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Alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) de Beberibe, localizada na Zona Norte do Recife, relataram, nesta sexta-feira (29), a presença de larvas na merenda. O prato em que foram encontradas as larvas foi filmado pelos próprios estudantes.

Ao portal G1, a mãe de uma das alunas da EREM de Beberibe, Midiã Maria Ramos, se mostrou indignada com a situação. "Comentaram na escola que comer larva era normal na China, mas nós estamos no Recife e não admitimos isso”, desabafou.

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A instituição de ensino disponibiliza aos alunos três refeições diárias e, de acordo com o veículo, relatos dos adolescentes apontam que os problemas com as merendas são corriqueiros. Ainda segundo o G1, alguns alunos realizaram uma manifestação e se reuniram com nutricionistas do Governo de Estado e com a empresa fornecedora da merenda para solicitar mudança no cardápio, no entanto, não tiveram êxito.

Por meio de nota, a Secretaria de Educação e Esportes (SEE) afirmou que tomou conhecimento dos problemas alimentares na escola nesta sexta e salientou que "toda alimentação escolar passa por um acompanhamento com equipes de nutrição. A formação de merendeiras segue os padrões estabelecidos pela Vigilância Sanitária". Além disso, a pasta disse que houve uma reunião entre pais, alunos, gestão e nutricionista para definir a investigação.

 

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Alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Augusto Meira, localizada no bairro de São Brás, em Belém, se reuniram e realizaram um protesto na manhã de terça-feira (19), para denunciar a falta de alimentação e de reformas na estrutura do local. A instituição tem vários problemas estruturais há bastante tempo, como diz o professor Beto Andrade, representante do Sindicato de Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp), que deu apoio à comunidade escolar durante a manifestação.

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Segundo o professor, o ato foi realizado em formato de aula pública de cidadania com a intenção de chamar atenção para a situação da escola Augusto Meira, de outras escolas que também funcionam em tempo integral e das escolas do Estado do Pará como um todo, que sofrem com a irregularidade ou a falta de merenda escolar.

“Isso é um problema histórico, grave, crônico, crítico, e que não se resolve. Nas escolas de tempo integral isso é pior, não que seja menos problemático para as escolas regulares, mas porque os alunos têm que ficar lá o dia todo”, ressaltou Beto Andrade.

Como solução, o professor citou a otimização dos recursos para a melhoria das condições dessas instituições escolares. Esse problema, como observa o professor, impacta diretamente a qualidade de vida, de ensino e causa o adoecimento das pessoas. “O aluno de escola pública tem que se contentar com o mínimo, e nem o mínimo às vezes. Isso é muito perverso”, critica.

Segundo Beto Andrade, cerca de 75% das escolas estão com os conselhos escolares inadimplentes e não estão recebendo recursos. “Quando a escola não recebe esses recursos, pequenos reparos que poderiam evitar maiores danos depois não são feitos. Então falta organização, disciplina e vontade política do governo para poder avançar”, afirma.

Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio de sua assessoria, pediu que os questionamentos fossem encaminhados por e-mail. Até a publicação dessa notícia, porém, não respondeu.

Por Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

Nesta quinta-feira (31), a General Goods, responsável pelo fornecimento de alimentos para rede estadual de ensino de Pernambuco, emitiu posicionamento sobre os casos suspeitos de intoxicação alimentar em alunos da Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho. De acordo com o Governo do Estado, dos 490 alunos da escola, 60 tiveram problemas de saúde após o consumo da merenda. Onze alunos, com idades entre 14 e 17 anos, chegaram a ser socorridos pelo Samu para o Hospital Mendo Sampaio, no Distrito Industrial Diper.

Por meio de nota, a empresa disse que trabalha em conjunto com as autoridades sanitárias para identificar possíveis causas do incidente. “No dia de ontem, logo que tomaram conhecimento da ocorrência, técnicos da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Educação do Estado, além de profissionais do nosso controle de qualidade, se dirigiram à escola e não identificaram qualquer irregularidade nas refeições servidas”, alega a General Goods.

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A empresa informou ainda que está reforçando os procedimentos de segurança alimentar na unidade escolar. A General Goods tem 30 anos de mercado, servindo 100 mil refeições por dia nos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro, para clientes dos setores público e privado.

De acordo com a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, todas as merendas passam por uma avaliação nutricional rigorosa antes do repasse para os estudantes. "No caso da ETE Luiz Alves, a Gerência Regional responsável conta com uma equipe de oito nutricionistas lotados na circunscrição da escola em questão. Essa equipe faz regulares visitas técnicas de inspeção sanitária e acompanhamento do andamento do processo de alimentação e nutrição no ambiente da escola. Além disso, temos uma equipe lotada na sede da Secretaria que faz o acompanhamento especializado ao que diz respeito ao Controle de Qualidade", diz o posicionamento da pasta.

Nesta quinta-feira (31), as aulas na unidade de ensino aconteceram somente no período da manhã e os estudantes foram liberados na hora do almoço. Já as aulas da próxima sexta-feira (1º) foram suspensas. Nesta data, os estudantes terão encontros remotos, enquanto o Governo do Estado realiza novas reuniões para "melhor acompanhamento do caso por todos os órgãos responsáveis".

Estudantes passaram mal nesta quarta-feira (30), após comer a merenda na Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. Dos 490 alunos da escola, 60 tiveram problemas de saúde por causa da intoxicação alimentar, segundo o Governo de Pernambuco. 

Onze alunos de 14 a 17 anos foram socorridos pelo Samu para o Hospital Mendo Sampaio, no Distrito Industrial Diper, no Cabo de Santo Agostinho. 

