Tópicos | intubação

O desvio de medicamentos que compõem o chamado kit intubação, especialmente para tratamento de Covid-19, é alvo da segunda fase da Operação Anestesia, da Polícia Federal, em Macapá (AP), nesta quinta-feira (22).

Os insumos foram enviados ao Amapá pelo Ministério da Saúde para serem utilizados na intubação de pacientes graves da doença, internados em leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Até o momento, o prejuízo estimado supera R$ 370 mil.

##RECOMENDA##

Na manhã de hoje, com o apoio do Ministério Público Federal, 12 policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em Macapá (AP): duas residências e dois órgãos que integram a Secretaria de Estado de Saúde, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica e a Superintendência de Atenção à Saúde.

Segundo a PF, a investigação já constatou fortes indícios de arranjo entre servidores da Secretaria Estadual de Saúde para desviar as medicações, além de inconsistências no envio de medicamentos sob a responsabilidade da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) aos locais aonde deveriam chegar.

Histórico

Na primeira fase da Operação Anestesia, em maio deste ano, no cumprimento do mandado de busca e apreensão na Central de Abastecimento, verificou-se uma série de irregularidades. “Diversos fármacos eram encaminhados para uma sala separada, à qual o acesso era facilitado à servidora investigada, ao que tudo indica, para fins de comercialização por parte dela. Policiais verificaram falta de controle adequado sobre o estoque de remédios”, informou a PF, em nota.

Ainda naquela ocasião, os agentes localizaram insumos médicos e hospitalares - máscaras, luvas cirúrgicas, álcool, além de testes rápidos de covid-19 em quantidade e circunstâncias incompatíveis: escondidos em cômodos e mesmo dentro do carro de uma investigada. Foram encontrados quase R$ 5 mil reais em espécie, valores que não tiveram comprovação de origem nem justificativa para estarem no local.

Outro fato constatado pela PF foi um fluxo atípico de pessoas no local onde os medicamentos estavam armazenados. Esse movimento ocorreu nos finais de semana anteriores à deflagração da primeira fase.

A operação também identificou divergências entre a quantidade de medicamento enviada pela CAF e a quantidade efetivamente recebida pelo Hospital Universitário e pelo município de Macapá. Verificou-se que dos medicamentos enviados ao hospital, cuja destinação é incerta, em possível desvio, chegam a um valor total de ao menos R$ 275 mil e os destinados à prefeitura da capital chegam ao valor de aproximadamente R$ 95 mil.

Dois servidores públicos já foram indiciados pela Polícia Federal por peculato. Os demais investigados poderão responder por peculato e associação criminosa, além de outros crimes que possam ser constatados, cujas penas podem chegar a 20 anos de reclusão.

Até o fechamento da reportagem, a Agência Brasil não conseguiu contato com a prefeitura de Macapá para manifestação sobre a ação da PF.

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 7, sustentando que a compra de medicamentos para intubação - escassos em razão da alta demanda gerada pela pandemia da covid-19 - é de responsabilidade de Estados e municípios e que a ação do governo federal em relação a tais insumos e ao fornecimento de oxigênio medicinal se dá em caráter "supletivo e eventual, para a superação de obstáculos à medida que relatados".

A indicação foi feita em resposta à ação em que o PDT pede ao Supremo Tribunal Federal que obrigue o governo Jair Bolsonaro a garantir o abastecimento de insumos necessários ao combate à pandemia em todo País.

##RECOMENDA##

No documento, a AGU registra ainda que o Ministério da Saúde não possuía "expertise" na contratação de tais insumos, nem uma área administrativa encarregada pelas aquisições, e tampouco procedimentos estabelecidos para formalizar a compra dos medicamentos e do oxigênio medicinal. As informações foram prestadas pela própria pasta chefiada por Marcelo Queiroga, que sustentou que "até a situação de imprevisibilidade e de incerteza da pandemia da Covid-19, o Ministério da Saúde não havia sido demandado pela necessidade de apoiar logisticamente os entes federativos em aquisições desse tipo de medicamento IOT ou de oxigênio medicinal".

