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Um homem de 46 anos morreu no sábado (27) em Aracruz, município do norte do Espírito Santo, por suspeita de contaminação por toxina presente no peixe baiacu, depois de um mês de internação após ter os sintomas iniciais registrados pelo consumo do alimento. A Secretaria da Saúde do estado informa que foi notificada sobre o caso.

"A equipe da Vigilância em Saúde seguirá o protocolo de investigação em conjunto com o município. O prazo para investigação clínico-epidemiológica fica em torno de 30 dias", acrescenta a pasta.

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O baiacu é um dos peixes mais controversos da culinária mundial. Estudos científicos relatam que o envenenamento por baiacu é uma das formas mais graves de intoxicação por animais aquáticos e pode causar a morte em pouco tempo.

"O veneno, a tetrodotoxina, normalmente concentra-se mais no fígado, no baço, na vesícula biliar, nas glândulas sexuais e na pele do peixe. A substância não se altera com a temperatura, portanto, o veneno permanece intacto mesmo se a carne for congelada ou preparada em altas temperaturas. Por isso, o cuidado com o preparo da carne é tão importante", afirma a secretaria.

Intoxicação rara

De acordo com o Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen), a intoxicação após ingestão da carne de baiacu ocorre raramente.

"Os baiacus ou peixes-bola são peixes venenosos comuns na costa brasileira. Os mais importantes no Brasil são os baiacus-araras ou baiacus-lisos e os baiacus-pintados", afirmou.

Conforme o Toxcen, as complicações neurológicas se manifestam por meio de dormência na boca e nas extremidades, fraqueza muscular, distúrbios visuais e outros sintomas.

"Ocorrem também náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia, e podem acontecer ainda convulsões e parada cardiorrespiratória nas primeiras 24 horas", reforça.

O diagnóstico da intoxicação por baiacu é clínico, sendo importante o acompanhante do paciente informar se a pessoa comeu este tipo de peixe.

Em caso de suspeita de envenenamentos e intoxicações em geral, o Centro de Informação e Assistência Tóxica pode ser acionado 24h pelo telefone 0800 283 9904.

Na madrugada de 1º de janeiro, poucas horas após a virada do ano, uma tragédia ocorrida em Santa Catarina chamou a atenção de todo o Brasil. Quatro jovens, com idades entre 16 e 24 anos, morreram ao serem intoxicados, acidentalmente, por monóxido de carbono (CO), vazado de dentro do carro que tinham utilizado para viajar até Balneário Camboriú, onde curtiram o réveillon. Extremamente perigoso, o CO é um gás sem cor ou cheiro, que, além de inflamável, também é tóxico e gera diferentes níveis de intoxicação. 

O envenenamento por monóxido de carbono ocorre quando o gás se acumula no sangue. Quando há muito monóxido de carbono no ar, o corpo substitui o oxigênio nas células vermelhas do sangue por monóxido de carbono, o que pode causar sérios danos aos tecidos ou até mesmo a morte. A queima de combustíveis, incluindo gás, madeira, propano ou carvão, produz monóxido de carbono. Aparelhos e motores que não são bem ventilados podem fazer com que o gás atinja níveis perigosos.  

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O caso de Balneário Camboriú foi apenas um dos inúmeros acidentes ocorridos por intoxicação com o gás no país. Especialmente em regiões frias, onde a população busca opções elétricas ou naturais de calor, como aquecedores e lareiras, é comum que o acidente aconteça, podendo levar à fatalidade. 

Sintomas se assemelham aos da gripe 

Uma intoxicação leve por monóxido de carbono pode confundir a vítima, pois apresenta sintomas vagos, similares aos de um quadro viral ou gripal. Ao menos é o que explica o tenente Ítalo Fonseca, do Quadro de Oficiais Combatentes (QOC/BM) do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, entrevistado pelo LeiaJá

“A intoxicação leve é perigosa e os sintomas podem ser parecer com sintomas virais ou de gripe. Dor de cabeça, náusea, dor no corpo, tontura, fraqueza, sonolência; são sintomas muito vagos. Um ponto interessante é observar se há sintomas em grupo. Se dentro de uma casa há cinco pessoas e as cinco pessoas apresentam os mesmos sinais, a gente pode suspeitar da situação. Será que na casa dessas pessoas tem uma fonte emissora de monóxido de carbono? É preciso fazer essa análise. Mas se a pessoa mora sozinha em casa, já é mais complicado”, afirma o militar. 

No caso da BMW, como ficou conhecido o envenenamento acidental em grupo que aconteceu em Balneário, os sintomas foram coletivos; apenas uma quinta pessoa não foi intoxicada, por não ter permanecido dentro do carro. Laudos da Polícia Científica de Santa Catarina confirmaram que o vazamento aconteceu por alterações irregulares no escapamento do carro. 

“O monóxido de carbono é gerado em uma combustão incompleta de hidrocarbonetos. Ou seja, em pontos onde há combustão, como em aquecedores a gás ou querosene, sistemas de calefação, madeira e fogão à lenha, automóveis, e geradores elétricos. Para a intoxicação acontecer, temos duas coisas: a fonte emissora de monóxido de carbono e um local pobre em ventilação, um ambiente fechado. No caso de uma garagem ou de um carro, há as duas coisas. No caso da BMW, o carro ficou emitindo monóxido de carbono, acumulando gás com pessoas ali”, continuou o tenente. 

Como o gás é incolor, insípido e inodoro, é quase impossível perceber a presença dele sem já estar passando pelo processo de intoxicação, a partir dos sintomas. "Uma inalação muito comum de monóxido de carbono é acontece em incêndios residenciais. Dentre os vários gases que compõem a fumaça, está lá o CO. Porém, como você sente que foi intoxicado pela fumaça, toma o devido cuidado. Já o monóxido sozinho é mais traiçoeiro, pois você não percebe quando ele age sozinho”, acrescenta. 

Dúvidas comuns sobre o tema 

— Com a palavra, o tenente Ítalo Fonseca, do CBM-PE

LeiaJá: O ambiente ser pequeno, no caso de Balneário, influenciou a rapidez do envenenamento? 

Ítalo: Se fosse um vazamento na garagem do carro, o cômodo é grande e até que a atmosfera ficasse tóxica, iria demorar. Porém, se há um entupimento na obstrução do escape, no interior do carro, ele vai se poluir muito rápido, pois é um ambiente pequeno e estava ocupado por quatro pessoas. 

LeiaJá: Como diferenciar uma intoxicação leve de uma grave? 

Ítalo: Quando a intoxicação é leve, com algumas horas, sob ventilação adequada e ar fresco puro, a pessoa vai se desintoxicando, expelindo o gás naturalmente. Em aproximadamente quatro horas e meia, numa intoxicação leve, a vítima já está desintoxicada. Os jovens do caso da BMW provavelmente já estavam com uma intoxicação grave quando perceberam que estavam sendo envenenados. Quando é grave, o paciente fica com falta de ar, falta de discernimento, confusão, inconsciência, pode ter convulsões, desmaiar ou entrar em coma. Vítimas do monóxido em intoxicações moderadas ou graves provavelmente vão precisar de ajuda, precisam ser socorridas. 

LeiaJá: Como uma pessoa de fora ou não intoxicada pode ajudar? 

Ítalo: A atitude que a pessoa saudável deve tomar é ventilar o local, abrir a garagem ou as portas e janelas, para poder despoluir aquela atmosfera, e cessar o vazamento do gás. No caso [de Balneário], ali, seria desligar o carro. O tratamento para casos sérios é feito com oxigenoterapia, aplicando oxigênio 100% puro às vítimas. Quem ajuda não vai ter esse dispositivo em casa, então, de fato, não há muito o que se fazer na hora. A não ser que a vítima entre em uma parada cardiorrespiratória, mas aí é outra coisa, é um desdobramento da intoxicação e a orientação passa a ser sobre reanimação cardiopulmonar. 

