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Parentes dos reféns israelenses invadiram uma sessão do Parlamento de Israel nesta segunda-feira, 22, para exigir que o governo faça mais para assegurar a libertação dos sequestrados mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. Os seguranças do Parlamento de Israel não conseguiram impedir a entrada dos manifestantes, que exibiram fotos de seus parentes. "Vocês não vão ficar sentados aqui enquanto nossas crianças estão morrendo", disseram.

A manifestação é mais um ato de pressão sobre o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. No domingo, 21, ele rejeitou os termos de um acordo oferecido pelos Hamas para libertar os reféns, que exigiam a retirada das tropas do território. "Só a vitória total garantirá a eliminação do Hamas e o regresso de todos os nossos reféns", disse o premiê.

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Os parentes afirmam que todos os dias descobrem que reféns foram mortos em Gaza. O parlamentar Moshe Gafni, que presidia a sessão no Parlamento, integra a coalizão de extrema direita de Netanyahu e disse que o governo está fazendo "de tudo" para libertar os reféns.

Os 240 reféns foram levados no dia 7 de outubro pelo grupo Hamas durante o ataque terrorista ao sul de Israel que deixou mais de 1,2 mil mortos. Desde a invasão, as forças israelenses conduzem uma ofensiva militar em Gaza com bombardeios aéreos e incursão terrestre que deixaram mais de 25 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.

Em novembro, Hamas e Israel chegaram a um acordo para a libertação de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos, com a mediação de Catar, Egito e EUA. O acordo envolveu uma trégua de sete dias e a libertação de mais de 100 reféns. Tel-Aviv diz acreditar que o Hamas ainda mantém mais de 130 sequestrados. As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 28 israelenses cujos corpos ainda estão sob poder do Hamas.

O Wall Street Journal apontou que EUA, Catar e Egito estão pressionando Israel e Hamas a concordarem com um pacto no qual todos os reféns seriam libertados antes de uma eventual retirada total das forças de Israel.

Na semana passada, um acordo envolvendo a entrega de medicamentos vitais a reféns israelenses foi feito com a mediação do Catar e da França.

Netanyahu se encontrou com alguns parentes ontem e disse que uma "proposta real" de negociação estaria em discussão, sem dar detalhes.

Impopular

A pressão das famílias dos reféns sobre o governo Netanyahu tem aumentado com possíveis impactos políticos. Além dos protestos durante uma sessão do Parlamento, as famílias realizam manifestações na frente da casa do primeiro-ministro e bloquearam o trânsito de uma importante avenida em Tel-Aviv, no domingo.

À frente de Israel por mais tempo do que qualquer outro primeiro-ministro, Bibi é visto internamente como o responsável pela política de segurança que vigorava no país no momento do ataque e, portanto, o principal culpado por suas falhas.

A última pesquisa de opinião realizada pelo Canal 13, divulgada no fim de semana, mostrou que o primeiro-ministro perderia uma possível eleição hoje, e seu partido, o Likud, veria suas cadeiras no Parlamento serem reduzidas à metade.

Se as eleições fossem hoje, o ministro da Defesa Benny Gantz, do partido de centro-direita Unidade Nacional, venceria a disputa com 37 assentos, bem acima dos atuais 12, enquanto o Likud ficaria com 16, metade dos 32 atuais.

Segundo a pesquisa, a atual coligação de governo, liderada por Netanyahu com seus parceiros de extrema direita e ultraortodoxos, não somaria mais de 46 assentos, muito abaixo dos atuais 64 e insuficientes para governar em um Parlamento de 120 deputados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de outubro em 47,6%, menor do que em setembro (47,7%). O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,2% no décimo mês de 2023, mesma taxa de setembro.

Outubro foi o quarto mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola. Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional. Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi "desnegativado" automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem garantia do Tesouro.

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Segundo os dados do BC para o mês de outubro, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou o mês em 27,2%. Em setembro, o porcentual era de 27,3%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 25,2% no nono mês do ano para 25,1% em outubro.

Pelo menos 73% dos custos que envolvem o cuidado de pessoas com demência no Brasil ficam para as famílias dos pacientes. O número foi divulgado pelo Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil (Renade), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a partir da iniciativa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O estudo revelou que, além dos custos, as pessoas responsáveis pelos cuidados estão sobrecarregadas e que, na maior parte das vezes, são mulheres. 

O relatório mostra que esses custos podem chegar a 81,3% por parte do familiar a depender do estágio da demência.

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“Isso envolve horas de dedicação para o cuidado. A pessoa, por exemplo, pode ter que parar de trabalhar para cuidar. Isso tudo envolve o que a gente chama de custo informal. É importante que se ofereça um apoio para a família”, afirmou a psiquiatra e epidemiologista Cleusa Ferri, pesquisadora e coordenadora do Projeto Renade no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em entrevista à Agência Brasil.

O relatório enumera custos diretos em saúde, como internações, consultas e medicamentos, e também os recursos indiretos, como a perda de produtividade da pessoa que é cuidadora.

“As atividades relacionadas ao cuidado e supervisão da pessoa com demência consomem uma média diária de 10 horas e 12 minutos”, aponta o relatório.

Olhar para o cuidador

A médica Cleusa Ferri avalia que é necessário aumentar o número de serviços de qualidade que atendam às necessidades da pessoa com demência e também dos parentes. “O familiar pode até ser um parceiro do cuidado. Mas precisamos também pensar nesse cuidador”.

Para elaboração do estudo, os pesquisadores entrevistaram 140 pessoas com demência e cuidadores de todas as regiões do país, com média de idade de 81,3 anos sendo 69,3% mulheres. Os dados foram coletados com pessoas em diferentes fases da demência.  

O relatório mostra, por exemplo, que entre os 140 cuidadores, pelo menos 45% das pessoas apresentavam sintomas psiquiátricos de ansiedade e depressão, 71,4% apresentavam sinais de sobrecarga relativa ao cuidado, 83,6% exerciam o cuidado de maneira informal e sem remuneração. 

O estudo chama a atenção para que, dentro dessa amostra, 51,4% dos pacientes utilizaram, em algum momento, o serviço privado de saúde, 42% não utilizavam nenhum tipo de medicamento para demência. “Somente 15% retiravam a medicação gratuitamente no SUS”, disse a epidemiologista Cleusa Ferri. 

O estudo aponta que a maioria das pessoas cuidadoras de familiares com algum tipo de demência são mulheres.

“Nessa amostra, temos 86% das cuidadoras sendo mulheres. Isso é um fato. Há uma cultura da mulher cuidar para o resto da vida. Entendo que é uma questão cultural.

Subdiagnósticos

De acordo com a pesquisadora, o Brasil contabiliza cerca de 2 milhões de pessoas com demência e 80% delas não estão diagnosticadas. “A taxa de subdiagnóstico é grande. Temos muitas pessoas sem diagnóstico e, portanto, sem cuidado específico para as necessidades que envolvem a doença. Então, esse é um desafio muito importante”, afirma a especialista. Ela cita que esse cenário não é exclusivo do Brasil. 

Na Europa, o subdiagnóstico chega a ser de mais de 50% e na América do Norte, mais de 60%.

“No Brasil, temos 1,85 milhão de pessoas com a doença. E a projeção é que esse número triplique até 2050”.

A pesquisadora acrescenta que a invisibilidade da doença é outro desafio. “Temos muito para aumentar o conhecimento, deixar mais visível. A falta de conhecimento da população sobre essa condição precisa ser enfrentada”. Nesse contexto, a invisibilidade também ocorre diante das desigualdades sociais.

Em um cenário de 80% de pessoas sem diagnóstico, isso significa a necessidade de melhorar as políticas públicas para aumentar o conhecimento da população sobre a demência. “Há uma questão de estigma também. As pessoas evitam falar do tema e procurar ajuda”.

Essa situação, na avaliação da pesquisadora, também contribui para dificuldades para conscientização, treinamento de cuidadores e busca por apoio.

Quase 10 anos após o desaparecimento misterioso do voo MH370 da companhia Malaysia Airlines, um tribunal de Pequim iniciou nesta segunda-feira (27) um processo para determinar uma eventual indenização às famílias das vítimas de nacionalidade chinesa.

O avião desapareceu em 8 de março de 2014 depois de decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim.

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Alguns destroços que pareciam ser da aeronave foram encontrados no Oceano Índico, mas nenhum vestígio dos 239 passageiros, a maioria chineses.

A busca marítima, a maior da história, foi interrompida quase três anos após a tragédia, em janeiro de 2017.

As causas do desaparecimento, o maior mistério da aviação civil moderna, provocam várias especulações.

Na manhã desta segunda-feira, as famílias das vítimas e muitos jornalistas estavam na entrada do tribunal do distrito de Chaoyang, em Pequim.

Jiang Hui, que perdeu a mãe na tragédia do MH370, declarou à AFP que o início do processo é "reconfortante e um ponto de virada".

"Dez anos foram realmente insuportáveis para nós, os parentes", acrescentou Jiang, que citou a "deterioração das condições de vida" de algumas pessoas, que foram privadas do apoio econômico das vítimas.

