padres (...) percebi em seus olhos as consequências de uma grande culpa e aprendi a entender que nós mesmos caímos dentro desta grande culpa quando a negligenciamos ou quando não a enfrentamos com a decisão e responsabilidade necessárias, como já aconteceu e acontece muitas vezes", afirmou na carta.

O cardeal Joseph Ratzinger foi arcebispo de Munique de 1977 a 1982, e papa de 2005 a 2013.

"Maior é minha dor pelos abusos e erros que aconteceram durante o tempo de minha missão nos respectivos lugares", acrescenta o papa emérito, que se declara "consternado".

O relatório publicado na Alemanha sobre os abusos sexuais contra menores de idade no arcebispado de Munique e Freising critica o então cardeal Ratzinger, que teria sido informado sobre as agressões cometidas por um padre, Peter Hullermann.

Em um documento também divulgado nesta terça-feira pelo Vaticano, conselheiros do papa emérito rebateram as acusações apresentadas no relatório alemão, que analisaram de maneira detalhada.

"Quando foi arcebispo, o cardeal Ratzinger não esteve envolvido em tentativas de dissimular abusos", afirmam os quatro conselheiros, antes de destacar que o relatório tem informações "inexatas".

Em sua carta, o papa emérito também agradece seu sucessor, papa Francisco, pela "confiança, apoio e orações que me expressou pessoalmente".

Na última terça (4), o arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto, divulgou um manifesto pedindo um “lockdown rigoroso” na cidade. O documento, intitulado “Manifesto em Defesa da Vida”, foi assinado por ele e por diversos padres da cidade e destaca a alta de casos de Covid-19 em Uberaba, que registrou recorde de mortes causadas pela doença no mês de abril.

O manifesto é divulgado depois que quatro padres da cidade faleceram de Covid-19. Uberaba já soma 801 mortes causadas pela doença e 24 mil casos confirmados. “Nós, Arcebispo Metropolitano e padres da cidade de Uberaba, motivados pela exigência da fé e da nossa missão evangelizadora, dirigimo-nos ao Poder Público Municipal– Executivo, Legislativo e Judiciário–, bem como aos cidadãos e cidadãs uberabenses, para manifestar nossa preocupação, indignação e propostas frente ao cenário de dor, marcado pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus, em nossa cidade”, coloca um trecho do documento.

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Os religiosos destacam ainda a “irresponsabilidade de grande parcela população” diante da pandemia. “O elevado número de óbitos e de pessoas testadas com resultados positivos nos últimos dias, a possibilidade de colapso no sistema de saúde, a crise social e econômica… confirmam que estamos vivendo o pior momento da pandemia, em Uberaba. Diante desse cenário sem precedentes, observamos, estarrecidos, o negacionismo genocida generalizado, a irresponsabilidade de grande parcela da população em relação às orientações para impedir a circulação do vírus, a morosidade da vacinação, a omissão de lideranças em relação aos mais pobres e vulneráveis, roubados em sua dignidade”, segue o texto.

No dia em que o documento foi publicado, a prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (Solidariedade), renovou o decreto que versa sobre o convívio com o novo coronavírus sem acrescentar restrições. No momento, a cidade permite o funcionamento de bares e restaurantes até as 20h, com liberação para música ao vivo. Araújo vem defendendo a adoção do “tratamento precoce” contra Covid-19, que não possui embasamento científico. 

Nesse último domingo (3), o 'Fantástico' exibiu uma reportagem em que o arcebispo de Belém do Pará, Dom Alberto Taveira Corrêa, é acusado por quatro ex-seminaristas de abuso sexual.

O caso que está sendo investigado pelo Vaticano e também pela Polícia Civil, a pedido do Ministério Público de Belém, traz relatos de que o arcebispo teria usado o poder de seu cargo religioso para cometer os crimes. Apesar disso, Dom Alberto recebeu o apoio de diversas figuras religiosas, entre elas os padres Fábio de Melo e Marcelo Rossi. 

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“Dom Alberto já me amparou muitas vezes. Eu gostaria que as minhas orações e o meu carinho fizessem o mesmo por ele, neste momento”, disse o padre Fábio de Melo na reportagem. Já o padre Marcelo Rossi, comentou: “Nessa hora de combate, estamos juntos em oração”.

A reportagem é resultado de dois meses de trabalho de apuração dos jornalistas Fabiano Villela e James Alberti, e, após sua exibição, os religiosos que se posicionaram a favor do arcebispo foram criticados nas redes sociais, entrando para os assuntos mais comentados ainda nesta segunda-feira (4).

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No país em que 61% da população (118,9 milhões) se declaram católicos, segundo o censo do IBGE de 2019, os padres se tornam intermediários previsíveis do voto desses fiéis. A atuação dos religiosos que se destacam em suas comunidades desperta o interesse de políticos, que procuram os padres com o objetivo de obter apoio nas eleições.

