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Era uma noite de meados de março quando a anestesista italiana Manuela Moresco recebeu seu primeiro paciente com Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

Paramentada com capacete, óculos e luvas duplas, a médica mal enxergava os rostos dos colegas do serviço de emergência que haviam levado o paciente e se deu conta de que estava entrando em uma situação "surreal".

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"Era minha primeira vez fardada com todos esses equipamentos, em uma condição pouco confortável para trabalhar. Eu tinha medo de não ter sensibilidade nas mãos para encontrar as artérias dos pacientes ou fazer outras manobras, mas consegui", conta Moresco, em entrevista à ANSA.

A anestesista trabalha em uma das unidades de terapia intensiva (UTI) do Hospital Policlínico Tor Vergata, em Roma. Até a pandemia, ela atuava em cirurgias cardíacas, mas, em meados de março, o hospital passou a atender apenas pacientes da Covid-19, incluindo suas três UTIs.

"Em poucos dias, transformamos o hospital completamente. Transferimos todos os doentes internados aqui para outras estruturas e fizemos uma pequena formação para aprender a vestir e desvestir os equipamentos [de proteção]", diz.

Com 5,6 mil casos, a província de Roma está longe dos principais focos de contágio na Itália, como Milão (22,9 mil), Turim (15,5 mil), Brescia (14,6 mil) e Bergamo (13,2 mil), mas Moresco pôde sentir de perto o drama da pior pandemia global em um século.

Segundo a anestesista, o pior momento era o giro diário de telefonemas para informar familiares sobre as condições clínicas dos pacientes. "Esses telefonemas eram a coisa mais difícil, não víamos os rostos daquelas pessoas, e elas não viam os nossos.

Por telefone, era frequentemente muito difícil nos fazer entender, mas também era difícil para eles, que estavam sozinhos em casa. Era sempre um momento muito triste. Estavam todos sozinhos: pacientes, parentes e até nós", afirma.

Fases

O paciente mais jovem nas UTIs do Tor Vergata tinha 35 anos, e o mais velho, em torno de 80, mas a faixa predominante era entre 50 e 60 anos. De acordo com Moresco, a doença se divide em duas fases: a primeira é a viral, na qual acontece a replicação do coronavírus Sars-CoV-2 e com sintomas semelhantes aos da gripe, e a segunda é a inflamatória, quando o organismo reage à infecção.

"Em uma parcela relevante de pacientes, essa resposta inflamatória é excessiva, sobretudo em nível pulmonar, causando uma síndrome de desconforto respiratório agudo [SDRA]. Quando a doença está em fase muito avançada, a UTI obtém poucos sucessos, ou então obtém sucessos depois de muito tempo de internação", relata.

O último paciente a receber alta da UTI do Tor Vergata tinha 56 anos e ficou 42 dias internado para vencer a Covid-19. "O paciente não deve chegar à UTI. É preciso fazer com que os casos sejam diagnosticados o quanto antes e com que os pacientes sejam tratados rapidamente em casa", acrescenta.

Após cerca de dois meses intensos, a situação no hospital - e no restante da Itália - é melhor. Segundo Moresco, duas das três UTIs para Covid-19 foram fechadas, e o Tor Vergata está começando a retomar sua atividade normal.

"Sabemos que, se houver uma segunda onda, responderemos de maneira mais pronta tanto do ponto de vista de nossa capacidade como de organização", garante. Para Moresco, o "lockdown" é a única esperança contra a doença neste momento, já que evita o colapso de hospitais e reduz o número de pacientes atendidos ao mesmo tempo.

Segundo balanço da Defesa Civil, a Itália tem 231,7 mil casos e 33,1 mil mortes na pandemia de coronavírus.

Da Ansa

A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco realizará o pagamento da terceira parcela do Cartão Alimentação Escolar no valor de R$ 50, com o objetivo de fornecer as refeições que os estudantes costumavam fazer nas escolas, que se encontram fechadas devido à Covid-19. O pagamento será feito na sexta-feira (22).

Ao todo, 322 mil famílias em situação de vulnerabilidade inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal devem ser atendidas pela medida, que exigiu um investimento de cerca de R$ 16 milhões. As famílias que já receberam o cartão não precisam se dirigir à escola para buscar outro, pois o valor da nova parcela será creditado e ficará disponível para utilização.

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“Cada cartão receberá o crédito de acordo com o número de estudantes daquela família matriculados na rede. Se o beneficiado por responsável por apenas um estudante, será creditado o valor de R$ 50, se for responsável por 2 ou 3 estudantes, será creditado o valor equivalente, ou seja, R$ 100 ou R$ 150 reais”, explicou o secretário de Educação e Esportes do Governo de Pernambuco, Fred Amâncio.

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O número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro recuou ligeiramente em maio, passando de 66,6%, em abril, para 66,5%. O percentual de endividamento foi maior que maio de 2019, quando ficou em 63,4%.

A proporção de famílias endividadas, medida pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi divulgada hoje (20).

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Segundo a CNC, a quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atraso caiu 0,2 ponto percentual na comparação mensal, ficando em 25,1%. No entanto, houve crescimento em relação a maio do ano passado, quando ficou em 24,1%.

“Mesmo com as incertezas impostas pela pandemia, a inadimplência não mostra trajetória explosiva, pelo menos não ainda. Com medidas de auxílio à renda, como o coronavoucher, as famílias mostram alguma resiliência na quitação de seus compromissos financeiros”, afirmou, em nota, a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes aumentou, passando de 9,9% do total em abril para 10,6% em maio. Esta é a maior proporção de famílias que permanecerão na inadimplência para um mês de maio desde o início da realização da Peic, em janeiro de 2010, e a mais elevada desde abril de 2018.

O total de famílias que se declararam muito endividadas também aumentou em maio, chegando a 16% e atingindo o maior percentual desde setembro de 2011, quando o indicador alcançou 16,3%.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que, apesar das medidas para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus, como a injeção de liquidez na economia e a queda das taxas de juros, a maior aversão ao risco no sistema financeiro tem impedido que o crédito de fato alcance os consumidores.

“Apesar da pequena queda no mês, o endividamento das famílias está em proporção elevada, sendo importante também viabilizar prazos mais longos para os pagamentos das dívidas, como forma de evitar o crescimento da inadimplência nos meses à frente”, disse Tadros, em nota.

Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 76,7%. Carnês (18%) e financiamento de veículos (11,1%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente. “O cartão de crédito, apesar de seguir em primeiro lugar nos principais tipos de dívida, vem perdendo espaço para outros tipos de dívida, em função de ser uma das modalidades mais caras de crédito. O endividamento com cartão chegou a representar 79,8% em janeiro deste ano”, disse a economista.

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Desde a última quinta-feira (7), a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), está fazendo a distribuição de maio dos kits de alimentação para estudantes da rede municipal. A entrega, entretanto, tem gerado longas filas e aglomeração na entrada das escolas.

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 A reportagem flagrou uma grande fila em frente ao Centro de Formação Profissional Dom Bosco na quinta-feira. Muitas pessoas não usavam máscara e não havia profissionais da prefeitura para fazer a organização

 "Isso é uma humilhação para os pais e responsáveis pelos alunos", disse o desempregado Wilson de Souza, pai de três crianças. "Eu estou aqui aguardando há mais de meia hora."

 Além de alimentos, foi distribuído um kit didático aos estudantes. Apesar de enfrentar as filas e o risco de contaminação, as famílias concordam que os kits têm sido muito importantes. "Esse kit está ajudando muito, muito mesmo. Por isso vim buscar", comentou Wilson de Souza.   

 Procurada, a Prefeitura de Jaboatão informou que a Guarda Municipal e agentes do Procon estão nas ruas para conscientizar a população sobre a importância do isolamento. Uma blitz educativa foi feita em vários bairros na sexta-feira (8) orientando as pessoas a permanecerem em casa. A prefeitura tem cobrado mais presença da Polícia Militar no município.