"Eu espero que a ajuda jurídica possa acontecer o rápido possível", afirmou Jiang, que usava um chapéu branco com as palavras "Rezem pelo MH370".

Ele disse que processo deve prosseguir até meados de dezembro.

- "Nunca recebemos informações" -

Segundo o canal estatal CCTV, mais de 40 famílias de desaparecidos apresentaram denúncias contra a Malaysia Airlines, a fabricante do avião Boeing, a fabricante dos motores Rolls-Royce e contra a seguradora Allianz.

As denúncias exigem indenizações e a busca de explicações para o caso, afirmou Zhang Qihuai, advogado citado pela CCTV.

Cada família pede entre 10 e 80 milhões de yuanes (1,4 a 11,2 milhões de dólares, 6,8 a 54,7 milhões de reais), além de uma indenização por danos morais de entre 30 e 40 milhões de yuanes (4,2 a 5,6 milhões de dólares, 20,5 a 27,3 milhões de reais), informou a emissora estatal.

As famílias de mais de 110 passageiros alcançaram acordos com a defesa e receberam entre 2,5 e 3 milhões de yuanes (350.000 a 420.000 dólares, 1,7 milhão a 2,05 milhões de reais), segundo a mesma fonte.

Outro parente de uma vítima, que se identificou apenas como Fu - sem revelar o nome - disse que está "emocionado" com o fato de o tribunal analisar o caso, "depois de tantos anos".

"O mais importante para as famílias agora não é o resultado do processo de indenização", disse Fu - o irmão dele viajava no avião.

"Esperamos a retomada das buscas e do resgate, porque nunca recebemos informações precisas a respeito", acrescentou.

Em 2018, uma empresa privada americana retomou as buscas para encontrar o MH370 em uma nova região de 25.000 quilômetros quadrados, mas sem sucesso.

Com o passar dos anos surgiram várias teorias para tentar explicar o desaparecimento do avião, considerado algo "quase inconcebível" pelos investigadores australianos que coordenaram as primeiras buscas.

Entre as teorias estão o suicídio do piloto, um acidente no mar ou um disparo de míssil.

Algumas famílias das vítimas acusaram a companhia aérea e o governo malaio de ocultar informações sobre a tragédia, mas a empresa o Executivo da Malásia negam.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou por videoconferência nessa quinta-feira (26) com uma família brasileira que permanece na Faixa de Gaza enquanto aguarda para ser repatriada.

"Coloco-me no lugar de vocês. Contem com o governo brasileiro, a gente vai continuar nossa luta, conversar com os presidentes que for possível para que a gente consiga libertar os reféns e criar corredores humanitários para as vítimas da insanidade", disse o mandatário.

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Lula lembrou que falou sobre os brasileiros em Gaza com autoridades de Egito, Israel, Catar, Irã, Turquia e União Europeia.

"Ontem, hoje e amanhã estaremos solidários com as vítimas do sequestro, dessa guerra, porque queremos a paz", ressaltou o presidente, que no mesmo dia já tinha conversado com parentes de judeus sequestrados pelo Hamas.

Uma aeronave da Presidência da República se encontra a postos no Cairo, capital do Egito, aguardando para repatriar os cerca de 30 brasileiros e seus familiares que estão na Faixa de Gaza.

O grupo permanece no sul do enclave palestino, em casas próprias ou alugadas pelas autoridades brasileiras.

*Da Ansa

A fome é um problema que atinge um quinto das famílias chefiadas por pessoas autodeclaradas pardas e pretas no Brasil (20,6%). Esse percentual é duas vezes maior quando comparado ao de famílias comandadas por pessoas brancas (10,6%).

Os dados, divulgados nesta segunda-feira (26), são referentes ao período entre novembro de 2021 e abril de 2022. Eles fazem parte do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan).

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No total, 33,1 milhões de pessoas foram impactadas pela fome no país. Aqueles que se enquadram em determinados recortes de raça e gênero estão mais vulneráveis. Os lares chefiados por mulheres negras representam 22% dos que sofrem com o problema, quase o dobro em relação aos liderados por mulheres brancas (13,5%).

“A situação de insegurança alimentar e de fome no Brasil ganha maior nitidez agora. Precisamos urgentemente reconhecer a interseção entre o racismo e o sexismo na formação estrutural da sociedade brasileira, implementar e qualificar as políticas públicas, tornando-as promotoras da equidade e do acesso amplo, irrestrito e igualitário à alimentação”, diz a professora Sandra Chaves, coordenadora da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan).

O Vigisan é realizado pela Rede Penssan. Ele leva em conta dados registrados pelo Instituto Vox Populi, com apoio da Ação da Cidadania, ActionAid, Ford Foundation, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga, Oxfam Brasil e Sesc São Paulo.

Em dados gerais divulgados anteriormente, o estudo mostrou que quatro entre 10 famílias tinham acesso pleno a alimentos, ou seja, em condição de segurança alimentar. Por outro lado, 125,2 milhões estavam na condição de insegurança alimentar - leve, moderada ou grave. Os níveis foram medidos pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), também usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Escolaridade, emprego e filhos

Os recortes de raça e gênero também ficaram evidentes quando foram analisados outros dados como escolaridade, situação de emprego e renda e presença de crianças na família.

No caso dos lares chefiados por pessoas com oito anos ou mais de estudo, a falta de alimentos foi maior quando uma mulher negra estava à frente: 33%. Esse número foi menor no caso de homens negros (21,3%), mulheres brancas (17,8%) e homens brancos (9,8%).

Nas famílias com problemas de desemprego ou trabalho informal, a fome atingiu metade daquelas chefiadas por pessoas negras. Quando se trataram de pessoas brancas, um terço dos lares foi impactado. A insegurança alimentar grave foi mais freqüente em domicílios comandados por mulheres negras (39,5%) e homens negros (34,3%).

Nas situações em que a pessoa responsável tinha emprego formal, e a renda mensal familiar era maior do que um salário mínimo per capita (para cada indivíduo), a segurança alimentar estava presente em 80% dos lares chefiados por pessoas brancas e em 73% dos chefiados por pessoas negras.

A presença de crianças menores de 10 anos de idade nas famílias também foi um fator importante. Nesse contexto, a segurança alimentar era uma realidade em apenas 21,3% dos lares chefiados por mulheres negras, menos da metade dos chefiados por homens brancos (52,5%) e quase metade dos chefiados por mulheres brancas (39,5%). 

As famílias dos cinco passageiros do submersível que implodiu no fundo do Atlântico perto dos restos do "Titanic" estão de luto nesta sexta-feira (23), enquanto aumentam as críticas sobre possíveis negligências de segurança.

James Cameron, diretor do filme "Titanic" e um explorador apaixonado pelo fundo do mar, acusou na quinta-feira a empresa organizadora da expedição, OceanGate Expeditions, de "ignorar" as advertências de segurança.

Mas, segundo Guillermo Söhnlein, cofundador da empresa junto com o americano Stockton Rush, que morreu no acidente, este último "estava extremamente comprometido com a segurança".

"Mitigar riscos era parte fundamental da cultura da empresa", declarou à emissora britânica Times Radio Söhnlein, nascido na Argentina, que deixou a empresa em 2013. Ele também lembrou que o próprio Cameron visitou os destroços do Titanic várias vezes para produzir seu filme de 1997, um sucesso internacional.

Parentes de duas vítimas, o empresário Shahzada Dawood, 48 anos, e seu filho Suleman, 19, cidadão paquistanês-britânico, expressaram sua "profunda tristeza". Eles eram membros da família que fundou um dos impérios industriais mais bem-sucedidos do Paquistão.

A família do empresário e magnata da aviação Hamish Harding, 58 anos, outra vítima da tragédia, prestou homenagem a um "explorador apaixonado" e a um "marido que amava a esposa e pai dedicado aos dois filhos".

A Guarda Costeira dos EUA e a OceanGate Expeditions anunciaram na quinta-feira que os passageiros do submersível desaparecido desde domingo morreram na "implosão catastrófica" da embarcação.

Além de Shahzada Dawood e seu filho, de Hamish Harding e do americano Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, também morreu o experiente mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, 77 anos, apelidado de "Mr. Titanic".

"Acreditamos que nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho Suleman, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet estão infelizmente mortos", lamentou a OceanGate em um comunicado, após quatro dias de buscas que cativaram o mundo.

O "campo de detritos" encontrado por robôs de busca perto do mítico "Titanic", a quase 4.000 metros de profundidade, "são consistentes com uma implosão" do submersível, anunciou o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Em entrevista coletiva em Boston, ele também informou que a causa do acidente foi uma "perda catastrófica de pressão" no submersível.

Assim que o resultado foi anunciado, o Wall Street Journal revelou que a Marinha dos Estados Unidos havia detectado no domingo, logo após a perda de contato com o submarino, um sinal que indicava a provável implosão do submersível.