Em Sorocaba, a 87 quilômetros da capital, o padre Flávio Miguel Jorge Junior, gestor da Irmandade Santa Casa - responsável por um dos principais hospitais filantrópicos da região - já perdeu a conta de quantos candidatos recebeu nesta eleição. Foram ao menos cinco disputando uma prefeitura e dezenas de postulantes à Câmara. "Sou um padre, não agente político partidário, mas procuro receber todos os candidatos que me procuram com respeito e equidade", afirma. Jorge Junior diz encarar o assédio com naturalidade. "A Santa Casa é o grande hospital do povo sorocabano e a saúde, não só em Sorocaba, mas em todo o País, é uma das maiores pautas apresentadas pela população."

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Em Olímpia, 446 quilômetros ao norte da capital, o padre Ivanaldo Mendonça, da Paróquia São José, foi procurado para se lançar candidato mas não aceitou - a Igreja exige que os padres renunciem à batina para concorrer a cargos eletivos.

No entanto, ele tem uma atuação de destaque na eleição local. Organizou lives pela internet com os quatro concorrentes à prefeitura e seus vices. "A iniciativa responde aos desafios de que, cada vez mais, os cristãos católicos se empenhem de forma consciente para colaborar na construção de um mundo melhor para todos."

Na segunda-feira, em Jundiaí, a 58 quilômetros de São Paulo, os 13 concorrentes à prefeitura participaram de live coordenada pelo bispo dom Vicente Costa. "O período eleitoral municipal é o momento oportuno de manifestar nossa contribuição para a escolha dos prefeitos e vereadores que se mostrem preparados para conduzir a cidade", afirma o bispo. A diocese realizou encontros com candidatos em outras nove cidades e produziu oito vídeos explicativos sobre a eleição.

Em documento do dia 28 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lembrou que o papel do clero é também o de incentivar a participação dos católicos na política. "Darão bons frutos os políticos que priorizarem o bem comum e a vida plena, desde a concepção até a morte natural, de todos os cidadãos, sem quaisquer discriminações, nunca buscando seus próprios interesses pessoais e corporativos", afirma o texto, assinado pelo presidente da CNBB, dom Walmor de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte.

Dos 28 mil membros do clero católico no Brasil, 28 concorrem nestas eleições, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. O Código de Direito Canônico, que disciplina a vida eclesiástica, proíbe que os clérigos assumam cargos públicos que implicam em exercício de poder civil. No entanto, a CNBB delega às dioceses a decisão sobre liberar ou não as candidaturas. No Estado de São Paulo, a Igreja Católica reconhece apenas quatro padres candidatos. Todos estão afastados das funções.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpriu um mandado de busca e apreensão em um seminário para padres em Curitiba, nessa segunda-feira (26). A ação buscou materiais para apurar crime de assédio sexual, que teria sido praticado por um padre de 38 anos, contra uma adolescente de 14. 

O boletim de ocorrência foi registrado em agosto deste ano, após a vítima contar para a tia que o suspeito a teria assediado sexualmente em uma igreja de Londrina, Norte do Estado. Ela disse que o sacerdote teria enviado mensagens de cunho sexual por telefone, convidando-a para ir à casa dele. 

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Os policiais civis apreenderam um computador, aparelho celular, Ipad e um dispositivo de memória externo, que serão encaminhados para perícia.

Da PC-PR

Dois padres italianos deverão comparecer à Justiça do Vaticano na próxima semana acusados de abuso sexual de um menor em uma residência da Cidade do Vaticano, anunciou o porta-voz da Santa Sé nesta quarta-feira (7).

O tribunal do Estado do Vaticano julgará o padre Gabriele Martinelli, acusado de ter abusado sexualmente de um menor quando era um jovem seminarista, que residia no "Pré-seminário São Pio X", localizado dentro do Vaticano, não muito longe da atual residência do papa Francisco.

O padre Martinelli, que tinha na época 21 anos, foi ordenado padre em 2017.

O outro padre, Enrico Radice, era reitor do alojamento no momento dos fatos e é acusado de cumplicidade por ter protegido o seminarista.

Os estudantes alojados neste internato eram crianças e adolescentes que estudavam em um colégio privado do centro de Roma e que participavam como coroinhas nas missas realizadas na basílica de São Pedro.

Alguns deles decidiram tornar-se padres e estudaram no seminário.

A Justiça do Vaticano havia decidido em 2017 abrir o julgamento após a publicação do livro "Pecado original" do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, que denuncia os abusos cometidos nesse seminário entre 2011-2012.

Entre os depoimentos, está o do polonês Kamil Tadeusz Jarzembowksi, que contou que comparecia com frequência ao quarto do seminarista para ter relações sexuais porque "se sentia obrigado a ceder a suas demandas" e que não se tratava de uma relação amorosa.

"Não culpo esses padres por serem homossexuais", declarou o polonês, que confessou ser gay.

"Tudo isso é uma grande hipocrisia: durante o dia, essas pessoas são homofóbicas e durante a noite ficam loucos nas baladas gays", comentou.

Pouco depois da publicação do livro, a vítima contou em um programa de televisão que foi abusado sexualmente durante seu primeiro ano no pré-seminário, aos 13 anos.

O jovem afirmou inclusive que recebeu propostas inadequadas dentro da Basílica de São Pedro durante as missas.