"O Ministério da Saúde é organizado para atuar estrategicamente no setor de saúde. Desse modo, sua estrutura e os seus meios são organizados para o nível estratégico organizacional. Assim, para monitorar o nível de consumo e estoques de tais insumos, depende-se de informações precisas, confiáveis e precisas dos entes federativos, respeitando as suas autonomias constitucionais, e por meio da colaboração voluntária no compartilhamento de informações", diz trecho de nota na pasta que foi reproduzida no parecer da AGU.

O órgão alega que o governo "atuando de maneira diligente, auxiliando Estados, Distrito Federal e Municípios na aquisição dos insumos" e pede que a ação impetrada pelo PDT seja negada. O processo foi ajuizado pela legenda no dia 20 de março e acusa o governo federal "de violar o direito à vida e o direito à saúde".

Na petição inicial, o partido sustenta que "não bastasse a ausência de implementação de um plano de vacinação efetivo e a crise do oxigênio que colapsou Manaus, o governo federal continua a não dar a atenção necessária ao combate ao coronavírus". Quando a ação foi impetrada, o número de mortos pela covid-19 era de 287 mil - hoje já passa dos 337 mil.

"Após um ano do irrompimento da pandemia do novo coronavírus, o Brasil continua a singrar os mares mortais e revoltos da COVID-19, sem ao menos ter um vislumbre de luz nessa jornada tormentosa. Nesse interstício, a população brasileira assistiu, incrédula, a condução genocida e ignóbil do Presidente da República, que insiste em entronizar o negacionismo e o obscurantismo em detrimento da ciência e da vida humana. Menoscabou-se a vacina, as medidas restritivas e os estudos científicos. Tudo isso com o cerne único e inabalável de satisfazer caprichos escusos e desejos de índole duvidosa", diz o partido.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que vai implementar um protocolo de racionamento do uso de oxigênio em hospitais. Com o sinal vermelho para a falta de insumos de intubação no país, em sessão no Senado nessa segunda-feira (30), o cardiologista prometeu uma resposta em até 15 dias.

"Estamos trabalhando na área técnica, convidei o professor Carlos Carvalho da USP para trabalhar conosco em protocolos assistenciais que, entre outras coisas, racionalizem o uso de oxigênio. Todos sabemos que muitas pessoas chegam aos hospitais e às vezes a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa. Vamos tentar economizar, fazer uma campanha entre os profissionais de saúde para o uso racional do oxigênio", afirmou Queiroga, que sugere economizar o oxigênio para evitar o desabastecimento total.

##RECOMENDA##

Insumos para intubação

Sobre a escassez dos 'kits intubação' aos leitos de UTI, o ministro disse que a pasta tenta viabilizar a compra, mas a oferta no mercado é baixa. Ele jogou a responsabilidade para os Estados mas, ainda assim, garantiu que a situação será resolvida em até 15 dias.

"Lembrando que essa é uma atribuição das secretarias de saúde. O ministro da Saúde não pode ser o AGR, almoxarife real da República, só para estar cuidando dessa agenda. Tem que existir um esforço também dos secretários municipais e estaduais para se somar com o Ministério da Saúde, não é só jogar a bomba para a gente. Não é tripartite? Vamos compartilhar as responsabilidades, porque o Ministério da Saúde não pode só ficar enxugando gelo", afirma.

O paciente que fugiu do Hospital Universitário de Londrina para não ser entubado, morreu na noite desse domingo (28). Após a fuga, o homem, de 45 anos, apresentou piora e precisou a ser intubado na UTI da unidade paranaense para tentar reverter os sintomas da Covid-19.

A morte encefálica foi confirmada pelo hospital por volta das 18h25. Ele não resistiu a uma parada cardiorrespiratória decorrente da infecção.