Os cinco maiores bancos do País - Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander - renegociaram até o momento R$ 130 bilhões de um total de R$ 200 bilhões em pedidos feitos com a crise da pandemia da covid-19. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Ferreira, diz que a crise levou a uma "explosão" de demanda por crédito. Com a queda brusca da atividade, do consumo e do faturamento, as empresas em geral estão precisando de caixa e buscando também crédito novo.

Segundo Ferreira, ainda faltam analisar entre 500 mil e 700 mil de pedidos. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, levantamento divulgado na segunda-feira, pela Febraban, indicou que os cincos maiores bancos receberam 2 milhões de pedidos de renegociação, o equivalente a uma carteira de R$ 200 bilhões (saldos devedores dos pedidos). A Febraban, no entanto, não tinha informado quanto dos pedidos foram aceitos pelos bancos.

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Os números, diz Ferreira, mudam "a todo momento", desde que os bancos anunciaram, em meados de março, a medida em resposta aos sinais mais severos da crise no Brasil. A prorrogação das parcelas está sendo feita por dois ou três meses, a depender do banco.

"Não está havendo 'empoçamento' de liquidez, mas demanda elevada por crédito", diz ele, que assumiu a presidência da Febraban no final de março. "O que torna essa crise bem diferente da crise de 2008. Mas seguiremos trabalhando para prover liquidez e crédito", acrescentou . No sábado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que havia um quadro de "empoçamento", que impedia o dinheiro chegar na "ponta" para quem precisa.

Com a crise, bancos estrangeiros cortaram as linhas para o País, estreitando ainda mais a liquidez no mercado. Segundo Ferreira, há cooperação, no momento, entre o Banco Central, governo e bancos para prover a liquidez necessária./A.F.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Famílias que desistem de ir ao funeral de seus entes queridos, multas por ter participado de uma procissão fúnebre, enterros em vídeo... diante do coronavírus, muitos europeus confinados não podem mais prestar uma última homenagem ao falecido.

"Relutantemente, desisti com minha irmã de ao ir ao funeral", explica Emmanuelle Caradec, que vive em Paris e cuja avó morreu em Nantes, 400 quilômetros a oeste.

Porque, além das restrições de viagem, a França limita a 20 o número de pessoas que acompanham o falecido no cemitério ou crematório.

"O que vou dizer é terrível de ouvir (...) precisamos limitar os deslocamentos o máximo possível e, mesmo sob essa circunstância, não devemos nos desviar da regra", disse o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe.

Bênçãos rápidas ainda podem ser dadas no cemitério ou no crematório, privados de um registro de condolências pelas mesmas razões sanitárias, sem mencionar que os participantes não podem se confortar com beijos ou abraços.

Também não há exceções para as "estrelas": a família da cineasta Tonie Marshall, recentemente falecida, teve que desistir de organizar uma missa, assim como a da atriz Suzy Delair. Todas as religiões estão envolvidas, como o Islã, que tem milhões de seguidores na França.

O Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) convida, por exemplo, a limitar "a 5 o número de pessoas presentes" nos velórios. A Itália, o primeiro país europeu a confinar sua população, foi ainda mais longe suspendendo cerimônias religiosas, "incluindo enterros".

Quarta-feira, em Bergamo, uma cidade italiana particularmente afetada pelo vírus, os carros funerários aguardavam em fila, em frente aos portões fechados do cemitério Monumental.

"Fechamos o cemitério para que as pessoas não usem o ônibus entre a cidade e o cemitério para uma despedida final de seus entes queridos", disse Giorgio Gori, prefeito da cidade. "Mas reabrimos a câmara funerária e a capela para guardar os muitos caixões", continua ele.

Somente uma bênção rápida é dada ao falecido. Na Sicília, 48 pessoas foram multadas por terem participado de uma procissão fúnebre.

Para atenuar a dor, empresas como a francesa Advitam, oferecem "serviço gratuito de transmissão de vídeo das cerimônias fúnebres para todas as famílias".

Mas essa situação atrapalha inevitavelmente o trabalho essencial do luto.

"Não nego de forma alguma os méritos das medidas, nem a urgência delas, mas não sem consequências humanas", destaca Christian de Cacqueray, funcionário francês do Serviço Funerário Católico. "O trauma de certas famílias para quem o evento será estragado será terrível".

Denis Malvy, especialista em doenças infecciosas e consultor do ministro da Saúde da França, acredita que "serão tomadas medidas para apoiar o luto e as lágrimas, é obrigatório".

"Para um familiar ou amigo, não poder acompanhar o falecido até o final pode representar um choque duradouro", confirma a psicóloga Marie-Frédérique Bacqué, professora de psicopatologia da Universidade de Estrasburgo e autora de livros de referência sobre o luto.

"A única solução é fazer uma substituição em pensamento. Acender uma vela é o símbolo mais simples e sugestivo, pensar na pessoa que amamos, instalar fotos ou flores. É o melhor enquanto aguarda para visitar o túmulo mais tarde".

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Incêndios na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) deve ouvir nesta sexta-feira (7) familiares das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, e representantes das diretorias atual e anterior do time. A sessão ocorrerá às 11h, no Palácio Tiradentes.

A tragédia, que deixou 10 adolescentes mortos e três feridos, completa um ano amanhã (8) e pode ter novos desdobramentos judiciais a partir deste mês, com novas ações sendo apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), a Defensoria Pública e a defesa das famílias das vítimas.

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A reparação ao núcleo familiar dos atletas vem sendo tratada na esfera cível, e as responsabilidades sobre o incêndio, na criminal, que depende de novos esclarecimentos pedidos pelo MP-RJ à Polícia Civil.

Oito pessoas haviam sido indiciadas pela polícia por homicídio e tentativa de homicídio com dolo eventual no fim do primeiro semestre do ano passado, antes de o MP pedir investigações adicionais à Polícia Civil, que foram concluídas em agosto. O caso voltou ao MP e continuou até dezembro, quando foram solicitadas à polícia informações sobre fatos novos adicionados ao inquérito.

O prazo para a polícia devolver novamente o caso à promotoria é de 45 dias e acaba neste mês. A partir das provas colhidas e reunidas em 11 volumes de inquérito, o Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do MP-RJ deve oferecer denúncia criminal à Justiça. Assim como o MP-RJ, parte das famílias desses adolescentes também havia decidido aguardar a conclusão do inquérito para entrar na Justiça com ações individuais contra o Flamengo. Somente uma mãe de vítima processou o clube até agora.

O incêndio ocorreu durante a noite, no alojamento das categorias de base, que ficava em contêineres no próprio centro de treinamento. A maioria dos atletas conseguiu sair com vida, mas morreram naquele dia Athila Paixão, de 14 anos, Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, de 14 anos, Bernardo Pisetta, de 14 anos, Christian Esmério, de 15 anos, Gedson Santos, de 14 anos, Jorge Eduardo Santos, de 15 anos, Pablo Henrique da Silva, de 14 anos, Rykelmo de Souza Vianna, de 16 anos, Samuel Thomas Rosa, de 15 anos, e Vitor Isaías, de 15 anos.

No processo que corre na 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro conseguiram uma decisão em dezembro que obriga o Flamengo a pagar R$ 10 mil mensais a cada uma das famílias de mortos ou feridos na tragédia. O Flamengo já vinha pagando R$ 5 mil às famílias antes da decisão. Segundo o defensor público Eduardo Chow, do Núcleo de Defesa do Consumidor, a ação em questão é cautelar, e a defensoria trabalha agora em um pedido definitivo de reparação, que vai definir um valor indenizatório ao final do processo. Além do processo coletivo, a defensoria também é responsável pela defesa da família de Samuel Thomas Rosa.