O papa Francisco prestou neste domingo (3) uma homenagem a todos os médicos e padres que perderam a vida em decorrência do novo coronavírus (Sars-CoV-2) enquanto tentavam ajudar os pacientes infectados pela Covid-19. Durante a celebração do "Bom Pastor", na missa na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Pontífice lembrou que, somente na Itália, mais de 100 padres morreram. "Penso em muitos pastores do mundo, que dão suas vidas pelos fiéis", disse.

Ao dizer que o exercício da medicina também é uma forma de cuidar da população e ser "um pastor", Francisco pediu para os fiéis ficarem "cientes de que só na Itália 154 médicos morreram no ato do serviço".

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"Que o exemplo desses párocos e pastores médicos nos ajude a cuidar do santo povo fiel de Deus", apelou o argentino. Em sua homilia, Jorge Bergoglio também explicou que "na história da Igreja houve muitos falsos pastores que se aproveitaram, exploraram o rebanho". "Eles não estavam interessados no rebanho. Eles só estavam interessados em fazer carreira, política, dinheiro", alertou.

Por fim, o líder da Igreja Católica fez uma oração pelos pacientes contaminados com o novo coronavírus, que assistem e incentivam à colaboração internacional que está ocorrendo para encontrar vacinas e tratamentos. "É importante, de fato, reunir as habilidades científicas, de forma transparente e desinteressada".

O Papa, então, fez um apelo para que o "acesso universal a tecnologias essenciais que permitam a todas as pessoas infectadas, em todas as partes do mundo, receber os cuidados de saúde necessários".

Da Ansa

O papa Francisco homenageou nesta quinta-feira (9) os sacerdotes que morreram na Itália consolando doentes do coronavírus, aos quais qualificou de "santos da porta ao lado", assim como médicos e enfermeiros.

"Não posso deixar passar esta missa sem recordar os sacerdotes", comentou o papa argentino na homilia da Quinta-feira Santa na basílica de São Pedro, praticamente sem fiéis, exceto por um número reduzido de assistentes.

"Nestes dias mais de 60 padres morreram na Itália enquanto se ocupavam dos enfermos nos hospitais, juntamente com os médicos, enfermeiros, enfermeiras", declarou Francisco.

"Sacerdotes que oferecem suas vidas pelo Senhor, sacerdotes que são servidores", lembrou.

Um total de 96 sacerdotes italianos morreram pelo novo coronavírus, o deles em Nova York, segundo contagem realizada pelo jornal do episcopado italiano Avvenire, atualizado regularmente.

O papa também condenou, em sua homilia, que alguns sacerdotes lhe informam que são insultados pelos recentes escândalos de abusos sexuais envolvendo a Igreja católica.

"Alguns me disseram que não podem sair com o colarinho clerical porque são insultados", afirmou.

É preciso "pedir perdão" e "saber perdoar", explicou.

Por causa da pandemia, que afeta duramente a Itália, o papa teve que celebrar excepcionalmente uma missa com apenas dezenas de ajudantes, clérigos e religiosos, sentados espaçadamente na imensa basílica.

A missa da quinta-feira lembra a Última Ceia de Jesus na véspera de sua morte, durante a qual lavou os pés dos apóstolos e instituiu a Eucaristia.

Dois rituais que não puderam ser celebrados este ano.

No ano passado, o pontífice celebrou pela quinta vez a missa da Quinta-feira Santa, lavando os pés de doze detentos, nos arredores de Roma.

Eles morrem como seus fiéis, sem missa ou ritual fúnebre. O coronavírus está vitimando muitos padres na região norte da Itália: uma dezena em Bérgamo, cinco em Parma, outros em Milão e em Cremona.

A diocese de Bérgamo, entre as cidades mais afetada pela pandemia, confirmou que pelo menos 10 padres morreram depois de contrair a doença, informou o jornal católico Avvenire. As mortes são tão numerosas que "o censo é difícil de estabelecer", indicou a publicação.

O jornal L'Eco di Bergamo publicou ao menos 160 anúncios de morte em sua edição de 15 de março, cinco vezes a mais na comparação com um dia normal.

A publicação registrou cinco mortes de padres da diocese de Parma, duas em Milão e Cremona, uma em Brescia, sem contar os muitos sacerdotes infectados, alguns internados em unidades de terapia intensiva.

Ao lado de médicos e enfermeiras, os padres prestam auxílio espiritual aos enfermos, uma missão necessária nesta região da Itália particularmente religiosa.

"Equipados com máscara, gorro, luvas, blusa e óculos, os padres caminham pelos corredores como zumbis", conta Claudio del Monte, padre de uma paróquia de Bérgamo, à agência italiana Adnkronos.

A cidade da Lombardia, de 120.000 habitantes, no coração da província, é uma das mais afetadas pela pandemia da doença infectou mais de 41.000 pessoas na Itália.

Os necrotérios não têm espaço para acomodar os caixões e os enviam para o cemitério.

"Não sabemos mais onde colocar os mortos. Utilizamos algumas igrejas. Tudo isso diz respeito aos sentimentos mais profundos" afirmou o arcebispo de Bérgamo, monsenhor Francesco Beschi, entrevistado pelo Vatican News.