##RECOMENDA##

---> Homem com Covid-19 foge de hospital para não ser intubado

O paciente foi internado a primeira vez no dia 17 de março, mas abandonou o tratamento por medo da intubação. Enquanto fugia, quatro profissionais do hospital correram atrás dele e conseguiram alcançá-lo após alguns metros. Ele foi internado novamente e autorizou o procedimento.

O Hospital comunicou que sua atitude foi resultado de uma crise de ansiedade por presenciar a superlotação da unidade. "Ao ser indagado sobre o seu motivo de fuga, o mesmo referiu ter medo e angústia relacionados ao possível agravamento do quadro clínico e a possibilidade de ser intubado, fatos estes que motivaram sua saída do ambiente hospitalar, sem prévia autorização", reforçou em nota.

Internado para tratar a Covid-19,  Agnaldo Timóteo precisou ser intubado na manhã deste sábado (27). O cantor está hospitalizado desde o dia 17 de março, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Casa São Bernardo, no Rio de Janeiro.

A informação foi dada pela própria família do artista, através das redes sociais. Em um comunicado, eles explicaram o motivo pelo qual Agnaldo foi submetido ao procedimento. “Por se tratar de uma doença traiçoeira, altos e baixos, a idade e com o intuito de tentar preservar a evolução positiva clínica e laboratorial até o momento e tentar melhorar a lenta recuperação dos pulmões, Timóteo necessitou entrar em ventilação mecânica invasiva, a partir de hoje às 7 horas manhã, para ser tratado de forma mais segura”.

##RECOMENDA##

Agnaldo Timóteo tem 84 anos e, recentemente, havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Desde sua internação, após o diagnóstico de Covid, seu quadro foi considerado grave e, agora, a nova conduta do tratamento do cantor visa ajudá-lo a recuperar-se mais rapidamente da doença. 

 

Os medicamentos para intubação de pacientes com a covid-19 podem faltar em 1.316 municípios do Brasil nos próximos dias. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), após contato com 2,6 mil prefeituras entre os dias 23 e 25 de março. Metade dos municípios que responderam à pesquisa indicou que há risco iminente de o hospital local ficar sem medicamentos do kit intubação nesta semana.

Segundo a CNM, os dados demonstram que "há grande preocupação dos gestores para atender aos pacientes internados com covid-19 nos hospitais". Medicamentos como analgésicos e bloqueadores neuromusculares estão em falta em todo o País, o que compromete o atendimento de pacientes já internados com a covid-19.

##RECOMENDA##

O Fórum Nacional de Governadores já havia alertado para o risco de "um colapso dentro do colapso" pela falta desses medicamentos. De acordo com documento do fórum, 18 Estados relatam a escassez, por exemplo, de bloqueadores neuromusculares, usados para a intubação de pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

A falta de medicamentos já afeta o atendimento de pacientes. A Santa Casa de São Carlos, por exemplo, chegou a parar de receber pacientes para UTI nesta quinta-feira, 25, por estar com estoque de medicamentos perto do fim. O hospital está com os seus 30 leitos da UTI para pacientes com covid-19 ocupados e não recebeu as três reposições de medicamentos previstas para esta semana.

Na sexta-feira passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou medidas para evitar o desabastecimento de medicamentos. Uma delas simplifica os processos de importação de dispositivos médicos e de medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde, mesmo que não regularizados no País, em caráter excepcional e temporário por órgãos e entidades públicas e privadas.

O problema da falta de medicamentos também afeta hospitais particulares. No Estado de São Paulo, unidades privadas já se mobilizam para fazer a compra coletiva de medicamentos que compõem o kit intubação. Os medicamentos devem ser importados por meio de um consórcio formado pelos hospitais particulares do Estado.

Nesta quinta-feira, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) alertou para o risco de que a falta de remédios impeça o atendimento de pacientes. Segundo a Anahp, os medicamentos para intubação podem faltar em um prazo de três a quatro dias. Os medicamentos também estão escassos na rede pública.