LeiaJá: Como acontece o tratamento para casos graves? 

Ítalo: O tratamento é com oxigenoterapia ou, em casos gravíssimos, a oxigenoterapia hiperbárica; a pessoa entra em uma câmara de oxigênio puro, que exerce uma pressão atmosférica distinta, mas é um tratamento específico e caro, e não é tão fácil de achar, apenas clínicas especializadas oferecem. Não está disponível para todo hospital, pois não é um tratamento comum. 

LeiaJá: Quem acionar nos casos de intoxicação por CO? 

Ítalo: O ideal é acionar o Corpo de Bombeiros e o Samu, e ventilar o ambiente, além de fechar ou desligar as possíveis fontes de emissão do gás. 

Relembre casos que repercutiram no país 

- ‘O que se sabe sobre a morte dos jovens dentro da BMW’ 

- 'Frio: família morre em casa após acender churrasqueira’ 

- ‘MG: Casal é encontrado morto em pousada de Monte Verde’ 

- ‘Laudo: bilionário e mulher morreram intoxicados por gás

 

A UFPE, através da Diretoria de Alimentação e Nutrição, divulgou o funcionamento do Restaurante Universitário do Campus Recife no decorrer do período de recesso acadêmico. Conforme estabelecido, o RU, que ficou aberto até o almoço do último dia 22, voltará às atividades em 29 de janeiro de 2024.

Nesta quarta-feira (27), um relatório feito pela Vigilância Sanitária apontou erro na manipulação e armazenamento de alimentos servidos à comunidade acadêmica da instituição. Em setembre deste ano, aproximadamente 1200 estudantes apresentaram sintomas como vômitos, diarreia e dores abdominais, depois do consumo de alimentos servidos pelo RU, gerenciado pela empresa General Goods.

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Na ocasião, algumas vítimas precisaram de acompanhamento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e um protesto, em frente ao restaurante universitário, que foi reaberto em maio de 2023 - após dois anos sem funcionamento, foi realizado para pedir a saída da General Goods e melhorias na qualidade e segurança do serviço de alimentação oferecido à comunidade acadêmica.

Após casos de intoxicação alimentar no restaurante universitário da Universidade Federal de Pernambuco, campus Recife, ocorrido em setembro de 2023, o relatório da vigilância sanitária aponta falhas na manipulação e armazenamento de alimentos servidos à comunidade acadêmica da instituição. O documento reúne dados coletados dois dias após cerca de 1200 estudantes apresentarem sintomas como vômitos, diarreia e dores abdominais depois do consumo de alimentos servidos pelo RU, que é gerido pela empresa General Goods. 

Na ocasião, algumas vítimas precisaram de acompanhamento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e um protesto, em frente ao restaurante universitário, que foi reaberto em maio de 2023 após dois anos sem funcionamento, foi realizado para pedir a saída da General Goods e melhorias na qualidade e segurança do serviço de alimentação oferecido à comunidade acadêmica.

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Estudantes realizam ato no RU da UFPE ( Júlio Gomes/LeiaJá/Arquivo)

O relatório aponta problemas como: presença de alguns insetos (moscas) e vestígios de baratas e contaminação por bactérias, alimentos armazenados em embalagens furadas ou sem embalagens, produtos com validade inelegível, carnes expostas, possível vazamento de gás e panelas em estado precário de conservação. Confira o documento na íntegra aqui

Parte do relatório realizado pela vigilância à saúde do Recife

Estudantes relatam serviços precários e riscos à saúde

Em entrevista ao LeiaJá, a universitária e moradora da Casa do Estudante Ana* relata que o cardápio oferecido pelo restaurante universitário não apresenta variação, principalmente, quem é vegetariano. “Semana após semana costuma ser as mesmas opções de mistura e guarnição, consequentemente, tendo baixa variedade de nutritiva. Os grãos são mal cozidos, gerando má digestão e dores de estômago, os vegetais da guarnição também são mal cozidos, o que pode ser prejudicial, porque alimentos como a batata, por exemplo, precisam ser minimamente cozida para eliminar substâncias que podem ser tóxica. Digo isso pois recorrentemente pego batatas tão duras que parecem cruas”, afirma.

Além disso, a estudante aponta má higienização das verduras e que esses são servidos em um estado ruim de conservação. “O tomates são maduros que estão perto de estar estragado, alfaces já “passados” (sic), com partes pretas”. À reportagem, ela conta que é “recorrente encontrar objetos estranhos na comida, como o pedaço de uma máscara, assim como insetos, larvas, e outros bichos”.

Paula*, que é graduanda do curso de psicologia da UFPE, avalia o serviço prestado pela General Goods como “bem precário, feito sem cuidado e responsabilidade pela empresa que organiza”. A universitária cita que em alguns momentos chegou a não consumir a refeição toda por causa da qualidade. “A qualidade é bem baixa, uma vez ou outra alguma refeição está levemente saborosa, mas maioria das vezes são arroz e feijão requentado de sabe-se lá quantos dias, restos de carnes de outros dias também e as opções vegetarianas são feitas com pouco empenho. Muitas vezes tive que estragar comida, pois estava intragável ou suspeita”.

Ao LeiaJá, Paula* afirma que já presenciou estudantes com dúvidas sobre “o que estavam vendo nos pratos eram larvas ou algum tipo de bicho, eu mesma já estive nessa posição e normalmente, tanto eu como as pessoas que convivo, descartam a comida quando estranham algo. Já encontrei cabelo na comida, o qual claramente não era meu ou de qualquer pessoa que estivesse almoçando comigo”, frisa.

O que diz a UFPE

Procurada pela reportagem, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através da Superintendência de Comunicação, salientou que a nota emitida no início de dezembro destaca que “a empresa [General Goods] cumpriu com adoção de medidas corretivas relativas ao controle da potabilidade da água, no manejo de resíduos sólidos, na seleção de fornecedores, armazenamento de alimentos e higienização do local, equipamentos e utensílios. Mantendo, portanto, a licença sanitária até dia 15 de setembro de 2026”.

No comunicado, a instituição de ensino salienta que, antes da divulgação do laudo da vigilância, “a UFPE tomou medidas administrativas para ampliar as ações de fiscalização e acompanhamento do serviço no restaurante. O quadro de nutricionistas da equipe técnica da instituição foi ampliado, assim como o apoio de profissionais especialistas na área de saúde e alimentos no apoio à comissão de acompanhamento, que conta também com representação estudantil. A empresa General Goods também ampliou seu quadro e fez substituições do responsável técnico”.

A Superintendência de Comunicação da UFPE também reforça que, apesar das falhas apontadas, o relatório finaliza esclarecendo que “em 18/12/2023, foi realizada inspeção sanitária pela equipe VISA DS/IV, e foi constatado que as exigências feitas anteriormente foram cumpridas e continuam sendo mantidas as boas práticas de higiene e manipulação de alimentos”.

General Goods e casos de intoxicação alimentar

Este não é o primeiro episódio de intoxicação alimentar envolvendo a General Goods. Em março de 2022, 60 estudantes da Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, tiveram mal-estar após a merenda, de responsabilidade da terceirizada. Na época, a empresa alegou que não houve irregularidades nas refeições servidas na instituição. A empresa foi escolhida após processo licitatório e a contratação da terceirizada foi publicada no Diário Oficial, em março de 2023

. No episódio de intoxicação alimentar, ocorrido em setembro deste ano na UFPE, a reportagem questionou Fernando José do Nascimento sobre a contratação da General Goods, diante de uma caso semelhante no Estado, após todo o processo de licitação realizado pela UFPE. O pró-reitor afirmou que todos os documentos solicitados à empresa foram entregues e não havia nenhuma sinalização sobre o caso ocorrido no Cabo de Santo Agostinho.