A rádio da Conferência Episcopal Italiana (Cei), InBlu, explicou que devido às medidas para evitar a propagação do coronavírus, os padres devem evitar a extrema-unção, o óleo sagrado usado para untar os enfermos próximos da morte.

"Um padre que perdeu o pai me ligou. Ele está em quarentena, a mãe está em quarentena sozinha em outra casa, seus irmãos estão em quarentena e os funerais estão proibidos. Será enterrado no cemitério sem que ninguém possa participar de um momento de piedade humana e cristã", contou o arcebispo Beschi.

- Dever pastoral -

O religioso considera que o número de padres mortos em sua diocese é "realmente alto", assim como o daqueles que estão em "condição particularmente grave".

Como todas as outras vítimas do novo coronavírus, os padres falecidos foram sepultados sem o rito fúnebre.

"É uma dor ver os padres ficando doentes doentes, às vezes por dever pastoral, e passando pela porta da triagem (dos pacientes) onde, naturalmente, ninguém pode entrar. Depois, alternando esperanças e recaídas, nos deixam para sempre", afirmou o bispo de Parma, Enrico Solmi, ao jornal Avvenire.

Comovido com a situação difícil de Bérgamo, o papa Francisco ligou na quarta-feira para o arcebispo Beschi para expressar "apoio aos padres, aos enfermos, aos que cuidam dos pacientes e a toda nossa comunidade", disse.

"Estava muito impressionado com o sofrimento que padecem, pela morte solitária, sem a companhia das famílias, tão dolorosa", acrescentou Beschi em um comunicado.

Francisco considera que "as medidas draconianas nem sempre são boas" e pediu aos bispos e padres que não deixem os fiéis sozinhos ante o coronavírus.

A declaração foi percebida como uma crítica indireta às restrições drásticas impostas pela Itália para conter a propagação do vírus e que incluem a proibição de viagens e de visitas, como a dos padres que diariamente se encontravam com idosos isolados.

O governo também proibiu a celebração de missas, casamentos e funerais.

O papa Francisco pediu nesta terça-feira (10) aos padres que "tenham o valor de sair e visitar" os enfermos afetados pelo novo coronavírus, durante a missa matinal em sua residência, a casa Santa Marta.

"Peçamos ao Senhor também por nossos sacerdotes, para que tenham o valor de sair e visitar os enfermos, levando a força da palavra de Deus e da Eucaristia, e de acompanhar os médicos e voluntários no trabalho que realizam junto aos pacientes", disse Francisco.

O pedido do pontífice foi feito um dia depois do governo da Itália ter solicitado justamente que os italianos limitem seus deslocamentos e evitem contato com os pacientes. A praça São Pedro do Vaticano estava relativamente vazia nesta terça-feira, com dezenas de pessoas, a maioria sem máscara de proteção.

O governo italiano publicou na segunda-feira um novo decreto que amplia a todo o país as medidas excepcionais de confinamento adotadas no domingo para 15 milhões de pessoas na região norte. Todas as medidas permanecerão em vigor até 3 de abril.

O papa Francisco reafirmou, nesta segunda-feira (13), sua defesa do celibato de padres, exceto em casos excepcionais, depois que seu antecessor, Bento XVI, pediu para não ordenar padres homens casados.

"A posição do papa sobre o celibato é bem conhecida", disse o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni.

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"Em uma conversa com jornalistas ao retornar do Panamá, em janeiro de 2019, disse o Papa Francisco: uma frase de São Paulo VI vem à mente: 'Prefiro entregar minha vida a mudar a lei do celibato'", prosseguiu o porta-voz.

"Então (Francisco) acrescentou: 'pessoalmente, acho que o celibato é um presente para a Igreja. Não concordo que o celibato seja permitido como uma opção. Haveria algumas possibilidades, nos locais mais remotos, penso nas ilhas do Pacífico... quando há uma necessidade pastoral'", acrescentou Bruni, citando o papa.

Essa precisão do porta-voz do Vaticano ocorre um dia depois que Bento XVI, através de um livro, assumiu uma posição a favor do celibato dos padres.

O papa emérito de 92 anos, que deixou o pontificado em 2013, expressou-se sobre o celibato em uma obra coescrita com o cardeal ultraconservador Robert Sarah, cujos trechos foram publicados no domingo pelo jornal francês Le Figaro.

"É urgente, necessário que todos os bispos, sacerdotes e leigos recuperem um olhar de fé na Igreja e no celibato sacerdotal que protege seu mistério", afirmou.

Essa posição ocorre no âmbito de um debate sobre a possibilidade de ordenar padres homens casados de uma certa idade (chamados "viri probati") na Amazônia, um território onde faltam padres.

Francisco tomará uma decisão nesse sentido nas próximas semanas.

Depois de três semanas de intensos debates no Vaticano, os padres sinodais apresentaram ontem ao papa Francisco o relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia. Em 120 parágrafos, divididos em cinco capítulos, as propostas vão desde a conceituação do que é pecado ecológico até a maior participação das mulheres na liturgia católica. Provavelmente a mais polêmica é a proposta para que, em casos específicos e de acordo com a necessidade, homens casados possam ser ordenados padres e dispensados, portanto, do celibato.

