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Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Campus Recife, não conseguiram ser atendidos no Restaurante Universitário (RU) na manhã desta terça-feira (12). Segundo a Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis, o café da manhã e o almoço não foram servidos devido a uma paralisação dos funcionários da empresa Casa de Farinha, responsável pelo serviço do RU.

De acordo com a instituição de ensino, a paralisação exigia o pagamento de salários atrasados. “A UFPE não pôde efetuar o pagamento do valor mensal do contrato porque a empresa não entregou a documentação necessária que a tornaria apta ao recebimento do valor. A direção da Casa de Farinha informou que até amanhã (13) entregará a documentação à UFPE”, argumentou a Universidade, sem detalhar o valor mensal.

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Sobre essa segunda-feira (11), o Restaurante Universitário não funcionou porque aconteceram problemas hidráulicos que impediram a preparação dos alimentos. Essa situação, no entanto, foi normalizada. Ainda nesta terça-feira, a Universidade promete que o jantar será servido aos estudantes.

A Casa de Farinha se pronunciou sobre o assunto por meio de nota. Confira na íntegra:

"A Casa de Farinha, responsável pelo fornecimento de refeições no Restaurante Universitário da Universidade Federal de Pernambuco, informa que um problema na bomba hidráulica, cuja manutenção é de responsabilidade da Universidade Federal de Pernambuco desde maio de 2016, está impactando o serviço desde o dia 11 de março. A empresa está aguardando uma solução por parte da instituição. A empresa espera que até a próxima semana, tudo seja restabelecido, inclusive questões salariais que estão sendo tratadas com o sindicato da categoria".

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram, na última semana, inspeções em casas de farinha localizadas em Lajedo e Jupi, no Agreste de Pernambuco. O objetivo da operação foi verificar possíveis irregularidades trabalhistas e situações precárias de trabalho nesses locais.

Durante a operação, foram fiscalizadas 11 casas de farinha na região. Alguns dos estabelecimentos estavam fechados ou em reforma em função de uma fiscalização anterior. Ao todo, foram alcançadas 89 pessoas. Em alguns locais, os trabalhadores não possuíam equipamentos individuais de proteção.

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Não foram identificados indícios de trabalho escravo ou trabalho infantil no momento da fiscalização. Notificações foram emitidas, entretanto, para comparecimento em uma reunião no dia 13 de fevereiro para discutir a regularização de documentos e a implantação de políticas de melhoria nas condições de trabalho.

 

A deputada estadual Priscila Krause (DEM) apresentou ao Ministério Público de Contas do Estado de Pernambuco (MPCO), nesta sexta-feira (4), um pedido de investigação do processo de licitação em aberto para a contratação das empresas fornecedoras de merenda na rede municipal de ensino do Recife. De acordo com a parlamentar, há indícios de irregularidades como a exigência, no termo de referência, de peculiaridades que restringem a ampla competição, além de evidências de possível conluio entre as empresas participantes.

Na solicitação apresentada ao MPCO, Krause pede a averiguação dos fatos e posterior apresentação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) de pedido de medida cautelar suspendendo o processo licitatório da prefeitura da capital pernambucana. 

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Segundo a democrata, o pregão eletrônico que segue na fase de julgamento das propostas teve sua disputa de preços realizada em 18 de dezembro passado, aparecendo como vencedoras as empresas Casa de Farinha S.A. (lotes 1, 3 e 4) e RC Nutry Alimentação Ltda. (lote 2), totalizando montante de R$ 97,99 milhões para um período de um ano.

De acordo com a peça protocolada por Priscila Krause, chamou a atenção a diferença de R$ 20,58 milhões entre os menores valores ofertados e os finais acertados. A discrepância, na ótica dela, deu-se porque após apresentar preços, para cada lote, de R$ 20 milhões, a empresa ATL Alimentos do Brasil Ltda. requereu a exclusão do lance registrado e a desclassificação das suas propostas.