Na última sexta-feira (1), estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), campus Recife, tiveram um mal-estar após alimentação no restaurante universitário da instituição (RU), que é administrado pela empresa General Goods. Vômitos, diarreia e dores abdominais foram os principais sintomas relatados pelos alunos, de acordo com um levantamento realizado pela Casa do Estudante. Através do formulário on-line, a CEU’s contabilizou mais de 1200 relatos de mal-estar. Algumas vítimas precisaram de atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O LeiaJá também encontrou relatos de casos de intoxicação alimentar nas redes sociais.

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Nesta segunda-feira (4), diversos alunos da UFPE participaram de um ato em frente ao restaurante universitário, que foi reaberto em maio de 2023 após dois anos sem funcionamento. Aos gritos de “Fora, General Goods” e “Fora, reitor Alfredo [Gomes]”, eles pediam por qualidade e segurança no serviço oferecido de alimentação à comunidade acadêmica.

Júlio Gomes/LeiaJá

Júlio Gomes/LeiaJá

Júlio Gomes/LeiaJá

Os manifestante chegaram a entrar no RU para protestarJúlio Gomes/LeiaJá

Entre os estudantes que passaram mal, está Vinícius Souza, que estuda ciências biológicas e é morador da Casa do Estudantes desde novembro de 2022. Ele disse à reportagem que os relatos de mal-estar começaram já na segunda-feira (28). 

"O foco do surto mesmo [intoxicação] foi da sexta para o sábado. Na Casa [do Estudante] teve gente vomitando pela janela, porque não dava nem tempo de chegar no banheiro. Os corredores de lá estão sujos, os banheiros, que já são precários, ficaram piores. Foi um surto infeccioso entre os alunos. No sábado, começamos a nos articular em um grupo no WhatsApp e percebemos que não era só a gente que estava passando mal, mas toda a universidade. Então, demos início a um formulário, que mostra que as pessoas tiveram sintomas semelhantes, mas, alguns se destacaram, como diarreia, dor de cabeça, febre, vômitos”, salienta.

Vinícius também contou que chegou a desmaiar e que um amigo vomitou sangue. Ao LeiaJá, o universitário ressaltou que a Casa do Estudante entrou em contato com a Pró-reitoria, que foi ao local para prestar assistência às vítimas. No entanto, ele pontua que a atuação da Pró-reitoria não foi suficiente para a gravidade do caso. “Eles levaram uma enfermeira até a Casa do Estudante. Ela analisou o que a gente tinha, mas, nada além disso. O máximo que disseram foi para a gente ir para a UPA e tomar os remédios que já estávamos usando”. Durante a entrevista, o estudante falou que ainda apresenta sintomas como dor de cabeça e enjoo.

Vinícius Souza é estudante de ciências biológicas e morador da Casa do Estudante. Ele chegou a desmaiar por causa da infecção alimentar. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Mesmo com os casos de infecção alimentar o RU segue aberto

Dois dias após o ocorrido, o restaurante universitário funcionou nesta segunda. De acordo o com pró-reitor para assuntos estudantis da UFPE, Fernando José do Nascimento, uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no local e acompanhou o preparo das refeições de hoje. "Desde que a universidade foi notificada, nós acionamos de pronto a Vigilância Sanitária e Epidemiológica. Então, ontem, a Vigilância Sanitária passou aqui (UFPE), aproximadamente, quatro horas fazendo uma inspeção detalhada da cozinha, do setor de produção, do estoque, que não foi encontrado nada que justificasse o fechamento do RU”, afirmou em entrevista ao LeiaJá.

À reportagem, o pró-reitor esclarece que uma equipe da Vigilância Sanitária coletou material para uma análise clínica “do que a empresa [General Goods[ recebeu do fornecedor e identificar a causa [intoxicação]. É certo que, até o presente momento, [o problema] não está na produção e no serviço. A Vigilância Sanitária esteve aqui ontem e hoje e não encontrou nada que depusesse contra o restaurante”, frisou.

O restaurante universitário aberto gerou um incômodo em alguns estudantes, que chegaram a alegar que a UFPE e General Goods estavam tratando os estudantes como cobaias. A estudante Charly, que cursa pedagogia e é moradora da casa mista do estudante, pontuou que os relatos de mal-estar dos alunos da instituição não são novidade. “Casos isolados, que foram levados à administração do RU, para a Proaes, para uma comissão de estudantes. Então, esses casos de infecção, intoxicação alimentar vem ocorrendo por uma questão estrutural do RU”, contou.

A aluna critica o funcionamento do espaço, que contou com um público reduzido durante o almoço. "Eu acho que o restaurante funcionando significa que nós estamos aqui diante de um experimento público. Por mais que a vigilância sanitária diga 'pode abrir o RU porque vamos analisar a produção da comida', mas, como é que você vai analisar essa qualidade com insumos que vieram da semana passada? Com coisas que estão armazenadas e a gente nem sabe como está funcionando", critica. 

À reportagem, Charly conta que algumas vezes o restaurante serviu pão morfado aos estudantes. "Na sexta-feira não teve pães morfados, mas já rolou outras vezes no restaurante universitário". Questionado sobre o caso, Fernando José do Nascimento afirmou que as pontuações dos alunos da UFPE não foram amplamente difundidas. "Nós temos uma canal para atender essa demanda [RU]. Pedimos para que esses casos sejam relatados nessa plataforma ou na ouvidoria", menciona. 

Pró-reitor para assuntos estudantis da UFPE, Fernando José do Nascimento, almoçou no RU enquanto estudantes realizavam ato no local. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

General Goods e casos de intoxicação alimentar

Este não é o primeiro episódio de intoxicação alimentar envolvendo a General Goods. Em março de 2022, 60 estudantes da Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, tiveram mal-estar após a merenda, de responsabilidade da terceirizada. Na época, a empresa alegou que não houve irregularidades nas refeições servidas na instituição. 

Para a reabertura do restaurante universitário, a UFPE realizou um processo se licitação para escolha da empresa que ofertaria o serviço, sendo a General Goods a escolhida. A contratação da terceirizada foi publicada no Diário Oficial, em março de 2023. "Contratação de empresa especializada na prestação de serviços para a produção e distribuição de refeições para coletividade sadia no restaurante universitário da Universidade Federal de Pernambuco, Campus Joaquim Amazonas, Recife, PE, que serão prestados nas condições estabelecidas no termo de referência, anexo do edital". 

A reportagem questinou Fernando José do Nascimento sobre a contratação da General Goods, diante de uma caso semelhante no Estado, após todo o processo de licitação realizado pela UFPE. O pró-reitor afirmou que todos os documentos solicitados à empresa foram entregues e não havia nenhuma sinalização sobre o caso ocorrido no Cabo de Santo Agostinho.

O MasterChef Espanha embarcou em uma polêmica nos últimas dias. Após uma prova da atração culinária, mais de 40 pessoas tiveram intoxicação alimentar. Assim que a polêmica veio à tona, a direção do programa emitiu um comunicado lamentando o ocorrido.

"Nós do MasterChef lamentamos muito o mal-estar manifestado por alguns participantes do programa. Este é um caso absolutamente excepcional nestes 11 anos de MasterChef em Espanha, um programa onde é prioridade absoluta garantir o cuidado alimentar das pessoas envolvidas", disse a nota.

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Ainda de acordo com a publicação, os ingredientes que foram usados na dinâmica estavam em bom estado: "O alimento foi analisado na origem com resultados positivos e a sua rastreabilidade foi garantida ao longo de todo o processo, conforme comunicado e documentado às autoridades sanitárias competentes". A prova da temporada foi gravada em janeiro.