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A Secretaria de Educação de Pernambuco informou que a merenda da escola é feita e entregue pela empresa terceirizada General Goods. “Todas as merendas passam por uma avaliação nutricional rigorosa antes de ser servida aos estudantes e que todas as refeições são feitas diariamente e, periodicamente, os alunos se submetem a aplicação de um questionário de satisfação e de aceitabilidade. As aulas da unidade não foram suspensas e os estudantes que se sentiram mal só foram liberados após autorização médica e com presença dos pais ou responsáveis”, informou a pasta, em nota. 

De acordo com a Secretaria, uma equipe de nutricionistas foi enviada até o local para fazer a anamnese com os estudantes e coletar as amostras da refeição para análise laboratorial.

A mãe de um aluno de 16 anos, que não quis ser identificada, informou, ao g1, que o prato que provocou a intoxicação alimentar foi um estrogonofe de frango. “Os meninos disseram que a galinha parecia que tinha areia dentro. O feijão estava com cheiro e gostos ruins”, contou. 

Pelos relatos do filho, ela afirmou que os alunos começaram a passar mal depois do almoço, por volta das 13h. “Eles começaram a ir ao banheiro. Meu filho disse que comeu pouco e, por isso, não teve nada, graças a Deus. Não é de hoje que existe comida ruim lá. E ninguém faz nada sobre isso”. 

“Eles só liberaram os meninos às 16h. Quero saber quem teve condições de estudar depois de tudo isso. Meu filho disse que nunca mais vai comer na escola”, acrescentou. 

Nota na íntegra

"A Secretaria de Educação e Esportes do Estado informa que ao tomar conhecimento de que estudantes estavam passando mal, a gestão da Escola Técnica Estadual (ETE) Luiz Alves, no Cabo de Santo Agostinho, prontamente prestou os primeiros socorros aos jovens, acionou o Samu e entrou em contato com os pais e responsáveis.

A Gerência Regional de Educação Metropolitana Sul também encaminhou uma equipe de nutricionistas até o local para fazer a anamnese com os estudantes e coletar as amostras da refeição para análise laboratorial, onde todos os pontos precisam ser analisados com precisão antes de qualquer conclusão.

A pasta esclarece ainda que todas as merendas passam por uma avaliação nutricional rigorosa antes de ser servida aos estudantes e que todas as refeições são feitas diariamente e, periodicamente, os alunos se submetem a aplicação de um questionário de satisfação e de aceitabilidade. As aulas da unidade não foram suspensas e os estudantes que se sentiram mal só foram liberados após autorização médica e com a presença dos pais ou responsáveis."

A Polícia Federal no Maranhão deflagrou na manhã desta quarta-feira, 23, uma operação contra suposto esquema de fraudes licitatórias, superfaturamento e simulação de fornecimento de alimentos da merenda escolar, com desvio de recursos públicos federais do Programa de Alimentação Escolar, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

As investigações miram supostas irregularidades em contratos fechados pelas prefeituras de Pinheiro, São Bento e Peri-Mirim. "Os contratos firmados pelas principais Associações Rurais investigadas, com indícios de desvio da quase totalidade dos valores recebidos, somam (apenas com as três prefeituras e no período de 2018/2021) cerca de R$ 3,8 milhões", diz a PF.

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De acordo com a corporação, um grupo de investigados foi indiciado por fraude à licitação, desvio de recursos públicos de prefeitos, lavagem de dinheiro, associação criminosa, peculato e corrupção ativa.

A etapa ostensiva das investigações é aberta em meio à divulgação de uma série de reportagens do Estadão que denuncia a captura do Ministério da Educação por pastores que intermediam o acesso a verbas da pasta. O prefeito de Luís Domingues (MA) Gilberto Braga (PSDB) relatou que um dos pastores envolvidos no esquema solicitou R$ 15 mil e mais um quilo de ouro para intermediar a liberação de recursos para a cidade localizada a cerca de 350 km de São Luis.

Batizada '5ª Potência', a ofensiva cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em endereços de políticos nas cidades de Pinheiro e Peri-Mirim, de ex-agentes políticos do município de São Bento, de Associações de Agricultura Familiar da Baixada Maranhense, além de endereços de pessoas ligadas a empresas de São Luís.

Cerca de 80 policiais federais participaram das diligências, dando cumprimento aos mandados expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. De acordo com a Polícia Federal, as investigações que culminaram na operação já duram cerca de quatro anos e o inquérito é derivado de apurações anteriores.

Segundo a PF, o nome da ofensiva '5ª Potência' faz referência à exponenciação: "operação matemática que representa a multiplicação de fatores iguais várias vezes se chegando a valores exponenciais, do mesmo modo como as exorbitantes quantidades de alimentos superfaturadas e em sua maioria não fornecida pelas entidades de fachadas para as escolas municipais".

Os investigadores apontam que o grupo sob suspeita 'se aproveitou' da previsão, em lei, de que ao menos 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para custeio do Programa de Alimentação Escolar deve ser dispendido na compra de alimentos diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural local.

No entanto, a PF diz ter identificado chamadas públicas fraudadas e direcionadas, que resultaram na contratação de entidades geridas por agentes públicos que integram o esquema criminoso. A corporação diz ainda que as entidades investigadas não possuem a mínima capacidade econômica e operacional para o fornecimento da 'absurda e desproporcional' quantidade de alimentos declarados nas notas fiscais e nos contratos.

"Em apenas um ano a Associação Rural contratada declarou o fornecimento (já no final do ano letivo) de 420 kg de alface; - 200 kg de cheiro verde; - quase 35 mil unidades de pão caseiro; - 350 kg de erva vinagreira, - 40.600 unidades de banana, etc, quantidade de alimentos esta inviável de ser produzida no local e desproporcional à quantidade de alunos matriculados", relatou a corporação.

