PI: MP instaura inquérito após intoxicação de 48 detentos

Presos teriam se intoxicado pela água da Cadeia Pública de Altos. A infecção pode ter sido a causa da morte de seis detentos

sab, 30/05/2020 - 10:36
Divulgação/Governo do Piauí Atendimento de presos na Cadeia Pública Divulgação/Governo do Piauí

O Ministério Público do Piauí (MPPI) instaurou um inquérito civil público para apurar a intoxicação pela água de 48 detentos da Cadeia Pública de Altos-PI. O órgão solicita a realização de um "mutirão da saúde" na unidade prisional.

 A infecção pode ter sido a causa da morte de seis internos da cadeia pública. Na sexta-feira (29), cinco presos que estavam internados receberam alta. Segundo a Secretaria de Justiça, 29 continuam hospitalizados.

 Também foi solicitado pelo MPPI que o governo do estado declare situação de emergência em saúde pública na cadeia. O mutirão da saúde teria o objetivo de que todos os presos, servidores e terceirizados que apresentem sintomas sejam examinados por profissionais de saúde. Na recomendação, o promotor pede que seja feito um laudo para cada pessoa examinada, com as condutas médicas indicadas e informando se o tratamento pode ser fornecido dentro da prisão.

 Uma série de informações sobre o presídio foram solicitadas à Secretaria Estadual de Justiça, entre elas, o laudo técnico da perícia realizada na água; a relação de profissionais da área de saúde da cadeia; e se houve realização de sanitização neste ano.

 No despacho do inquérito, a 48ª Promotoria de Justiça determina que seja solicitado ao Ministério da Saúde uma investigação epidemiológica do surto epidêmico que vem ocorrendo no presídio de Altos.  

 A Defensoria Pública do Piauí requereu à Justiça a soltura ou prisão domiciliar dos presos enquanto o problema não for resolvido. Familiares fizeram um protesto em frente ao prédio do Tribunal de Justiça do Piauí pedindo interdição da unidade na segunda-feira (25). 

 O Governo do Piauí informou ter realizado limpezas na caixa d’água e tubulações, ‘bem como, o atendimento médico especializado com a presença de um nefrologista’. A Cadeia Pública de Altos tem mais de 700 presos e capacidade para 600.

 

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