Oxigênio e lockdown

A pesquisa da CNM investigou ainda a falta de oxigênio nos municípios, outro problema diante do aumento da demanda, relatado principalmente por unidades de saúde de menor porte. A maioria dos municípios (69,1%) afirmou não haver risco de faltar de oxigênio no hospital ou centro voltado para a covid nesta semana. Já 709 cidades informaram que esse risco existe. Oito em cada dez municípios ouvidos pelo levantamento afirmaram que não receberam oxigênio enviado pelo Estado.

Apesar das dificuldades de atendimento dos pacientes, a minoria dos municípios (37,6%) pesquisados estão realizando lockdown (caracterizado como fechamento total das atividades não essenciais), enquanto 61,1% afirmaram que ainda não tomaram esta atitude. Sem fechar o comércio, as prefeituras estão restringindo a circulação de pessoas à noite. Oito em cada dez prefeituras estão com essa medida em vigor nesta semana e maioria (84%) paralisou as aulas presenciais.

Para garantir o abastecimento de medicamentos para intubação orotraqueal, o Ministério da Saúde vem de um esforço contínuo desde 2020. Nesta semana, uma comitiva técnica da pasta conseguiu negociar mais de 2,8 milhões de unidades dos medicamentos que compõe o kit para intubação utilizado no tratamento de pessoas com Covid-19. A medida tem como objetivo conciliar a equalização dos estoques nacionais, respeitando a realidade de cada fabricante, contratos prévios e a necessidade da população brasileira neste momento de pandemia.

Nesta terça-feira (23), mais de 2,8 milhões de unidades de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) começou a distribuído pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil, em parceria com três empresas fabricantes. As entregas foram firmadas após reuniões entre a pasta e representantes dos laboratórios fornecedores dos medicamentos nesta segunda (22) e terça-feira.

##RECOMENDA##

A empresa Cristália se comprometeu a fornecer 1,26 milhão de unidades dos medicamentos - as entregas já começaram nesta terça e devem continuar ao longo dos próximos sete dias. A empresa Eurofarma entregará, a partir de hoje, 212 mil ampolas em todo território nacional. A empresa União Química também enviará, até 30 de março, 1,4 milhão de unidades de medicamentos. A logística híbrida com a integração pública e privada permitirá que os medicamentos estejam nos estabelecimentos de saúde em menos de 72 horas.

O cronograma de entregas é feito pelo Ministério da Saúde com base no monitoramento realizado nos estados e municípios, em parceria com Conass, Conasems e Anvisa.

MONITORAMENTO

O Ministério da Saúde acompanha, semanalmente, a disponibilidade dos medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) em todo o Brasil e envia informações da indústria e distribuidores para que estados possam realizar as aquisições. Além disso, toda semana a pasta recebe do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) informações do Consumo Médio Mensal (CMM) dos medicamentos por estados e municípios. O ministério também recebe dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a produção e venda dos fabricantes no país.

Os dados recebidos de consumo médio mensal do Conass e Conasems são enviados para as indústrias com intuito de equalizar os estoques. As informações de produção e localização dos distribuidores são enviadas semanalmente às secretarias estaduais de saúde para facilitar a aquisição dos medicamentos.

Essa ação de monitoramento proativa evita que haja desabastecimento de medicamentos de IOT no Brasil. A partir dos dados enviados pelos órgãos, o Ministério da Saúde realiza a distribuição para os estados com base em critérios como curva epidemiológica, cobertura menor que 15 dias, ausência de similaridade nos estoques, quantitativo de leitos, entre outros.

Da assessoria

Paulo Gustavo apresentou melhora em seu quadro clínico, na tarde da última segunda (21). O ator está internado há cerca de oito dias, por conta da Covid-19, e precisou ser intubado para dar celeridade ao tratamento.

Com teste positivo para o coronavírus, Paulo Gustavo foi levado ao hospital Copa Star, em Copacabana, Rio de Janeiro. Poucos dias após a internação, no último domingo (21), ele precisou ser encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e foi intubado. Segundo sua assessoria, o procedimento foi adotado para acelerar o processo de melhora do ator, que é considerado grupo de risco por ser asmático. 

