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A Secretaria de Educação de Pernambuco realizou, nesta sexta-feira (10), o encerramento da mentoria com 11 cozinheiras de escolas estaduais dos municípios de Gravatá, Vitória de Santo Antão, Bezerros e Caruaru para aperfeiçoar o preparo das refeições oferecidas nas unidades escolares.

Iniciativa é parte do projeto “Merenda Boa” e visa trazer mais qualidade e diversificação de merenda para os estudantes, além de uma introdução a alimentos mais naturais para os cardápios. A mentoria incluiu novas receitas e técnicas de manipulação, porcionamento, higienização e segurança alimentar dos preparos para a turma. 

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"Nesse projeto nós contribuímos com informações técnicas, dados sobre abastecimento, manipulação dos alimentos, entre outras coisas, mas também saímos daqui cheios de conhecimento, pois essas merendeiras são fundamentais no ambiente escolar, elas têm profunda responsabilidade econômica e social nas vidas desses estudantes. Espero que esse projeto possa crescer e chegar a escolas de todas as regiões de Pernambuco, para que todos saibam que é possível, sim, comer bem dentro da rede estadual", destacou o chef César Santos, um dos professores.

“Foi uma experiência única participar dessa requalificação. Vou levar novas técnicas de cortes, molhos e temperos para minha vivência dentro da cozinha. Estamos acostumadas com os preparos do dia a dia, sempre com muito amor, mas essa renovação me deu conhecimento para fazer novos preparos com os itens que já temos na escola", declara Alcione Viana, merendeira da Rede Estadual de Ensino há mais de 20 anos que fez parte das aulas.

O projeto utilizou de produtos que fazem parte da rotina alimentar dos alunos e que estão previstos no Programa Nacional de Alimentação Escolar. As cozinheiras aprenderam, também, sobre sustentabilidade e como aproveitar cascas de alimentos e sementes  que são ricas em vitaminas e minerais, ao invés de descartá-las.

A “Merenda Boa” aconteceu em parceria com o “Merenda por Grandes Chefs”, iniciativa realizada pelo Instituto César Santos há uma década. É a primeira vez que o curso chega nas escolas estaduais de Pernambuco, mas o governo planeja ampliar para as demais regiões do estado.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou uma investigação para apurar a denúncia de merendas sendo servidas com larvas, cabelos e objetos de metais entre os alimentos. A denúncia é de alunos da Escola Técnica Estadual Dom Bosco, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

A queixa veio à tona no dia 21 de setembro e a portaria da investigação foi publicada do Diário Oficial desta quinta-feira (5). Segundo o Diário Oficial do MPPE, o procedimento irá acompanhar as políticas públicas envolvidas pela gestão após a notícia ser amplamente divulgada em canais de comunicação de Pernambuco.

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O documento cita que “é diretriz da alimentação escolar o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados e seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar”.

O promotor determinou que, de imediato, oficiem sobre a portaria a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE/PE) e o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) do Estado de Pernambuco, órgãos aos quais solicitou pronunciamento sobre o caso em até 10 dias úteis.

Larvas, cabelo e tachinhas de metal, usadas para pregar papel em quadro de aviso, foram encontrados por alunos dentro da merenda servida da Escola Técnica Estadual Dom Bosco, localizada no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

“Eu encontrei cabelo, aí peguei o prato de comida e fui levar para as tias da merenda. E elas disseram que foi a gente que colocou e não podia fazer nada. A gente levou para a gestão, e a gestora disse que a nutricionista ia vir. Ela veio ontem [quarta], mas não fez nada, só mexeu a panela e foi embora. É um absurdo porque a gente não é um animal para estar comendo isso e nem um animal come isso. Larva na comida, a gente achou um parafuso, imagina se um menino engolisse?”, disse Emily Mendes, estudante de 16 anos do 1º ano do ensino médio na escola. 

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A Escola Técnica Estadual Dom Bosco funciona em tempo integral, e conta com mais de 400 alunos. Diariamente, são servidas três merendas na escola: um lanche de manhã, o almoço e um lanche no turno da tarde.

Ao ser procurada pela TV Globo, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco respondeu que a gestão da Escola Técnica Estadual Dom Bosco tem conhecimento do que aconteceu com a merenda dos alunos e que notificou a empresa responsável pela alimentação dos estudantes. Ainda segundo a Secretaria, uma equipe de nutricionistas foi à escola e verificou que os fardos de arroz estavam dentro do prazo de validade. Além disso, testes de cozimento dos alimentos foram feitos e não encontraram larvas.

Uma auditoria realizada pelo Conselho de Alimentação Escolar do Paulista (CAE), em parceria com o Sindicato dos Professores Municipais do Paulista (SINPROP), denuncia sérias irregularidades nas escolas municipais, levantando preocupações sobre as condições alimentares dos estudantes da cidade da Região Metropolitana do Recife.

De acordo com as entidades, foram encontradas falta de insumos, fazendo com que o cardápio seja frequentemente alterado para se adequar a carência de alimentos.

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Dispensa da escola Geraldo Pinho Alves. Foto: Divulgação/Sinprop

"A secretaria de educação não faz o acompanhamento do estado nutricional dos estudantes; não existem nutricionistas suficientes para atender toda a rede de ensino; a maior parte dos nutricionistas da rede não possuem comprovantes de anotação de responsável técnico expedido pelo Conselho Nacional de Nutrição", diz trecho do comunicado enviado à imprensa.