No último domingo (9), o quarto episódio do MasterChef Espanha levou ao ar uma prova onde os participantes tinham que preparar 120 pratos para trabalhadores da Oceanogràfic de Valência. A ideia foi para celebrar o 20º aniversário do maior aquário na Europa. O cardápio servido foi mexilhão, moluscada valenciana - composta por ostras - e uma sobremesa de cheesecake japonês com algas.

Oito menores de idade acabaram intoxicados no México por consumirem um medicamento ansiolítico como parte de um desafio viral realizado na rede social Tik Tok, informaram as autoridades nesta sexta-feira (20).

O "desafio do clonazepam" consiste em tomar comprimidos deste fármaco e não se deixar vencer pelo sono produzido pela medicação. "O último que dormir, vence", diz o slogan que viralizou nesta rede bastante popular entre os mais jovens.

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Os casos foram registrados em escolas, cinco deles na quinta-feira na Cidade do México, e os outros no estado de Nuevo León (norte). Apesar de o medicamento ser de regime controlado, os estudantes conseguiram ter acesso ao mesmo. Ninguém registrou complicações graves.

O clonazepam, que também conhecido pelo nome comercial Rivotril, é receitado para controlar convulsões, crises de pânico e ansiedade e, paralelamente, também costuma induzir o sono.

A Secretaria de Segurança Pública da Cidade do México assinalou em comunicado que os menores foram atendidos na própria escola por paramédicos, que confirmaram a intoxicação "por consumo de medicamento controlado".

Já em Nuevo León, os estudantes conseguiram deixar a escola por seus próprios meios. "Nos inteiramos destes três casos e solicitamos apoio do município. Quando chegaram [os profissionais de saúde], as crianças já haviam saído", disse em entrevista coletiva Alma Rosa Marroquín, secretária de Saúde local.

"Infelizmente, os desafios que circulam nas redes muitas vezes colocam em risco a saúde das pessoas", acrescentou.

Alguns usuários também publicaram vídeos no Tik Tok alertando sobre os perigos deste desafio, que já havia provocado intoxicações em 2022 em outros estados mexicanos, como Veracruz (leste) e Coahuila (norte).

O primeiro registro do desafio remonta a 2018, no Chile, quando ocorreram dezenas de casos de adolescentes que consumiram o fármaco. Depois, a prática se popularizou a partir de 2020.

No Tik Tok há vários vídeos de pessoas que gravam a si mesmas enquanto consomem remédios para observar seus efeitos.

Uma empresa de produtos naturais na Austrália emitiu um recall depois que centenas de pessoas relataram sintomas preocupantes, incluindo alucinações, ao comer o espinafre de um lote da marca. A Food Standards Austrália e Nova Zelândia, órgão fiscalizador, está trabalhando com empresas de alimentos e autoridades estaduais para coordenar o recolhimento nacional. 

“Os consumidores que compraram o lote de espinafre em questão não devem comê-lo e devem descartá-lo”, disse a agência em comunicado na sexta-feira (16). As entidades acreditam que o produto, o “Baby Spinach”, da marca Riviera Farms, pode ter sido acidentalmente contaminado, levando as pessoas a sofrer possíveis reações tóxicas, como alucinações, arritmia cardíaca, visão turva, febre e desidratação. 

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Uma das vítimas da contaminação, Sajju Dangol, disse à NSW que todos os membros de sua família se sentiram mal depois de comer o espinafre. Todos eles tinham visão turva, dor de cabeça e alucinações. O produto, no entanto, não sofreu alteração no cheiro, cor ou textura. 

O recall nacional inclui sacos de espinafre vendidos pela Costco em New South Wales, Victoria e ACT, com datas de validade de 16 de dezembro até 28 de dezembro. A NSW Health disse que estava trabalhando com outras jurisdições para investigar o problema e, na noite de sexta-feira (16), 47 pessoas relataram sintomas após comer o Baby Spinach, pelo menos 17 das quais procuraram ajuda médica. Desde então, já foram feitas mais de 200 notificações do tipo. 

Em um comunicado, a Riviera Farms disse que emitiu um recall de todos os seus produtos nos lotes com datas de validade até 28 de dezembro, como medida de precaução.  

 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou o recolhimento de mais um produto para animais após os casos de intoxicação de cães por suspeita de comerem petiscos contaminados. Ao menos 54 mortes suspeitas são investigadas em todo o País. A pasta federal mandou tirar do mercado todos os alimentos específicos (bifinho, snacks, petiscos) e produtos mastigáveis de todas as linhas destinados a caninos da marca Petitos Indústria e Comércio de Alimentos fabricados entre janeiro e setembro deste ano.

Com isso, já são cinco as empresas que tiveram determinação do Ministério da Agricultura para recolhimento de seus produtos após detecção do uso de dois lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol (AD5035C22 e AD4055C21), fornecidos pela empresa Tecnoclean.

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Além da Petitos, a Bassar Indústria e Comércio Ltda foi a primeira empresa a ter o recolhimento dos produtos determinados pelo ministério. Na semana passada, AA FVO Alimentos Ltda, a Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais e a Upper Dog comercial Ltda também entraram na lista.

"As investigações, que continuam em andamento, indicam que esses produtos de alimentação animal foram destinados somente para o mercado interno. Para todos os lotes de alimentos suspeitos foram determinados recolhimento e todas as empresas envolvidas já foram fiscalizadas. As empresas foram interditadas", informou o comunicado do ministério.

A pasta também havia determinado anteriormente que as empresas registradas junto ao ministério suspendessem imediatamente o uso em suas linhas de produção desses dois lotes da matéria-prima propilenoglicol relacionadas a contaminação por monoetilenoglicol.

Conhecido também como etilenoglicol, esse produto tóxico é geralmente usado para refrigeração e encontrado em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. Já o propilenoglicol é um insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais. O uso é permitido desde que seja adquirido de empresas registradas.

"Até o momento, não existe diretriz do Ministério de suspender o uso de produtos que contenham propilenoglicol na sua formulação, além dos já mencionados", informou anteriormente o ministério.

Com sede em Pirassununga, no interior paulista, a Petitos Indústria e Comércio de Alimentos afirma que, assim como outros fabricantes, recebeu notificação cautelar do ministério determinando o recolhimento do mercado de consumo de todos os alimentos e produtos mastigáveis destinados a caninos. A empresa também tinha a Tecnoclean como uma de suas fornecedoras.

Antes da determinação, logo após o início da fiscalização do ministério, preventivamente, a empresa iniciou a retirada dos produtos dos pontos de vendas. A Petitos ressalta ainda a qualidade de seus produtos e que todos esses procedimentos são feitos em conformidade com as determinações do ministério. Para esclarecimentos, reclamações ou sugestões, o consumidor pode entrar em contato pelo e-mail sac@petitos.com.br.

Em nota, a Petz destacou "profunda consternação e total acolhimento aos tutores que de alguma forma foram vítimas deste grave incidente de contaminação de petiscos que afetou a cadeia produtiva" do setor pet.

"A empresa ressalta que adota rigorosos processos de controle de qualidade junto aos fornecedores e destaca que, antes mesmo da realização de laudos periciais conclusivos, retirou voluntariamente todos os produtos investigados da rede de lojas em todo o País", disse.

Segundo a rede, um canal de teleorientação com médicos veterinários especializados foi criado para orientar os tutores que adquiriram os produtos sob suspeita sobre os protocolos de saúde a serem seguidos. Ainda segundo a Petz, os produtos de marca própria Petz Stick e Petz Strip são fabricados pela Petitos e já foram retirados das lojas antes mesmo da determinação do ministério.