Ao sair da disputa sem apresentar quaisquer “justificativas legais”, a ATL, de acordo com Priscila, beneficiou diretamente a Casa de Farinha S.A e a RC Nutry Alimentação Ltda. que apareciam, em todos os lotes, exatamente em seguida daquela empresa. O texto da deputada menciona decisão do próprio TCE, nas linhas do conselheiro Carlos Porto, que no âmbito de processo que avaliou certame anterior com mesmo objeto já apontara a tese de conluio entre empresas visando desconfigurar o caráter de ampla concorrência.

Priscila Krause também apresentou exemplos de exigências do termo de referência que podem reduzir a competitividade da licitação e encarecer a contratação, causando prejuízo ao erário. Entre os exemplos destacam-se a exigência de as empresas participantes da competição estarem previamente inscritas no Sistema de Cadastramento de Fornecedores (SICREF), exigência não chancelada pela própria jurisprudência do Tribunal de Contas da União; escolaridade mínima (5ª série do fundamental) para todos os funcionários da empresa contratada; e, por fim, prazos de substituição de equipamentos bastante inferiores à vida útil desses.

Para a deputada, a contratação das empresas responsáveis pela merenda do Recife exige atenção redobrada visto que o fornecimento tem sido alvo de diversos questionamentos quanto à qualidade e à regularidade da contratação há vários meses, não sendo aceitável que o novo processo ocorra sem que se ateste sua plena regularidade.

“A gente tem visto que é um assunto sensível, que alcança a vida de milhares de crianças e jovens da nossa capital, e que tem deixado lacunas no que se refere ao zelo com a coisa pública, portanto devemos ser ainda mais vigilantes e proativos. Essa é uma pauta que o prefeito se comprometeu ainda em 2012 e que até agora tem incrivelmente apresentado retrocessos como os próprios órgãos fiscalizadores apontam. Quanto mais transparência e esclarecimentos, melhor”, registrou a parlamentar.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) abriu uma investigação sobre contratos sem licitação firmados pela empresa Casa de Farinha com o Governo de Pernambuco para o fornecimento de merenda escolar e refeições para hospitais. A nova auditoria foi instaurada a pedido do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO). A solicitação, assinada pela procuradora Germana Laureano, foi deferida pelo conselheiro substituto Ruy Harten que determinou, nesta terça-feira (20), a apuração dos fatos.

No documento pedindo a apuração, o MPCO listou uma série do que chama de indícios de irregularidades, como contratos sem o aval obrigatório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), dispensas que perduravam além do tempo permitido e até mesmo pagamentos feitos à empresa sem nenhum contrato anterior para respaldar. As suspeitas de irregularidades chegam a um prejuízo de R$ 13 milhões.

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No relato feito pelo órgão de contas, "entre os exercícios financeiros de 2015 e 2018, a empresa Casa de Farinha S.A prestou serviços de fornecimento de alimentação hospitalar ao Hospital dos Servidores do Estado durante cerca de dezesseis meses sem cobertura contratual" e que "a empresa recebeu dos cofres estaduais a vultosa quantia de R$ 13.315.384,60 sem que tenha havido o regular processo licitatório".

Ainda segundo a representação, o IRH, entre os exercícios financeiros de 2015 e 2018, usou dos serviços de produção e distribuição de refeições para os pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital dos Servidores do Estado, sem qualquer contrato, ocasionando o pagamento do valor total de R$ 4,3 milhões a título indenizatório, posteriormente.

A procuradora Germana Laureano disse ainda ter apurado que "a própria Gerência de Apoio Jurídico do órgão, ao emitir seus pareceres nos quatro referidos processos indenizatórios, fez ver a necessidade de apuração, responsabilização e aplicação de sanção a quem deu causa a tais processos indenizatórios". Segundo o MPCO, não há notícia que o Estado tenha aplicado qualquer punição aos servidores responsáveis pelos pagamentos sem contrato feitos à Casa de Farinha.