Merenda comprometida 

Nas escolas municipais Professora Margarida Sampaio, João Fonseca e na Maria Luzia Pessoa de Andrade, CAE e SINPROP registraram condições preocupantes, incluindo a presença de larvas nos alimentos servidos aos estudantes, alimentos insuficientes na dispensa e instalações visivelmente precárias.

Cozinha da escola Margarida Sampaio. Foto: Divulgação/Sinprop

"As condições encontradas nas escolas municipais são inaceitáveis e representam um desrespeito aos alunos, aos pais e a todos. É fundamental que medidas sejam tomadas o mais rápido o possível para solucionar esses problemas, estamos muito apreensivos em relação à saúde dos nossos estudantes”, disse Gilberto Sabino, Presidente do SINPROP. 

O que diz a prefeitura

"A Secretaria Municipal de Educação vem a público reforçar seu compromisso inabalável com a qualidade da merenda escolar oferecida em nossas instituições de ensino. A nutrição adequada é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento saudável e o bom desempenho acadêmico de nossos estudantes.

Nosso objetivo sempre foi e continuará sendo garantir que os alunos recebam refeições balanceadas e de qualidade, que atendam às necessidades nutricionais de cada faixa etária, promovendo assim um ambiente propício ao aprendizado.

Contamos com uma equipe nutricional, composta por 7 (sete) nutricionistas escolares e 1 (uma) nutricionista responsável técnica (RT), que acompanham todas as escolas diariamente, onde é realizado supervisionamento e orientações gerais às merendeiras acerca do correto armazenamento dos alimentos, manuseio, boas práticas, higiene dos alimentos e higiene pessoal para o preparo destes alimentos.

Além disso, são ministrados mensalmente treinamentos para a equipe de merendeiras, cujo tema trata e esclarece sobre todas as suas atribuições, assim como a importância do acondicionamento dos alimentos nas unidades escolares e a necessidade de servir uma merenda de qualidade aos estudantes.

Reforçamos que a Secretaria de Educação mantém um canal aberto para receber denúncias e sugestões da comunidade escolar e da sociedade em geral, visando aprimorar constantemente o serviço prestado.

Neste sentido, a Secretaria de Educação está comprometida em apurar rigorosamente quaisquer irregularidades que porventura possam existir em relação à merenda escolar. Todas as denúncias e suspeitas de irregularidades serão tratadas com a devida seriedade e diligência."

Estudantes das escolas Professora Maria Alves Machado, localizada em Maranguape II, no município de Paulista, e EREM Miguel Pellegrino, em Jaqueira, na Mata Sul de Pernambuco, passaram mal após consumirem merenda nesta sexta-feira (1º). Nas duas instituições as aulas foram suspensas após o ocorrido.

Por volta das 11h, em Paulista, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município e de Abreu e Lima foi acionado para o atendimento aos alunos, que foram diagnosticados com "intoxicação exógena". Às 14h, o Samu confirmou a finalização de três atendimentos; todos os pacientes foram hospitalizados. Uma mulher de 35 anos foi encaminada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Paulista, e dois adolescentes, de 16 anos, encaminhados à Policlínica Torres Galvão. Ainda não há informações sobre os demais intoxicados.

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Questionada pelo LeiaJá sobre o caso, a Secretaria de Educação e Esportes de  Pernambuco (SEE-PE) afirmou, através de comunicado, que a nutricionista da Gerência Regional de Educação (GRE), responsável pela unidade de ensino, foi acionada para realizar uma inspeção na merenda para verificar uma possível irregularidade.

"A escola reforça que a caixa d'água e os bebedouros estão com a manutenção em dia e que a análise nos alimentos é feita regularmente pela equipe de nutrição da GRE", frisa a pasta. Além disso, a SEE ressalta que segue acompanhando o caso, "que está em investigação, e a escola vai marcar uma reunião com os familiares e responsáveis pelos estudantes na próxima semana, bem como a reposição das aulas para não prejudicar o calendário letivo". 

Já na EREM Miguel Pellegrino, segundo a SEE, além dos alunos, os funcionários da instituição deram entrada em unidades de saúde de Jaqueira após mal-estar. Ainda de acordo com a SEE, a nutricionista da Gerência Regional de Educação (GRE), responsável pela unidade de ensino, também fez uma inspeção na merenda da escola e não encontrou irregularidades. A pasta salienta que parte dos socorridos não se alimentaram da merenda.

"Além da segurança em relação à comida, a escola reforça que a caixa d'água e os bebedouros estão com a manutenção em dia. A pasta segue acompanhando o caso, que está em investigação, e a escola vai marcar uma reunião com os familiares e responsáveis pelos estudantes na próxima semana", diz a secretaria por meio da nota enviada ao LeiaJá.

O que diz a Prefeitura de Jaqueira

Por meio de nota, a Prefeitura de Jaqueira afirmou que 30 pessoas deram entrada no Hospital Municipal, na manhã desta sexta-feira (1º). De acordo com a gestão municipal, a Secretaria de Saúde do município enviou ambulâncias e a unidade móvel do Samu para auxiliar no atendimento de alunos e profissionais da EREM Miguel Pellegrino. De acordo com a equipe médica, os pacientes apresentavam sinais de desidratação; se queixavam de diarreia e vômito. 