- Verdadeiros exploradores -

"Esses homens eram verdadeiros exploradores que compartilhavam um forte espírito de aventura e uma profunda paixão por explorar e proteger os oceanos do mundo", afirmou a OceanGate em um comunicado, no qual lamenta a morte da tripulação.

O contra-almirante americano Mauger expressou "sinceras condolências" às famílias dos desaparecidos.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, lamentou a "notícia trágica" no Twitter e expressou "apoio" às famílias e suas "profundas condolências" em nome do governo.

Estados Unidos e Canadá mobilizaram grandes recursos até a manhã de quinta-feira, incluindo aeronaves C-130, P3 e naves equipadas com robôs submarinos, para continuar as buscas em suas costas, onde foi localizado o "Polar Prince", navio de apoio do submersível de turismo.

A área de busca na superfície se estendeu por mais de 20.000 km2.

- Possíveis negligências -

O submersível "Titan", de 6,5 metros de comprimento, mergulhou no domingo, mas perdeu a comunicação menos de duas horas após o início do mergulho turístico. Tinha uma autonomia teórica de 96 horas de oxigênio.

Em meio às buscas durante a semana foram divulgadas informações que comprometiam a Oceangate sobre possíveis negligências técnicas do submersível.

Uma ação civil nos Estados Unidos em 2018 mostra que um ex-diretor da empresa, David Lochridge, foi demitido após expressar sérias dúvidas sobre a segurança do "Titan".

A OceanGate, que fabricou e operou o submersível, e que cobrava US$ 250.000 por assento (R$ 1,1 milhão, na cotação atual), levava turistas aos destroços do "Titanic", cujo naufrágio matou quase 1.500 pessoas em uma das maiores catástrofes marítimas da história.

Após a tragédia, a organização Titanic International, que trabalha para preservar a história do mítico transatlântico, pediu o fim das expedições turísticas.

"É hora de considerar seriamente se as viagens humanas ao naufrágio do 'Titanic' devem acabar em nome da segurança", afirmou a organização no Facebook, defendendo "veículos submarinos autônomos".

Os destroços do transatlântico, a quase 600 km do continente, tornaram-se um lugar de sonho para aventureiros e turistas ricos e intrépidos desde que foram descobertos em 1985.

Famílias de alguns dos tripulantes que morreram no submersível Titan, que implodiu após se perder durante uma expedição aos destroços do Titanic, enviaram mensagens expressando sua dor e homenageando seus entes queridos.

A família do empresário britânico Hamish Harding, 58, descreveu o mesmo como "um marido amável para a sua mulher", "um pai dedicado aos seus dois filhos" e "um guia, uma inspiração, um apoio e uma lenda viva" em sua empresa Action Aviation. "Ele era único e nós o adorávamos", ressalta o comunicado, que lembra de Harding como "um explorador apaixonado, seja qual fosse o terreno".

A família de Shahzada Dawood, 48, e de seu filho Suleman, 19, parte do império industrial paquistanês Dawood, expressou sua "dor profunda" pelo ocorrido. "Estendemos nossas sinceras condolências às famílias dos outros tripulantes do submersível Titan", ressalta o comunicado, assinado por Hussain e Kulsum Dawood, pais de Shahzada.

Hussain Dawood é uma das pessoas mais ricas do Paquistão, responsável pela Engro Corporation e presidente da fundação beneficente Dawood.

Primeiro, poderia parecer uma divisão. Quatro crianças, irmãos consanguíneos, que viviam em um mesmo abrigo na cidade de Patos (MG), souberam que seriam adotados por três famílias diferentes de Brasília. O que parecia divisão, na verdade, era uma multiplicação. 

Os três casais se prepararam, refletiram e aprenderam que, para adotar, o fundamental era pensar nas crianças, em primeiro lugar, e respeitar os vínculos afetivos entre elas. 

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Mesmo sem ter relação prévia de amizade, os casais uniram-se, somaram-se em sentimentos, a partir de um centro de apoio à adoção (chamado Aconchego, na capital federal), e chegaram à conclusão de que, para ser de verdade e tudo funcionar, deveriam formar uma “família grande” e nunca mais se deixarem. 

O grande dia em que os documentos estavam prontos está guardado no calendário como a data mais especial: 13 de maio de 2016. Contam de cabeça: lá se vão mais de sete anos. O dia é considerado um novo nascimento para crianças e os adultos, que ouviram desde o começo as palavras que sonharam: “mãe”, “pai". Sete anos depois, eles todos têm uma certeza: esta é uma história de aprendizado, que não pode ser romantizada ou idealizada, mas que é feita de amor. 

Eles já perderam as contas de festas, almoços e encontros em fins de semana. Lá se vão, por exemplo, sete festas de Natal antecipadas para reunir os irmãos. Os adultos passaram também a ter uma relação fraterna. “Hoje, as outras mães são como minhas irmãs”, afirma Denise Mazzuchelli, que é psicóloga e tem 39 anos de idade. Foi com ela e com o marido Alison que ficaram duas das crianças. 

A mais velha tinha nove anos (hoje tem 16), e o mais novo, perto dos três anos (prestes a comemorar os 10). “Foi uma mudança muito grande para eles e para nós também. Éramos eu e meu marido e, de repente, a gente tinha dois filhos com idades distantes. Fomos nos conhecendo e foi uma conquista mútua”, diz Denise. Diante da novidade, a mãe entende que a adaptação à nova vida foi “muito boa”.

 “Acho que a gente deu muita sorte também em relação às outras famílias que adotaram. Embora sejamos diferentes, temos valores primordiais muito semelhantes. São pessoas que realmente entraram na minha vida e que eu não quero jamais que saiam. Hoje são minha família”, garante Denise.

Ela enfatiza que os pretendentes à adoção devem ter preparo psicológico adequado. O desejo deles por adotar surgiu porque Denise atuava como psicóloga voluntária no grupo de apoio à adoção Aconchego. Ao conhecer outras histórias, pensou com o marido que adotar faria parte da vida deles. Depois, tiveram uma terceira filha biológica. “O processo de adoção, eu entendo, não deve durar menos do que uma gestação porque necessita que a criança tenha o melhor acolhimento possível”.

Distância curta

Um baque na vida de Denise foi quando o pai, no ano passado adoeceu e morreu, há dois meses. Isso fez com que o núcleo dela mudasse, ao menos temporariamente, para Uberlândia (MG), a pouco mais de 400 quilômetros de Brasília.  “Mas estamos todos tão ligados que as outras famílias com os irmãos biológicos dos meus filhos vêm para cá com frequência. Não estamos tão próximos quanto antes, na mesma cidade”. 

Para tomar essa decisão de mudar, foi preciso conversar muito com as outras mães e crianças. “E todos me deram apoio. Somos uma família”. Em Minas Gerais, atua também como psicóloga voluntária em outra organização não governamental (a ONG Pontos de Amor). 

Plano antigo

Como uma “irmã” de Denise, Bianca Tinoco, de 44 anos, que é servidora pública, recorda que ela e o marido Lúcio tinham o plano antigo de serem pais. Entraram na fila da adoção, e o grupo de apoio com encontros mensais de acolhimento foi fundamental para que se conscientizassem e se fortalecessem, inclusive em relação à ideia de adotar uma criança mais velha. 

“Minha filha tinha sete anos. Hoje tem 14. Desde então, somos essa família que tinha 12 pessoas e agora tem 13. Hoje é muito tranquilo. Nós temos conexão”. Essa identificação se deu durante todo o período de convivência anterior, por vídeos. “Falávamos do nosso modo de vida, da nossa casa. Era realmente para se apresentar a criança tentando não gerar tanta expectativa”. O casal também tem um filho biológico, dois anos mais novo.

Denise lembrou que, depois, foram autorizados a mandar alguns presentes e as crianças se prepararam para encontrar os pais. “Foi um período bacana e também de muita ansiedade durante um mês”. No dia 13 de maio, em que houve a autorização da guarda provisória, os três casais foram buscar os filhos. “Foi um encontro de encantamento. A gente brinca, eu e meu marido, que ganhamos uma família de 13 pessoas”. Aprenderam a exercer o papel de educação, orientar e chamar atenção sem constrangimentos. A garota gosta de estudar e de esportes.

“A gente acredita que a adoção vem antes da filiação. O filho adotivo não tem nada diferente de um filho biológico”, afirma o pai Lúcio Pereira, de 44 anos, que é jornalista. Ele entende que a maternidade e a paternidade não devem ser idealizadas e, por isso, é tão importante um grupo de apoio para os pretendentes à adoção. 

A forma como ocorreu a adoção da filha dele, que gerou uma relação mais próxima com outras famílias, foi possível graças a um sentimento de fraternidade entre eles. Entre os filhos, afirma, foram sendo fortalecidos, passo a passo, confiança, carinho e respeito. 

Novidade 

A professora Lilian Ribeiro, 41 anos, e o marido Normando, de 50, são o outro casal dessa parceria de três famílias. “Temos uma relação de muita resiliência, muita partilha entre nós, os pais, de aprendizado e amor”, diz a mãe. A chegada da filha foi um presente para eles. “Mas, além dela, trouxe pra gente também uma grande família. Eu sempre fui muito unida com os meus irmãos e queria muito que a minha filha não fosse privada do convívio com os irmãos biológicos”. A garota tem um irmão também adolescente dentro de casa. E essa relação de amor é uma novidade para a filha.