Outras investigações

A empresa Casa de Farinha é investigada em outras ações conduzidas pela Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública (Decasp), pelo Ministério Público do Estado (MPPE) e pela Polícia Federal (PF). O proprietário da empresa, Romero Pontual Filho, está preso no Cotel desde a deflagração da Operação Castelo de Farinha, pela Polícia Civil do Estado (PCPE), em agosto.

A Castelo de Farinha foi desencadeada a partir de investigações realizadas na Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a PCPE, houve fraude nos contratos de merenda escolar na cidade. O mesmo teria acontecido no Cabo de Santo Agostinho, agora elucidado pela Operação Ratatouille.

E no Recife, a Polícia Federal confirmou que investiga contratos da Prefeitura com a Casa de Farinha após denúncia da empresa SP Alimentos, concorrente da primeira.

*Com informações do MPCO

A Polícia Civil deu maiores detalhes, na tarde desta quinta-feira (11), da Operação Castelo de Farinha, deflagrada contra a empresa Casa de Farinha por fraude em processos licitatórios. Segundo a Polícia Civil, há indícios de que a empresa intimidava e ameaçava concorrentes para não participarem dos pregões. Três mandados de prisão temporária foram expedidos contra representantes da empresa, que é do setor alimentício.

O principal fato investigado pela Polícia Civil é uma licitação de merenda escolar da Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), no dia 4 de julho de 2018. Os alvos da operação Valéria dos Santos Silva, Romero Pontual Filho e Nelson Canizza participaram do pregão, que teve como vencedora a Casa de Farinha. A polícia pediu a prisão temporária dos suspeitos e, até o momento, apenas Valéria foi presa.

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Segundo a delegada Patrícia Domingos, o carro de uma empresa concorrente foi batido duas vezes no caminho para o local da licitação. Após o carro parar, ao invés dos ocupantes do outro veículo discutirem a responsabilidade do acidente, eles só diziam que ninguém deveria sair do local até resolver a questão. "Quando o licitante entregou a documentação para a funcionária para ela participar do pregão, um homem pegou o documento, rasgou e jogou no rio", lembra Patrícia.

Uma testemunha também relatou que outro licitante foi abordado por dois homens e ofertado um valor em dinheiro para que o valor da proposta fosse alterado. "Fizeram ameaças veladas como 'você não teme pela sua vida?'", relatou a delegada. Outra licitante ainda estaria em uma lanchonete próxima à prefeitura quando suspeitos arrancaram os documentos dela e desapareceram.

Todas as empresas com algum registro de ocorrência são de fora de Pernambuco. Por conta disso, a Polícia investigará se há alguma formação de quadrilha da Casa de Farinha com outras empresas pernambucanas.

A Casa de Farinha também foi investigada em outra operação da Polícia Civil, por fraudes em licitações do Cabo de Santo Agostinho. Segundo Patrícia, as merendas seriam de má qualidade. Romero e Nelson teriam abordado licitante e ofertado dinheiro para que não participasse de pregão da Prefeitura de Olinda. O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) investiga irregularidades nos contratos também com a Prefeitura do Recife.

Por nota, o advogado da Casa de Farinha, Ademar Rigueira, rebateu as acusações. O defensor ressalta que há mais de 13 anos a companhia é reconhecida por atuação no segmento de alimentação coletiva, "seguindo todos os padrões de controle e qualidade exigidos pelos órgãos de fiscalização, não se tratando, portanto, de uma quadrilha". Romero Pontual Filho, afirma a defesa, estava no exterior e irá se apresentar nos próximos dias. Sobre a licitação de Ipojuca é dito que ela ocorreu dentro da mais estrita legalidade, com observação de parâmetros técnicos, formais e legais. Por fim, o advogado diz também que a polícia agiu com finalidade exclusivamente midiática. O pregão de Ipojuca foi cancelado.

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