A Prefeitura de Jaqueira informa que 30 pessoas deram entrada no Hospital Municipal, na manhã desta sexta-feira (1). A Secretaria Municipal de Saúde enviou ambulâncias e a unidade móvel do SAMU para auxiliar no atendimento de alunos e profissionais da EREM Miguel Pellegrino.

"Os pacientes apresentavam sinais de desidratação; se queixavam de diarreia e vômito. Todos foram medicados. Até o momento, três estudantes e uma professora permanecem em observação na unidade de saúde. A Vigilância Sanitária do município está empenhada na investigação do caso. A gestão municipal se coloca à disposição de todos", finaliza o comunicado. 

​O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca, recomendou à Prefeitura e à Secretaria de Educação de Ipojuca que tomem as medidas necessárias para regularizar a oferta de alimentação e do ensino em tempo integral na rede de escolas municipais.

Merenda: o Promotor de Justiça Eduardo Leal dos Santos relata que, segundo Relatório Técnico elaborado pelo setor de Nutrição da Gerência Executiva Ministerial de Apoio Técnico (GEMAT) do MPPE, foram detectadas inadequações nos cardápios disponibilizados na Escola Municipal Nossa Senhora das Mercês, além de outros fatores que não correspondem às orientações do Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE). 

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“De maneira geral, os cardápios apresentaram grande oferta de alimentos doces e processados, como biscoitos maria e maizena, biscoito amanteigado, bolos, pães; e ultraprocessados como mucilon e cremogema, com baixa oferta de legumes, verduras, derivados do leite e feijões, no caso dos cardápios voltados para os estudantes de 4 a 15 anos. E para os alunos de um a três anos, havia baixa oferta de leite e derivados, que são essenciais para o fornecimento do cálcio, que contribui para o crescimento nessa faixa etária”, ressalta o Promotor de Justiça, no texto da recomendação.

Além disso, o MPPE também alerta para o prejuízo que esse tipo de merenda traz à formação dos hábitos alimentares de crianças e adolescentes, uma vez que a exposição a uma dieta variada e balanceada reduz os males causados pelo consumo excessivo de itens com excesso de sal, açúcar e gordura.

“No âmbito da Educação, o programa suplementar de alimentação é uma garantia de atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, sendo dever do Estado o fornecimento regular de merenda escolar que atenda aos requisitos nutricionais estipulados pelo Ministério de Educação”, complementou Eduardo Leal dos Santos.

Deste modo, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que seja realizada a reorganização dos cardápios da Escola Municipal Nossa Senhora das Mercês, levando em consideração as orientações e os instrumentos disponibilizados na plataforma do Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE). Ademais, os órgãos responsáveis devem apresentar a conclusão do processo de aquisição das balanças, a implantação das fichas de controle de estoques e das fichas técnicas de preparações nas escolas, além de informarem as datas das capacitações das merendeiras no ano atual.

Ensino integral: já a respeito da oferta de educação em tempo integral, a 1ª Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca recomendou à Secretaria de Educação adotar as providências para implementar a Meta 6 do Plano Municipal de Educação de Ipojuca (PME 2015-2025).

Segundo o Plano, o ensino em tempo integral deveria ser oferecido em, no mínimo, 50% das escolas municipais e atender pelo menos 25% dos alunos da educação básica. Porém, conforme ofício remetido no ano de 2022 pela Secretaria Municipal de Educação, em Ipojuca apenas 4,5% dos 18.852 matriculados na rede municipal estudam em horário integral. Contando-se as escolas municipais, apenas cinco das 63 unidades são de tempo integral.

Uma vez identificado o descumprimento da Meta 6, o MPPE recomendou ao poder público realizar a construção, ampliação ou reforma de escolas para garantir o suporte do ensino integral; oferecer vagas na educação básica integral em unidades de ensino próximas às residências das crianças e adolescentes; e assegurar o acompanhamento pedagógico e multidisciplinar, garantindo a permanência do aluno na escola por, no mínimo, sete horas diárias. 

O MPPE fixou prazo de 30 dias para que o Município de Ipojuca, através de seus órgãos responsáveis, responda se acolhe ou não os termos recomendados pelo MPPE.  As duas recomendações foram publicadas na íntegra no Diário Oficial Eletrônico do MPPE de 9 de agosto de 2023.

*Da assessoria 

O Governo de Pernambuco voltou a ser alvo de protestos, desta vez, em um evento de inauguração do novo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) de Paulista, no Grande Recife. A cerimônia aconteceu entre a manhã e a tarde desta quarta-feira (7), e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da primeira-dama Janja, do prefeito do Recife, João Campos (PSB) e outros políticos, incluindo uma comitiva federal. 

Com as aparições da governadora Raquel Lyra (PSDB) e da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), os participantes passaram a gritar palavras de protesto, cobrando das gestoras a merenda dos estudantes. Os problemas com a falta de merenda nas escolas estaduais e também com a qualidade da alimentação têm cercado o Governo Lyra desde o primeiro mês de mandato. 

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Para tentar contornar a deficiência na educação, Pernambuco levou um dos maiores repasses do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para merenda escolar. Este ano, serão destinados aos pernambucanos R$ 233,3 milhões em recursos, um reajuste de 34,1% em relação aos valores de 2022.  