Defensoria e MP-RJ chegaram a elaborar um modelo coletivo de indenização logo após a tragédia, propondo valores mínimos para a reparação, que foram considerados razoáveis pelas famílias na época. A iniciativa teve como base o programa indenizatório das vítimas do voo 447 da Air France, que caiu no oceano em 2009, e os órgãos defenderam que o Flamengo pagasse uma indenização de ao menos R$ 2 milhões a cada um dos núcleos familiares das vítimas do incêndio. Além disso, deveria pagar uma pensão mensal de R$ 10 mil a cada uma dessas famílias, até a data em que as vítimas completem 45 anos.

Acordos

O clube recusou a proposta e partiu para a negociação individual com cada família. Nesse processo, o Flamengo conseguiu fechar acordos de indenização com todos os sobreviventes do incêndio e com as famílias de Athila, Gedson e Vitor Isaias. Além deles, o pai de Rykelmo aceitou a proposta de acordo com o clube, enquanto a mãe decidiu processar o Flamengo. Entre os demais, existe a expectativa de que a conclusão das investigações pode trazer dados novos para as ações. Em alguns casos, os pedidos que serão enviados aos tribunais já estão prontos, somente à espera do encerramento da apuração.

É o que pensa a defesa da família de Pablo, um dos mortos na tragédia. A advogada Mariju Maciel afirma que a proposta do clube foi considerada insuficiente, e que, como não houve espaço para negociar outro acordo, o ajuizamento de ação se tornou a única opção.

"Não há como entender que foi acidente. O Flamengo foi notificado 31 vezes das irregularidades", argumentou, referindo-se às multas aplicadas pela prefeitura do Rio de Janeiro por problemas no licenciamento do Ninho do Urubu, que não tinha alvará de funcionamento na época. Mariju afirma que a ação que vai propor já está pronta: "Pablo trazia não só o sonho dele, como o de toda uma família. Ele saiu de casa com total segurança e foi entregue ao Flamengo, com o pensamento de que estava sendo entregue a alguém que ia cuidar de um adolescente".

A advogada conta que a família de Pablo mora em Oliveira, no interior de Minas Gerais, e, segundo ela, todo o dinheiro recebido até agora está sendo gasto com tratamentos psiquiátricos e remédios, já que o pai da vítima, que era motorista, não tem mais condições de trabalhar desde a tragédia.  

Quem também já está com o pedido de indenização redigido para levar à Justiça é Paula Wolff, que responde pela defesa da família de Jorge Eduardo Santos. A advogada aguardou a conclusão do inquérito até este ano, mas decidiu que vai propor a ação em fevereiro. "Como já vai para um ano sem uma finalização, a gente optou por entrar logo de uma vez, porque o clube deixou claro que não está mais interessado em negociação. Querem as coisas nos termos deles".

A mesma decisão foi tomada por Arley Carvalho, advogado da família de Christian Esmério, que também deve protocolar a ação neste mês. "A gente esperava uma celeridade maior [nas investigações], devido à proporção do caso e por se tratar de crianças. Agora, a gente optou por não esperar mais", disse ele, acrescentando que o seu último contato com o Flamengo foi em agosto.

Flamengo reconhece responsabilidade

Em vídeo publicado no último sábado (2) em suas redes sociais, o Flamengo classifica a tragédia como a maior da história do clube e afirma reconhecer sua responsabilidade, independentemente de culpa. "Para nós do Flamengo, nos aparenta ter sido um lamentável acidente, mas temos responsabilidade como guardiões dos adolescentes", disse o vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches. No vídeo, além de Dunshee, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e o CEO, Reinaldo Belotti, respondem a perguntas de uma jornalista da equipe de comunicação do clube durante cerca de 28 minutos. Rodolfo Landim contou na entrevista que pretende homenagear as vítimas do incêndio com uma área dedicada a eles na futura capela de São Judas Tadeu, padroeiro do clube, que será construída no Ninho do Urubu.

Sobre a indenização, os dirigentes do Flamengo afirmam que o valor aceito nos quatro acordos já firmados é o teto, estabelecido em conversas internas. "Entendemos ser muito alto e muito acima dos precedentes da Justiça brasileira. Esse valor não levou em consideração quesitos como a estatística de que esses meninos dificilmente, percentualmente, chegariam a ser titulares do Clube de Regatas do Flamengo", disse Dunshee, que afirma que o clube está tentando adequar a proposta às necessidades das famílias e está aberto à negociação, mas não pode dar tratamento diferente em relação às famílias que já aceitaram o acordo. "É a nossa oferta. A gente tem um limite".

Outra informação confirmada pelo Flamengo no vídeo publicado é que alguns sobreviventes da tragédia já foram dispensados das categorias de base do clube. Segundo Landim, o critério para a dispensa foi técnico. "Esse critério foi pura e simplesmente técnico, da área técnica do clube, na qual eu não vou intervir, porque não é o meu papel. Acho que eles estão livres, a partir desse momento, para procurar outros clubes para jogar. A gente até espera que eles tenham sucesso na vida profissional, se eles resolverem seguir a carreira. Ou então que busquem outra atividade. A gente entende que, ao sair daqui, eles saem muito mais preparados para a vida do que quando chegaram".

O clube também afirmou que, às vezes, suas tentativas de contato com as famílias vêm sendo barradas pelas defesas. Os advogados ouvidos pela Agência Brasil contestam essa versão e afirmam que o clube não tentou contato com seus clientes.

'Meu filho já era uma realidade'

O pai de Christian Esmério, Christiano de Oliveira, de 40 anos, também questiona a alegação de que as chances de seu filho se tornar profissional eram pequenas. Segundo o pai do atleta e o advogado que representa a família, Christian estava prestes a assinar seu primeiro contrato profissional, com uma reunião marcada para a semana seguinte ao incêndio.

"O meu filho não era promessa do Flamengo mais. O Flamengo já tinha ele como uma realidade. Um garoto de 15 anos que foi Seleção sub-15 e sub-17, foi três anos titular no Flamengo, campeão na base", lembra o pai do adolescente, que tinha quatro irmãos.

Flamenguista, Christiano conta que não tem mais a mesma paixão pelo clube e relata que sua família e as outras vêm sofrendo muito com acusações de oportunismo por parte de uma minoria de torcedores.

"Com certeza, essa pequena minoria que fala coisas sem sentido machuca, e ninguém sabe a dor de um pai que perde um filho. Não desejo isso para nenhum deles, que acabam sendo muito emotivos por ser flamenguistas, acabam falando besteira. Isso dói muito", diz ele, que conta sofrer mais pelo fato de sua família ser do Rio. "É o Flamengo que tem que responder pelo erro que cometeu com nossas crianças. Agora, a gente acabar sendo julgado, sendo chamado de oportunista e que queremos enriquecer por meio da morte dos nossos filhos? Isso não tem lógica".

Para o autônomo, o primeiro ano sem Christian será igual a todos os outros que viverá daqui para a frente. "Não vai ter um ano em que não vou ter saudade do meu filho. Até o final da minha vida vou estar sofrendo, com o coração despedaçado. Não é porque vai fazer um ano, mas por toda a minha vida".

A chuteira laranja florescente exposta na estante da sala da casa de três cômodos em Limeira, interior de São Paulo, é uma das lembranças mais carinhosas que Rosana Souza tem de seu filho Rykelmo Viana. O menino gravou o nome de sua mãe e deu a chuteira para ela como presente dias antes de morrer no incêndio de grandes proporções que atingiu o CT Ninho do Urubu e matou 10 jovens entre 14 e 16 anos em 8 de fevereiro de 2019. "Sinto revolta, angústia, tristeza. O Flamengo tinha garantia de que poderia ter lucro com eles. Depois do que aconteceu, isso não tem mais valor", reclamou Rosana.

