Cães e gatos também podem ter doenças do coração
Tosse, cansaço com atividades leves e maior ingestão de água podem ser sinais de um problema cardíaco
Assim como os seres humanos, os animais de estimação também precisam de cuidados e prevenção de doenças cardíacas. Algumas raças de cães e gatos têm características genéticas mais propensas ao desenvolvimento de doenças cardíacas, mas o avanço da idade é um fator que generaliza o risco.
Para isso, é importante fazer pelo menos duas consultas anuais com o veterinário para realizar check-ups cardíacos, pois a chance de cura e o sucesso no tratamento são maiores quando as doenças são diagnosticadas no início. “A doença cardíaca mais comum é a endocardiose valvar mitral, causada pela degeneração da válvula mitral, que surge justamente quando os bichinhos vão ganhando mais idade”, explica a cardiologista veterinária e coordenadora da equipe de cardiologia da Petz/Seres, Luciane Martins Neves.
As raças de pequeno porte como poodle, maltês, cavalier, king charlie spaniel e dachshund são as que mais sofrem de degeneração da válvula. Já os cães de raças grandes como golden, labrador, pastor alemão, boxer e doberman, costumam desenvolver arritmia e cardiomiopatia dilatada, que também pode afetar os gatos. “O animal cardiopata pode ter tosse, apresentar sinais de cansaço com atividades moderadas e leves. A ingestão de água é maior, com a evolução da doença há diminuição do apetite e perda de peso”, afirma Luciane.
Os animais saudáveis não sofrem paradas cardíacas como os humanos que podem ter infarto do miocárdio ou obstrução das coronárias. Porém, entre as raças de grande porte pode acontecer morte subida por arritmias. “Entre os cachorros dessas raças é importante fazer exames mesmo em cães saudáveis, que aparentemente não demonstram nenhum sintoma”, orienta Luciane.
Nos felinos, a cardiomiopatia mais comum é a hipertrófica, o ventrículo se enrijece e o coração perde a capacidade de bombear sangue, comprometendo a oxigenação do organismo. Os gatos também podem apresentar doenças cardíacas por predisposição da raça e mutação genética familiar.
Segundo a veterinária, por se tratar de doenças crônicas, os tratamentos entre os animais de estimação variam de acordo com o estágio em que o problema se encontra. “Não há cura para a maioria dos casos de cardiopatia, mas existem tratamentos que, seguidos corretamente, melhoram a sobrevida e aumentam a longevidade do animal”, conclui Luciane.