##RECOMENDA##

Já na tarde da última segunda (21), segundo informações do colunista Leo Dias, o quadro clínico de Paulo apresentou melhoras, podendo ser considerado estável. Paulo Gustavo tem 42 anos e, desde sua internação, vem recebendo muitas mensagens de carinho por parte dos fãs e dos amigos famosos. 

Diante da falta do procurado “kit intubação”, ainda mais requisitado diante da alta de casos de Covid-19 no Brasil, o governo federal declarou, nesta segunda-feira (22), que a responsabilidade pela aquisição dos equipamentos é dos estados e municípios. O polêmico posicionamento foi divulgado por meio de nota conjunta da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) e do Ministério da Saúde.

No informe, a Secom e a Saúde alegam que o governo federal tem atuado em várias frentes para garantir assistência aos estados e municípios. Também foram elencadas ações para garantir tal apoio, a exemplo da requisição dos estoques excedentes das indústrias, aquisições internacionais e pregões eletrônicos nacionais.

##RECOMENDA##

"Em relação aos medicamentos do chamado 'kit intubação' (IOT), cuja aquisição é de responsabilidade de Estados, Distrito Federal e municípios, o Ministério da Saúde, em reforço às ações das Unidades da Federação, monitora, de forma inovadora toda a rede SUS, semanalmente, desde setembro de 2020, a disponibilidade em todo território nacional e envia informações da indústria e de distribuidores para que estados possam realizar a requisição", diz a nota do governo.

O kit inclui sedativos, anestésicos e bloqueadores musculares. Sua escassez não atinge apenas a rede pública, mas prejudica o funcionamento dos hospitais filantrópicos e da rede privada. Na última quinta (18), o coordenador do tema da vacinação no Fórum Nacional dos Governadores, Wellington Dias (PT-PI), enviou ofício para o presidente Jair Bolsonaro, no qual faz um alerta para o fato de que, àquela altura, pelo menos 18 estados só tinham mais 20 dias com cobertura garantida de todos os componentes do kit.

Em Resolução da Diretoria Colegiada ontem à noite, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou quatro medidas para evitar o desabastecimento de medicamentos, oxigênio e dispositivos médicos necessários para o combate da pandemia de covid-19 no País.

Uma delas simplifica os processos de importação de dispositivos médicos e de medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde, mesmo que não regularizados no País, em caráter excepcional e temporário por órgãos e entidades públicas e privadas.

##RECOMENDA##

Outra medida também facilita o processo de distribuição de medicamentos estéreis (injetáveis). A medida permite que a carga do medicamento possa ser transportada às distribuidoras e instituições de saúde enquanto as empresas realizam os testes de controle de qualidade. O medicamento, porém, só pode ser utilizado após o fabricante comunicar sobre a aprovação do produto nos testes de esterilidade, no tempo de 7 dias de incubação.

E no caso do oxigênio, a Anvisa aplicou excepcionalidades temporárias a requisitos para a utilização de cilindros de oxigênio na área da saúde pública. Uma das medidas é a permissão para utilização de cilindros de gases industriais para o enchimento de gás medicinal. Em outras palavras, poderá ser utilizado cilindro cinza, ao invés do verde, pra envasar oxigênio medicinal.

No que diz respeito ao registro de medicamentos utilizados para intubação, a Anvisa estabeleceu que esses medicamentos poderão ser comercializados excepcionalmente com notificação à Anvisa, que é um registro simplificado. Segundo o informe, anestésicos, sedativos, bloqueadores neuromusculares e outros medicamentos hospitalares usados para manutenção da vida de pacientes estão nessa lista.

Um ofício do Conselho Nacional de Saúde (CNS) aponta que o Ministério da Saúde cancelou, em agosto de 2020, uma compra internacional de medicamentos para o chamado "kit intubação".

O agravamento da pandemia no país tem feito as reservas dos medicamentos necessários para o procedimento se esgotarem. Com isso, o governo passou a requisitar os estoques dos laboratórios para tentar suprir a demanda, conforme publicado pelo G1.