A maior tragédia da história do Flamengo completa um ano neste sábado ainda sem o apontamento de culpados, com poucos acordos selados - três famílias e o pai de Rykelmo Viana aceitaram a proposta do clube - e várias reclamações em relação ao Flamengo por falta de diálogo. O incêndio foi provocado por um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. O fogo consumiu o contêiner onde dormiam os atletas.

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"O que custa, com tanta contratação, indenizar essas famílias? Será que eles não têm filhos, netos? Entregamos nossos filhos saudáveis, confiando que eles seriam bem cuidados. Os meninos não são animais. Tiveram seus sonhos interrompidos. Houve negligência do Flamengo", disparou a mãe de Rykelmo.

Seu filho começou a carreira na Portuguesa Santista. O menino habilidoso era volante e jogava com a camisa 8. No próximo dia 26, completaria 18 anos. "O Flamengo hoje é como uma fruta. Por fora, está bonita, mas por dentro está podre e essa podridão contamina o resto", disse a mulher, indignada.

Rosana trabalhava coletando roupas em um hospital em Limeira, mas teve de largar o serviço com o trauma provocado pela trágica morte de seu filho. "Na coleta de roupa, tinha de entrar em todos os lugares do hospital, inclusive na ala de queimados. Meu filho acabou morrendo carbonizado. Não pude nem olhar o caixão, isso me traumatizou", explicou Rosana, que tem mais duas filhas, uma delas deficiente, e hoje está desempregada.

Rosana foi a primeira a mover uma ação judicial contra o Flamengo. Ela pede na Justiça R$ 6,9 milhões, sendo R$ 3 milhões por danos morais e R$ 3,9 milhões de pensão, além da anulação do acordo do clube com o pai de Rykelmo, José Lopes Viana, de quem é divorciada.

O segundo a processar o clube será Cristiano Esmério, pai do ex-goleiro Christian. O advogado de Cristiano, Márcio Costa, confirmou ao Estado que finaliza os últimos detalhes para entrar com a ação judicial. O valor pedido gira em torno de R$ 9 milhões, incluindo indenização e pensão, e foi calculado com base na carreira dos últimos goleiros revelados pelo time - Júlio César, Marcelo Lomba, Paulo Vitor e César.

"O que me revolta é a falta de respeito e sensibilidade com nós, familiares, que perdemos nossos filhos por causa da irresponsabilidade do clube", disse Cristiano, que é organizador de eventos. Seu filho era um dos mais talentoso das promessas. O jovem, que morreu aos 15 anos, era observado por clubes europeus e vinha sendo convocado para as seleções de base.

A rotina de dor e sofrimento de Rosana e Cristiano é compartilhada por outras oito famílias, que passaram a conviver com problemas de saúde. "Hoje a minha vida, da minha mulher e da minha filha é viver à base de remédios. Remédio para controlar a pressão, a glicose, o colesterol, para dormir e aliviar a depressão", relatou Wedson Cândido, pai de Pablo Henrique, que morreu aos 14 anos.

O pai do garoto era caminhoneiro e teve de largar o trabalho, assim como a mãe, Sarah Cristina, que era cozinheira em um asilo. Os dois moram em Oliveira, pequena cidade de Minas Gerais localizada a 150 quilômetros de Belo Horizonte. A família tem forte ligação com o futebol, já que o pai, o tio e o avô de Pablo foram jogadores. Hoje, porém, jogar bola ou até mesmo assistir a um jogo não é mais prazeroso.

DOR DOBRADA - O calvário de Marília Barros é ainda maior, de modo que o incêndio que vitimou seu filho no CT do Flamengo não é a primeira tragédia com a qual tem de lidar. Ela ficou viúva depois que seu marido foi assassinado a tiros. Dez anos depois, perdeu seu único filho, Arthur Vinicius, batizado com esse nome em homenagem ao maior ídolo da história do Flamengo, Arthur Antunes Coimbra, o Zico.

"Não tenho mais um telefonema, um abraço do meu filho. O que ficaram foram as recordações boas, as lembranças, mas é uma dor que a gente sabe que nunca mais vai passar. Nunca mais vou ser feliz novamente. Por que eles não resolvem essa pendência, para acabar com isso?", questionou Marília, que tatuou no braço esquerdo a imagem do filho trajado com a camisa do Flamengo.

Arthur faria 15 anos justamente no dia em que foi enterrado em Volta Redonda, sua cidade natal. Foi para comemorar o aniversário do colega que vários meninos dormiram na concentração naquela noite. "Lembro que quando fui falar com o diretor da base, eu chorei. Eu disse que tinha medo de levar meu único filho para uma cidade violenta como o Rio. Essa era minha única preocupação. E olha só, no lugar onde meu filho deveria estar mais seguro foi onde ele perdeu a vida", recordou Marília. A mãe de Arthur desenvolveu ansiedade, teve alguns problemas de saúde e hoje se apega à fé para atenuar a angústia.

INSENSIBILIDADE - A principal reclamação das famílias no caso é quanto à inexistência de diálogo do Flamengo. Eles alegam que o clube só se mostrou presente nos dias seguintes à fatalidade. Depois disso, os dirigentes, dizem os familiares, sequer mantêm contato. Eles entendem que falta sensibilidade por parte do clube.

"O que faltou dessa diretoria é a sensibilidade. Se após o acidente tivessem ido à casa de cada familiar, já estaria tudo resolvido. Queremos um abraço, nos sentir acolhidos", pontuou Darlei Pisetta, pai do ex-goleiro Bernardo, morto aos 14 anos. "A gente já perdeu nosso maior bem que a gente tinha. Mexer com essa ferida é difícil. Até tentei uma aproximação, mas o clube não conversa com as famílias", acrescentou o gerente de compras, que reside em Indaial (SC).

A fala de Darlei é corroborada por Alba Valéria, mãe de Jorge Eduardo, que morreu aos 15 anos. "Não tenho nenhum contato com eles. Nunca recebemos um telefonema. Do presidente e dessa diretoria do Flamengo esperamos justiça e que eles sejam mais humanos", opinou a auxiliar de serviços de educação básica, moradora de Além Paraíba (MG).

O defensor público do Rio, Eduardo Chow, também criticou a conduta flamenguista. "É uma situação desigual, mesmo com as instituições públicas presentes, porque o Flamengo tem toda a estrutura e as famílias não. O clube tem uma postura de não dialogar. Não compreendemos as razões dessa postura intransigente", ressaltou. A Defensoria Pública do Rio representa a família de Samuel Rosa e também atua no caso na ação coletiva.

Procurado pelo Estado, o Flamengo não quis falar sobre o assunto. O clube preferiu se pronunciar a respeito das negociações por meio de um vídeo divulgado pela Fla TV em que os dirigentes rubro-negros responderam a perguntas previamente selecionadas.

"O clube esteve sempre aberto a negociação, mas, depois de muito discutir internamente, nós estabelecemos um teto. Nós estamos dispostos a dentro desse teto discutirmos com as famílias, tentarmos adaptar a cada necessidade específica de família, uma forma de atendê-los dentro daquele teto estabelecido pelo clube", afirmou o presidente Rodrigo Landim, na ocasião.

"Esse valor que nós oferecemos, três famílias e meia aceitaram. Não podemos tratar a tragédia de uma forma para uma família e de outra forma para outra família. O nosso valor oferecido, que nós consideramos satisfatório, e três famílias e meia também consideraram, é a nossa oferta. A gente tem um limite", disse o vice-jurídico, Rodrigo Dunshee.

