O Ministério Público do Piauí (MPPI) apresentou a conclusão de investigação sobre o caso de presos que morreram e adoeceram na Cadeia Pública de Altos (CPA). Segundo o órgão, profissionais de saúde da instituição e os que acompanharam o tratamento concluíram que os quase 200 presos que adoeceram foram vítimas de uma intoxicação exógena, e não de impurezas na água, como apontava a principal suspeita. Seis presos da unidade faleceram.
De acordo com o titular da 48ª Promotoria de Justiça de Teresina, Elói Júnior, antes dos primeiros presos adoecerem uma empresa havia realizado serviços de dedetização, desratização, descupinização e capina. Na dedetização foi utilizado o inseticida Cipermetrina 250 Ce, substância compatível com os achados médicos nos exames realizados nos presos.
##RECOMENDA##O despacho do promotor recomenda a exoneração do secretário estadual de Justiça. Elói Júnior diz que o secretário não prestou as informações solicitadas sobre as causas dos adoecimentos e das mortes dos detentos.
Além disso, o promotor de Justiça determina o envio dos documentos e das informações obtidas a órgãos, como a Vara de Execuções Penais de Teresina, à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde; ao Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), entre outros. O inquérito civil instaurado deve prosseguir para apurar outras questões relacionadas ao tratamento dos presos como, por exemplo, avaliar se o atendimento médico que cada um recebeu foi satisfatório ou não.
A Secretaria de Justiça informou que os detentos começaram a apresentar sintomas dias antes da dedetização e que o procedimento foi realizado apenas na parte externa da unidade. O comitê de gerenciamento de crise criado para apurar o ocorrido ainda aguarda o resultado de exames laboratoriais.