"Nunca houve agressão", diz pastor da 'casa dos horrores'

O pastor garantiu que realizava todo o tratamento contra a dependência química baseado na fé e orações

por Jameson Ramos ter, 15/01/2019 - 19:58
Reprodução/Facebook O pastor foi ouvido na delegacia, mas liberado porque não houve flagrante Reprodução/Facebook

O pastor evangélico, identificado como Ely de Jesus, que está sendo acusado de maus-tratos contra 12 mulheres entre crianças, adolescentes e adultas desmentiu as acusações e disse que "nunca houve agressão" e que isso era proibido na casa de acolhimento que funcionava sem as devidas autorizações.

Em depoimento à TV Clube, Ely de Jesus garantiu que "nenhuma (das vítimas) nunca foi ameaçada. Essa história de quarto das cobras não existe". O pastor garantiu que realizava todo o tratamento contra a dependência química baseado na fé e orações.

"Quando alguma menina se comportava mal, elas eram mandadas para o quarto, como se faz em uma casa comum. Eu ainda não sei o motivo disso (acusações), mas tudo indica uma perseguição", aponta Ely, que ainda garantiu estar a disposição da justiça.

A Casa de Recuperação Feminina Jovens Resgate funcionava em uma chácara, localizada em Engenho Novo, Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Os relatos de tortura, agressão, abuso e violência foram constatados em uma fiscalização realizada na segunda-feira (14) envolvendo prefeitura, conselho tutelar, polícia e Guarda Municipal.

O Conselho Tutelar descarta se tratar de uma armação contra o pastor, tanto pela riqueza de detalhes, convergência dos relatos, hematomas nas vítimas e da denúncia ter sido feita pela família de uma das acolhidas, visto que o acolhimento gratuito para um usuário de droga é bem visto pelo seu parente.

Tanto o pastor quanto as vítimas foram encaminhadas para a Delegacia do Cabo de Santo Agostinho. As adolescentes estão recebendo atendimento do conselho tutelar, enquanto as adultas, do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS). Após o boletim de ocorrência e exame traumatológico, uma jovem voltou para casa da família e outras duas foram encaminhadas a um abrigo municipal. As mulheres foram conduzidas aos seus respectivos municípios. O pastor foi ouvido na delegacia, mas liberado porque não houve flagrante.

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