A proposta está no parágrafo 111 do documento. Os bispos lembram que muitas comunidades do território amazônico "têm enormes dificuldades de acesso à Eucaristia", ficando meses ou até "vários anos" sem a presença de um sacerdote.

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Para diminuir o problema, os padres sinodais pedem ao papa que autorize a ordenação de sacerdotes sem a exigência do celibato clerical - desde que, frisam, sejam "homens idôneos e reconhecidos pela comunidade, que tenham diaconato permanente fecundo e recebam uma formação adequada para o presbiteriado". Estes padres, segue o texto, teriam "uma família legitimamente constituída e estável".

Todos os parágrafos precisaram ser aprovados, em assembleia realizada ontem, 26, por pelo menos dois terços dos padres sinodais - aqueles participantes com direito a voto. No encontro final, estavam presentes 181. De todos os itens, o 111 foi justamente o que teve menor índice de aprovação - foram 41 votos contrários.

Como já se esperava, o documento têm forte apelo ambiental e cobra posturas inclusivas junto aos pobres, imigrantes e a todas as "periferias do mundo". O relatório pede uma Igreja "com rosto indígena, camponês e afrodescendente", "com rosto migrante" e jovem.

No encerramento do sínodo, Francisco afirmou que a região amazônica sofre "todo tipo de injustiça, destruição de pessoas, exploração de pessoas em todos os níveis e destruição da identidade cultural". Segundo ele, "a consciência ecológica nos denuncia um caminho de exploração compulsiva e corrupção. A Amazônia é um dos pontos mais importantes disso. Um símbolo", declarou.

Dentro do conceito de ecologia integral, o papa frisou que os problemas ambientais precisam ser vistos dentro de seus contextos sociais, "não só o que se explora selvagemente a criação, mas também as pessoas". Ele afirmou ainda que pretende criar um órgão dentro da Santa Sé dedicado exclusivamente aos cuidados com a Amazônia.

No documento, ao sugerirem o "pecado ecológico", os bispos argumentaram que o desrespeito à natureza deve ser visto como pecado porque seria afronta a Deus e uma agressão à sua criação. Essa ideia já estava presente na encíclica Laudato Si', publicada por Francisco em 2015. "Nenhum católico pode viver em comunhão com a Igreja sem escutar o grito da Terra. (Desrespeitar a natureza) é um pecado, é um pecado ecológico", disse o bispo de Izirzada (Peru), David Martinez de Aguirre Guinea.

Mulheres

A maior participação feminina em celebrações litúrgicas e em papéis dentro da Igreja foi abordado em cinco parágrafos do documento, sob o título "presenças e a vez da mulher". "(...) se pede que a voz das mulheres seja ouvida, que elas sejam consultadas e participem das decisões e, assim, possam contribuir com sua sensibilidade à sinodalidade eclesial", diz o documento. O item 103 afirma que muitas consultas solicitam "o diaconato permanente para as mulheres". Foi o segundo item com mais rejeição - teve 30 votos contrários.

Análise: Francisco Borba Ribeiro Neto - coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

Para muitos, o Sínodo para a Amazônia foi menos uma reflexão pastoral católica e mais um grande embate ideológico. A direita procurava afirmar a supremacia do modelo capitalista atual. A esquerda, a necessidade de um desenvolvimento alternativo, ecológico e inclusivo.

Os progressistas procuravam retomar uma imagem quase disruptiva de Igreja dos pobres, recuperada da segunda metade do século 20. Os conservadores, barrar assustadora maré reformista, que parece ter se estabelecido com o papa Francisco.

Quando se discutia a relação entre soberania nacional e ação da Igreja, o debate real era entre os interesses da mineração e do agronegócio tradicionais e as práticas alternativas apoiadas pelo terceiro setor. Quando se discutia a ordenação de homens casados na região, o tema de fundo era o casamento de padres ordenados no resto do mundo... E assim por diante.

O Instrumentum Laboris, texto base para as discussões, acabou estimulando a tensão. Seu conteúdo estava carregado de propostas e abordagens polêmicas, justas ou injustas - não cabe aqui analisar -, quase como que testando até onde a Igreja Católica poderia ir no pontificado atual.

Nesse contexto, o perigo é que os desdobramentos deste sínodo fiquem presos a uns poucos pontos polêmicos e não às respostas integrais, como aconteceu naquele sobre a família, cuja repercussão parece se reduzir a um debate estéril sobre dar ou não a comunhão aos casados em segunda união - um detalhe importante, mas pequeno em relação ao desafio de apoiar a família.

O documento final do sínodo reafirma o compromisso social e ecológico da Igreja na Amazônia, abrindo espaço para novas ações pastorais. Contudo, as reflexões mostraram que não basta dizer "o que fazer", mas é necessário saber "como fazer". Por exemplo, não basta querer ordenar indígenas casados, o problema é como capacitá-los e apoiá-los em suas comunidades distantes. Não basta querer uma evangelização inculturada, o problema é como fazê-la quando nossa sociedade sufoca as culturas indígenas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A procuradoria de Illinois informou nesta quarta-feira (19) que 685 padres foram denunciados por pedofilia no Estado, um número muito maior do que o revelado pela Igreja Católica, em mais um escândalo envolvendo o clero.

