Recife: Justiça concede liberdade a iraquianos refugiados

Ziyad e Ramya foram acolhidos em uma comunidade de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR)

por Jorge Cosme qui, 31/01/2019 - 08:57
Divulgação/Polícia Federal Casal iraquiano foi preso no Aeroporto do Recife após apresentar documento falso de Israel Divulgação/Polícia Federal

A juíza federal de plantão Roberta Walmsley Porto Barrosa decidiu pela liberdade do casal iraquiano que foi preso com documentos falsos no Aeroporto Internacional do Recife na terça-feira (29) e passou por audiência de custódia na quarta-feira (30). Ziyad Jasim Murad, de 21 anos, e Ramya Abdi Haji, 22, seguiram para a Comunidade Católica Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife (RMR).

A prisão dos iraquianos foi realizada por policiais federais na noite da terça-feira após fiscalização de rotina de imigração. Ziyad e Ramya, que pretendiam embarcar para Madri, na Espanha, se passavam por israelenses. Os documentos apresentados, entretanto, tinham vários indícios de falsificação, como a não reação do papel moeda a uma luz especial para detecção deste tipo de fraude, alteração de "micro-letras" presentes no documento e visível perfuração na numeração. Também chamou a atenção o fato dos dois serem os últimos a embarcarem e de não falarem hebraico, o que é incomum para israelenses.

Eles foram autuados por uso de documento falso. No interrogatório, Ziyad admitiu serem iraquianos curdos que nunca moraram em Israel. Eles pagaram cerca de R$ 30 mil em cada passaporte, sendo o genitor de Ziyad o responsável pelos pagamentos. As passagens haviam sido compradas na Turquia, de onde partiram para o Brasil. O iraquiano contou que temia morrer pelo Estado Islâmico em razão de sua etnia. Os familiares de Ramya estão desaparecidos.

A escolha de Madri se devia ao fato de terem ouvido que lá eles conseguiriam acolhimento, dinheiro e estudo. Eles foram orientados a permanecer por dois a cinco dias no aeroporto se recusando a sair do país. Após isso, acreditavam que seriam acolhidos como refugiados.

Os iraquianos já ingressaram com requerimento da concessão de refúgio perante o Departamento de Polícia Federal. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos afirma que providenciará a retirada de documentos para as duas pessoas, como CPF e Carteira de Trabalho.

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