##RECOMENDA##

Um texto do CNS, de 20 de agosto do ano passado, comenta o cancelamento e ressalta que o Ministério da Saúde não deu explicações do motivo.

"Considerando que em 12 de agosto de 2020 a operação Uruguai II, executada pelo Ministério da Saúde para aquisição de medicamentos do kit intubação foi cancelada, sem que seus motivos fossem esclarecidos", diz um trecho do documento.

O texto já alertava que o desabastecimento desses medicamentos colocaria em risco toda a estrutura planejada para o atendimento de Saúde durante a pandemia, já que "mesmo com leitos disponíveis, sem esses medicamentos não é possível realizar o procedimento, podendo levar todo o sistema de saúde ao colapso".

A Uruguai II é o nome da operação para a compra dos equipamentos. Segundo informações do site do Ministério da Saúde, a Uruguai I comprou "54.867 unidades de medicamentos usados no auxílio da intubação de pacientes em UTI que se encontram em estado grave ou gravíssimo pela COVID-19".

Da Sputnik Brasil

Responsável pela morte de quase 1,6 milhões de pessoas no planeta, o coronavírus não age de modo idêntico nos organismos. No mundo, cerca de 45 milhões de vítimas se recuperaram da doença. No entanto, alguns desses pacientes podem ter sequelas que, entre outros problemas, trazem complicações respiratórias e motoras.

Procedimentos como a intubação, necessária nas situações em que o vírus compromete a capacidade de respirar do paciente, fazem com que seja necessária a atuação de um fonoaudiólogo durante a fase de restabelecimento.

##RECOMENDA##

Os profissionais da fonoaudiologia prestam assistência a quem precisa reaprender coisas básicas, como falar ou se alimentar sem o uso de sonda.

Mudança de rotina

O que antes da pandemia era uma prática de atendimentos ambulatoriais mudou de maneira drástica para a fonoaudióloga Andréa Bizarria Cintra, 46 anos. “Virou a rotina de cabeça para baixo. Tive que suspender ambulatórios e ver alguns atendimentos regredirem é bastante frustrante”, lamenta a profissional, que atua há 22 anos na área.

Ela conta que a compaixão pela vulnerabilidade das vítimas já a fez ir além da própria função. Para Andréa, proporcionar conforto a quem está em tratamento é fundamental em tempos de crise. “Costumo dizer que lidamos com as pessoas no seu ‘pior’ momento, afinal está mais frágil. Muitas vezes temos que ser um apoio, mesmo estando fragilizados também”, comenta.

A fonoaudióloga Andréa Cintra teve sua rotina profissional totalmente transformada pela pandemia. Foto: arquivo pessoal

 

Segundo Andréa, os casos mais graves geram preocupação devido à incapacidade que alguns pacientes apresentam em cumprir funções comuns. O trabalho da profissional acompanha a recuperação dos infectados pelo coronavírus após a equipe médica aprovar a retirada da respiração mecânica.

“Os pacientes que passaram por intubação podem apresentar dificuldades para se alimentar e para se comunicar e cabe ao fonoaudiólogo a reabilitação da deglutição”, explica.

Ritmo intenso 

Há 15 anos na função, a fonoaudióloga Daniela Ribeiro afirma que o ritmo de trabalho também passou a ser mais intenso. Segundo ela, alguns recursos tecnológicos estão sendo utilizados para dar sequência à recuperação dos pacientes.

“Passamos a atender apenas casos de urgência e emergência presencialmente, após triagem respiratória, e demos início às consultas de orientação por videochamada e por telefone. Infelizmente essas consultas são muito espaçadas, já que na maior parte do tempo estamos nos revezando entre os atendimentos nas Unidades de Terapia Intensiva, Pronto-Socorro e enfermarias”, explica a profissional, que ressalta a importância dos uso dos Equipamentos de Proteção Individual para evitar contaminação. 