Veja a lista atualizada de produtos com recolhimento determinado pelo governo:

Da Petitos Indústria e Comércio de Alimentos devem ser recolhidos do mercado de consumo, em todo território nacional, todos os alimentos específicos (bifinho, snacks, petiscos) e produtos mastigáveis de todas as linhas destinados a caninos da marca fabricados entre janeiro e setembro deste ano.

- Da FVO Alimentos Ltda devem ser recolhidos os produtos Bifinho Bomguytos nos sabores frango 65g (lote 103-01) e churrasco (lotes 221-01, 228-01, 234-01 e 248-01); Bifinho Qualitá sabor churrasco (lote 237-01) e Dudogs (lotes 237-01 e 242-01).

Além dos lotes citados pelo governo, a FVO Alimentos Ltda disse que retirou outros produtos do mercado. "A FVO Alimentos informa que, em alinhamento com as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, já havia recolhido do mercado, de forma preventiva e proativa, todos os lotes dos produtos Dudogs, Patê Bomguy e Bomguytos Bifinho (nos sabores Churrasco e Frango & Legumes)", acrescentou a empresa localizada em Brasília. Os consumidores que tiverem alguma dúvida podem entrar em contato pelo sac@fvoalimentos.com.br e 0800 0612105.

- Da Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais devem ser recolhidos os produtos Bifinho 60g Peppy Dog frango grelhado (lotes 5026 e 5738); Palitinho 50g Peppy Dog carne com batata doce (lotes 5280, 5283, 5758 e 5759); Palitinho 50g Peppy Dog frango com ervilha (lotes 5282 e 5746); Bifinho 500g Peppy Dog carne assada (lotes 5274 e 5734); Bifinho 60g Peppy Dog filhotes - leite e aveia (lote 5736); Palitinho 50g Peppy Dog carne com cenoura (lote 5760).

- Da empresa Upper Dog comercial Ltda são os produtos Dogfy injetado tamanho PP (lotes 0003/202204, 0004/202206, 0006/202206, 0008/202206, 0009/202201, 0010/202206, 0012/202201, 0012/202206, 0013/202203, 0014/202206, 0015/202205, 0016/202205, 0017/202205, 0018/202206, 0023/202201, 0023/202207, 0024/202206, 0024/202207, 0027/202205, 0025/202207, 0026/202206); Dogfy injetado tamanho P (lotes 0001/202201 a 0008/202201, 0013/202201 a 0017/202201, 0024/202201, 0007/202202, 0010/202202 a 0018/202202, 0001/202203 a 0009/202203, 0001/202204 a 0009/202204, 001/202205 a 0028/202205, 0001/202206 a 0009/202206, 0011/202206, 0013/202206, 0015/202206, 0017/202206, 0019/202206 a 0025/202206, 0030/202206 a 0033/202206, 0009/202207 a 0011/202207, 0016/202207, 0019/202207, 0020/202207, 0026/202207 a 0030/202207, 0012/202208 a 0021/202208); e Dogfy injetado tamanho M (lotes 0010/202201, 0011/202201, 0018/202201 a 0022/202201, 0001/202202 a 0009/202202, 0019/202202 a 0023/202202, 0010/202203 a 0012/202203, 0014/202203, 0004/202204, 0005/202204, 0012/202205 a 0014/202205, 0002/202206, 0027/202206 a 0029/202206, 0021/202207 e 0022/202207).

- A Bassar Pet Food também continua realizando o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir de 7 de fevereiro de 2022. Isso, segundo a empresa, compreende todos os lotes de produto, marca própria ou marca Bassar, com numeração a partir do lote 3329. Os consumidores que devem devolver os itens à loja, que deverá reembolsar o valor gasto. Em caso de dúvidas sobre o recall ou sobre os produtos, os consumidores podem entrar em contato com o SAC pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br.

Por precaução, a empresa disse que está recolhendo todos os itens produzidos a partir da data citada acima e não apenas os que utilizaram o propilenoglicol fornecido pela Tecnoclean, que estaria contaminado. Além disso, em nota, a Bassar divulgou no início de setembro que interrompeu a produção de sua fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação.

Anteriormente, em 2 de setembro, o ministério já havia informado que os petiscos da Bassar Pet Food identificados com suspeita de contaminação eram o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O Grupo Petz também disse na ocasião ter retirado o petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco dos pontos de vendas, fabricado pela Bassar Pet Food e que leva o nome da Petz na embalagem, assim como demais produtos da Bassar que eram vendidos nas lojas.

Em sua defesa, a Tecnoclean Industrial Ltda informou que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu.

Procuradas pela reportagem, a Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais e a Upper Dog comercial Ltda não se pronunciaram até o momento. No site da Peppy Pet, consta o telefone de atendimento ao consumidor (14) 3523-8706, já na página online da Upper Dog está o número (99) 3536-1418. Ambos dão fora de área ou ocupado.

"A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora", disse em nota. Procurada, a A&D Química Comércio Eireli ainda não respondeu até a publicação da reportagem.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) afirmou que todos os seus associados já foram informados da recomendação. Por sua vez, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) disse que está ajudando o governo a dar publicidade sobre a origem da contaminação cruzada indicada, preliminarmente, como responsável pela hospitalização e morte de cães.

Casos investigados

As investigações envolvendo a morte de cães por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos continuam em andamento desde o fim de agosto quando começaram a surgir os primeiros casos relacionados com a intoxicação e morte de cães. Além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de casos. Ao menos 54 mortes suspeitas foram registradas em todo o País, segundo a Polícia Civil mineira, além de internações com quadro de falência renal. Só em Minas, eram 18 animais hospitalizados, conforme a última atualização.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta quinta-feira, 22, que as informações da investigação em curso serão divulgadas em momento oportuno, com o avanço dos trabalhos, assim como a conclusão do inquérito policial.

Em São Paulo, a Polícia Civil afirma que registrou, até o momento, onze ocorrências de cães intoxicados depois de terem ingerido petiscos na capital paulista e nos municípios de Guarulhos, Santos e Bragança Paulista.

Tutores devem permanecer atentos aos sintomas

Entre os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros estão convulsão, vômito, diarreia e prostração. Se necessário, o tutor deve procurar auxílio veterinário o quanto antes, além de registrar a ocorrência na delegacia mais próxima.

É importante levar os petiscos que o pet comeu. Até o momento, todos os cachorros que passaram mal são de porte pequeno, entre eles, sptiz alemão, shih tzu e Yorkshire.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a empresa Bassar Pet Food para que seja apresentado o recall compulsório dos petiscos para cães Bassar Snack Every Day e Bassar Dental Care. A decisão emitida na quarta-feira (14) se baseia nos relatos de mortes de cães que ingeriram snacks da marca e na determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de suspensão do uso de lotes de propilenoglicol, substância utilizada pela indústria na fabricação de alimentos para humanos e animais.

Na semana passada, a Bassar anunciou o recall de todos os produtos fabricados a partir de 7 de fevereiro deste ano.

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Segundo o Ministério da Justiça, "a realização informal de recall, sem ampla divulgação e nos termos regulamentados pelos órgãos competentes, pode ser demorada e ineficaz, apresentando riscos aos consumidores e aos animais de estimação".

Caso a determinação não seja cumprida, a empresa pode sofrer processos administrativos e a aplicação de sanções pela Secretaria Nacional do Consumidor da pasta. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, fornecedores que saibam dos riscos dos seus produtos e serviços após a introdução deles no mercado devem comunicar o fato imediatamente às autoridades e aos consumidores. Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu aos contatos.