Quando chegou a vez da fala da governadora, no IFPE, ela foi cobrada também pela merenda, Lula fez o gesto de apoio ficando ao lado dela no púlpito e a governadora pediu que as pessoas a ouvissem.

Farmácia Popular

Na saudação à Priscila, também foram ouvidas diversas vaias. O mesmo aconteceu com Raquel Lyra, quando subiu ao púlpito no evento que aconteceu mais cedo no Recife, para o relançamento do Farmácia Popular. O público pediu que a governadora fizesse o “L”, em saudação ao presidente Lula, mas a gestora se recusou. Em vez disso, apenas sorriu, gesticulou um coração aos eleitores e cerrou o punho, agradecendo. 

*Com informações de Victor Gouveia

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Alunos da rede estadual de Pernambuco viralizaram nas redes sociais, nesta sexta-feira (2), após publicarem um vídeo relatando que passaram a semana comendo uma única refeição na merenda escolar, papa de aveia. De forma humorada, os estudantes se apresentam dizendo seus nomes e com o sobrenome “Papa”.

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“Foi papa segunda, papa terça, papa quarta, papa quinta e papa sexta”, dizem os alunos em formato de jogral. Eles pedem que a governadora Raquel Lyra (PSDB) “reaja, por favor”, para que o cardápio da merenda tenha uma variação maior.

A chefe do executivo estadual esteve presente no lançamento de um programa voltado para a educação em toda a rede pública, que tem como um dos eixos de base a segurança alimentar.

A Policia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu cerca de 840 kg de frango que estavam sendo transportados sem refrigeração. Segundo a polícia, o alimento estava sendo transportado em um veículo Fiat/Strada na BR-116 em Salgueiro, Sertão de Pernambuco, na sexta-feira (28).

Ao ser abordado, o motorista alegou aos agentes que os frangos seriam destinados à merenda de escolas do município. O homem disse ainda que parte da carga, um total de 2.933 kg, havia sido entregue no dia anterior, em um caminhão frigorífico da empresa fornecedora.

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A mercadoria saiu de Brejo Santo-CE, até Salgueiro, trajeto com mais de 70 km, sem nenhum tipo de resfriamento. Ao apreender a carga, a Vigilância Sanitária foi acionada e a carne, encaminhada para a agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco  (Adagro), de onde seguiu até o aterro sanitário para descarte.

No Recife, um homem e uma mulher foram presos por desvio da merenda da Escola de Referência em Ensino Médio Clotilde de Oliveira, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. A prisão aconteceu nesta quarta-feira (19) e foi realizada por agentes da Polícia Militar que chegaram até os acusados após receberem denúncias de populares.

No local, o militares encontraram o auxiliar de serviços gerais no estacionamento da escola, que confessou a prática de desvio. No porta-malas do carro do homem, foram encontradas várias caixas com mantimentos.

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O suspeito revelou também que teve ajuda de uma cozinheira da unidade. Ela admitiu sua participação e foi detida, confirmando que a prática do desvio era rotineira.

Foram recuperados 44kg de alimentos diversificados, como café, açúcar, cuscuz, feijão, achocolatados, creme de leite, óleo, entre outros produtos, um liquidificador e mil pratos descartáveis.

Diante dos fatos, os envolvidos, acompanhados pela diretora da escola, como testemunha, foram conduzidos à Central de Plantões da Capital, onde foram autuados em flagrante pelo crime de peculato.

Com informações da assessoria da Polícia Militar de Pernambuco

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Mais uma denúncia por falta de merenda escolar assombra o governo de Raquel Lyra. Na Escola de Referência Alberto Torres, de ensino em tempo integral, no bairro de Tejipió, no Recife, os alunos estão sendo liberados mais cedo, no horário do almoço, por falta de alimento, de acordo com o jornalista Itallo Olímpio.

Segundo o comunicador, a situação da falta de merenda voltou a complicar a vida dos estudantes."A falta de merenda vem desde o começo de março, mais ou menos. De lá pra cá a situação melhorou um pouco, mas piorou novamente da última semana pra cá. A única refeição oferecida na escola ontem foi cuscuz com leite, para os estudantes passarem o dia todo, praticamente, na escola", disse.

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Nas redes sociais, Itallo cobrou um posicionamento da governadora, Rachel Lyra, e da vice-governadora Priscila Krause. “Mais uma vez venho aqui cobrar da excelentíssima Raquel Lyra. Minha irmã, aluna de escola estadual, foi liberada cedo hoje por falta de almoço (ela estuda integral). Aulas de amanhã estão suspensas porque não tem comida. Mais uma vez, como já perguntei antes: o que você está fazendo sobre isso?”, questionou.

A publicação de Itallo obteve muitos comentários de pessoas afirmando que a mesma problemática vem acorrendo em suas respectivas escolas. “Meu irmão também está sem aula até segunda (10) por falta de comida na escola semi-integral”, comentou um internauta.

Em nota, a Secretaria classificou como improcedente a informação de que alunos tenham sido liberados mais cedo por falta de alimento na Escola de Referência Alberto Torres. A nota reiterou ainda, que já foram liberadas duas parcelas referentes ao repasse do cartão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para as escolas.