Sobre a mesa da reunião familiar, comidas para todos os gostos. Ao redor da estrutura, gargalhadas e memórias compartilhadas entre os mais velhos. Já os jovens acompanham, muitas vezes entediados, as conversas dos pais. Tornam-se, posteriormente, personagens do papo ao virarem pauta, principalmente quando o assunto são os seus patamares educacionais. Quando um parente tem êxito no vestibular, por exemplo, e você não foi aprovado, comparações vêm à tona. “Teu primo passou na Federal e você não” é uma frase comum entre algumas famílias. Tal comparação, contudo, ao invés de motivar, pode propagar sérios impactos psicológicos que prejudicam estudantes pressionados pela aprovação.

A cena descrita é comum. Preocupados com os filhos que buscam ingressar em uma universidade, pais insistem em apontar parentes ou amigos aprovados em vestibulares como bons exemplos. No entanto, quando o filho é reprovado e essa comparação ocorre como sinônimo de cobrança, o efeito tende a ser prejudicial, uma vez que o insucesso do estudante, aliado à pressão da família, pode atormentar a sua autoestima e, consequentemente, despertar ansiedade e fomentar decepção.

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Em alguns casos, a comparação, porém, pode brotar do próprio estudante, ocasionando os mesmos efeitos negativos das cobranças familiares. Aos 22 anos, *Júlia Santos recorda a época em que passou por pré-vestibulares e amargou reprovações em sequência. Ao ver seus amigos aprovados, a jovem confessa que se sentia feliz, entretanto também se via fracassada por não alcançar a lista de aprovação. Ela sonhava em cursar odontologia.

“Dos meus pais não sofria pressão. Eles sempre foram muito parceiros e me encorajavam. A cada ano que eu fazia Enem e via que não tinha passado, eles sempre me apoiavam, me encorajavam a fazer de novo, sempre deram muito apoio. Porém, eu me cobrava demais. Fiz pré-vestibular dois anos e meio e era difícil começar o ano tendo que estudar, tendo que começar a rotina cansativa de novo e ver que os amigos passaram e eu não passei. Me sentia fracassada, porque eu não tinha conseguido. Ficava feliz por eles e triste por mim, como se a minha hora nunca fosse chegar e a de todo mundo chegava. No segundo ano de pré-vestibular, todos os meus amigos passaram, menos eu. Fiquei me perguntando o que tinha feito de errado. Me sentia mal e decepcionada”, revela a estudante. Em 2018, Júlia, enfim, foi aprovada e, atualmente, cursa odontologia em uma instituição pública de ensino superior.

Uma sociedade que compara e o peso psicológico das comparações

De acordo com o professor de sociologia Salviano Feitoza, a sociedade costuma fazer comparações em diferentes segmentos. “Primeiro, a gente pode considerar que o ser humano tende a comparar, porque o mecanismo de comparação permite a sobrevivência. Só que a gente se organiza a partir de pressupostos de comparação que estão ligados a critérios de sucesso e de fracasso”, comenta o sociólogo.

A partir das comparações sociais, a ideia de fracasso e o conceito de sucesso são inseridos nos discursos dos grupos sociais que, costumeiramente, titulam as pessoas a partir de suas conquistas ou insucessos. “Inevitavelmente, um cara teve sucesso e outro teve fracasso”, exemplifica professor sobre a maneira como as pessoas titulam as outras. “Como há uma busca familiar pelo bem estar dos filhos, ocorre uma exigência que muitas vezes traz sofrimento para os estudantes, mas é uma forma que a família tem de cuidado com aquele jovem”, acrescenta.

Para Feitoza, é necessário o entendimento de que cada indivíduo, em seu processo educacional e profissional, tem um momento certo para chegar ao seu objetivo. Essa caminhada é individual, fato que não deveria instigar comparações, uma vez que os casos se diferem. “O ideal para as famílias é entender que cada um vai encontrar o seu lugar em um determinado tempo”, endossa o professor de sociologia.

A pedagoga e psicóloga Erica Mota também identifica que a humanidade possui o costume de fazer comparações, sejam elas benéficas ou negativas. As instituições, segundo a especialista, também caem no erro de instigar competições seguidas de ranqueamentos. Escolas são exemplo dessa competitividade, ao publicitarem os alunos com as melhores notas nos vestibulares e nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Hoje a gente vive em um mundo muito competitivo e isso gera uma série de questões psicológicas. Termina o jovem se atropelando porque ele ainda não tem discernimento de lidar com certas coisas que são inerentes à idade. Muitos ainda não sabem o que ser quando crescer. Muitas escolas têm competitividade dentro das próprias escolas, incentivando o costume de ranquear. Termina sendo uma competição generalizada, de escola para escola, aluno para aluno, região para região. A gente vive em um mundo, do macro ao micro, que é competitivo, comparativo e ranqueado”, opina Erica.

A especialista acredita que as comparações e principalmente a pressão desequilibrada por aprovação em cima de um jovem estudante podem ocasionar ansiedade desenfreada. “A ansiedade trava o aprendizado. Além da questão química, há as questões sociais. Muitos ficam reclusos, perdem o interesse, porque acham que não estão à altura dos demais estudantes”, argumenta.

Para a pedagoga, as comparações entre um estudante aprovado e um aluno à margem da aprovação são ineficazes no processo educacional, tendo em vista que cada aluno possui um momento exato e particular para absorver os conteúdos trabalhados nas aulas. “Cada aluno tem um tempo de aprendizagem, os estímulos são diferenciados e os resultados têm que ser os mesmos. Se você não tiver cuidado e com a saúde mental em dia, termina entrando em colapso que pode prejudicar na hora da prova”, finaliza a pedagoga.

O peso psicológico a partir das comparações é latente. De acordo com o psicólogo Dino Rangel, o estudante alvo da comparação, decepcionado em decorrência da reprovação, pode sofrer consequências contra a sua autoestima. O especialista alerta que os pais e amigos devem abolir essas atitudes e priorizar incentivos e frases de alento. Confira no vídeo:

As famílias devem retomar a comunicação dentro do lar, recolhendo o celular durante as refeições, disse neste domingo (29), no Vaticano, o Papa Francisco. Ele fez o pedido durante a última oração do Angelus de 2019.

O pontífice convocou os fiéis a melhorar a comunicação dentro de casa. Ele sugeriu que a família moderna siga o exemplo dos personagens bíblicos Jesus, Maria e José, que se ajudavam mutuamente.

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“Você, em tua família, sabe se comunicar, ou é como aqueles jovens na mesa, cada um com o telefone celular, [que] estão [trocando mensagens] em chats? Naquela mesa parece um silêncio, como se estivessem na missa, mas não se comunicam. Devemos retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, mas comunicar-se, com os irmãos, entre eles. Essa é uma tarefa a ser feita hoje, precisamente no dia da Sagrada Família”, conclamou.

No primeiro domingo após o Natal, a Igreja Católica celebra a festa da Sagrada Família. Ao discursar na sacada da Basílica de São Pedro, o papa pediu que os cristãos sigam o modelo da família de Jesus.

“Que a Sagrada Família possa ser modelo para nossas famílias, para que pais e filhos se apoiem mutuamente na adesão ao Evangelho, fundamento da santidade da família”, acrescentou.

Em 2017, o papa havia criticado o uso de celulares durante a missa. Na ocasião, ele disse sentir-se triste quando fiéis e até bispos levantam o aparelho para fotografarem durante as celebrações religiosas.

* Com informações da Rádio Vaticano

Estudo divulgado nesta quinta-feira (12) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e pela agência de desenvolvimento social ChildFund Brasil, de origem norte-americana com sede em Belo Horizonte (MG), mostra a privação de necessidades essenciais ao desenvolvimento e qualidade de vida entre famílias pobres do Maranhão, Piauí e da Paraíba.

A análise foi feita a partir do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que, além da renda, considera o acesso à educação e à saúde. O dado é calculado por município e avalia a situação de crianças de 0 a 11 anos.