Em nota do dia 9 de setembro, a Bassar informou estar "extremamente consternada" com os relatos de contaminação de animais. "Somos os maiores interessados no total esclarecimento desse caso. Estamos fazendo tudo para que isso ocorra de forma rápida e transparente e colaborando com as autoridades na investigação da qualidade da matéria-prima distribuída por fornecedores no mercado de alimentação animal", diz um comunicado da fabricante.

Análises preliminares do Mapa apontam para a contaminação do propilenoglicol com etilenoglicol, produto altamente tóxico para consumo que é geralmente utilizado para refrigeração, encontrado em motores, baterias, geladeiras e freezers. Os insumos contaminados usados nos petiscos foram produzidos pela fornecedora Tecnoclean Industrial Ltda, que diz ter adquirido a matéria-prima de uma importadora. O motivo da contaminação dos lotes utilizados pela Bassar está sendo investigado.

Morte de animais

Mais de 40 óbitos suspeitos de cães foram registrados em todo o País, de acordo com um levantamento da Polícia Civil de Minas Gerais. O consumo de etilenoglicol, mesma substância que causou a morte de 10 pessoas após a ingestão da cerveja Backer, em 2019, leva à insuficiência renal, sintoma identificado em animais intoxicados.

Segundo a polícia, os principais sintomas registrados nos relatos são vômito, diarreia, convulsões e prostração. A orientação, caso um tutor perceba esses sinais após consumo de produto da marca, é levar o animal imediatamente para atendimento veterinário e encaminhar o caso para a delegacia de sua cidade, levando o produto para perícia.

Para a realização do recall, pessoas que tenham comprado qualquer produto fabricado pela Bassar após o dia 7 de fevereiro de 2022 devem devolver os itens à loja, que deverá reembolsar o valor gasto mesmo se a embalagem já estiver aberta ou se parte do produto já tiver sido consumida.

A Bassar Pet Food anunciou na quarta-feira, 7, que está realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca. A medida ocorre pela suspeita de contaminação de um insumo adquirido de um dos fornecedores da empresa. A Bassar solicita que os consumidores entreguem, nos locais de venda, os itens que já tenham adquirido anteriormente.

No fim da última semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou a interdição da fábrica da Bassar Pet Food em Guarulhos (SP) e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa depois da morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca. Há também casos em investigação em outros Estados, como Goiás.

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A Bassar afirmou em pronunciamento divulgado na quarta-feira que exames preliminares realizados pelo Ministério da Agricultura apontaram indícios de que o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar de um de seus fornecedores, estaria contaminado com etilenoglicol.

Trata-se da mesma substância que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

A decisão pelo recall de todos os produtos foi tomada pela Bassar diante do risco oferecido pela substância. A empresa afirmou que já vinha recolhendo todas as suas linhas do varejo nacional e havia interrompido sua produção na semana passada.

"A Bassar Pet Food é a maior interessada no esclarecimento dos fatos, apoia as investigações do Mapa e das autoridades policiais e está colaborando com as investigações para a elucidação do caso", afirmou a empresa, em nota.

O ofício 424/2022 do Ministério da Agricultura divulgado na terça-feira, 6, alerta todas as empresas do setor de alimentação animal que podem ter também adquirido esta matéria-prima desse fornecedor, pertencente a um grande grupo econômico mineiro, para que retirem imediatamente eventuais produtos fabricados e distribuídos ao mercado.

Esclarecimento da rede Petz

Em esclarecimento publicado na terça, a rede Petz, uma das principais no nicho, informou que, até o momento, foram realizados laudos periciais em lotes específicos de dois produtos: Bassar Snack Every Day e Bassar Dental Care.

"Sobre o petisco Bassar Snack Every Day, lotes 3201 e 3775, o laudo pericial não apontou a presença de substância tóxica. Sobre o petisco Bassar Dental Care, lote 3467, o laudo pericial apontou a presença de substância Monoetilenoglicol", afirmou. "No caso de outros lotes serem submetidos para análise, seguiremos acompanhando para mantê-lo informado. Reforçamos, assim, o alerta de não consumir os produtos em questão fabricados pela Bassar, incluindo o petisco Petz Cuidado Oral."

A rede informou que, para auxiliar os consumidores, criou um canal de teleorientação com uma equipe especializada de médicos veterinários, para orientar os tutores que adquiriram tais produtos e identificaram algum tipo de alteração na saúde do pet, sobre os protocolos de saúde a serem seguidos: 11 3434-6980.

Nove cachorros morreram após ingerir petiscos com suspeita de contaminação. A informação foi confirmada pela Polícia Civil na quinta-feira (1º) e, até esta manhã, três mortes tinham sido confirmadas. 

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Danúbia Quadros, até então são seis mortes em Belo Horizonte, uma em Piumhi, no Centro-Oeste de Minas Gerais, e duas em São Paulo. Ela detalhou que há outros seis casos suspeitos de cachorros contaminados na capital mineira e outros dois em Goiás; os tutores procuraram a Polícia Civil para relatar que os animais passaram mal ou estão internados. 

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A PC informou a suspeita de outro modelo de petiscos envolvidos na contaminação dos cães, totalizando, até o momento, três: o Snack - cuidado oral, da Petz; o Every Day, da Bassar; e o Dental Care. Todos são de fabricação da empresa Bassar. 

“São lotes diferentes, são vários lotes. Os petiscos que as tutoras trouxeram para a gente, todos já foram encaminhados para a realização da perícia técnica científica da Polícia Civil. A gente agora aguarda o laudo em relação aos petiscos”, detalhou a delegada. 

Ela declarou, ainda, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é o órgão responsável por realizar a retirada dos petiscos de comercialização e já foi acionado. Em nota, a pasta afirmou que o caso está em fase de investigação. 

Danúbia também pediu que os tutores de cachorros que tenham identificado o mal-estar ou a internação dos animais depois de ingerir os petiscos caninos entrem em contato com a Polícia Civil para a investigação. 

Em nota, a Petz salientou que o produto é fabricado pela Bassar e disse que o grupo “retirou voluntariamente os produtos dos pontos de vendas da rede, notificando a empresa Bassar para ciência e providências, bem como colocou-se prontamente à disposição para colaborar com a apuração dos fatos”.

“O grupo Petz reitera estar acompanhando e colaborando com as apurações dos órgãos competentes e aguardando os esclarecimentos do fabricante que, por sua vez, aguarda análises técnicas de órgãos regulares para o tipo de produto”, afirmou. 

Por sua vez, a Bassar informou que os produtos foram enviados para análise no laboratório do Centro de Qualidade Analítica, e que deve ter o resultado divulgado nos próximos dias. “Por precaução, a companhia iniciou a retirada do mercado do lote 3554 do produto Everyday. A empresa informa que vem tomando todas as providências para esclarecimento do fato desde o dia que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação”.

A fábrica da Backer, responsável pela cerveja artesanal Belorizontina, vai retomar a produção no parque industrial próprio, em Belo Horizonte. Isso ocorre pouco mais de dois anos após 29 pessoas que consumiram a bebida terem sido contaminadas com dietilenoglicol. Houve dez mortes.

A cervejaria recebeu o aval na sexta-feira (8). A liberação foi feita em conjunto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Prefeitura de Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Corpo de Bombeiros de Minas. Segundo a prefeitura de BH, a condicionante para validade do alvará foi a liberação do ministério.

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Procurada pela reportagem, a direção da Cervejaria Três Lobos, responsável pela marca, informou que a retomada da produção será decisiva para ampliar a assistência médica e financeira às vítimas. Sobre o consumidor merecer a confiança da retomada das operações da cervejaria, a Backer informou que a empresa recebeu a liberação de diversos órgãos e que foi o próprio Mapa, em sua nota oficial, que esclareceu o processo. Segundo o órgão, a empresa atendeu às exigências feitas para garantir a segurança dos produtos referentes às condições dos tanques de fermentação e equipamentos que serão utilizados nesse retorno.