Confira a nota, na íntegra, abaixo:

“A Secretaria de Educação e Esportes (SEE) informa que não procede a informação de que os alunos da Escola de Referência Referência Ensino Médio (EREM) Alberto Torres, no bairro de Tejipió, foram liberados mais cedo pela falta de merenda. Nesta terça-feira (4), a unidade de ensino realizou uma atividade remota pela manhã e à tarde será realizada uma atividade pedagógica em alusão à Páscoa.

Quanto à merenda, a SEE informa que já foram liberadas duas parcelas referentes ao repasse do cartão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para as escolas que estão adimplentes em suas prestações de contas para complemento na compra dos gêneros que se encontram em fase de licitação. Todas as unidades escolares estão recebendo os insumos de acordo com o cronograma de distribuição.

A merenda da EREM Alberto Torres já foi parcialmente regularizada, e até o fim desta terça-feira os complementos chegam na unidade de ensino.”

Há dois meses, a alimentação dos 460 estudantes da Escola Municipal Professor Enaldo Manoel de Souza, localizada no Jordão, na Zona Sul do Recife, resume-se a pão, bolacha, biscoitos, sucos e algumas frutas.

A ausência de uma merenda escolar mais diversificada e em consonância com o planejamento nutricional, de responsabilidade de uma profissional vinculada à prefeitura, e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é consequência das condições inadequadas da água que chega na instituição de ensino.

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De acordo com uma funcionária da escola, o problema com a água foi constatado em janeiro de 2023 após uma coleta de rotina.

“Desse dia até uma nova coleta demorou um tempo, porque essa notificação foi em 2 de janeiro e a Vigilância Sanitária só voltou aqui em fevereiro, no final de fevereiro. Quando eles voltaram, o resultado continuou o mesmo e eles disseram que teriam que voltar. A escola relatou o problema para a Secretaria de Educação do Recife e vieram, uma terceirizada, fazer uma lavagem na cisterna e caixa, porque a escola tem esses dois sistemas, e realizam uma nova coleta na cisterna, torneira e até da água do caminhão pipa, mas ainda apresentou alteração”, explicou ao LeiaJá.

A manobra para manter a oferta da merenda escolar, com itens repetitivos, precisou ser feita, com o conhecimento de órgão vinculados à gestão municipal, para que objetos, como pratos, copos e talheres, não sejam contaminados.

“Os utensílios de cozinha precisam ser limpos. Se a gente recebe, por exemplo, uma dobradinha, que é um prato que consta no cardápio, vai precisar de uma limpeza melhor, por conta da gordura. A gente recebe garrafões de água mineral para essa lavagem, mas quem consegue lavar bem os pratos, que receberam esse tipo de alimentação, com baldes?”, questiona a profissional.

Cardápio que não é seguido devido à contaminação da água. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Mesmo com a problemática, as aulas seguem mantidas na escola. No entanto, a profissional salienta que a situação, além do comprometimento nutricional, reflete nas questões de higiene, pois, os alunos não podem lavar as mãos, após a utilização do sanitário ou de atividades com tinta, e acarreta perdas pedagógicas.

“A escola funciona de forma regular. Aqui, nós temos 200 estudantes pela manhã, 200 à tarde e 60 à noite, que são da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Na EJA, a situação é mais delicada porque se trata de estudantes mais velhos, que vêm direto do trabalho, sem jantar e quando chegam aqui são alimentados com biscoito, pão. Muitos acabam indo para casa e não comparecem às aulas, o que causa uma grade perda pedagógica”, expõe.

Além disso, discentes que possuem uma limitação alimentar, devido a alergias ou intolerâncias, ficam sem alternativa e o que já era escasso se torna ainda pior.

“Temos uma aluna com intolerância à lactose e ela acaba comendo só a fruta. Quando tem pão com queijo, ela só se alimenta do pão seco, porque a maioria dos alimentos da merenda que chegam tem lactose”, conta uma outra trabalhadora da Escola Municipal Professor Enaldo Manoel de Souza.

À reportagem, ela também aponta que houve uma desconstrução de tudo aquilo reforçado durante a pandemia.

“A gente passou muito tempo construindo uma rotina de higiene com os alunos. O que mais a gente falou durante a pandemia foi ‘lavem as mãos’ e, agora, a gente está desconstruindo isso. Como é que a gente vai garantir a higiene dessas crianças, principalmente das mais novas? Elas vão ao banheiro, não lavam a mão e pegam na comida, no colega. Há a orientação para eles e a gente reforça que após o uso do banheiro é necessário higienizar com álcool, todas as salas têm álcool 70%. Mas, muitas vezes, os alunos esquecem”, relata.

Uma questão alimentar e de saúde

Elizângela e Evelinkarla são mães de alunos da Escola Municipal Professor Enaldo Manoel de Souza. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Durante a presença da reportagem do LeiaJá na frente da instituição, mães confirmaram o relato dos profissionais.

“A minha sobrinha já estava falando sobre a água já faz um tempo, que a professora estava falando e que eles não podiam lavar as mãos. Ela também falou que a merenda estava vindo só biscoito, broa e suco e não estava vindo as outras merendas que eram para ter. Isso me preocupa porque a saúde está um caos. Muitas vezes, não têm médico na UPA aqui perto e se o meu filho ficar doente por conta da água, eu vou levar ‘pra’ onde?”, diz Elizângela Mendonça, cujo filho é aluno do 3ª ano da Educação Infantil.

Evelinkarla, que é mãe de duas estudantes do 2º e 5º, classifica a situação como "desagradável".