Os investigadores ainda dizem ter encontrado 'fortes elementos' da existência de fraude e desvio na aplicação da outra parte dos recursos destinados pelo FNDE para a merenda escolar. A PF aponta que houve repasses, pelas prefeituras, de valores para empresas de fachada sediadas na capital maranhense.

"Análises financeiras e laudos periciais realizados com base na movimentação bancária dos investigados, permitiu verificar que os recursos repassados para Associação de Agricultores e empresas de fachada foram quase que completamente desviado para agentes políticos investigados e empresas/pessoas sem relação com o fornecimento de merenda escolar (como construtoras, mini-mercados, organizadoras de eventos, "limpa fossas", etc)", diz a corporação.

A Polícia Civil de Goiás cumpriu, nessa terça-feira (17), dois mandados de busca e apreensão na cidade de Firminópolis, em face de uma investigação policial foi iniciada em razão da grande quantidade de carne bovina e frangos adquiridos pela Prefeitura Municipal de Firminópolis em um açougue local. Os documentos informavam que a compra era para merenda escolar, só que as escolas estão fechadas devido à pandemia.

Ao todo, só neste de 2020, foram custeados pelos cofres públicos da cidade R$ 269.267,00 em compra de carne. Além da justificativa da merenda, segundo a polícia, está documentada a aquisição de carne “para confraternização com os servidores da garagem” com 60 pessoas, em um valor que, segundo a investigação, daria para comprar mais de 163 kg de carne nobre bovina.

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Foi ainda constatado que servidores de Firminópolis abasteciam suas casas com carnes que eram pagas pela Prefeitura. A Polícia Civil investiga a ocorrência do crime de dispensa indevida de licitação, já devidamente materializado, porém, as investigações vão continuar no sentido de buscar eventual configuração de outros crimes, inclusive de ordem fiscal e contra administração pública.

O proprietário do açougue ainda foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante a realização da operação.

Com informações da PC-GO

O presidente Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, derrubou uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) que obrigava o governo do Estado e a prefeitura do Rio a oferecerem merenda escolar aos alunos da rede de ensino durante a pandemia, mesmo sem aulas presenciais. A Defensoria Pública afirma que vai recorrer da decisão.

Além do impacto que a medida poderia ter sob as finanças do Estado, Dias Toffoli argumentou em sua decisão que cabe ao Poder Executivo, e não ao Judiciário, decidir sobre o tema. Apesar de não ser uma decisão de repercussão geral, existe a possibilidade de outros Estados e municípios usarem o despacho do presidente do STF como argumento para suspenderem o fornecimento da merenda.

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Em nota, a Defensoria lamentou a decisão. "A alimentação escolar é um direito previsto na Constituição de todas as crianças e adolescentes matriculados na rede pública de ensino e, por consequência, um dever do Estado. Não convence, data vênia, qualquer argumento de separação de poderes no sentido de que o Poder Judiciário não pode interferir no Poder Executivo porque, neste caso, estamos diante de uma política pública com assento na Constituição", considerou o órgão.

"Se o Estado do Rio de Janeiro se omitiu em assegurar esse direito aos estudantes, cabe ao Poder Judiciário intervir para garanti-lo, sobretudo por se tratar de um direito fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, que corresponde ao mínimo existencial, não havendo que se falar em abalo às finanças públicas, que existem justamente para atender essas necessidades mais básicas", prossegue o texto.

Coordenador do curso de Direito do Ibmec-SP, o professor Alan Vendrame também discorda da decisão de Dias Toffoli. "A merenda está dentro do princípio constitucional da educação. A educação não é só uso de giz e professor, ela tem um contexto muito maior de socialização, de diminuir a desigualdade social. Esse formalismo legal que o ministro usou em sua decisão acaba por ser contraditório", avalia. "Se há uma previsão constitucional, a política pública acaba sendo um instrumento obrigatório para que os governos executem."

Vendrame ressalta que a decisão não tem repercussão geral, mas alerta para o precedente que ela abre. "Ela acaba por colocar no mundo jurídico argumentos pelos quais (outros) Estados e municípios que resolverem suspender a merenda possam usar para questionar junto ao Judiciário."

Apesar da decisão favorável, tanto o governo estadual quanto a prefeitura do Rio informaram que seguirão fornecendo um kit de merenda escolar aos alunos da rede pública.

Em meio à pandemia de Covid-19, com o fechamento das escolas, as famílias dos estudantes recebem kits de merenda escolar para auxiliar na segurança alimentar durante esse período difícil. O que deveria servir de auxílio, no entanto, se mostrou um problema quando em meio a denúncias de superfaturamento na compra de alimentos e materiais escolares para escolas estaduais do Rio de Janeiro, parte das famílias não recebeu nada ou pior: receberam alimentos estragados dentro da cesta básica. 

Na última sexta-feira (26), a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagraram uma operação 64 mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital contra empresários e diretores de escolas para apurar as suspeitas de fraudes. 

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No início desta semana, pais de estudantes reclamaram das cestas básicas destinadas à alimentação dos estudantes. O kit que deveria dar para um mês inteiro chegou às famílias contendo 1kg de fubá, 1kg de arroz, 500g de macarrão, um milho, uma lata de sardinha, um sachê de massa de tomate e 1kg de feijão. O problema foi constatado mesmo entre famílias de estudantes matriculados em escolas cujos diretores não estão envolvidos no esquema de fraude, como foi o caso Colégio estadual Vila Bela, no bairro Banco de Areia, em Mesquita. 