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Conforme nota publicada pelos realizadores do estudo, “foi constatado que tanto a incidência quanto a intensidade da pobreza são maiores em domicílios com presença de crianças. Foram encontradas 186.241 crianças com idade de 0 a 11 anos em situação de pobreza multidimensional, sendo 126.760 no Maranhão, 31.708 no Piauí e 27.773 na Paraíba”.

As duas instituições também avaliaram o risco de outras crianças passarem a viver a situação de pobreza multidimensional. “Nos três estados, foi constatada a existência de 577.946 crianças em situação de vulnerabilidade, na mesma faixa etária [0 a 11 anos], sendo 353.875 no Maranhão, 118.274 no Piauí e 105.797 na Paraíba”.

O levantamento foi feito a partir de dados secundários originários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por equipe de professores e alunos dos programas de pós-graduação em Geografia, Tratamento da Informação Social e Ciências Sociais da PUC Minas.

Horta, quintal e tranquilidade. São três palavras recorrentes no depoimento daqueles que viram, no dia 5 de novembro de 2015, as comunidades onde viviam serem engolidas pelo mar de lama que vazou da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais.

A recordação, com nostalgia, segue sempre acompanhada da cobrança pela conclusão das obras das novas casas em 27 de agosto de 2020, prazo fixado pela Justiça mineira. Apesar da saudade, os atingidos já olham para o futuro, cientes de que não resgatarão em sua totalidade a comunidade que se foi há exatos quatro anos.

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"Até o momento de começar a elaboração dos projetos arquitetônicos das casas, as famílias estavam muito ligadas ao passado. Mas foi só dar início aos projetos que elas começaram a focar no futuro. Levam em conta o novo negócio que vão criar, o novo filho que pretendem ter", disse Alfredo Zanon.

Ele é arquiteto da Fundação Renova, entidade criada para reparar os danos causados na tragédia, conforme acordo firmado em março de 2016 entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Zanon citou o exemplo da família que tinha um estábulo junto à sua casa e, na elaboração do projeto do novo imóvel, trocou por um hotel para cachorro. A decisão foi tomada para que uma filha formada em veterinária desenvolva um novo negócio. Os projetos de cada casa são individualizados e elaborados a partir do desejo do atingido. Passado e futuro se entrelaçam nos desenhos arquitetônicos.

"A conexão entre o que elas tinham na casa antiga e o que terão na nova se dá pelo quintal. As famílias têm procurado reproduzir os quintais, os pomares, a horta e o galinheiro que tinham. Mas o tipo de casa está voltado para o futuro. Também tem sido levada em conta a experiência que elas estão vivendo nas moradias provisórias, alugadas pela Fundação Renova no centro de Mariana, onde elas ficarão até que sejam reassentadas", acrescentou o arquiteto.

A lama da Samarco destruiu dois distritos de Mariana: Bento Rodrigues e Pacaratu. Para a reconstrução, os próprios atingidos escolheram os novos terrenos, que foram adquiridos pela Fundação Renova. Conforme o primeiro cronograma, a previsão era entregar ao menos uma das comunidades em 2018. A estimativa chegou a mudar para 2019, mas, posteriormente, a entidade parou de divulgar datas.

Após sucessivos atrasos, o canteiro de obras em Bento Rodrigues foi finalmente instalado em maio de 2018 e, em Paracatu, em janeiro deste ano. Bento Rodrigues, que deverá receber cerca de 225 famílias, é onde os trabalhos estão mais avançados: as primeiras casas já estão sendo construídas após contrato assinado com a empreiteira HTB.

Até o momento, foram obtidos junto à prefeitura 18 alvarás, sendo 17 para imóveis residenciais e um para a escola. Já em Paracatu, onde serão reassentadas aproximadamente 140 famílias, há em andamento as obras de infraestrutura, executadas pela construtora Andrade Gutierrez desde julho.

Acordo formal

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acompanha de perto todo esse processo. Houve tentativa de fixar um novo prazo e, dessa vez, incluí-lo em um acordo formal.

"Infelizmente, a Samarco, a Vale e a BHP não aceitarem colocar nenhum tipo de prazo para cumprir. Então, tivemos que fazer um pedido judicial para que a Justiça fixasse a data final e o valor de uma multa em caso de descumprimento. No dia 1º de março desse ano, foi divulgada a decisão e fixou-se o dia 27 de agosto de 2020 como data final para entrega das casas às famílias, sob pena de R$ 1 milhão por dia de atraso. A Samarco está recorrendo. Mas esta decisão está valendo", disse o promotor Guilherme Meneghin. Procurada, a Samarco informou que "o assunto está sendo discutido na Justiça".

Para José do Nascimento de Jesus, não dá mais para adiar o prazo. Conhecido como Zezinho do Bento, ele vivia no distrito de Bento Rodrigues e atualmente é membro da comissão de atingidos.

"Ouvimos dizer que a Samarco quer prorrogar até dezembro de 2020. Nós não aceitamos. Exigimos que se cumpra o prazo de 27 de agostos de 2020. E é bom dizer que nós saímos juntos correndo pra não morrer e vamos voltar todos juntos. Não tem esse negócio de fazer duas casas, uma escola e um posto de saúde e começar a funcionar. A comunidade decidiu que todo mundo só vai mudar para cá quando tiver tudo pronto. Mas a demora está demais", reclamou ele.

Atendimento

O atendimento às famílias é feito por uma equipe 42 arquitetos da Fundação Renova. A única limitação é a área definida para cada um. As dimensões dos imóveis, porém, serão maiores do que as casas que eles tinham.

Um acordo - negociado pelo MPMG com a Fundação Renova e as mineradoras - estabeleceu 78 diretrizes para o reassentamento. Entre eles, ficou pactuado que as casas deverão ter, pelo menos, 20 metros quadrados a mais do que as que foram devastadas.

Há mais dois elementos que fazem aumentar o tamanho dos imóveis. Um é a legislação de uso e ocupação do solo que define dimensões mínimas dos ambientes para evitar, por exemplo, situações de insalubridade. Outra é adaptação às necessidades especiais que serão realizadas em casas onde viverão cadeirantes ou idosos com dificuldade de locomoção. Segundo Alfredo Zanon, a média da área das edificações, que era de 110 metros quadrados nas antigas comunidades, subirá para aproximadamente 170 metros quadrados. Ele estimou que todos os projetos arquitetônicos estarão concluídos até março do ano que vem.

Os atingidos participam não apenas dos desenhos de suas casas e da escolha dos terrenos para as novas comunidades. Coletivamente, eles deliberaram sobre o projeto urbano e os equipamentos públicos, como a escola e o posto de saúde.  

Já em relação às igrejas, a palavra final é da Arquidiocese de Mariana. Se os projetos das casas são voltados para o futuro, o urbano nos casos de Bento Rodrigues e Paracatu preservam elementos que remetem ao passado.

Conforme o desejo dos atingidos, estão sendo mantidas as relações de vizinhança e os nomes das ruas. "Isso vai ser importante para o processo de adaptação que não será fácil. Os jovens, por exemplo, estão se acostumando com a vida no centro de Mariana. Eles querem voltar, mas haverá um período de adaptação até retomar a vida que a gente tinha", disse Zezinho do Bento.

Para tomar as decisões, os atingidos de Mariana contam com o apoio técnico da Cáritas, entidade que eles selecionaram para assessorá-los. Ela dispõe de arquitetos, engenheiros, advogados, sociólogos e outros profissionais. Esse foi um direito conquistado com o apoio do MPMG: moradores afetados em cada uma das dezenas de cidades atingidas em toda a bacia do Rio Doce puderam escolher suas assessorias técnicas. A Fundação Renova é quem arca com os custos da contratação.

Chuva

Segundo Emerson Viana de Oliveira, gerente da obra de Bento Rodrigues, os trabalhos prosseguem mesmo com a entrada do período de chuva. Atualmente com 1,4 mil funcionários, ele espera atingir o pico das atividades em abril, quando projeta contar com 2,7 mil empregados.