A Procuradora-Geral de Illinois, Lisa Madigan, disse que as revelações da Igreja de que 185 membros do clero foram acusados de abuso sexual contra menores ficaram aquém do número descoberto por seu gabinete.

Os resultados preliminares de uma investigação que começou em agosto encontraram mais de 500 padres e membros do clero com alegações de abuso sexual infantil nas seis dioceses do estado, que somados aos citados pela Igreja totalizam 685 acusados.

"Ao optar por não investigar completamente as denúncias, a Igreja Católica fracassou em sua obrigação moral de fornecer aos sobreviventes, paroquianos e ao público uma contabilidade completa e precisa de todos os comportamentos sexualmente inapropriados envolvendo padres em Illinois", disse Madigan em um comunicado.

"As etapas preliminares desta investigação tem demonstrado que a Igreja Católica não consegue controlar a si mesma", destacou Madigan.

A investigação de Illinois foi motivada por um amplo relatório do júri em agosto que revelou denúncias confiáveis contra mais de 300 suspeitos de serem padres abusadores e identificou mais de 1.000 vítimas de abuso sexual infantil encobertas por décadas pela Igreja Católica no estado da Pensilvânia.

Em outubro, as autoridades federais abriram pela primeira vez uma investigação sobre o abuso do clero. Dioceses no estado relataram receber intimações federais do júri para produzir documentos.

A Arquidiocese de Chicago, a maior de Illinois, reagiu ao relatório de Madigan apoiando a investigação de todas as denúncias e sua comunicação às autoridadesA insistiendo en que todas las denuncias de abuso se investigan y se informan a las autoridades.

"Desde 2006 publicamos os nomes dos padres diocesanos sobre os quais pesam denúncias fundamentadas de abuso, e em 2014 publicamos mais de 20.000 documentos dos arquivos destes sacerdotes", destacou a Arquidiocese.

"As denúncias de abuso sexual contra menores, mesmo que derive de uma conduta que ocorreu há muitos anos, não podem ser tratadas como meros assuntos internos", declarou Madigan.

"Este relatório impactante é exatamente o que esperávamos", disse à AFP Zach Hiner, diretor-executivo da Rede de Sobreviventes dos Abusados por Sacerdotes (SNAP).

"Sabíamos há muito tempo que os funcionários da Igreja ignoravam ou minimizavam as acusações de abuso e este relatório é apenas mais uma prova de que trata-se de um problema sistêmico e não local".

Na segunda-feira, jesuítas dos Estados Unidos, que administram numerosas instituições de ensino, publicaram os nomes de dezenas de padres envolvidos em "acusações críveis" de pedofilia que remontam a 1950.

A lista com 89 nomes se somou à publicada há algumas semanas por outros grupos jesuítas, o que elevou a mais de 200 o número de padres da ordem envolvidos em supostos abusos de menores.

Em agosto, a promotoria da Pensilvânia publicou um devastador relatório sobre abusos sexuais especialmente sórdidos praticados durante décadas por mais de 300 padres, envolvendo cerca de mil menores durante sete décadas.

Os jesuítas dos Estados Unidos, que administram numerosas instituições de ensino, publicaram nesta segunda-feira (17) os nomes de dezenas de padres envolvidos em "acusações críveis" de pedofilia que remontam a 1950.

A lista com 89 nomes divulgada nesta segunda-feira se soma à publicada há algumas semanas por outros grupos da ordem, o que eleva a mais de 200 o número de padres envolvidos em supostos abusos.

A Companhia de Jesus, a ordem a qual pertence o Papa Francisco, segue assim os passos de numerosas dioceses dos Estados Unidos que abriram seus arquivos após a publicação, em agosto, do relatório estarrecedor sobre os abusos cometidos por padres na Pensilvânia.

Nesta segunda-feira, dois grupos regionais dos jesuítas - do Meio Oeste e Maryland - publicaram listas com 65 e 24 nomes de padres acusados de pedofilia, incluindo casos ocorridos há várias décadas.

Há dez dias, outros grupos regionais do centro-sul e do oeste dos EUA divulgaram listas com mais de 150 nomes. Alguns acusados integram as duas listas, pois atuaram em distintas dioceses. Todos os citados nas listas já deixaram a ordem. Parte dos envolvidos morreu e alguns foram condenados pela justiça.

"Hoje a Companhia de Jesus de Maryland publica os nomes dos jesuítas da nossa área e de outros grupos da região alvo de acusações críveis de abusos contra menores", declarou a sede local da congregação em um comunicado no qual pede perdão por uma série de supostos casos de abusos iniciados há quase 70 anos.

"Consideramos que a divulgação hoje da nossa vergonhosa história faz parte do nosso atual compromisso para prevenir a pedofilia", declarou a delegação de Maryland.

Em agosto, a promotoria da Pensilvânia publicou um devastador relatório sobre abusos sexuais especialmente sórdidos praticados durante décadas por mais de 300 padres, envolvendo cerca de mil menores durante sete décadas.