"São coisas que minhas filhas usam. A água e a comida, que é necessária. Tem crianças aqui na escola que não comem em casa e dependem da merenda daqui. Elas chegam aqui e só comem biscoito, comem cedo e largam às 11h40, daqui pra lá dá muita fome e não deixa ninguém satisfeito. A merenda que era para ter não tem por conta da água".

Além de pontuar a problemática alimentar. Alguns responsáveis relataram ao LeiaJá que filhos e netos apresentaram, recentemente, sintomas gástricos, vômitos e irritação na pele.

"Até hoje meu filho não quer comer, diz que está enjoado. Ele passou uns 15 dias mal e ainda, depois de uma semana, não consegue comer bem. Acredito que seja por causa da água", disse uma responsável à reportagem. 

Simpere acompanha o caso

Adneva Azevedo, diretora de comunicação do Simpere. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A situação da Escola Municipal Professor Enaldo Manoel de Souza é acompanhada pelo Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere). Em entrevista, a diretora de comunicação do sindicato, Adneva Azevedo, aponta que a prefeitura do Recife já tem conhecimento da condição insalubre da água.

"A prefeitura só refez a análise, lavagem da cisterna e, mesmo assim, com novas coletas e com o resultado da contaminação positivo, as aulas estão sendo mantidas. Os alunos privados do seu cardápio nutricional adequado para uma merenda fria. Para além da perda nutricional, a gente entende que está tendo perda pedagógica e, principalmente, o comprometimento da saúde não só dos estudantes, mas dos professores, gestão e trabalhadores que fazem a limpeza da escola e estão em contato direto com a água contaminada sem equipamentos de proteção individual adequados", aponta

O que diz a Prefeitura do Recife

Por meio de nota, enviada ao LeiaJá, a prefeitura do Recife afirma que já realizou duas limpezas no reservatório da Escola Municipal Professor Enaldo Manoel de Souza. Além disso, o comunicado reforça que foi solicitado uma análise da água "à empresa que abastece a unidade através de caminhão pipa, bem como uma análise da água da Compesa, para que seja possível identificar a causa do problema".

A gestão municipal também informa ainda que realizando o abastecimento na unidade de ensino com água mineral e "que, até a resolução do caso, será servida merenda fria para que os estudantes não sejam prejudicados". Com relação a informação de que alguns alunos apresentaram sintomas gástricos, "a Secretaria de Educação pontua que até o momento a gestão escolar não foi comunicada oficialmente pelas famílias". 

O governo federal deve anunciar, nos próximos dias, um reajuste nos valores do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), segundo informações da secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal. O programa prevê repasses de recursos federais para estados e municípios, com base no número de alunos de cada rede.

Em janeiro deste ano, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o governo estudava aumentar os valores, que, segundo ele, estão sem reajuste há seis anos.

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Os detalhes sobre os novos valores, no entanto, ainda não foram divulgados. Atualmente, os recursos repassados pelo Pnae variam de R$ 0,32 por dia (para cada estudante da educação de jovens e adultos) até R$ 2 por dia (para o programa de fomento às escolas de ensino médio em tempo integral).

Recursos

Outros recursos do Pnae são: ensino fundamental e médio (R$ 0,36), pré-escola (R$ 0,53), atendimento educacional especializado no contraturno (R$ 0,53), escolas indígenas e quilombolas (R$ 0,64), creches (R$ 1,07) e ensino integral (R$ 1,07).

“A alimentação escolar é estratégica para que as crianças possam ter uma alimentação adequada. A gente tem mais de 40 milhões de crianças que se alimentam cotidianamente nas escolas. E essas crianças terem alimentação de verdade é importante para que a gente consiga ter uma segurança alimentar e menores índices de desnutrição”, afirmou Lilian Rahal.

Durante cerimônia de posse da nova presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Márcia Angela da Silva Aguiar, nesta sexta-feira (3), estudantes cobraram merenda à governadora Raquel Lyra, que participava do evento. "Governadora, cadê a merenda dos estudantes?", indagou um representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UBES). Sem muito alarde, a governadora apenas respondeu com um "é sobre isso". 

À reportagem, Inaldo Lucas explica que o protesto foi motivado pelas denúncias de ausência de alimentação em algumas escolas da rede estadual de Pernambuco, assim como, o atraso de salários de trabalhadores terceirizados que atuam na Educação. "Está tendo muita demanda dos estudantes pernambucanos aqui na região metropolitana e no interior sobre falta de alimentação, fardamento, material escolar. Além disso, tem a falta de pagamemto dos trabalhadores", disse.

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Inaldo, que faz parte da UBES, expõe que o protesto não foi previamente combinado, pois, os estusantes não tinham certeza da presença da governadora de Pernambuco na cerimônia de posse. "A gente não sabia se a governadora estaria presente, então, não tinhamos combinado esse protesto, mas aproveitamos a presença dela. Infelizmente, a gente sabe que isso não é de agora, mas ela [Raquel Lyra] só faz arrumar desculpas pra (sic) poder passar pano, por debaixo do tapete, critica.

 

 

O Governo do Estado de Pernambuco publicou, nesta quinta-feira (2), uma nota esclarecendo o atraso nos pagamentos de funcionários terceirizados atuantes das escolas da rede estadual e no fornecimento de merendas.