A cervejaria informou ainda que substituiu, em seu processo produtivo, o fluido refrigerante por solução hidroalcóolica - solução que contém água e álcool. Ainda conforme o ministério, o processo de produção da cerveja no parque fabril vem ocorrendo desde novembro de 2021, após vistoria executada por auditores fiscais agropecuários do Ministério.

Os produtos fabricados foram informados semanalmente à pasta, que realizou a coleta de cada lote e dos fluidos refrigerantes, especificamente. Com a aprovação dessas análises, a cervejaria foi então autorizada a retomar a comercialização de seus produtos. A cervejaria confirmou à reportagem que retomará a produção em maior escala o mais breve possível, após a liberação da semana passada. Inicialmente será produzida a cerveja Capitão Senra.

Audiências

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas, as audiências do caso Backer estão marcadas para acontecer entre 23 e 26 de maio, no Fórum Lafayette, na capital mineira. Ao todo, são 11 réus, incluindo os sócios-proprietários da cervejaria Backer, além de outros funcionários da empresa, por "crimes cometidos em função da contaminação de cervejas fabricadas e vendidas pela empresa ao consumidor".

Nesta quinta-feira (31), a General Goods, responsável pelo fornecimento de alimentos para rede estadual de ensino de Pernambuco, emitiu posicionamento sobre os casos suspeitos de intoxicação alimentar em alunos da Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho. De acordo com o Governo do Estado, dos 490 alunos da escola, 60 tiveram problemas de saúde após o consumo da merenda. Onze alunos, com idades entre 14 e 17 anos, chegaram a ser socorridos pelo Samu para o Hospital Mendo Sampaio, no Distrito Industrial Diper.

Por meio de nota, a empresa disse que trabalha em conjunto com as autoridades sanitárias para identificar possíveis causas do incidente. “No dia de ontem, logo que tomaram conhecimento da ocorrência, técnicos da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Educação do Estado, além de profissionais do nosso controle de qualidade, se dirigiram à escola e não identificaram qualquer irregularidade nas refeições servidas”, alega a General Goods.

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A empresa informou ainda que está reforçando os procedimentos de segurança alimentar na unidade escolar. A General Goods tem 30 anos de mercado, servindo 100 mil refeições por dia nos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro, para clientes dos setores público e privado.

De acordo com a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, todas as merendas passam por uma avaliação nutricional rigorosa antes do repasse para os estudantes. "No caso da ETE Luiz Alves, a Gerência Regional responsável conta com uma equipe de oito nutricionistas lotados na circunscrição da escola em questão. Essa equipe faz regulares visitas técnicas de inspeção sanitária e acompanhamento do andamento do processo de alimentação e nutrição no ambiente da escola. Além disso, temos uma equipe lotada na sede da Secretaria que faz o acompanhamento especializado ao que diz respeito ao Controle de Qualidade", diz o posicionamento da pasta.

Nesta quinta-feira (31), as aulas na unidade de ensino aconteceram somente no período da manhã e os estudantes foram liberados na hora do almoço. Já as aulas da próxima sexta-feira (1º) foram suspensas. Nesta data, os estudantes terão encontros remotos, enquanto o Governo do Estado realiza novas reuniões para "melhor acompanhamento do caso por todos os órgãos responsáveis".

Desafiado pelos amigos a beber 1,2 litros de cachaça, um homem identificado como Vanir Ferreira Duarte, 46 anos, acabou morrendo por complicações de intoxicação por ingestão de bebida alcoólica. 

A morte dele foi confirmada na última terça-feira (8), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, após ele ficar cinco dias internado no hospital Santa Casa.

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Segundo o Boletim de Ocorrência, os amigos da vítima o abandonaram desacordado em um banco de madeira e ele só foi encontrado no dia seguinte, sendo encaminhado em estado grave para o hospital, onde permaneceu internado.

Os dois homens que haviam incentivado e abandonado a vítima foram identificados e prestarão depoimento sobre o caso. O UOL aponta que o caso será investigado como omissão de socorro qualificado.

Morreu neste sábado (18), em Belo Horizonte, a décima vítima de intoxicação após consumo da cerveja Belorizontina, da fábrica Backer. A informação é da Polícia Civil de Minas Gerais. A corporação não revelou o nome, mas disse que a vítima tinha 65 anos e estava internada desde dezembro do ano passado. É a segunda pessoa a falecer nesta semana em decorrência do consumo da bebida, seis meses depois de se tornarem públicos os casos de contaminação pela cerveja.

No dia 9 do mês passado, 11 pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, lesão corporal e contaminação alimentícia no inquérito que apurou a intoxicação de 29 pessoas que consumiram a Belorizontina. As investigações apontaram técnicos da empresa como os principais responsáveis pela contaminação.

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Foram indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentar o chefe de manutenção e seis técnicos do setor de produção da Backer. Três integrantes do comando da cervejaria foram indiciados por contaminação de produto alimentício e por não dar publicidade a produto alimentar contaminado. Também foi indiciada testemunha que mentiu durante depoimento. Os nomes dos indiciados não foram revelados.

Segundo as investigações, a substância dietilenoglicol, altamente tóxica, utilizada pela empresa no processo de resfriamento externo de equipamentos da linha de produção, estava contaminando a cerveja via rachaduras que não teriam sido identificadas pela fábrica. Um dia depois dos indiciamentos, a Backer disse que a conclusão das investigações não condizia com as provas coletadas pelos policiais.

A Backer informou que não vai comentar a décima morte atribuída ao consumo da Belorizontina. Na última quarta-feira (15), José Osvaldo de Faria, de 66 anos, morreu no Hospital Madre Teresa, na capital, onde estava internado desde fevereiro do ano passado depois de consumir a cerveja.

Durante a internação, conforme informações de sua mulher, Eliana Reis, teve cinco paradas cardiorrespiratórias, estava cego e com paralisia nas pernas. A família afirma que o caso de Osvaldo é um dos primeiros de contaminação pela cerveja. A polícia confirmou que os dois falecimentos, o de sábado e o de quarta-feira, fazem parte do inquérito que apura as mortes pelo consumo da cerveja.

O Ministério Público do Piauí (MPPI) instaurou um inquérito civil público para apurar a intoxicação pela água de 48 detentos da Cadeia Pública de Altos-PI. O órgão solicita a realização de um "mutirão da saúde" na unidade prisional.

 A infecção pode ter sido a causa da morte de seis internos da cadeia pública. Na sexta-feira (29), cinco presos que estavam internados receberam alta. Segundo a Secretaria de Justiça, 29 continuam hospitalizados.

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 Também foi solicitado pelo MPPI que o governo do estado declare situação de emergência em saúde pública na cadeia. O mutirão da saúde teria o objetivo de que todos os presos, servidores e terceirizados que apresentem sintomas sejam examinados por profissionais de saúde. Na recomendação, o promotor pede que seja feito um laudo para cada pessoa examinada, com as condutas médicas indicadas e informando se o tratamento pode ser fornecido dentro da prisão.

 Uma série de informações sobre o presídio foram solicitadas à Secretaria Estadual de Justiça, entre elas, o laudo técnico da perícia realizada na água; a relação de profissionais da área de saúde da cadeia; e se houve realização de sanitização neste ano.

 No despacho do inquérito, a 48ª Promotoria de Justiça determina que seja solicitado ao Ministério da Saúde uma investigação epidemiológica do surto epidêmico que vem ocorrendo no presídio de Altos.  