A manicure Flávia Jane Massulino, de 44 anos, foi buscar os alimentos e contou em entrevista ao jornal O Globo que percebeu a presença de bichos no feijão. “Lavei, deixei de molho e tirei os melhores para cozinhar. Saí para fazer unha. Quando cheguei em casa e fui mexer, tinham os bichinhos na panela. Antes, dava para comprar biscoito, achocolatado, iogurte. Agora meu marido está desempregado e a quantidade de unhas que faço caiu muito. Falo para meus filhos ‘não comam muito’ para dar para o mês todo”, contou ela, que mora com seus três filhos e o marido, mecânico que perdeu o emprego logo no início do período de quarentena. 

Já o Colégio estadual Pedro Álvares Cabral, no centro de São João de Meriti, cuja gestão está no centro da operação que investiga o esquema de fraude, não distribuiu as cestas básicas aos alunos. Elisângela Barcelos, de 39 anos, é mãe de um aluno do 3° ano do ensino médio, mora com ele e mais três filhos. Diante das dificuldades da pandemia, o jovem de 20 anos está precisando fazer bicos como ajudante de obras enquanto a mãe trabalha como faxineira, ganhando R$ 70 por semana. Ela conta que recebeu a notícia de que os alimentos seriam distribuídos, mas jamais os recebeu. 

“Iria ajudar muito. Com o que ganho com as faxinas, tento comprar frango, salsicha, ovo ou legume. Carne não dá. Minha filha mais velha, de 23 anos, está desempregada. Agora estamos aguardando a terceira parcela do auxílio emergencial. É uma sacanagem tirarem de quem mais precisa”, reclamou ela. 

Outras famílias de alunos da mesma escola têm passado momentos de necessidade e insegurança alimentar, precisando de ajuda para conseguir o que comer. Edilza Santos, de 48 anos, é mãe de uma jovem de 19 anos, aluna do 2º ano do ensino médio, e tem recebido ajuda de membros da igreja para se alimentar agora que fonte de renda da família - a venda de quentinhas com o marido - teve uma queda acentuada devido à pandemia. “Estou pegando cesta básica na minha igreja, em Vaz Lobo. Quem dera se dessem aqui na escola. Eu e meu marido nos inscrevemos para receber o auxílio (emergencial), mas é muito triste isso tudo”, contou ela.

Apuração dos fatos

Em nota oficial, a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro afirmou que irá apurar o os problemas relatados pelas famílias. “Caso seja identificado qualquer problema, a unidade escolar comunicará aos pais sobre como proceder. Vale esclarecer que a Seeduc apenas repassa a verba para as unidades para a aquisição de alimentos", diz o texto.

Operação Prandium

Durante a Operação Prandium, que investiga as fraudes em compras no setor da educação no estado do Rio de Janeiro, o empresário Mauro Della Libera Braga, responsável pela empresa Fox Comércio e Prestação de Serviços, de Nilópolis, foi detido em casa e levado para Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio. Duas diretoras regionais administrativas também foram levadas à Cidade da Polícia. Ao todo, são 10 empresas investigadas no esquema que, segundo estimativas das autoridades, gerou R$ 50 milhões em receita para a organização criminosa. 

O grupo atuava através do ajuste prévio dos preços redirecionamento das compras para empresas que pertenciam à mesma pessoa, mas estavam em nome de “laranjas”, forjando o valor real das mercadorias para fornecer orçamentos falsos e simular concorrência no processo de escolha das empresas para compra de merenda e material escolar. 

Durante uma investigação de cinco meses, um grupo de empresários foi monitorado e flagrado aliciando e pagando propinas a diretores de escolas e diretores regionais de ensino para garantir a escolha de suas empresas na compra das mercadorias. Mesmo com a pandemia do Covid-19 com as aulas suspensas, as atividades ilícitas foram mantidas.

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A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco realizará o pagamento da terceira parcela do Cartão Alimentação Escolar no valor de R$ 50, com o objetivo de fornecer as refeições que os estudantes costumavam fazer nas escolas, que se encontram fechadas devido à Covid-19. O pagamento será feito na sexta-feira (22).

Ao todo, 322 mil famílias em situação de vulnerabilidade inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal devem ser atendidas pela medida, que exigiu um investimento de cerca de R$ 16 milhões. As famílias que já receberam o cartão não precisam se dirigir à escola para buscar outro, pois o valor da nova parcela será creditado e ficará disponível para utilização.

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“Cada cartão receberá o crédito de acordo com o número de estudantes daquela família matriculados na rede. Se o beneficiado por responsável por apenas um estudante, será creditado o valor de R$ 50, se for responsável por 2 ou 3 estudantes, será creditado o valor equivalente, ou seja, R$ 100 ou R$ 150 reais”, explicou o secretário de Educação e Esportes do Governo de Pernambuco, Fred Amâncio.

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A prefeitura de Bragança, por meio da Secretaria de Educação, começou a entregar os kits de merenda escolar na zona rural e urbana do município nesta segunda-feira (18). A rede municipal de ensino tem 134 escolas, com aproximadamente 18 mil alunos, incluindo unidades do interior e da cidade. 

A distribuição vai beneficiar alunos regulamente matriculados de famílias que se encontram em vulnerabilidade social. Serão entregues oito mil kits de merenda escolar, que vão atender 40% dos alunos matriculados na rede de ensino do município. O objetivo da ação é garantir a segurança alimentar dos alunos, nesse período de pandemia do novo coronavírus. 

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As comunidades da Zona Rural que serão beneficiadas são: Cacoal do Peritoró, Vila do Trema, Praia de Ajuruteua, Parada Bom Jesus e Montenegro.

O prefeito Raimundo Nonato disse que os recursos da educação são investidos no aluno, com aulas ou não. Segundo ele, as famílias desses alunos não ficarão sem assistência da gestão municipal. A iniciativa segue a Recomendação do Ministério Público de n° 07/2020, de 30 de abril de 2020.

O secretário de Educação de Bragança, Alexy Brito, declarou que todos os kits foram montados seguindo orientação do Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE) e estão sendo fiscalizados pelo Ministério Público e comissão de Educação da Câmara Municipal de Bragança, que está acompanhando todo o processo de entrega dos kits.

Bragança fica na região do Salgado, a 210 quilômetros de Belém. Tem cerca de 120 mil habitantes. Segundo boletim epidemiológico da Sespa, o município tem 198 casos confirmados de covid-9 (doença causada pelo novo coronavírus), com 16 mortos.

Da Ascom/Prefeitura Municipal de Bragança-PA.

 

 

Para garantir um cardápio saudável aos estudantes de todas as etapas da educação básica de escolas públicas do país, a oferta de alimentos naturais em relação a produtos processados vai aumentar. Os novos critério estão em uma resolução publicada na última terça-feira (12) pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Entre as novidades do cardápio está a oferta maior de frutas e hortaliças, além da obrigatoriedade, no mínimo quatro vezes por semana, de alimentos ricos em ferro como carnes, vísceras, aves e peixes.

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Para as crianças de até 3 anos de idade, estão proibidos alimentos ultraprocessados, açúcar, mel e adoçante nas preparações culinárias e bebidas. Também foi aumentada a restrição de certos produtos, como embutidos, aves temperadas, empanados e pratos prontos, conservas, bebidas lácteas com aditivos ou adoçados, legumes ou verduras em conserva, biscoito, bolacha, pão, bolo, margarina e creme vegetal.

A nova norma do FNDE para alimentação de estudantes da educação básica segue recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, do Plano de Ação para Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes e Modelo de Perfil Nutricional, ambos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Pandemia

Durante a pandemia do novo coronavírus, o governo autorizou a distribuição dos gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) diretamente para os estudantes beneficiários.

O FNDE publicou as regras para a distribuição em resolução com orientações sobre as compras da agricultura familiar nesse período.

PNAE

O PNAE, executado pelo FNDE, oferece alimentação saudável e adequada, utilizando alimentos variados e seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica.

O governo federal repassa a estados, municípios e escolas federais recursos para a cobertura de 200 dias letivos, conforme o número de matriculados em cada rede de ensino.

Um repasse de R$ 364 milhões foi adiantado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O valor é a corresponde à quarta parcela de pagamentos em 2020, que somou uma cifra de R$ 1,4 bilhão destinado a estados e municípios neste ano.

Pernambuco recebeu R$ 25.384.784,00 de verba estadual, mais R$ 43.077.300,36 para os municípios, totalizando um repasse de R$ 68.462.084,36. Apesar da suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia de Covid-19, os alimentos adquiridos pelas escolas têm sido entregues pelas escolas às famílias dos estudantes.

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De acordo com as orientações do FNDE, a entrega da comida deve ser feita em forma de kits alimentares definidos pela equipe de nutrição local, considerando o período de estudos e a idade de cada aluno.

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O governo federal quer repassar recursos de merendas escolares às famílias de estudantes do ensino básico público durante a pandemia da covid-19. Segundo documentos obtidos pela reportagem, uma medida provisória para viabilizar esse pagamento está sendo analisada pelo Ministério da Economia.

O presidente Jair Bolsonaro já sancionou lei para permitir entrega de alimentos comprados pelo governo aos pais ou responsáveis por estudantes. A ideia agora é complementar essa legislação, permitindo também o pagamento.

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"Formula-se consulta a esse Ministério da Economia, no sentido de avaliar a viabilidade de se efetuar a pretendida distribuição de recursos financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) diretamente às famílias dos educandos por meio da mencionada ação orçamentária", afirma documento da Casa Civil.

Há R$ 4,5 bilhões destinados ao PNAE em 2020. Procurado, o Ministério da Educação não informou quanto seria repassado às famílias e de que forma. Parte do recurso já foi usada para compra de alimentos, mas as escolas interromperam as aulas por causa da pandemia.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, chegou a enviar no fim de março a Bolsonaro uma proposta de MP sobre repasse das merendas, mas o Congresso aprovou projeto de lei com o mesmo objetivo mais rapidamente.

No dia seguinte à sanção dessa lei, a Casa Civil mandou ao Ministério da Economia uma consulta sobre como ampliar a legislação aprovada. Os ofícios também não detalham qual o valor que poderia ser repassado a cada beneficiário.

Segundo ofício enviado por Weintraub a Bolsonaro, o PNAE financia merendas para mais de 40 milhões de estudantes de cerca de 150 mil escolas de educação básica.

Medidas locais

Em vários Estados, há medidas locais para que o repasse de valores usados na compra de alimentos seja feito diretamente às famílias dos alunos. No Distrito Federal, por exemplo, onde a rede de ensino soma 600 mil crianças, o governo tem feito o pagamento por meio de um cartão social entregue aos pais de cada criança. 

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (25), o Projeto de Lei 786/20, do deputado Hildo Rocha (MDB-MA), que prevê a distribuição dos alimentos da merenda escolar às famílias dos estudantes que tiveram suspensas as aulas na rede pública de educação básica após a epidemia do coronavírus (Covid-19). A matéria, a primeira a ser aprovada por meio do sistema de votação remota, será enviada ao Senado.

O projeto foi aprovado na forma de um substitutivo do deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), no qual incorporou dispositivos do Projeto de Lei 824/20, da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) e do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ).

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De acordo com o substitutivo, o dinheiro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) continuará a ser repassado pela União a estados e municípios para a compra de merenda escolar, que beneficia principalmente crianças mais pobres da escola pública.​

Zé Silva aproveitou duas sugestões do deputado Domingos Neto (PSD-CE). Uma delas deixou clara a necessidade de distribuição imediata dos alimentos estocados e a comprar com os recursos do programa. Outro acréscimo é que a distribuição deverá ser acompanhada pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE).

O deputado Hildo Rocha comemorou a aprovação do texto. "Estamos hoje trabalhando para que 42 milhões de brasileiros possam receber alimentos. Espero que o Senado também faça a sua parte de maneira rápida", disse.

A deputada Professora Dorinha ressaltou que a distribuição dos alimentos às famílias atende a reivindicação do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). “O projeto especifica que a regra se aplica a todas as situações de calamidade pública ou de emergência que impliquem a suspensão das aulas por longos períodos, permitindo que sejam aplicadas a outras situações além da epidemia do coronavírus”, afirmou.

Acordo entre partidos

A proposta foi aprovada por acordo entre os líderes. A líder do PSL, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), destacou que a garantia da merenda escolar é "justa e necessária". "Muita gente depende do alimento e, neste momento de isolamento social, a caridade fica mais difícil", disse.

O líder do PP, deputado Arthur Lira (PP-AL), também disse se tratar de uma atitude necessária ao momento.

Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que a proposta impede o desperdício de alimentos já adquiridos. "Nenhum desperdício é viavel", afirmou.

O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ressaltou que a proposta busca garantir a proteção social.

Ponto excluído

Zé Silva não aproveitou do projeto da deputada Professora Dorinha a possibilidade de repasse dos recursos diretamente em dinheiro às famílias por meio de cartão magnético de programas de distribuição de renda.

*Da Agência Câmara de Notícias

A Prefeitura de Paulista, município localizado na Região Metropolitana do Recife (RMR), anunciou nesta segunda-feira (23) que suspenderá a entrega dos kits de merenda nas escolas a partir desta terça-feira (24). A rede de ensino municipal conta com 19 mil estudantes em 62 escolas e, assim como em outras cidades, as escolas estão mantendo o fornecimento de merenda durante o período de suspensão das aulas como medida de contingência da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2).

O motivo, segundo nota oficial, foram dificuldades enfrentadas pelos fornecedores dos alimentos. Em entrevista ao LeiaJá, o secretário de Educação de Paulista, Carlos Ribeiro Júnior, afirmou que depois de pensar em diversas outras formas de fornecer a alimentação aos estudantes e também reduzir a circulação de funcionários nas escolas, decidiu-se pelo formato de cestas básicas para um mês.

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Com a mudança na logística, segundo o secretário, os fornecedores da merenda alegaram que não seria possível cumprir o prazo previamente estabelecido. “Os fornecedores disseram que os preços dos alimentos subiram, a demanda também, então tiveram que negociar com os distribuidores. Eles começaram a comprar a comida na sexta e hoje (segunda), então enviamos uma nota suspendendo a entrega na terça. Se na quarta-feira eles disserem que está tudo ok, emitiremos uma nova nota para realizar a entrega na quinta”, afirmou o secretário Carlos Ribeiro.

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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira, 8, o vice-governador do Pará, Lúcio Vale, pelo desvio de R$ 39,6 milhões dos recursos de dez municípios paraenses que seriam destinados à compra de merenda escolar, saúde e assistência social. Segundo a Procuradoria, Vale participava de suposto grupo criminoso que fraudou licitações entre 2013 e 2017, principalmente com o uso de empresas de fachada.

Outras 31 pessoas também foram denunciadas, entre elas o deputado federal e ex-prefeito de Viseu Cristiano Dutra Vale, irmão de Lúcio. Entre os crimes imputados aos denunciados estão participação em organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato.

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Segundo o MPF, os recursos foram desviados dos seguintes municípios: Viseu (R$ 31.877.107,15), Ipixuna do Pará (R$ 1.986.331,88), Mãe do Rio (R$ 1.795.542,23), Cachoeira do Piriá (R$ 1.597.546,64), Marituba (R$ 1.401.152,60), Santa Maria do Pará (R$ 687.075,32), São Miguel do Guamá (R$ 223.011,24), São Caetano de Odivelas (R$ 88.148,30), Ourém (R$ 16.101,58) e Marapanim (R$ 14.850,96).

A denúncia tem como base investigação iniciada em 2017 e que culminou com nas operações Carta de Foral, em novembro de 2018, e Vissaium, em dezembro de 2019.

A Procuradoria indicou que as investigações identificaram quatro núcleos dentro da organização criminosa: um político, um de agentes públicos, um empresarial e um de lavagem.

No primeiro participavam integrantes do Partido Liberal (PL) e agentes políticos relacionados - como os prefeitos -, dizem os procuradores. Entre os participantes de tal grupo estariam, além de Lúcio e Cristiano, o atual prefeito de Cachoeira do Piriá, Leonardo Dutra Vale e o atual prefeito de Viseu, Isaías José Silva Oliveira Neto.

Já o núcleo de agentes públicos era formado por servidores municipais que faziam a ligação entre o grupo político e o empresarial. Os funcionários públicos operacionalizavam as fraudes e demandavam vantagens do núcleo empresarial, indica a Procuradoria.

O terceiro grupo era composto por empresas de fachada, "laranjas" e "testas de ferro", sendo que estes últimos operacionalizavam as fraudes e pagavam as propinas.

Segundo a Procuradoria, havia, ainda, um núcleo da lavagem, que contava com a participação de pessoas físicas e jurídicas indicadas pelos políticos e integrantes do núcleo empresarial para receberem os recursos.

Defesas

A reportagem busca contato com o vice-governador Lúcio Vale, com o deputado Cristiano Dutra Vale e outros denunciados e citados na matéria. O espaço está aberto para manifestações.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 26, a segunda fase da Operação Cadeia Alimentar, que apura fraudes no fornecimento de merenda escolar de aproximadamente 50 municípios do Estado de São Paulo entre 2013 e 2017. Entre os alvos da operação estão três empresários, quatro lobistas, quatro servidores públicos, uma vereadora de cidade do litoral paulista, um procurador de município, três ex-prefeitos, dois secretários municipais e cinco ex-secretários de Prefeituras.

Mais de 240 policiais federais cumprem 57 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de prisão temporária em 27 cidades do Estado de São Paulo. Segundo a Polícia Federal, as ordens de buscas são cumpridas em endereços residenciais e empresariais, além de três prefeituras e uma Câmara de Vereadores.

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As ordens foram expedidas pela 4ª Vara da Justiça Federal de Ribeirão Preto, que determinou ainda o bloqueio de R$ 2 bilhões dos investigados.

O MPF indicou que as irregularidades sob investigação na segunda etapa da Cadeia Alimentar abrangem contratos de 23 municípios paulistas: Americana, Barretos, Barueri, Cubatão, Franca, Guarujá, Guarulhos, Iperó, Itapetininga, Jandira, Jarinu, Limeira, Marília, Morro Agudo, Paulínia, Peruíbe, Pirassununga, Porangaba, Rio Claro, São Carlos, São Roque, São Vicente e Sorocaba.

As medidas têm o objetivo de coletar dispositivos que contenham o registro dos diálogos entre os investigados, por mensagens de aplicativo ou e-mails. A expectativa dos investigadores é que as provas complementem as informações que dois delatores, alvos da primeira fase da investigação em maio de 2018, prestaram junto à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

A Cadeia Alimentar investiga crimes de prática de organização criminosa, fraude a licitações, falsidade ideológica, corrupção e prevaricação relacionados a um esquema capitaneado por um frigorífico de Brodowski, indica o MPF.

A Procuradoria aponta que os investigados direcionavam licitações para favorecer a empresa mediante o pagamento de propinas, que giravam em torno de 10% do valor dos contratos. Para isso, segundo o MPF, eram utilizadas diferentes fraudes: simulação de concorrência, ajuste prévio de preços e inclusão de exigências técnicas nos editais que limitavam a participação de outros interessados.

"Concluídos os processos de seleção, o frigorífico fornecia os produtos com superfaturamento ou, em alguns casos, sequer os entregava, embora recebesse os pagamentos referentes a eles", ressaltou a Procuradoria.

Uma escola em Indiana, nos Estados Unidos, juntou forças com uma ONG local para ajudar os estudantes que passam por necessidade. A merenda que foi preparada, mas não servida na cantina, está sendo congelada e doada para as crianças que não têm o que comer nos finais de semana.

O programa ainda está em fase piloto, sendo ofertado a 20 estudantes do ensino fundamental. Normalmente, as merendas não consumidas seriam destinadas ao lixo.

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O projeto tomou forma após a escola notar que algumas crianças apenas se alimentavam do café da manhã e do almoço servido na instituição. O objetivo é ampliar o programa para todas as 21 escolas do distrito, segundo a CNN.

A ONG envolvida na ação é a Cultivate, focada em resgatar alimentos que seriam descartados. Nos últimos sete meses, a Cultivate salvou 25 toneladas de comida de serem desperdiçadas.

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Crianças da comunidade quilombola Cruzeirinho, no Acará, interior do Pará, receberam material escolar, brinquedos e kit de higiene bucal, doados pelos mais de 200 apoiadores do projeto Futuro Brilhante. Além disso, a comunidade recebeu panelas grandes onde serão feitas as merendas para as crianças. A ação ocorreu no sábado (22), na Escola Municipal do Cruzeirinho.

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Foi o quinto ano que a comunidade recebeu ajuda solidária nas vésperas do Natal. Segundo Diego Martins, idealizador do projeto, o que se propuseram fazer, neste ano, foi atingido. “Estavam com problema da merenda por causa do tamanho das panelas. Eles precisavam de três panelas e a gente conseguiu nove, para eles poderem fazer os lanches das crianças, apesar de não terem merendeira, mas os pais estão se revezando na cozinha”, disse.

Para evitar que as crianças risquem as paredes da escola, a equipe conseguiu cavalete para pintura, para que as crianças explorem suas criatividades. “Verificamos que eles estavam riscando muito as paredes da escola, que a escola estava ficando suja e a gente conseguiu material para que eles possam desenhar no local certo, que são aqueles quadros para apoiar o papel, apoiar o material de pintura”, explicou Diego.

Além das crianças, os adolescentes que moram na comunidade, mas que estudam em outra escola, também receberam material escolar. “Por conta de continuarem os estudos, no sexto, sétimo, oitavo ano, eles precisam ir para Boa Vista, que é a escola que tem as outras séries. A gente conseguiu fornecer material para eles, como forma de incentivar, apesar de eles não estarem mais na Escola Municipal do Cruzeirinho, mas eles fazem parte da comunidade”, disse Diego.