Na publicação, o governo afirma que os pagamentos estão sendo feitos dentro dos prazos previstos pelo contrato com as empresas terceirizadas que cuidam da contratação de funcionários como merendeiros, porteiros, auxiliares administrativos, entre outros, da Secretaria Estadual de Educação (SEE).

Segundo a declaração, “casos pontuais estão sendo priorizados e resolvidos” e medidas já foram tomadas para regulamentar o fornecimento de merenda na Rede Estadual de Ensino. Uma delas é a investigação de casos de descumprimento de contrato por parte das empresas terceirizadas.

“Entre estas medidas, está a abertura de processos administrativos para averiguar os casos em que as empresas estejam descumprindo os contratos, o que inclui o não pagamento em dia dos salários e dos benefícios, como vale-transporte, dos funcionários terceirizados”, explica a gestão.

O Estado de Pernambuco disponibilizou canais de Ouvidoria para receber denúncias sobre a falta e a qualidade das merendas nas escolas. São elas o endereço de e-mail ouvidoria@ouvidoria.pe.gov.br e o telefone 162.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) emitiu nota sobre o atraso de pagamento dos profissionais terceirizados da Educação, entre eles, as merendeiras. A organização sindical classificou a ausência de remuneração para esses trabalhadores como uma "vergonha".

"Essa classe trabalhadora serve ao Estado de Pernambuco em uma atividade previsível, tanto no âmbito orçamentário quanto no organizativo. Não há motivos para o atraso de seus salários", salineta trecho do comunicado. 

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Além disso, o Sintepe chama atenção para a falta da merenda nas escolas estaduais, reflexo da paralisação da categoria responsável pela preparação da alimentação dos 534 mil alunos da rede em Pernambuco. "É inadmissível faltar merenda em qualquer unidade escolar no Estado. Estudantes pernambucanos/as contam com esse reforço alimentar no horário escolar e no contraturno. O Estado não pode vacilar! A merenda é parte estratégica para garantir o processo de ensino e aprendizagem".

E complementa: "Exigimos que o Estado de Pernambuco corrija imediatamente essas falhas tão graves sob pena de prejudicar o direito à educação de nossas crianças, adolescentes e jovens".

Sem abastecimento pelo governo, as escolas da rede estadual de ensino de Pernambuco não receberam os alimentos necessários para a merenda dos alunos. Segundo a gestora de uma das unidades, que prefere se manter anônima, as únicas proteínas que ainda estão disponíveis aos estudantes são sardinha e frango.

"Realmente, Raquel [Lyra] não mandou merenda mais, né? A gente está trabalhando com o que tem de insumo, feijão, arroz, que aqui é a merenda da escola é escolarizada, feito na escola. A gente está trabalhando com o que tem ainda. O que está sendo mandado é leite, pão, que são coisas que vêm para a semana”, relata a gestora.

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A fonte disse ainda que não chegou carne moída, frango, porco, verduras ou raízes. Apesar da situação, os profissionais ainda procuram apresentar uma variedade no cardápio para os alunos com o pouco que se tem disponível nas escolas.

“A gente não paralisou porque a gente está fazendo essa administração, né? Das coisas que tem para fazer um cardápio diferenciado, mas realmente não chegou nada e está todo mundo na expectativa disso”, conta a profissional.

Atraso no salário

Além da situação dos alimentos, os profissionais terceirizados também enfrentam dificuldades com atraso no salário. Segundo Rinaldo Junior, presidente da Força Sindical, as merendeiras só foram pagas na última terça-feira (29). Já o mesmo não aconteceu com outros funcionário, como os porteiros, profissionais de serviços gerais e vigilantes.

A gestora entrevistada confirma que estão todos na expectativa: “Algumas escolas não estão tendo aula porque o pessoal da limpeza e portaria não receberam o salário de fevereiro ainda. Algumas estão tendo meio expediente. Aqui fizemos o rodízio dos funcionários para garantir o mínimo de funcionamento.”

Em nota, a Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE) afirma que os pagamentos referentes ao mês de janeiro de algumas empresas terceirizadas responsáveis pela contratação de merendeiras foram regularizados e outros estão em fase de regularização.

Veja o comunicado na íntegra:

“Cabe exclusivamente às contratadas o repasse de todos os direitos dos funcionários (como vale-transporte), incluídos contratualmente e pagos integralmente pela gestão estadual. O fluxo de pagamentos está seguindo o processo normal previsto nos contratos.

A administração esclarece que, cumprindo os trâmites ordinários da inauguração de um exercício fiscal na administração pública, a programação financeira para pagamentos do corrente ano foi liberada em 28 de janeiro, a partir de quando se permitiu às unidades gestoras o registro de notas de empenho de serviços efetuados este ano. Sublinhe-se que, atentos a essa previsibilidade, todos os contratos das empresas terceirizadas preveem esse intervalo (90 dias), não sendo justificável atraso nos repasses aos respectivos funcionários.

Por fim, de acordo com informação da Secretaria da Fazenda, a Educação iniciou a atual gestão com R$ 224 milhões de Restos a Pagar referentes a 2022 e que todos os esforços estão sendo empenhados no sentido de regularizar as dívidas acumuladas pela gestão passada.”

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal em Pernambuco, nesta quarta-feira (30), investiga um desvio de dinheiro milionário em um programa do Governo do Estado e que prevê a distribuição de leite para pessoas em vulnerabilidade social. O Governo é alvo na ação, que também emitiu outros 36 mandados de busca e apreensão em 10 municípios. A investida foi coordenada pela polícia e em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU). 