 A Defensoria Pública do Piauí requereu à Justiça a soltura ou prisão domiciliar dos presos enquanto o problema não for resolvido. Familiares fizeram um protesto em frente ao prédio do Tribunal de Justiça do Piauí pedindo interdição da unidade na segunda-feira (25). 

 O Governo do Piauí informou ter realizado limpezas na caixa d’água e tubulações, ‘bem como, o atendimento médico especializado com a presença de um nefrologista’. A Cadeia Pública de Altos tem mais de 700 presos e capacidade para 600.

 

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou, na tarde desta quinta-feira (16), a quarta morte por ingestão de dietilenoglicol, substância tóxica encontrada em cervejas produzidas pela Backer, em Belo Horizonte. A vítima é uma mulher que morreu no dia 28 de dezembro em Pompéu, interior do estado. Já são 18 casos, incluindo mortes e internações por intoxicação. Na manhã dessa quinta-feira, havia sido confirmada a terceira morte por intoxicação.

São 12 casos em Belo Horizonte e seis nas cidades de Nova Lima, Pompéu, São João Del Rei, São Lourenço, Ubá e Viçosa. Inicialmente, havia a confirmação de lotes contaminados por dietilenoglicol na cerveja Belorizontina, da Backer. Hoje, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou a presença de substâncias tóxicas em outras cervejas produzidas pela empresa mineira.

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A ingestão de dietilenoglicol pode causar síndrome nefroneural. A Secretaria de Saúde pede que sejam notificados às autoridades locais os casos de pessoas que ingeriram cerveja da marca Backer a partir de outubro de 2019 e apresentaram em até 72 horas sintomas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ou dor abdominal) associados a alterações da função renal ou sintomas neurológicos (paralisia facial, borramento visual, amaurose, alterações de sensório, paralisia descendente e crise convulsiva).

Exames laboratoriais encontraram monoetilenoglicol e dietilenoglicol nas cervejas de rótulos Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2. A marca Belorizontina, que é vendida como Capixaba no Espírito Santo, foi o primeiro rótulo da Backer a ter a contaminação confirmada.

Operação

Devido às suas propriedades anticongelantes, o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol costumam ser usados em sistemas de refrigeração. A cervejaria Backer, no entanto, tem negado empregar as duas substâncias em sua linha de produção. Procurada, a cervejaria não se pronunciou sobre as novas conclusões do Ministério da Agricultura, nem sobre o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na distribuidora que lhe fornece insumos.

Investigação

O Ministério da Agricultura informou que continua  "atuando nas apurações administrativas para identificar as circunstâncias em que os fatos ocorreram e tomando as medidas necessárias para mitigar o risco apresentado pelas cervejas contaminadas”.

No último dia 13, a pasta intimou a empresa a recolher dos estabelecimentos comerciais toda a sua produção vendida a partir de outubro de 2019 até a presente data. Antes disso, o ministério já havia lacrado tanques e demais equipamentos de produção e apreendido 139 mil litros de cerveja engarrafada e 8.480 litros de chope.

Uma criança, de 8 anos, identificada apenas como Laysla, foi internada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital em Brasília, Distrito Federal, após ser diagnosticada com insuficiência renal provocado por um dos componentes químicos do slime, espécie de geleca colorida que virou febre entre as crianças e pode ser fabricada em casa. Além de dar entrada na unidade de saúde com apenas 40% dos rins funcionando, a menina também foi diagnosticada com dermatite atópica.

Thamires Ximenes, mãe da Laysla, foi quem compartilhou a situação da filha em sua conta do Instagram. No desabafo, Ximenes revela que era a própria garota quem "fabricava" o slime em casa e com muita frequência. "Há muito tempo ela vinha reclamando de dores na barriga e os médicos sempre tratavam como virose ou constipação. Depois que apareceram muitas manchas na pele os médicos diagnosticaram como dermatite atópica", aponta a mãe.

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Thamires lembra que na semana retrasada Laysla foi levada para o hospital "desesperada de dor". A garota precisou passar por vários exames, ficando três dias na UTI a base de morfina; depois da melhora foram necessários mais quatro dias de internação. Os médicos só conseguiram desvendar o que estava causando as dores na criança uma semana depois. Conclusão: Intoxicação por ácido bórico.

Thamires aponta que a filha usava água boricada, que serve para ativar o slime caseiro. "Sempre achamos que nunca vai acontecer com a gente. Só quem é pai e mãe entende o desespero que é ver seu filho gritando de dor e sentir na pele a impotência de não poder fazer nada", pontua Thamires Ximenes. Laysla está melhor e com os rins funcionando dentro da normalidade.

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Intoxicação por monóxido de carbono foi a causa da morte de seis brasileiros da mesma família, em 22 de maio, em Santiago, no Chile. Eles inalaram o gás tóxico que vazou do sistema de aquecimento do prédio onde estavam hospedados durante férias na capital chilena.

Segundo informações repassadas pelo advogado da família, Mirivaldo Campos, o gás vazou do sistema de aquecimento do prédio - e a principal hipótese é que tenha vindo do chuveiro. O prédio, no bairro turístico de Bellas Artes, tinha mais de 50 anos e o apartamento não era vistoriado há 15.

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O apartamento foi alugado pela família por meio de uma plataforma online, o Airbnb. A viagem a Santiago era um presente para a adolescente Karoliny Nascimento, que completaria 15 anos dois dias depois da tragédia.

Karoliny, o irmão Felipe Nascimento, de 13, a mãe Débora Nascimento, de 38, e o pai Fabiano de Souza, de 41, morreram. As outras vítimas foram o irmão e a cunhada de Débora, Jonathas Kruger Muniz, de 30 anos, e Adriane Padilha Kruger.

Pouco antes de morrer, Débora enviou mensagens de áudio a parentes no Brasil. Nas gravações, ela pede socorro e relata que o filho Felipe já estava "roxo". Diz ainda que também estava sentindo dores nas articulações e que a emergência estava demorando a chegar. Autoridades chilenas investigam negligência da polícia.

"Não consigo mais, minhas articulações também estão parando e ficando roxas. E essa ambulância não chega. Acho que nós todos estamos contaminados por um vírus, Raquel, que paralisa as articulações e dá vômito. Não sei o que vai ser de nós."

Velório

A previsão é de que o translado dos corpos ocorra na segunda-feira, 3. O velório dos seis será aberto ao público e ocorrerá no ginásio de esportes da Univali, em Biguaçu, na terça. O enterro está previsto para as 17 horas, no Cemitério de São Miguel, também em Biguaçu, município da Grande Florianópolis, onde Fabiano, Débora e os filhos moravam.

Quem são as vítimas em Santiago

Fabiano de Souza

Tinha 41 anos. Pai de Felipe e Karoliny e marido de Débora Muniz Nascimento de Souza. Trabalhava como pedreiro e pescador. Morava em Biguaçu (SC).

Débora Muniz Nascimento

Mãe de Felipe e Karoliny, tinha 38 anos. Trabalhava como professora. Gostava de viajar e compartilhava nas redes fotos de passeios em família.

Karoliny Nascimento

Tinha 14 anos. Filha de Débora e Fabiano. Completaria 15 anos nesta sexta-feira. A viagem a Santiago foi realizada em comemoração pelo seu aniversário

Felipe Nascimento

Tinha 13 anos. Filho Débora Muniz Nascimento e Fabiano de Souza. Foi o primeiro a apresentar os sintomas da intoxicação pela inalação de gás.

Jonathas Nascimento

Tinha 30 anos. Irmão de Débora e padrinho de Karoliny - a quem presenteou com a viagem. Era chefe de RH o Instituto Adventista de Tecnologia.

Adriane Kruger

Casada com Jonathas. Era de Goiânia e morava em Hortolândia (SP), com o marido. Publicou na véspera imagem de um passeio em Santiago.

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