O assunto não é novo. Mas voltou a ser lembrado esta semana entre as paredes do Vaticano, graças à intervenção do episcopado belga. Com mil "deserções" por ano para o casamento, não seria a hora de a Igreja Católica rever a ordenação de homens casados? O tema acabou não avançando, mas pode até ser retomado no ano que vem, quando haverá um sínodo específico sobre a Amazônia.

O tema, polêmico, foi lançado pelo auxiliar de Bruxelas, d. Jean Kockerols, a seus cerca de 300 colegas de episcopado que participaram até ontem do encontro voltado para discussão de vocações juvenis.

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A diminuição do número de sacerdotes em todo o mundo é um dos fenômenos que mais afeta a Igreja Católica no mundo - há crescimento apenas na África e na Ásia. Indagado em várias ocasiões, o papa Francisco recordou que a proibição de ordenar padres não faz parte da doutrina inicial da Igreja - que permitiu o casamento até o século 11.

Uma investigação independente, apresentada no Vaticano em pleno Sínodo, aponta para a perda de 60 mil sacerdotes nas últimas décadas - pessoas que deixaram a batina para casar. O estudo corrobora outro levantamento, de 2007, que apontava para a perda de 69 mil padres, com essa motivação, entre 1964 e 2004. Em 2016, havia 414 mil sacerdotes católicos em todo o mundo. Segundo o vaticanista italiano Enzo Romeo, são mil abandonos por ano.

O tema pode voltar com força no ano que vem. Um documento preparatório para o Sínodo da Amazônia, publicado em junho, observou que "o clamor de milhares de comunidades privadas da Eucaristia" precisa ser ouvido. E sugere o ordenamento "viri probati" - de homens idosos, casados, mas com caráter e reconhecimento da comunidade (uma ideia que teria aval do papa Francisco, segundo jornais alemães). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A arquidiocese de Washington divulgou nesta segunda-feira (15) os nomes de 31 membros do clero que serviram nesta jurisdição e que foram acusados de abuso sexuais contra menores nos últimos 70 anos.

A maior parte dos casos já era de conhecimento público e 17 dos padres envolvidos já faleceram. Todos os citados na lista foram afastados da Igreja.

Na sexta-feira, o Papa Francisco aceitou a renúncia do cardeal Donald Wuerl, um proeminente cardeal americano e arcebispo de Washington.

Wuerl, no centro da polêmica envolvendo o acobertamento de padres pedófilos, foi quem decidiu publicar os nomes.

"Esta lista é uma dolorosa recordação dos graves pecados cometidos pelo clero, da dor imposta a pessoas inocentes e do dano provocado aos fiéis da Igreja, aos quais continuamos implorando perdão", disse Wuerl em um comunicado.

Wuerl, 77 anos, é acusado de negligência em relação a padres pedófilos que serviam na Pensilvânia quando era bispo em sua cidade natal, Pittsburgh, entre 1988 e 2006.

Uma investigação das autoridades da Pensilvânia, publicada em agosto, revelou abusos sexuais especialmente sórdidos durante décadas cometidos por mais de 300 padres.

A renúncia de Wuerl ocorre no momento em que o Papa Francisco enfrenta uma grave crise pelas denúncias de abuso sexual de padres contra menores em todo o mundo.

O papa Francisco voltou nesta quarta-feira (29) a se pronunciar sobre o escândalo de pedofilia na Igreja Católica, após ter sido acusado pelo arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington (EUA), de ter acobertado abusos sexuais cometidos pelo ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick.

Em sua audiência geral semanal, no Vaticano, o Pontífice disse que as autoridades eclesiásticas "não souberam enfrentar esses crimes de maneira adequada" e citou o caso da Irlanda, país do qual voltou recentemente e onde os escândalos causaram "dor e sofrimento".

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"O encontro com alguns sobreviventes me deixou uma marca profunda. Em diversas ocasiões pedi perdão ao Senhor por esses pecados, pelo escândalo e pelo senso de traição. Os bispos irlandeses iniciaram um sério percurso de purificação e reconciliação com aqueles que sofreram abusos", disse.

O Papa ainda afirmou que "esses problemas" estão entre os motivos da queda do número de padres. "Na Irlanda há fé, há gente de fé, é uma fé com grandes raízes, mas há poucas vocações para o sacerdócio", acrescentou.

A acusação contra o Papa está em uma carta de 11 páginas divulgada no último fim de semana e escrita por Viganò, ligado às alas conservadoras da Igreja e opositor de Francisco dentro do clero.

Segundo o documento, o arcebispo alertou Jorge Bergoglio logo no início de seu pontificado de que Bento XVI havia ordenado que McCarrick, hoje com 88 anos, adotasse uma vida de reclusão e penitência por causa das denúncias de que teria abusado de seminaristas e jovens padres.

Mais tarde, o prelado norte-americano seria também acusado de violentar um adolescente na década de 1970, o que o faria ser tirado do colégio cardinalício, em julho passado. De acordo com Viganò, Francisco não tomou na época nenhuma atitude contra McCarrick. "Falei porque agora a corrupção chegou às lideranças da hierarquia da Igreja", disse o arcebispo em entrevista ao jornalista Aldo Maria Valli.