A mãe recorda que foi também, aos poucos, que a menina foi se sentindo mais segura e se soltando. Foi entendendo que aquela ali era a casa dela e que não ficaria mais sozinha. “Eu lembro que, uma vez, ela ficou com gripe e eu cuidando dela. Ela falou assim: ‘mamãe, eu nunca fiquei assim’”. A mãe se surpreendeu: “Como assim, nunca ficou doente?

A menina respondeu: “já fiquei doente várias vezes, mas nunca fiquei assim e alguém cuidando de mim’”. 

Estrutura de família

A psicóloga Soraya Pereira, presidente da Aconchego, que apoiou a decisão pela adoção de irmãos consanguíneos, defende que o primeiro passo do grupo de apoio foi trabalhar a estrutura familiar desses adultos para garantir o sentido de  pertencimento às crianças.

“Ao mesmo tempo, trabalhamos com as crianças mostrando que elas precisam confiar, que elas se têm e que não vão se afastar. Elas sabem que pertencem a uma grande família”.

Segundo a psicóloga, é necessário explicar aos pais que eles passam a ter papel diário e que decisões e exemplos acontecem na intimidade de casa. “Esse amor é construído. Essa ideia de que você olha e já começa a amar é mentira. Essa construção, muitas vezes, não ocorre de imediato e demora um pouco para acontecer “. Por isso, o adulto precisa estar muito bem amparado.

“Perfeitamente possível”

Em entrevista à Agência Brasil, a professora de direito Samantha Dufner, que é pesquisadora do tema e autora do livro Famílias multifacetadas, lançado recentemente, aponta que o Estatuto da Criança e do Adolescente tem um dispositivo que recomenda a adoção de irmãos em conjunto. 

No entanto, considera que, em casos assim, é difícil que uma família tenha estrutura para receber quatro pessoas de uma vez. “Nesse caso, por exemplo, é perfeitamente possível que a adoção tenha sido ajustada para que esse elo afetivo não seja perdido. Dentro da realidade brasileira, vejo com muito bons olhos que eles tenham sido adotadas dessa maneira. O foco tem que ser a criança”. 

Novidade

A professora Lilian Ribeiro, 41 anos, e o marido Normando, de 50, são o outro casal dessa parceria de três famílias. “Nós temos uma relação de muita resiliência, de muita partilha entre nós, os pais, de aprendizado e de amor”, diz a mãe. A chegada da filha foi como um presente para eles. “Mas, além dela, trouxe pra gente também uma grande família. Eu sempre fui muito unida com os meus irmãos e eu queria muito que a minha filha não fosse privada do convívio com os irmãos biológicos”. A garota tem um irmão também adolescente dentro de casa. E essa relação de amor é uma novidade para a filha.

A mãe recorda que, aos poucos, a menina foi se sentindo mais segura e se soltando. Foi entendendo que aquela ali era a casa dela e que não ficaria mais sozinha. “Eu lembro que, uma vez, ela ficou com gripe e eu cuidando dela. Ela falou assim: ‘mamãe eu nunca fiquei assim’”. A mãe se surpreendeu: “Como assim, nunca ficou doente? A menina respondeu: “Já fiquei doente várias vezes, mas nunca fiquei assim e alguém cuidando de mim’”. 

Estrutura de família

A psicóloga Soraya Pereira, presidente da Aconchego, que apoiou a decisão das famílias pela adoção de irmãos consanguíneos, defende que o primeiro passo do grupo de apoio foi trabalhar a estrutura familiar desses adultos para garantir o sentido de  pertencimento às crianças.

“Ao mesmo tempo, trabalhamos com as crianças mostrando que precisam confiar, que elas se têm e que não vão se afastar. Essas crianças sabem que pertencem a uma grande família”. 

De acordo com a psicóloga, é necessário explicar aos pais que eles passam a ter papel diário e que decisões e exemplos acontecem na intimidade de casa. “Esse amor é construído. Essa ideia de que você olha e já começa a amar é mentira. Essa construção, muitas vezes, não ocorre de imediato e demora um pouco“. Por isso, o adulto precisa estar muito bem amparado.

“Perfeitamente possível”

Em entrevista à Agência Brasil, a professora de direito Samantha Dufner, que é pesquisadora do tema e autora do livro Famílias multifacetadas, lançado recentemente, aponta que o Estatuto da Criança e Adolescente tem um dispositivo que recomenda a adoção de irmãos em conjunto.

Ela considera, no entanto, que é difícil que uma família tenha estrutura para receber quatro pessoas de uma vez. “Nesse caso, por exemplo, é perfeitamente possível que essa adoção tenha sido ajustada para que o elo afetivo não seja perdido. Dentro da realidade brasileira, eu vejo com muito bons olhos que eles tenham sido adotadas dessa maneira. O foco tem que ser a criança”. Ainda mais em uma realidade tão diversa como a do Brasil, conforme mostra o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), a cargo do Conselho Nacional de Justiça. 

Há hoje no Brasil 4.393 crianças aptas à adoção e 33.998 pretendentes em um descompasso. A maioria deles (61,8%) aceitaria adotar uma criança e 35,8% concordariam em receber dois filhos. Acima de três crianças, apenas 2,3% dos pretendentes aceitariam.

Outro dado interessante é que de 2019 a 2022, 9.540 adoções foram feitas de apenas uma criança. Um total de 3.092 foi com um irmão, 1.540, com dois irmãos, 872 com três irmãos e 780 com mais de três.

Preconceito

O casal de advogados Karina Berardo, de 45 anos, e Hugo Teles, de 44, adotaram dois filhos, o primeiro, um menino (hoje com 13 anos), e depois uma menina (atualmente com 12). O casal estava na fila e continuou para ter a segunda filha.

A partir da experiência da adoção, tornaram-se ativistas nesse tema e atuam como voluntários no grupo de apoio Aconchego. “Os grupos de apoio trabalham antes, durante e depois da adoção. Da situação de pretendente a quem já tem a guarda, há cursos e reuniões de orientação”, afirma a mãe. 

Outra luta do casal, além do processos de adoção, é o combate ao racismo. “Não dá para a gente fingir que não existe”, diz Karina, que se revolta ao verificar situações relacionadas aos filhos. 

Ela conta que as crianças já foram alvo desse tipo de crime em espaços que vão do condomínio à escola. Para sanar questões de representatividade, que não eram contempladas no ambiente educacional, os pais passaram a incentivar o conhecimento de personagens e de artistas negras. 

Também enfrentou o preconceito o arquiteto carioca Ricardo Stumpf, hoje com 72 anos, que mora em Camaçari (BA). Depois de quatro filhos biológicos, ele, em um momento em que estava solteiro e de reflexão sobre a vida, soube de uma situação de vulnerabilidade de uma menina de 9 anos em Vitória da Conquista. Stumpf diz que repensou a própria vida depois de ter sido vítima de um sequestro. 

“Foi depois disso que resolvi adotá-la”. Foi a descoberta de uma amizade de pai e filha. Em um período em que residiu em Brasília, afirma que presenciou episódio de racismo contra ela. Pediu demissão de um emprego e se mudou para a Bahia. Hoje, aquela menina é técnica de enfermagem e atua na saúde pública da cidade de Rio de Contas (BA). “Faço faculdade de enfermagem. Pelo que meu pai me ensinou, penso sempre que um dia vou poder cuidar dele também com minha profissão”.

Ricardo hoje tem mais motivos de felicidade e se sente rejuvenescido. Ele é casado, desde 2014, com Adriano, que é contador. O companheiro já havia manifestado o desejo de ter filho. Ricardo teve dúvidas se teria a mesma energia quando já havia passado dos 60 anos. Eles entraram na fila de adoção para adotar duas crianças, mais precisamente dois irmãos, que estavam em situação de vulnerabilidade em um abrigo na cidade de Ilhéus. 

A orientação da Justiça seria que a adoção deveria ser dos dois. Isso ocorreu em 2017. O mais velho tinha quatro anos de idade. O mais novo, um ano e meio. 

“Eu me questionei: será que tenho condições de criar essa criança? Eles vieram quando eu tinha 66 anos. E vi que consigo fazer tudo. Me deu mais um sentido de vida e me sinto mais disposto por causa dela”. Considerando a idade e a experiência de vida, o arquiteto descobriu que o amor era mesmo impossível de ser quantidficado.

Passados quase sete anos e meio da tragédia em Mariana (MG), quatro famílias receberam as chaves de suas casas reconstruídas. Elas deverão ser, nos próximos dias, os primeiros moradores vivendo na nova comunidade de Bento Rodrigues, anunciou André de Freitas, presidente da Fundação Renova, entidade que administra o processo de reparação dos danos causados em decorrência do rompimento da barragem da mineradora Samarco. 

"Nesta semana, começamos o processo de entrega de chaves. É um marco para a reparação", disse nessa quinta-feira (27), durante webinário de apresentação do relatório final do Painel do Rio Doce, uma consultoria administrado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e formada por especialistas nacionais e internacionais. Contando com recursos doados pela Fundação Renova, eles realizaram estudos e elaboraram recomendações para o processo de reparação.. 

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O rompimento da barragem ocorreu em novembro de 2015, deixando 19 mortos e causando impacto a dezenas de cidades mineiras e capixabas na Bacia do Rio Doce. Em Mariana, dois distritos foram arrasados: Bento Rodrigues e Paracatu. Um acordo para reparação dos danos foi firmado em março de 2016 pelo governo federal, pelos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, pela Samarco e por suas acionistas Vale e BHP Billiton. A partir dele, foi criada a Fundação Renova, responsável por gerir as medidas previstas, entre elas a reconstrução e o reassentamento das comunidades. 

A demora na entrega das obras é um dos assuntos relacionados com a reparação que levaram o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a recorrer às esferas judiciais: está sendo cobrada da Samarco uma multa de R$ 1 milhão por dia, contado a partir de 27 de fevereiro de 2021, último prazo fixado pela Justiça para a entrega do reassentamento. Crítico da atuação da Fundação Renova, o MPMG também já pediu a extinção da entidade por entender que ela não tem a devida autonomia frente às três mineradoras. 

Conforme mostrou  a Agência Brasil em novembro do ano passado, o novo distrito de Bento Rodrigues pouco lembra a comunidade que foi arrasada pela lama. Na plataforma Google Street View ainda é possível passear virtualmente pelas ruas existentes antes da tragédia: notam-se casinhas simples de um pavimento, horta no quintal, galinheiro no fundo da casa, poucos muros e muito verde. 

Já o distrito que está tomando forma conta com imóveis maiores e de padrão construtivo mais elevado, cercados por muros, alguns com churrasqueiras e piscinas, que dão ares de um condomínio urbano e se distanciam da paisagem de uma comunidade rural. “Não se garantiu a preservação do modo de vida das famílias. Era uma comunidade rural e agora eles não terão nem água bruta para plantar suas hortas e para criar pequenos animais. Irão viver em um loteamento urbano. Como é que o pessoal vai se reativar economicamente?”, questiona Rodrigo Pires Vieira, coordenador da Cáritas em Mariana, entidade que presta assessoria técnica aos atingidos. 

Bento Rodrigues e Paracatu estão sendo reconstruídos em locais escolhidos por meio de votação dos próprios moradores. Coube à Fundação Renova adquirir os terrenos. No caso de Bento Rodrigues, o cronograma original das obras previa a entrega das casas em 2018. Mas foi somente em 2018 que a Fundação Renova aprovou o projeto urbanístico junto aos atingidos, e os trabalhos tiveram início. Dessa forma, as estimativas mudaram algumas vezes até que a entidade parou de divulgar datas e o MPMG decidiu judicializar a questão. 

De acordo com a Fundação Renova, 189 famílias devem ser reassentadas em Bento Rodrigues. Até o momento, 119 residências foram concluídas. Há casos judicializados, por falta de entendimento entre os atingidos e a Fundação Renova. Em Paracatu, 72 famílias e 46 residências estão prontas.

A Fundação Renova sustenta que o caráter participativo e o desenvolvimento de projetos customizados tornam o processo mais lento. Também aponta que a pandemia de covid-19 causou desaceleração dos trabalhos. “É muito tempo. São mais de sete anos. Fazendo uma autocrítica, a Fundação Renova, em alguns momentos, poderia ter feito melhor. Mas também devemos reconhecer que o processo foi desenhado de maneira que privilegiou outras questões e não a temporal”, disse André de Freiras.

A Comissão de Atingidos de Bento Rodrigues e a Cáritas avaliam que o processo participativo não justifica os atrasos e afirmam que ela é limitada, existindo diversas fases do projeto definidas exclusivamente pela Fundação Renova. “O primeiro prazo era 2018, o segundo, 2019, e nós já estamos em 2023. E agora que está entregando quatro chaves. Temos nesse processo muitas violações de direitos”, diz Rodrigo. 

Mudança

Os atingidos fizeram em 2016 um pacto coletivo para que todos se mudassem juntos, apenas quando as obras estiverem 100% concluídas. No entanto, Mônica dos Santos, integrante da Comissão de Atingidos de Bento Rodrigues, critica a inexistência de uma previsão sólida para a entrega de todas as casas e considera que a Fundação Renova criou uma situação onde não é mais possível a manutenção do acordo

“A propaganda que ela faz é gigantesca. E o tempo que a gente está nessa espera é angustiante. Eu fico muito feliz pelas famílias que receberam a chave. E, ao mesmo tempo, é um momento de tristeza pelas pessoas que não puderam se mudar. Nesses quase oito anos, 52 pessoas da comunidade faleceram. E a gente fica com esse medo. Quem será o próximo? Será que eu vou conseguir ver a conclusão da minha casa? Será que eu vou ter o gostinho de mudar para minha casa? Então é muito complicado hoje falar em esperar para que todos se mudem”, diz ela. 

No fim do ano passado, a Fundação Renova anunciou que estaria pronta para realizar a mudança dos primeiros moradores em janeiro deste ano. Segundo a entidade, os equipamentos públicos já estavam concluídos. A última estrutura finalizada foi a Estação de Tratamento de Esgoto. Até o início das aulas na escola, já havia previsão: fevereiro de 2023. A entrega das primeiras chaves apenas em abril é, para Mônica dos Santos, mais um capítulo da lentidão dos trabalhos. Ela conta que se sente retaliada por criticar a atuação da entidade. 

“Essas primeiras famílias vão se mudar para um canteiro de obras. Porque a Fundação Renova não tem a mesma tratativa com todos, não dá isonomia no tratamento. Até a presente data, a minha família não tem o projeto sequer finalizado. Não é porque eu não quis terminar. E não há previsão. Ninguém sabe quando a Fundação Renova vai se sentar com as famílias que ainda não têm projeto ou terreno”. 

“A propaganda que ela faz é gigantesca. E o tempo que a gente está nessa espera é angustiante. Eu fico muito feliz pelas famílias que receberam a chave. E, ao mesmo tempo, é um momento de tristeza pelas pessoas que não puderam se mudar. Nesses quase oito anos, 52 pessoas da comunidade faleceram. E a gente fica com esse medo. Quem será o próximo? Será que eu vou conseguir ver a conclusão da minha casa? Será que eu vou ter o gostinho de mudar para minha casa? Então é muito complicado hoje falar em esperar para que todos se mudem”, diz ela. 

No fim do ano passado, a Fundação Renova anunciou que estaria pronta para realizar a mudança dos primeiros moradores em janeiro deste ano. Segundo a entidade, os equipamentos públicos já estavam concluídos. A última estrutura finalizada foi a Estação de Tratamento de Esgoto. Até o início das aulas na escola, já havia previsão: fevereiro de 2023. A entrega das primeiras chaves apenas em abril é, para Mônica dos Santos, mais um capítulo da lentidão dos trabalhos. Ela conta que se sente retaliada por criticar a atuação da entidade. 

“Essas primeiras famílias vão se mudar para um canteiro de obras. Porque a Fundação Renova não tem a mesma tratativa com todos, não dá isonomia no tratamento. Até a presente data, a minha família não tem o projeto sequer finalizado. Não é porque eu não quis terminar. E não há previsão. Ninguém sabe quando a Fundação Renova vai se sentar com as famílias que ainda não têm projeto ou terreno”. 

Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 0,8% em relação a fevereiro, já descontados os efeitos sazonais, para o patamar de 96,7 pontos, maior nível desde março de 2020.

"Embora tenha mantido tendência de alta, o avanço foi o menos expressivo em um ano, e a intenção de consumo segue abaixo da zona de avaliação positiva (100 pontos) desde 2015", ponderou a CNC, em nota oficial. Na comparação com março de 2022, o ICF subiu 23,7%.

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Na passagem de fevereiro para março, seis dos sete componentes do ICF registraram expansão: Emprego atual (alta de 0,6%, para 120,5 pontos), Renda atual (1,7%, para 112,5 pontos), Nível de consumo atual (2,3%, para 80,3 pontos), Perspectiva profissional (0,7%, para 113,3 pontos), Perspectiva de consumo (3,2%, para 103,6 pontos) e Momento para consumo de bens duráveis (3,1%, para 56,0 pontos).

O único componente com retração no mês foi o de Acesso ao crédito, recuo de 0,8%, para 90,5 pontos. Em março, 37% das famílias declararam que o acesso ao crédito estava mais difícil. Além disso, três em cada quatro consumidores consideraram que o momento não é favorável para aquisição de bens duráveis.

"O crédito está mais caro e seleto, principalmente para os consumidores de menor renda, e tem levado cada vez mais famílias a repensar compras de longo prazo", avaliou a economista Izis Ferreira, responsável pelo estudo da CNC, em nota oficial.

A entidade ressaltou que a perspectiva de consumo se destacou com o maior crescimento mensal pelo terceiro mês consecutivo.

Desde outubro do ano passado, a perspectiva de consumo tem avançado mais que o nível de consumo atual. Segundo a CNC, o movimento revela que "as famílias anseiam por condições de consumo melhores no futuro".

No mês de março, a intenção de consumo cresceu mais entre os mais ricos: na faixa de renda acima de 10 salários mínimos mensais, houve elevação de 2,2%, ante um aumento de apenas 0,7% no grupo com renda mensal de até 10 salários mínimos.

"Já em relação à satisfação com o emprego atual, o índice avançou mais entre consumidores de rendas média e baixa no primeiro trimestre, enquanto acumulou queda no mesmo período entre os de renda elevada", apontou a nota da CNC. "Ou seja, cresce mais entre os consumidores com maior renda a frustração em relação ao emprego. O mercado de trabalho tem contratado pessoas com menor nível de escolaridade e menores salários, consumidores nas faixas de menor renda."

Quanto ao recorte de gênero, a intenção de consumo das mulheres cresceu 1,5% em março, para o patamar de 95,2 pontos, resultado ainda aquém dos 97,9 pontos verificados entre os homens, embora o aumento no apetite às compras deles em março tenha sido mais brando, 0,6%.

Um mês após fortes chuvas e deslizamentos deixarem 65 pessoas mortas e uma desaparecida no litoral Norte do estado de São Paulo, as famílias atingidas enfrentam o luto pela perda de seus entes queridos e a incerteza sobre o futuro. Aproximadamente mil pessoas que tiveram suas casas destruídas, ou tornadas inabitáveis pelo mar de lama, vivem hoje temporariamente em pousadas e hotéis conveniados ao governo do estado. O convênio, de 30 dias, termina nas próximas semanas. 

Muita gente preferiu ir para casa de parentes ou se estabelecer em quartos emprestados, e não sabe até quando terá um teto. “Eu estou de favor em um quarto em Juquehy, em tempo de enlouquecer, de sair sem destino, sabe? Estou abalado, não sei qual o destino da minha vida. Não sei o que vai acontecer. Assim, é muita incerteza, só promessa”, conta Edvaldo Guilherme Santos Neto, de 39 anos, que teve que abandonar a casa em que morava em São Sebastião, na Vila Sahy, o bairro mais atingido pela catástrofe.

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Entre a noite de 18 de fevereiro e a manhã seguinte, dia 19, choveu na região mais de 600 milímetros. O acumulado, segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden), foi o maior já registrado no país. O grande volume de água devastou parte das cidades da região, causou mortes, deslizamentos de encostas, alagamentos, destruiu casas e estradas.

Guilherme, sua esposa e filho, estão abrigados hoje em uma pousada no bairro de Juquehy, em São Sebastião, em um quarto emprestado, pelo período de um mês, por uma amiga. A casa dele, na Vila Sahy, resistiu aos deslizamentos, mas está interditada pelas autoridades. Na casa vizinha, todos morreram, com exceção de um familiar, salvo pelos próprios moradores.

A casa de Guilherme recebeu da Defesa Civil o selo de risco laranja – usado quando a moradia não poderá voltar a ser habitada até uma avaliação das autoridades. O adesivo amarelo é utilizado para construções em situação de monitoramento, e o vermelho, para casas condenadas, que deverão ser destruídas.

“Eu não tenho psicológico para voltar para minha casa, mesmo se eles liberarem. E a Defesa Civil não dá um prazo de quando vai ser liberada. Fiz um empréstimo no Itaú e já sujei meu nome. Não sei o que fazer. Estou endividado pela minha casa, onde eu não posso morar. Não recebi nenhum amparo, nenhuma garantia de que eu vou receber algum valor desse imóvel, se ele não for liberado.”

Ele afirma que, após a tragédia, fez cadastro tanto na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade. “Fizemos uns dez cadastros que eu nem sei para que que é. Eu sei que cadastro foi o que eu mais fiz e, até hoje, ninguém nunca me ligou nem para perguntar se eu preciso de um acompanhamento psicológico. Até agora estamos sobrevivendo da doação de cestas básicas.”

Guilherme diz que ele e a esposa tinham deixado os empregos pouco antes do desastre, para tentar iniciar um negócio próprio de comércio pela internet. As mercadorias compradas por eles ficaram dentro da casa e foram perdidas. Ele conta que nunca recebeu nenhum tipo de aviso das autoridades de que sua casa estava em área de risco. Além das casas que foram destruídas pelos deslizamentos, a Defesa Civil condenou outras 230 moradias no município, que serão derrubadas nos próximos dias. 

“Se hoje está essa situação em São Sebastião é porque, infelizmente, o poder público não fez um programa de habitação para o município. Isso quem paga é a gente. Eu moro na Vila Sahy há 25 anos e a prefeitura nunca fez um programa de drenagem das encostas, nunca fez um programa de habitação, nunca chegou na minha porta e falou assim: aqui é área de risco.”

Após enfrentarem a lama dos deslizamentos para tentar salvar os vizinhos, a esposa de Guilherme começou a sentir sintomas de leptospirose: diarreia e dores nas articulações. Ela procurou um serviço médico e recebeu o diagnóstico de virose.

“Minha esposa ainda está com diarreia, o corpo doendo, porque ela teve contato com a água contaminada. A gente tirou lama, tirou corpo dos escombros e da lama”.

A prefeitura de São Sebastião afirma que não existe surto da doença na cidade. A administração municipal reconhece, no entanto, que houve um “aumento de notificações de casos da doença” após as fortes chuvas. “Em fevereiro, foram notificados 19 casos e, em março, 17 casos, que aguardam resultado. Até o momento, não há casos confirmados de leptospirose.”

A Secretaria de Saúde do município disse que chegou a registrar um aumento de aproximadamente 30% nos atendimentos a pacientes com gastroenterite - uma irritação no sistema digestivo que causa, entre outros sintomas, diarreia - nas unidades de saúde do município, principalmente na Costa Sul. 

“No entanto, essa tendência não se consolidou. É comum nesta época do ano, devido ao clima quente, que as pessoas apresentem alguns problemas intestinais. O recente aumento de casos levantou um alerta no município, especialmente após as últimas chuvas.” 

A prefeitura orienta que, caso a pessoa apresente algum sintoma, deve procurar a unidade de saúde mais próxima, inclusive os hospitais de Clínicas da Costa Sul, localizado em Boiçucanga, e a unidade da região central.

Parcerias

A administração municipal informou que fez parcerias com o governo federal e estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e do programa Minha Casa, Minha Vida para a construção de mais de 900 imóveis, entre casas e apartamentos, que serão destinados às famílias que perderam suas casas. A Defesa Civil, diferentemente da prefeitura, diz que serão construídas 518 unidades habitacionais. 

Três terrenos já estão em fase de terraplenagem, nos bairros da Topolândia e Vila Sahy. Segundo a gestão estadual, as primeiras unidades habitacionais deverão ficar prontas em até 150 dias. Até lá, segundo a Defesa Civil, as pessoas que estão hoje abrigadas em cerca de 20 hotéis e pousadas serão instaladas temporariamente em vilas de passagem, unidades habitacionais de madeira, que estão sendo construídas em São Sebastião. As pessoas também serão alocadas temporariamente em unidades habitacionais já prontas na cidade vizinha de Bertioga (SP).

A prefeitura orientou que as famílias que estão enfrentando dificuldades procurem o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo. 

 

O ano começou com um quarto das famílias que moram na cidade de São Paulo já mostrando dificuldades financeiras. Só em janeiro a inadimplência atingiu 25% das famílias, ficando praticamente estável se comparado com igual mês do ano passado, quando o índice era de 25,5%. Em números absolutos, quase 200 mil famílias ficaram sem condições financeiras para pagar suas contas nas respectivas datas de vencimento.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Os números foram obtidos em primeira mão pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Dentre os lares da capital paulista, 10% afirmam não ter condições de arcar com os valores. Este dado representa 405 mil famílias nesta situação - o segundo maior nível da série história, iniciada em 2010. Para o grupo com renda inferior a 10 salários mínimos, o número dos que dizem não ter condições de pagar foi o maior da série, totalizando 13,5%.

A PEIC também aponta que 73,1% das famílias paulistanas iniciaram o ano com algum tipo de dívida. São 2,95 milhões de lares compromissados com alguma modalidade de crédito. A FecomercioSP ressalta, no entanto, que estar endividado não quer dizer que o tomador está com suas obrigações em atraso.

Cartão de crédito lidera

A pesquisa mostrou que o cartão de crédito segue no topo da lista dos tipos de dívidas dos consumidores da cidade de São Paulo. Isso significa dizer que 82,7% das famílias usam o cartão de crédito como meio de pagamento e crédito. Em seguida, os carnês, com 16,2%; o financiamento de carro (12,6%); e o financiamento de casa (10,5%). O levantamento aponta também que 19% dos consumidores afirmam que o PIX foi a forma de pagamento mais vantajosa das compras. Há um ano, este porcentual era de 5,5%.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), esteve, na tarde desta segunda-feira (6), em Águas Compridas, bairro de Olinda onde duas famílias foram vítimas de um deslizamento de terra que provocou a morte do jovem Israel Campelo, de 19 anos. A gestora foi acompanhada da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) e de uma equipe do seu secretariado. 

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Lyra publicou, nas redes sociais, o momento em que chegou à casa de Judite Soares dos Santos, de 51 anos, mãe de Israel. A dona de casa foi resgatada com escoriações leves e, a priori, não precisou de atendimento hospitalar, mas posteriormente foi encaminhada à Policlínica Amaury Coutinho, em Campina do Barreto, após passar mal por estresse. Outros cinco parentes, incluindo um menino de quatro anos, também estavam na residência no momento do deslizamento e foram socorridos com vida.  

"É claro que investir nos morros na Região Metropolitana do Recife exige muitos recursos, se tem pessoas que estão em áreas de extremo risco. A gente está começando agora um trabalho para permitir que essas pessoas possam estar em um lugar seguro. Infelizmente, hoje houve perdas e o que a gente quer é que nenhuma família passe por isso. O trabalho é duro e estamos aqui para prestar solidariedade à família de Dona Judite, que infelizmente perdeu um filho", disse a governadora, em entrevista à imprensa. 

Na última semana, a vice-governadora Priscila Krause coordenou a primeira reunião do Grupo de Trabalho sobre a Defesa Civil com prefeitos e representantes dos municípios do Recife e da Região Metropolitana, para tratar de ações de curto e médio prazo sobre os danos causados pelas fortes chuvas. 

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Uma organização sem fins lucrativos, contratada pelo Governo Bolsonaro, cobrou de famílias em situação de vulnerabilidade social o valor da instalação de cisternas, mesmo os equipamentos estando incluídos na verba enviada pela gestão para financiar o projeto social. O caso afetou cinco cidades da região semiárida de Minas Gerais, onde eram esperados 3.012 dispositivos de armazenamento de água. A informação é da Folha de São Paulo. 

A instalação das cisternas era contemplada pelo montante de R$ 15 milhões, valor que regeu no contrato assinado pelo Ministério da Cidadania. As obras começaram de um convênio entre o Consórcio Inframinas, que reúne prefeituras da região, e a pasta federal. A partir do convênio, a ONG Central das Associações de Agricultura Familiar (Ceapa), com sede em Alagoas, foi contratada para executar as obras. O convênio, porém, não previa contrapartida das famílias beneficiárias, uma vez que elas viviam em situação de pobreza e extrema pobreza. 

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De acordo com a Folha, os moradores disseram que precisaram pedir dinheiro emprestado para bancar parte da construção das cisternas, e assim, ficaram sem dinheiro para investir em suas lavouras. Algumas famílias desistiram de participar do programa por causa da dificuldade financeira. Em um retorno à reportagem, o ministério, rebatizado de Integração e Desenvolvimento Regional com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou que, diante da gravidade do caso, iria suspender a entidade responsável pela cobrança. 

Em alguns casos, eles compraram material de construção e contrataram mão de obra para iniciar as atividades de construção. Foi o caso de um casal de idosos do município de Vertentes, que usou R$ 870 do próprio bolso para comprar cinco metros de areia e contratar um auxiliar de pedreiro para cavar o buraco onde ficaria a cisterna. 

Houve ainda situações em que as famílias precisaram comprar outros materiais, como cimento e pedras, e precisaram trabalhar como pedreiros para a empreiteira na execução das obras. Quem não tinha condições de realizar o trabalho teve que contratar esses profissionais e ainda fornecer alimentação a eles. 

O Programa de Cisternas do governo federal propunha a construção dos equipamentos sem qualquer tipo de participação financeira dos beneficiários, tampouco exigia uso de sua força de trabalho, muito menos sem remuneração. 

Resposta da Ceapa 

A Ceapa respondeu a um contato da Folha e afirmou que os valores disponibilizados pelo governo federal para as obras eram muito pequenos e que, então, foi necessário recorrer às prefeituras e às pessoas que vivem nas áreas contempladas. 

“Foi acordado que os municípios ajudariam a custear as despesas mencionadas, tendo em vista o aumento gigantesco dos materiais. Como os municípios não ajudaram, a entidade identificou o erro e o corrigiu a tempo, repassando o que era devido a cada família, sanando assim a inconsistência”, justificou a entidade privada.

Após dez anos da tragédia que tirou a vida de 242 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ninguém foi responsabilizado. Familiares e vítimas da tragédia, que completa uma década nesta sexta-feira (27), ainda aguardam o desfecho judicial.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Em 2021, eles foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 18 a 22 anos de prisão. Sob o argumento de descumprimento de regras na formação do Conselho de Sentença, o Tribunal de Justiça do estado anulou a sentença e revogou a prisão em agosto do ano passado. O MPE recorreu da decisão.

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O delegado regional de Santa Maria, Sandro Luís Meinerz, que conduziu a investigação do caso, lamenta a demora da justiça.

“Estamos fechando agora no dia 27, dez anos dessa absurda tragédia e, infelizmente, nenhuma resposta final desse processo foi dada para sociedade e, principalmente, para os pais e familiares dessas vítimas que morreram, fora aquelas que ficaram sequeladas”, disse.

A defesa de Luciano Bonilha afirma que a sentença do júri, que foi anulada, era injusta. O advogado Jean Severo espera uma solução no fim deste ano. Já o advogado de Mauro Londero, Bruno Seligman de Menezes espera que a anulação seja mantida e que um novo julgamento tenha uma sentença justa.

Segundo a advogada do vocalista Marcelo Santos, Tatiana Vizzotto Borsa, o músico segue trabalhando em São Vicente do Sul, enquanto aguarda a decisão de tribunais superiores. A defesa de Elissandro Spohr não quis se manifestar.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul disse, em nota, que além dos quatro réus por homicídio, 19 pessoas, entre bombeiros e ex-sócios da boate, foram acusadas por crimes como falsidade ideológica e negligência.

Outras 27 pessoas foram denunciadas por falsidade ideológica, porque assinaram documento dizendo morar a menos de 100 metros da boate, o que foi comprovado como mentira.

Mudanças na legislação

A tragédia escancarou a fragilidade nos critérios de segurança em casas noturnas e exigiu uma resposta dos legisladores. Em 2017, entrou em vigor uma nova lei federal, conhecida como Lei Kiss. O texto estabeleceu normas mais rígidas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos de reunião de público em todo território nacional. 

Entre as mudanças na lei, aspirante a oficial do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e pesquisadora do caso Kiss, Kirla Pignaton, destaca a determinação de que cada estabelecimento tenha a lotação máxima na porta de entrada. Outro ponto foi a inclusão de noções de segurança contra incêndio e pânico nos cursos de engenharia e arquitetura. 

Entretanto, ao sancionar a lei, o então presidente Michel Temer vetou 12 trechos, nos quais estão a criminalização do descumprimento das ações de prevenção e combate a incêndio e a proibição do uso de comandas em casas noturnas.

Segundo Kirla Pignaton, o caso de Santa Maria não é inédito. Outras nove situações similares aconteceram antes em outros países. Para a pesquisadora, a tragédia mostrou a importância de informações sobre a segurança do local. 

"[O consumidor passou a] se atentar que não pode ficar em um estabelecimento [sem segurança]. Ele também pode entrar no site do Corpo de Bombeiros e fazer uma denúncia para que eles vão até o local para façam vistoria para verificar se está tudo conforme o projeto, se o projeto de segurança foi executado", disse a pesquisadora.

No Rio Grande do Sul, ainda em 2013, mesmo ano do incêndio na Kiss, uma lei aumentou o rigor na prevenção contra incêndios. Mas no fim do ano passado, a Assembleia Legislativa aprovou uma lei enviada pelo Executivo que dispensa a necessidade de alvará para 730 tipos de imóveis.

Os hospitais no Nepal começaram, nesta terça-feira (17), a entregar às famílias os corpos das vítimas da queda do avião dois dias atrás, na pior tragédia aérea que atingiu o país em três décadas.

O avião, um ATR 72 bimotor da empresa nepalesa Yeti Airlines com 68 passageiros e quatro tripulantes a bordo, caiu em um precipício perto do aeroporto de Pokhara (centro), porta de entrada para alpinistas do mundo todo.

Todos os ocupantes do avião morreram, conforme as autoridades. Entre eles, havia seis crianças e 15 estrangeiros, identificados como cinco cidadãos indianos, quatro russos, dois coreanos, uma argentina, um australiano, um irlandês e um francês.

Desde o acidente, as equipes de resgate trabalham sem trégua para recuperar os restos mortais das vítimas entre os fragmentos do avião, a fuselagem e os assentos incinerados no fundo do precipício, a cerca de 300 metros de profundidade.

Até esta terça-feira, 70 corpos dos 72 foram recuperados, disse o policial AK Chhetri à AFP.

"Encontramos um corpo ontem à noite. Mas eram três pedaços. Não temos certeza se são três corpos, ou apenas um. Isso será confirmado mais tarde com um teste de DNA", explicou.

"As buscas pelos corpos desaparecidos foram retomadas. Hoje (terça-feira), mobilizamos quatro drones para isso e ampliamos o raio de busca para três quilômetros, em vez de dois", acrescentou.

Pelo menos dez corpos foram transportados em um caminhão do Exército do hospital Pokhara para o aeroporto, para serem transferidos para a capital, Katmandu. Três foram devolvidos às suas famílias em Pokhara, e outros seriam transferidos durante o dia.

- Famílias em luto -

"Deus tirou uma pessoa tão boa de nós", lamentou Raj Dhungana, tio da passageira Sangita Shahi, de 23 anos, do lado de fora do hospital de Pokhara.

Procedente de Katmandu, o ATR 72 caiu pouco antes das 11h locais (2h15 no horário de Brasília) de domingo (15) perto do aeroporto de Pokhara, a segunda maior cidade do Nepal.

Ainda não se sabe a causa do acidente, mas um vídeo divulgado nas redes sociais – apurado por um parceiro da AFP – mostrou como o avião girou bruscamente para a esquerda, ao se aproximar do aeródromo, enquanto se ouvia uma forte explosão.

As caixas-pretas do navio ainda não foram encontradas.

Segundo a agência Press Trust of India (PTI), a piloto, Anju Khatiwada, entrou na aviação civil nepalesa após a morte do marido em um acidente com um pequeno avião de passageiros em 2006.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta terça-feira (8), houve um aumento no percentual de famílias com contas em atraso no mês de outubro em Pernambuco. O levantamento é realizado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 

Segundo a Fecomércio-PE, em outubro o percentual de famílias que se declaram endividadas no estado ficou estável, em 81,8%, registrando uma variação de apenas 0,1 ponto percentual com relação a setembro. Na comparação com o mesmo mês de 2021, por outro lado, houve aumento de 3,6 pontos percentuais.

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No mês de outubro também foi sinalizada uma piora no quadro do endividamento, oscilando entre 27,9% para 29,6% (+1,7 ponto percentual). Sendo assim, o avanço em pontos percentuais ocorrido em outubro é o maior desde maio de 2021, quando passou de 29,1% para 31,9%.

Já o percentual de famílias que se declaram sem condições de quitar as contas em atraso chegou a 14,2%, um aumento de aproximadamente 1 ponto percentual em relação ao mês de setembro.

Consumidores de baixa renda

Esse aumento pode ser ocasionado pela alta de preços acima da média de itens mais essenciais para os consumidores de baixa renda, como alimentos, bebidas, materiais de higiene e limpeza e medicamentos. O Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da FGV, aponta que esses consumidores de baixa renda (com até dois salários mínimos mensais), além de mais endividados, acabam sujeitos a crédito mais caro para conseguir sanar dívidas atrasadas, o que vem potencializando a inadimplência.

Ainda segundo a pesquisa do IBRE/FGV, essa tendência ainda reflete o período mais grave da pandemia, em que foram necessárias medidas para conter a disseminação do coronavírus. O trajeto, desde então, foi de queda da renda do trabalho, compensada de forma descontinua pelo auxílio emergencial, seguida de uma maior busca por crédito, cujo custo da inadimplência aumentou substancialmente à medida que o Banco Central ajustou a taxa básica de juros (Selic), a qual era de 2% a.a. em 2020 e atualmente se encontra no patamar de 13,75% a.a.

Cartão de crédito

Segundo a CNC, o cartão de crédito segue como principal vetor das dívidas, sendo citado por 93% das famílias que se declaram endividadas, seguido dos carnês, citados por 32,4%. Na passagem de setembro para outubro o cheque especial também se destacou, saindo de 6,8% para 8,8% entre as menções de itens componentes do endividamento familiar.

Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 2,1% em relação a setembro, o nono crescimento consecutivo, na série com ajuste sazonal.

Como resultado, o ICF alcançou 87,0 pontos, permanecendo assim na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos. Na comparação com outubro de 2021, a intenção de consumo cresceu 18,9% em outubro de 2022.

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Segundo a CNC, a melhora ao longo de 2022 é consequência da trégua da inflação, do crescimento do emprego formal, das medidas de transferências de renda do governo e maior facilidade de acesso ao crédito.

Na passagem de setembro para outubro, todos os sete componentes do ICF registraram avanços: emprego atual (alta de 1,5%, para 114,3 pontos), renda atual (2,1%, para 102,0 pontos), nível de consumo atual (4,1%, para 70,9 pontos), perspectiva profissional (1,2%, para 105,4 pontos), perspectiva de consumo (2,5%, para 84,5 pontos), acesso ao crédito (1,9%, para 87,7 pontos) e momento para bens duráveis (2,1%, para 44,2 pontos).

A intenção de consumo cresceu 2,2% em outubro ante setembro entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, mas permanece na zona de insatisfação, aos 83,5 pontos, 12,6 pontos abaixo do nível anterior à pandemia. No grupo de famílias que ganham mais de 10 salários mínimos mensais, o ICF subiu 1,7%, para 104,0 pontos.

Entre as famílias de rendas média e baixa, a satisfação com a renda atual avançou 2,4% em outubro ante setembro, enquanto entre as famílias mais ricas houve alta de 1,2%. Segundo a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, a melhora na avaliação da renda é resultado do recuo recente na inflação, que pesa mais sobre as famílias mais pobres.

A inflação desagregada por faixa de renda, calculada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou em setembro o terceiro mês seguido de redução de preços (-0,29%) para os consumidores nos grupos de rendas média e baixa, com maiores quedas em alimentos e bebidas (-0,11%) e transportes (-0,41%).

"Apesar dessas reduções, a maior contribuição para a alta do IPCA no ano foi do grupo de alimentos e bebidas, um dos itens mais representativos nos orçamentos das famílias de renda baixa", ponderou Izis Ferreira, em nota.

Ferreira alerta que os consumidores de mais baixa renda se mantêm cautelosos, "com idas mais frequentes aos supermercados e ampliação da busca por ofertas".

A perspectiva de consumo nos próximos meses subiu 3,5% entre as famílias mais ricas. O aumento foi de 2,2% para o grupo de menor renda. A CNC ressalta que, embora o componente tenha crescido para os dois grupos, ambos permanecem na zona de insatisfação.

"A inflação, mesmo em queda, ainda dificulta o consumo, e o maior nível de endividamento das famílias também reduz a capacidade futura de compras, especialmente das famílias de rendas média e baixa", justificou Ferreira.

A inadimplência atingiu uma a cada quatro famílias da capital paulista em setembro, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Com quase 1 milhão de lares com contas em atraso, o que representa 24,8% das residências, o resultado é um recorde para a série histórica do levantamento, iniciado em agosto de 2010.

O endividamento também registra alta, atingindo 76,9% dos lares paulistanos, o que equivale a 3,09 milhões de famílias com dívidas. Em um ano, houve um crescimento de 331 mil famílias nessa condição. Os principais tipos de dívidas são: cartões de crédito (85,8%) e carnês (15,8%). Em seguida, estão as modalidades de crédito: pessoal (11,9%), financiamento de carro (11,7%) e financiamento de casa (11,1%).  

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Na análise por faixa de renda, as famílias que somam um rendimento mensal de até dez salários mínimos sofrem mais impacto. A taxa de endividamento chega a 79,7% e a inadimplência atinge 30,1% desse segmento. Esses percentuais também são históricos para esse grupo. Para quem tem rendimentos superiores, 68,7% têm dívidas e 11,2% estão inadimplentes.

A maior parte das dívidas (46,8%) tem acima de 90 dias de atraso. Em seguida, somando 30,7%, estão os atrasos de 30 a 90 dias. Os casos de inadimplência com atraso de até 30 dias são 21,6%. A pesquisa aponta ainda que o pagamento de juros tem sido maior. Ou seja, um consumidor com débito de 30 dias está pagando mais juros do que há um ano, com o mesmo prazo de atraso. “Isso retira recursos das famílias e diminui o potencial de consumo no comércio e nos serviços”, destaca a FecomercioSP.

Intenção de consumo

O índice que calcula a intenção de consumo das famílias (ICF), também da FecomercioSP, registrou alta mensal de 3,9% em setembro, passando de 81,9 pontos em agosto para 85,1. Este é o maior nível do indicador desde abril de 2020. Todos os sete itens avaliados subiram de patamar, com destaque para a satisfação com a renda atual, que atingiu 102,5 pontos, uma alta de 5,5% na comparação com o mês anterior. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. 

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) seguiu em alta, com variação de 4,4% em setembro, tendo registrado 111,5 pontos, que é o maior nível do ano. Segundo a federação, o resultado foi puxado pela melhora no Índice de Expectativa do Consumidor (IEC), que subiu 4,7% e registrou 137,3 pontos.

O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICAE), por outro lado, embora tenha tido variação positiva de 3,5%, o patamar de 72,7 pontos ainda representa pessimismo. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).

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