"Chuva na engenharia é sempre um desafio. Mas já estamos trabalhando com tendas para cobrir as edificações. A obra não vai parar", explicou. O engenheiro contou que, durante a obra, foi descoberto um sítio arqueológico com vestígios de mineração do século 18. Ele será preservado e preparado para ser um atração da comunidade.

Zezinho do Bento foi designado pela comissão de atingidos para acompanhar as obras de Bento Rodrigues e marca presença quase todos os dias no local. "O que nós queríamos era ainda estar nas nossas casas. Mas acho que aqui ficará muito bom. Em matéria de obra, eu entendo e estou consciente que tudo está muito bem feito. Trabalho com construção desde os 15 anos", explicou.

No entanto, ele denuncia tudo com o que não concorda. O caso mais recente envolve os cuidados com uma nascente. "Ali não pode ser construído. Mas a Fundação Renova não respeitou isso. Eles enveloparam uma parte da nascente e depois colocaram um tubo para captar água de chuva para sair na nascente. Cinco famílias iam morar nessa área, mas não pode ter casa ali. Imagina se daqui cinco anos uma dessas casas desaba? Então, eu tirei fotos, mandei para o governo do estado, para o Ministério Público, para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais", revelou.

A Fundação Renova disse que vai mudar o local desses cinco lotes. "Não está sendo feita nenhuma casa nessa área. Realmente houve alguns projetos sendo elaborados, mas não vamos avançar com eles. Estamos fazendo casas para durar para sempre", disse Emerson.

Na obra de Paracatu, há uma dificuldade relacionada ao acesso. "É nosso principal gargalo atualmente. Temos uma restrição em função dos aclives. Só posso ter 60% de carga dos caminhões que recebo: agregado, cimento, areia. Nosso objetivo é estarmos em dezembro com o novo acesso concluído e aí podermos chegar com os caminhões de maneira segura e mais rápida", assegurou Marcello Lucena, gerente da obra do distrito.

Segundo ele, o raio de curvatura impede até mesmo a passagem de ônibus e os 800 funcionários que atuam na obra dependem de vans para chegar ao local. O acesso que está sendo feito será o principal para quem vem do centro de Mariana e, diferente da estrada atual, não passará pelo antigo Paracatu. Esse é também, segundo Lucena, um desejo dos moradores.

Gesteira

Uma terceira comunidade que será reconstruída é o distrito de Gesteira, que pertence ao município mineiro de Barra Longa, vizinho de Mariana. Este é o reassentamento que se encontra mais atrasado.

De acordo com Zanon, o processo tem peculiaridades. Enquanto em Bento Rodrigues e em Paracatu os projetos urbanísticos foram desenvolvidos pela Fundação Renova ouvindo a comunidade, os atingidos de Gesteira optaram por desenvolvê-lo junto com uma assessoria técnica. Eles escolheram a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) para  dar suporte técnico.

Em Gesteira, foram destruídas oito casas, um comércio e 20 lotes. Ficou definido junto aos atingidos que 37 casas serão erguidas. Zanon afirmou que há casos, por exemplo, em que os filhos desejam deixar a casa dos pais e ficou acertado que eles terão direito a um outro imóvel. Mas, segundo o arquiteto, o processo anda mais lento porque a Aedas quer discutir diversas diretrizes antes de avançar no projeto urbano.

A assessoria dos atingidos contestou. "A Fundação Renova sempre se utiliza disso para dizer que o processo está mais demorado. E, na verdade, quem faz esse processo ficar moroso é ela. No último mês, nós tivemos três agendas para discutir as diretrizes e a Fundação Renova não veio. A gente agenda, ela confirma e desmarca em cima da hora. E quando ela vem, o corpo de profissionais enviado não é capaz de dar respostas e pede tempo para avaliar as diretrizes definidas pelos atingidos", reclamou Verônica Medeiros, coordenadora operacional da Aedas.

Segundo ela, as diretrizes buscam assegurar direitos e a manutenção dos modos de vida da comunidade. Uma delas, por exemplo, diz respeito à garantia de intervenções no solo caso sejam necessárias, já que os atingidos viviam em área fértil próxima ao Rio Gualaxo do Norte, por onde a lama da Samarco escoou.

Verônica observou que já foi aprovado junto aos moradores o desenho inicial do reassentamento, que será apresentado à Fundação Renova na próxima reunião. "Avaliamos que os projetos da Fundação Renova não levam em conta integralmente o desejo dos atingidos. Então, o desenho está sendo feito pelo povo, com o acompanhamento da Aedas, que possui engenheiros e arquitetos para auxiliá-los".

De acordo com Verônica, não interessa uma reconstrução às pressas e sem participação da comunidade. Ao mesmo tempo, ela afirma que, se os atingidos tiverem domínio do processo, o distrito fica pronto no próximo ano. Alguns trabalham como pedreiros. A coordenadora da Aedas disse que será discutida a possibilidade de eles gerenciarem a obra no lugar de uma empreiteira.

"Há uma negociação para se respeitar o desejo de autoconstrução e de mutirão. A comunidade de Gesteira havia sido construída em mutirão. Então, esse debate está sendo feito e atingidos têm dito que querem construir suas casas. Outros querem ter autonomia para escolher qual construtora irá fazer sua casa".

*Léo Rodrigues e Tania Rego viajaram a convite da Fundação Renova

Um grupo de mórmons norte-americanos foi alvo de uma emboscada no México, informou a imprensa local. Ao menos nove pessoas morreram, sendo que algumas teriam sido queimadas vivas. O ataque ocorreu na segunda-feira (4). 

O grupo, membros da família Le Barón, viajava em três carros por Rancho de la Mora, entre Chihuahua e Sonora, perto da fronteira com os Estados Unidos, quando caiu em uma emboscada de homens armados, que atiraram contra os veículos.

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De acordo com o procurador de Chihuahua, César Augusto Peniche, ao menos nove vítimas foram confirmadas, mas o número total ainda é incerto, pois algumas pessoas estão sendo consideradas como desaparecidas.

Entre as vítimas, há quatro crianças, sendo dois gêmeos recém-nascidos de seis meses. Todas faziam parte da comunidade religiosa dos mórmons e desempenham trabalhos missionários no México. A família vivia no país há duas décadas.

Em um dos carros, foram encontrados os corpos de uma mãe e de seus quatro filhos. Outros dois automóveis foram encontrados pela polícia em uma zona mais distante, mas também com duas mulheres e duas crianças.

Cerca de cinco ou seis crianças teriam conseguido fugir. Outras pessoas do grupo, porém, como uma adolescente, teriam corrido para uma mata e estão desaparecidas.

A polícia mexicana suspeita que carteis de droga estejam envolvidos com o crime e que a família tenha sido confundida. No entanto, membros da família são ativistas e fazem campanha contra grupos criminosos de Sonora e Chihuahua.

Esse não é o primeiro caso em que um Le Barón é assassinado no México: em 2009, Benjamin Le Barón, que era um ativista anticrime, foi morto em Chihuahua.

Da Ansa

Com uma fortuna de US$ 190,5 bilhões, a família Walton, dona da rede de supermercados Walmart, ficou no topo da lista das famílias mais ricas do mundo, segundo a agência "Bloomberg".

Os herdeiros do norte-americano Sam Walton lucraram US$ 70 mil por minuto, US$ 4 milhões por hora e US$ 100 milhões por dia. O Walmart arrecada US$ 514 bilhões por ano graças aos mais de 11 mil pontos de venda em todo mundo. A holding da família, Walton Enterprises, controla metade da rede varejista.

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Na segunda colocação aparece os Mars, dona da fabricante de chocolates que carrega o sobrenome da família. De acordo com a "Bloomberg", a fortuna deles é de US$ 126,5 bilhões. Já na terceira posição está os Kochs, que tem um patrimônio de US$ 124,5 bilhões.