O escândalo estourou enquanto o Papa visitava a Irlanda, país onde pediu desculpas em diversas ocasiões pelos crimes de pedofilia e abuso sexual na Igreja. Na viagem de volta a Roma, Bergoglio afirmou que a carta de Viganò "fala por si" e que não faria comentários a respeito. 

Da Ansa

O papa Francisco reconheceu mais uma vez, com "vergonha e arrependimento", que a Igreja Católica demorou a agir para combater casos de pedofilia, em uma "Carta ao Povo de Deus" divulgada nesta segunda-feira (20).

O novo "mea culpa" do Pontífice chega aproximadamente uma semana depois de a Suprema Corte da Pensilvânia, nos Estados Unidos, ter apresentado um relatório que lista mais de 300 sacerdotes envolvidos em crimes sexuais, escândalo que se soma a casos em países como Chile e Austrália.

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Na carta, Francisco diz que a pedofilia é um crime que gera "profundas feridas de dor e impotência, em primeiro lugar nas vítimas, mas também em suas famílias e na inteira comunidade, tanto entre os crentes como entre os não-crentes".

"Olhando para o passado, nunca será suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado. Olhando para o futuro, nunca será pouco tudo o que for feito para gerar uma cultura capaz de evitar que tais situações não só não aconteçam, mas que não encontrem espaços para serem ocultadas e perpetuadas", diz o documento.

O Papa ainda cita o relatório da Pensilvânia, que identificou cerca de mil vítimas ao longo de um período de 70 anos. De acordo com o líder católico, embora esses casos estejam no passado, as feridas "jamais prescrevem".

"A dor dessas vítimas é um gemido que clama ao céu, que alcança a alma e que, por muito tempo, foi ignorado, emudecido ou silenciado. Mas seu grito foi mais forte do que todas as medidas que tentaram silenciá-lo", afirma Francisco.

"Com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde deveríamos estar, que não agimos a tempo para reconhecer a dimensão e a gravidade do dano que estava sendo causado em tantas vidas. Nós negligenciamos e abandonamos os pequenos", acrescenta.

O Papa ainda ressalta que a "omissão" deve dar lugar à "solidariedade", para que as vítimas de abusos encontrem uma "mão estendida que as proteja e as resgate de sua dor". "Essa solidariedade exige que denunciemos tudo o que possa comprometer a integridade de qualquer pessoa", diz, em um claro recado a autoridades eclesiásticas que encobrem crimes cometidos por colegas.

Além disso, o Pontífice pede "oração e jejum" para "despertar a consciência" do "povo de Deus" para o compromisso com uma "cultura contra qualquer tipo de abuso". "É imperativo que nós, como Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos e, inclusive, por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis", ressalta.

Além do escândalo nos Estados Unidos, a Igreja se vê às voltas com casos de pedofilia no Chile, que provocaram a renúncia de todo o episcopado do país, e na Austrália, que implicaram até um arcebispo, Philip Edward Wilson, condenado a 12 meses de prisão por ter acobertado crimes de abuso.

Ainda na Austrália, o terceiro na hierarquia do Vaticano, cardeal George Pell, também prefeito licenciado da Secretaria de Economia, é réu por episódios de pedofilia supostamente ocorridos nas décadas de 1970 e 1990.

Da Ansa

 Mais de 140 padres da Igreja Católica de Pernambuco enviaram uma carta à imprensa indignados pela discussão da descriminalização do aborto que vem ganhando força no Brasil. Eles denunciam a "ameaça constante aos valores da civilização cristã ocidental", confirmam também que o "crucial papel da família e da 'normalidade sexual' estão sendo atacados diuturnamente pela agenda internacional da perversa ideologia de gênero", consta em carta. Fazendo um comparativo a situação do aborto, os padres escreveram que "combater a ocorrência de assassinatos com a descriminalização do homicídio não evitará que homicidas deixem de matar ou que suas vítimas não morram".

A carta, que também é assinada por Dom Fernando Saburido, da Arquidiocese de Olinda e Recife, fala que "não existem quaisquer argumentos que justifiquem a descriminalização do aborto". Para os padres, essa é uma questão "espúria e que serve a interesses estranhos ao verdadeiro e digno desenvolvimento da nação". Os sacerdotes dizem que estão sendo usados dados falaciosos para conseguirem respaldos jurídicos “com a desculpa de que estariam protegendo os ‘direitos’ de mulheres que praticam tal assassinato”, escreveram.

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Trecho da carta

Por fim, acreditamos que, entre as formas de combater eficazmente tal perigo, que insidiosamente insiste em dominar o Brasil para favorecer grupos que visam à subtração de nossas riquezas minerais, intelectuais, morais etc., merece destaque aquelas que promovam a conscientização de tais processos de manipulação, razão pela qual, conclamamos a todos os interessados em salvar o Brasil da iniquidade que se unam em uma só voz a favor da Vida, combatendo todas as ameaças à Família, ao bom senso e à Verdade que o Nosso Senhor Jesus Cristo nos revelou para assim nos libertarmos da influência nefasta de Ideologias anti-humanas tão propagadas nos dias de hoje. 

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