Segundo a PF, o esquema consistia em uma cooperativa de fachada para a admissão de empresas que não atendiam aos requisitos legais de contratação. Toda a ação criminosa aconteceu dentro do Programa Leite de Todos (parte do Programa Alimenta Brasil) e foi facilitada pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, que permitiu os convênios fraudulentos. 

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A suspeita é de que a organização criminosa teria desviado parte dos recursos destinados à cooperativa e incorporado esses valores desviados ao patrimônio dos seus integrantes após atos de lavagem de dinheiro. O programa de distribuição de leite deveria servir para incentivar a produção pecuária familiar local e reduzir os riscos de insegurança alimentar e nutricional.   

A investigação teve início a partir do recebimento de Relatório de Fiscalização do Tribunal de Contas de Pernambuco, trazendo indícios de desvio de verbas públicas e apontando, somente no ano de 2020, um prejuízo aproximado de R$ 8,5 milhões.  Os convênios em que teriam ocorrido essas fraudes totalizam recursos da ordem de R$ 192 milhões, dos quais cerca de R$ 153 milhões são de origem do Governo Federal.  

Os mandados de busca e apreensão foram emitidos nas cidades de Águas Belas (2), Gravatá (4), Garanhuns (1), Itaíba (5), Passira (1), Pesqueira (1), Recife (17), Olinda (2), Belo Jardim (02) e Frei Miguelinho (1).  Os crimes investigados são de estelionato, peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra saúde pública, cujas penas somadas ultrapassam 30 (trinta) anos de reclusão. Na ação, foram apreendidos laptops, carros de luxo, dinheiro em espécie e celulares.

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O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão dos Direitos Humanos (CDH) no Senado, oficiou diversos órgãos para que apurem e tomem as providências cabíveis em relação ao caso de uma escola pública da região de Planaltina, no Distrito Federal, que estava carimbando os alunos para que não repetissem a merenda fornecida. A escola também estaria negando alimento para aqueles que se recusavam a receber o carimbo. 

Para o parlamentar, os atos praticados no Centro Educacional (CED) 3 de Planaltina (DF) “demonstram o desrespeito à dignidade e à inviolabilidade da integridade de crianças e adolescentes. Humberto afirma que “leem-se ali fortes traços de violação psíquico-moral, com tratamento degradante e vexatório em oposição a estudantes menores de idade, submetendo-os a situações manifestas e dolosas de humilhação e ridicularização públicas”. 

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Os pedidos de providências sobre o caso, que está sendo acompanhado pela equipe da CDH do Senado, foram enviados à Secretaria de Educação do Distrito Federal, à Defensoria Pública do DF, ao Ministério Público (MP) do DF e ao MP junto ao TCDF. 

“Medida isolada”

Segundo o diretor do CED, Ronaldo Victor dos Santos, só houve um dia em que alunos foram carimbados — na sexta-feira, 2 de setembro — e que a iniciativa foi tomada seguindo orientação de um professor que alegou falta de tempo para alguns estudantes lancharem por causa de outros alunos que estariam repetindo a merenda. O gestor afirmou que, assim que soube da orientação, determinou a suspensão da prática. 

A Secretaria de Educação do Distrito Federal fez uma apuração do caso, no dia 9 de setembro, e divulgou nota em que o diretor da escola explica o uso do carimbo como “medida isolada para organizar a fila da merenda” na sexta-feira anterior. 

 A secretaria reforçou ainda que “preza por ofertar uma alimentação de excelência para todos os estudantes da rede pública” e informou que, caso a equipe gestora do CED 3 de Planaltina verifique a necessidade do aumento da quantidade de comida, poderá solicitar à pasta.  

*Da Agência Senado

Alunos do Centro Educacional (CED) 3 de Planaltina, instituição localizada no Distrito Federal, alegam que foram 'carimbados' pelo professor de geografia, Saimon Freitas Cajado Lima, para que eles não repetissem a mereda. De acordo com os relatos, a atitude do docente gerou constrangimento e a prática ocorreu na última semana.

O diretor da instituição, Ronaldo Victor dos Santos, afimou, em entrevista à TV Globo, que Saimon Freitas achou prudente marcar a mão dos estudantes para que outros alunos pudessem ter tempo de também fazer a refeição. "O fato aconteceu na sexta-feira passada e na segunda-feira, quando eu cheguei, recebi uma [reclamação] na Ouvidoria. Quando fiz levantamento, o professor disse que tinha feito e eu falei 'rapaz, não faça mais isso'", disse o gestor. 

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Nesta sexta-feira (9), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, falaram sobre o caso e repudiaram a atitude do professor. “Pedi providências imediatas para a Secretaria de Educação para resolver esse absurdo, que não pode acontecer em nenhuma escola. É inadmissível”, escreveu Ibaneis no Twitter.

No vídeo compatilhado pelo governador, a secretária de Educação afirma que uma equipe foi direcionada até a escola "para verificar a situação, o que realmente aconteceu e, se for necessário, vamos punir os envolvidos nessa história. Não aceitamos, de forma alguma, qualquer constrangimento a qualquer aluno que seja da rede pública de ensino”, disse Hélvia Paranaguá.

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