A fonoaudióloga Daniela Ribeiro relata a frustração com a perda de tantos pacientes. Foto: arquivo pessoal

“A maioria dos nossos pacientes antes da pandemia não se encontrava em isolamento de contato. Passamos a utilizar máscara PFF2, face shield, touca e avental descartáveis durante nossos atendimentos”, afirma.

Para Daniela, a rotina de evolução positiva dos pacientes que atende deu lugar a uma triste realidade. “O mais difícil neste período tem sido perder tantos pacientes. Na rotina normal de atendimento em disfagia (dificuldade ao engolir), a maioria apresenta quadro clínico mais estável e com bom prognóstico. Com o coronavírus é imprevisível”, relata.

“O paciente está estável e precisando apenas de adequação de consistência dos alimentos devido ao cansaço respiratório, amanhã ele pode estar intubado ou nem ter resistido”, desabafa.

Medo constante

Embora os EPI sejam uma forma de reduzir o risco, Daniela afirma que a insegurança persiste. Embora haja apoio psicológico disponível, ela menciona que o medo está no semblante de cada profissional ou paciente durante a pandemia da Covid-19.

“É muito triste ver o medo o tempo todo no rosto das pessoas. Perdemos muitos colegas no hospital, médicos, profissionais de enfermagem, motoristas de ambulância, maqueiros, profissionais da limpeza e da administração interna”, diz a fonoaudióloga.

Segundo ela, os amigos de trabalho que perderam entes queridos para o coronavírus ficam muito abalados. “Muitos colegas perderam seus companheiros e familiares e convivem com a dúvida de terem sido de alguma forma responsáveis pela contaminação. Muitos trabalham em mais de um hospital e o esgotamento físico e mental é uma preocupação de todos”, relata.

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, será convidado a participar da Comissão Mista do Congresso que fiscaliza as ações do governo ligadas ao combate da crise causada pela pandemia de Covid-19. O requerimento, aprovado nesta terça-feira (14), quer que o ministro explique a logística de distribuição, nos estados, de testes, medicamentos e kits usados para intubação de pacientes de Covid-19. A audiência ainda não tem data marcada.

“Nós já tivemos a presença do ministro e de seus assessores explicando essa questão da logística, mas tivemos ontem a oportunidade de participar de uma reunião da Comissão Parlamentar Externa da Câmara em que ficou demonstrada a situação gravíssima na chegada, aos estados do Sul, neste momento de crise climática, de medicamentos, testes e principalmente, os medicamentos que fazem parte do kit anestésico para intubação dos pacientes mais fragilizados", justificou o autor da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC).

##RECOMENDA##

Fundeb

Com a proposta do Novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) na pauta da Câmara dos Deputados, outro requerimento aprovado prevê a realização de audiência pública para debater a importância da aprovação da proposta. O fundo é a principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil e, pela Constituição, deve ser extinto no próximo dia 31 de dezembro.

Na lista de convidados estão a deputada e relatora da PEC 15/2015, que torna o fundo permanente, professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), o professor e Secretário de Educação de Sobral (CE), Francisco Herbert Lima Vasconcelos, e um representante da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).

GDF

Os parlamentares também aprovaram requerimento do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), solicitando que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize auditoria para verificar a correta utilização, pelo governo do Distrito Federal (GDF), dos recursos destinados pela União para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Segundo o senador, a auditoria deve apurar inclusive os repasses para compra de equipamentos ou materiais com origem em emendas parlamentares.

Na justificação do requerimento, Izalci enumera investigações e operações do Ministério Público e da Polícia Federal que indicam irregularidades no uso dos recursos públicos.

O médico Aristóteles Cardona Júnior compartilhou no Twitter o momento em que dança com uma paciente com coronavírus para celebrar a extubação da mulher.

Na legenda do vídeo ele descreve: “No 1° dia de UTI eu a intubei. No 14°, a extubei. No 18°, a chamei para dançar. A 1° pcte da UTI COVID. Uma msgm de esperança para pacientes, familiares e profissionais que combatem a doença”.

##RECOMENDA##

Confira o vídeo:

[@#video#@]

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando