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Crianças da comunidade quilombola Cruzeirinho, no Acará, interior do Pará, receberam material escolar, brinquedos e kit de higiene bucal, doados pelos mais de 200 apoiadores do projeto Futuro Brilhante. Além disso, a comunidade recebeu panelas grandes onde serão feitas as merendas para as crianças. A ação ocorreu no sábado (22), na Escola Municipal do Cruzeirinho.
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Foi o quinto ano que a comunidade recebeu ajuda solidária nas vésperas do Natal. Segundo Diego Martins, idealizador do projeto, o que se propuseram fazer, neste ano, foi atingido. “Estavam com problema da merenda por causa do tamanho das panelas. Eles precisavam de três panelas e a gente conseguiu nove, para eles poderem fazer os lanches das crianças, apesar de não terem merendeira, mas os pais estão se revezando na cozinha”, disse.
Para evitar que as crianças risquem as paredes da escola, a equipe conseguiu cavalete para pintura, para que as crianças explorem suas criatividades. “Verificamos que eles estavam riscando muito as paredes da escola, que a escola estava ficando suja e a gente conseguiu material para que eles possam desenhar no local certo, que são aqueles quadros para apoiar o papel, apoiar o material de pintura”, explicou Diego.
Além das crianças, os adolescentes que moram na comunidade, mas que estudam em outra escola, também receberam material escolar. “Por conta de continuarem os estudos, no sexto, sétimo, oitavo ano, eles precisam ir para Boa Vista, que é a escola que tem as outras séries. A gente conseguiu fornecer material para eles, como forma de incentivar, apesar de eles não estarem mais na Escola Municipal do Cruzeirinho, mas eles fazem parte da comunidade”, disse Diego.
Segundo Diego, o objetivo é que no próximo ano mais necessidades da comunidade sejam supridas. “No próximo ano queremos constituir o conselho escolar, a associação de moradores, investir na capacitação em produção de açaí, reformar a escola e fazer o projeto do centro comunitário. Quem puder ajudar nesse sentido será muito bem-vindo”, explicou.
Para Celina Vidigal, oficial de Justiça, quem iniciou o projeto, há cinco anos, a ação deste ano superou as suas expectativas. “Foi tudo maravilhoso. Que ano que vem seja melhor ainda. As crianças e as mães amaram. Foi muito alegre este ano, mais que nos outros anos. O alimento que sobrou as mães levaram para casa. É uma comunidade muito carente e isolada. Tudo compram em Belém e, graças a Deus, as coisas têm mudado para a melhor na vida dessas crianças”, afirmou, emocionada.
Celina contou que o projeto só cresce graças à ajuda de pessoas que se mobilizam em ajudar, como Diego Martins, que abraçou a causa. “O Diego é fora de série. É ótimo. Ele sabe mobilizar as pessoas e tomou uma dimensão bem maior. Hoje em dia eu não tenho mais a preocupação porque já tem pessoas que vão dar continuidade”, declarou.
Segundo a oficial de justiça, é emocionante ver a gratidão das pessoas que receberam as doações. “A Pâmela (moradora da comunidade) veio aqui em casa e chorou agradecendo tudo o que a gente tem feito e falou que isso tem ajudado muito porque não tinham condições de comprar material escolar”, detalhou Celina.
Ediene Cunha, moradora da comunidade, estava feliz com a ação. “Foi tudo de bom. Que Deus venha ajudar vocês e que venha, de novo, olhar pelas nossas crianças humildes. Tudo é bem-vindo. Tudo o que dão é de coração e tenho certeza que muitas crianças por aí querem uma oportunidade desta e não tem e nossas crianças, da nossa comunidade quilombola, tem essa oportunidade”, declarou.
Ricardo Lecheva, treinador e ex-jogador do Paysandu, que está articulando com o Ypiranga Clube, de Macapá, para a temporada de 2019, é um dos apoiadores do projeto. Para Lecheva, não existe forma de mensurar a emoção de saber que está contribuindo para mudar o quadro social de uma comunidade que ainda sofre com necessidades básicas como alimento e educação. “Não tem como negar a imensa satisfação de orgulho que me dá esse projeto e ver a transformação que estamos causando na vida dessas crianças ajudando no direito de estudar, buscar conhecimento, para um futuro melhor, isso é que me motiva. Sempre digo que esse é o meu xodó”, concluiu.
Sobre a falta de merendeira na escola, o LeiaJá procurou a prefeitura de Acará, mas até o momento da publicação não obteve retorno.
Quem tiver interesse em ajudar o projeto pode entrar em contato pelo telefone: (91) 982126067.