Segundo Diego, o objetivo é que no próximo ano mais necessidades da comunidade sejam supridas. “No próximo ano queremos constituir o conselho escolar, a associação de moradores, investir na capacitação em produção de açaí, reformar a escola e fazer o projeto do centro comunitário. Quem puder ajudar nesse sentido será muito bem-vindo”, explicou.

Para Celina Vidigal, oficial de Justiça, quem iniciou o projeto, há cinco anos, a ação deste ano superou as suas expectativas. “Foi tudo maravilhoso. Que ano que vem seja melhor ainda. As crianças e as mães amaram. Foi muito alegre este ano, mais que nos outros anos. O alimento que sobrou as mães levaram para casa. É uma comunidade muito carente e isolada. Tudo compram em Belém e, graças a Deus, as coisas têm mudado para a melhor na vida dessas crianças”, afirmou, emocionada.

Celina contou que o projeto só cresce graças à ajuda de pessoas que se mobilizam em ajudar, como Diego Martins, que abraçou a causa. “O Diego é fora de série. É ótimo. Ele sabe mobilizar as pessoas e tomou uma dimensão bem maior. Hoje em dia eu não tenho mais a preocupação porque já tem pessoas que vão dar continuidade”, declarou.

Segundo a oficial de justiça, é emocionante ver a gratidão das pessoas que receberam as doações. “A Pâmela (moradora da comunidade) veio aqui em casa e chorou agradecendo tudo o que a gente tem feito e falou que isso tem ajudado muito porque não tinham condições de comprar material escolar”, detalhou Celina.

Ediene Cunha, moradora da comunidade, estava feliz com a ação. “Foi tudo de bom. Que Deus venha ajudar vocês e que venha, de novo, olhar pelas nossas crianças humildes. Tudo é bem-vindo. Tudo o que dão é de coração e tenho certeza que muitas crianças por aí querem uma oportunidade desta e não tem e nossas crianças, da nossa comunidade quilombola, tem essa oportunidade”, declarou.

Ricardo Lecheva, treinador e ex-jogador do Paysandu, que está articulando com o Ypiranga Clube, de Macapá, para a temporada de 2019, é um dos apoiadores do projeto. Para Lecheva, não existe forma de mensurar a emoção de saber que está contribuindo para mudar o quadro social de uma comunidade que ainda sofre com necessidades básicas como alimento e educação. “Não tem como negar a imensa satisfação de orgulho que me dá esse projeto e ver a transformação que estamos causando na vida dessas crianças ajudando no direito de estudar, buscar conhecimento, para um futuro melhor, isso é que me motiva. Sempre digo que esse é o meu xodó”, concluiu.

Sobre a falta de merendeira na escola, o LeiaJá procurou a prefeitura de Acará, mas até o momento da publicação não obteve retorno.

Quem tiver interesse em ajudar o projeto pode entrar em contato pelo telefone: (91) 982126067.

 

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) abriu uma investigação sobre contratos sem licitação firmados pela empresa Casa de Farinha com o Governo de Pernambuco para o fornecimento de merenda escolar e refeições para hospitais. A nova auditoria foi instaurada a pedido do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO). A solicitação, assinada pela procuradora Germana Laureano, foi deferida pelo conselheiro substituto Ruy Harten que determinou, nesta terça-feira (20), a apuração dos fatos.

No documento pedindo a apuração, o MPCO listou uma série do que chama de indícios de irregularidades, como contratos sem o aval obrigatório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), dispensas que perduravam além do tempo permitido e até mesmo pagamentos feitos à empresa sem nenhum contrato anterior para respaldar. As suspeitas de irregularidades chegam a um prejuízo de R$ 13 milhões.

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No relato feito pelo órgão de contas, "entre os exercícios financeiros de 2015 e 2018, a empresa Casa de Farinha S.A prestou serviços de fornecimento de alimentação hospitalar ao Hospital dos Servidores do Estado durante cerca de dezesseis meses sem cobertura contratual" e que "a empresa recebeu dos cofres estaduais a vultosa quantia de R$ 13.315.384,60 sem que tenha havido o regular processo licitatório".

Ainda segundo a representação, o IRH, entre os exercícios financeiros de 2015 e 2018, usou dos serviços de produção e distribuição de refeições para os pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital dos Servidores do Estado, sem qualquer contrato, ocasionando o pagamento do valor total de R$ 4,3 milhões a título indenizatório, posteriormente.

A procuradora Germana Laureano disse ainda ter apurado que "a própria Gerência de Apoio Jurídico do órgão, ao emitir seus pareceres nos quatro referidos processos indenizatórios, fez ver a necessidade de apuração, responsabilização e aplicação de sanção a quem deu causa a tais processos indenizatórios". Segundo o MPCO, não há notícia que o Estado tenha aplicado qualquer punição aos servidores responsáveis pelos pagamentos sem contrato feitos à Casa de Farinha.

Outras investigações

A empresa Casa de Farinha é investigada em outras ações conduzidas pela Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública (Decasp), pelo Ministério Público do Estado (MPPE) e pela Polícia Federal (PF). O proprietário da empresa, Romero Pontual Filho, está preso no Cotel desde a deflagração da Operação Castelo de Farinha, pela Polícia Civil do Estado (PCPE), em agosto.

A Castelo de Farinha foi desencadeada a partir de investigações realizadas na Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a PCPE, houve fraude nos contratos de merenda escolar na cidade. O mesmo teria acontecido no Cabo de Santo Agostinho, agora elucidado pela Operação Ratatouille.

E no Recife, a Polícia Federal confirmou que investiga contratos da Prefeitura com a Casa de Farinha após denúncia da empresa SP Alimentos, concorrente da primeira.

*Com informações do MPCO

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