A única representante italiana na lista é a família Ferrero. Com uma fortuna de US$ 29,8 bilhões, os donos da fabricante do creme de avelãs Nutella ocupam a 25ª colocação.

Confira a lista

1 - Walton

Empresa: Walmart

Fortuna: US$ 190,5 bilhões

2 - Mars

Empresa: Mars

Fortuna: US$ 126,5 bilhões

3 - Koch

Empresa: Indústrias Koch

Fortuna: US$ 124,5 bilhões

4 - Al Saud

Empresa: N/A

Fortuna: US$ 100 bilhões

5 - Wertheimer

Empresa: Chanel

Fortuna: US$ 57,6 bilhões

6 - Hermes

Empresa: Hermes

Fortuna: US$ 53,1 bilhões

7 - Van Damme, De Spoelberch, De Mevius

Empresa: Anheuser-Busch InBev

Fortuna: US$ 52,9 bilhões

8 - Boehringer, Von Baumbach

Empresa: Boehringer Ingelheim

Fortuna: US$ 51,9 bilhões

9 - Ambani

Empresa: Indústrias Reliance

Fortuna: US$ 50,4 bilhões

10 - Cargill, MacMillan

Empresa: Cargill

Fortuna: US$ 42,9 bilhões

11 - Thomson

Empresa: Thomson Reuters

Fortuna: US$ 39,1 bilhões

12 - Kwok Empresa: Sun Hung Kai

Fortuna: US$ 38 bilhões

13 - Chearavanont

Empresa: Grupo Charoen Pokphand

Fortuna: US$ 37,9 bilhões

14 - Johnson

Empresa: Investimentos Fidelity

Fortuna: US$ 37,4 bilhões

15 - Cox

Empresa: Cox

Fortuna: US$ 36,9 bilhões

16 - Quandt

Empresa: BMW

Fortuna: US$ 35 bilhões

17 - Pritzker

Empresa: Hotéis Hyatt

Fortuna: US$ 33,7 bilhões

18 - Mulliez

Empresa: Auchan

Fortuna: US$ 33 bilhões

19 - Johnson

Empresa: SC Johnson

Fortuna: US$ 33 bilhões

20 - Albrecht

Empresa: Aldi

Fortuna: US$ 32,6 bilhões

21 - Rausing

Empresa: Tetra Laval

Fortuna: US$ 32,5 bilhões

22 - Hartono

Empresa: Banco Central Asia

Fortuna: US$ 32,5 bilhões

23 - Lauder

Empresa: Estee Lauder

Fortuna: US$ 32,3 bilhões

24 - Hoffmann, Oeri

Empresa: Roche

Fortuna: US$ 31,3 bilhões

25 - Ferrero

Empresa: Ferrero

Fortuna: US$ 29,8 bilhões

Da Ansa

As famílias desalojadas no município de Coronel João Sá (BA), atingido com a inundação do Rio do Peixe por causa do transbordamento e rompimento da barragem Quati, começam a retornar para suas residências. A informação é do secretário de Comunicação da prefeitura da cidade, Valdomiro da Conceição Jr.

Segundo ele, “o dia amanheceu com sol. Não tem mais alagamento e a água foi escoada. Estamos agora recolhendo os cacos”, disse, em referência à retirada da terra e do lixo espalhados com a inundação.

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Conforme o secretário, há preocupação especial com a possibilidade de contaminações após a enxurrada e inundação. Para evitar o risco, ele pede que as famílias joguem fora os colchões encharcados nas casas alagadas.

De acordo com a prefeitura, 500 pessoas de Coronel João Sá ficaram desabrigadas e tiveram que ser acolhidas em três escolas públicas, e nas casas de parentes e amigos durante a inundação.

Na última sexta-feira, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu situação de emergência e calamidade pública na cidade e também em Pedro Alexandre, cidade rio acima - onde fica a barragem Quati.

Também ontem, o governador da Bahia Rui Costa visitou e sobrevoou a região, no nordeste do Estado, próxima à divisa com Sergipe, e observou que “o que está acontecendo é o colapso de muitos pequenos barramentos feitos em propriedades privadas, que vão rompendo e formam um efeito cascata e uma onda de água”. O governador disse que estão sendo monitorados “outros pequenos barramentos”.

O secretário Valdomiro da Conceição Jr confirmou a preocupação com a barragem Lagoa Grande, que também fica no município de Pedro Alexandre, e também recebeu maior volume de água por causa das chuvas fortes que caíram na região nos últimos dias.

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Dezenas de recifenses tomaram as ruas da capital pernambucana na manhã deste domingo (26) para reforçar uma importante pauta para a sociedade: a adoção. Em caminhada, o grupo elevou a relevância da causa e propagou a mensagem.

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 Pelas ruas do centro do recife, famílias andavam juntas com mensagens de incentivo ao ato de adotar. Crianças adotivas estavam lado a lado de seus novos pais e uma verdadeira corrente do bem tomou conta da cidade.

Sorrisos, afeto e carinho eram estampados por todos os lados por onde o grupo passava. Organizado pelo Gead, que é uma Associação Pró Adoção e Convivência Familiar, o evento culminou no Marco Zero, na área central do Recife.

O Gead foi criado em 1997 para promover a atitude adotiva e carrega consigo feitos importantes em prol da adoção e construção de novas famílias.

Militares do Exército atiraram cerca de 80 vezes contra o carro de uma família nesse domingo (7), em Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação resultou na morte de um homem de 51 anos. O músico Evaldo dos Santos Rosa estava no veículo com mais quatro pessoas, incluindo a esposa e a filha. Um pedestre e outro ocupante do carro ficaram feridos.

O Comando Militar do Leste (CML) determinou a apuração do caso. De acordo com o CML, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar está investigando a ocorrência, com a supervisão do Ministério Público Militar. Os militares envolvidos e todas as testemunhas civis foram ou serão ouvidas, segundo nota divulgada pelo CML.

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Na nota, divulgada nesse domingo, o Comando Militar do Leste informou ainda que os militares atiraram no carro porque foram atacados por criminosos, por volta das 14h40. Acrescentou que os militares mataram um assaltante e feriram outro.

Conforme divulgado pelo G1, o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, disse que "tudo indica" que os militares do Exército que mataram Evaldo atiraram ao confundirem o carro com o de assaltantes.

Com informações da Agência Brasil

Autoridades de Moçambique anunciaram, nesta terça-feira (2), que o número de mortes mortes provocadas pelo Ciclone Idai e as cheias que se seguiram no centro do país chegam a 598.

O novo balanço foi divulgado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e acrescenta 80 mortes ao relatório divulgado ontem.

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O número de famílias afetadas pelo desastre também subiu para 195.287, assim como o número de pessoas atingidas: de 843.729 para 967.014, segundo dados do boletim do INGC. Em relação ao número de feridos, foram mantidos os 1.641 divulgados no balanço anterior.

Na semana passada, o governo anunciou o fim das operações de salvamento e resgate. O foco agora é a ajuda humanitária. Atualmente, mais de 32 mil famílias recebem assistência do governo e de organizações nacionais e internacionais .

Nos 136 abrigos em funcionamento estão acomodadas 131.136 pessoas e o número daqueles que são considerados vulneráveis é de 7.422, o que inclui os que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência. 

As autoridades atualizaram também o número de casas totalmente destruídas, que chega a 62.153 (59.910 no último balanço), parcialmente destruídas (34.139, 33.925 segundo os dados anteriores) e 15.784 inundadas, sendo que a maioria é formada por habitações de construção precária.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)

Nessa sexta-feira (29) uma barragem rompeu no distrito de Novo Oriente, Machadinho D’Oeste, em Rondônia. O município fica localizado no interior do estado a pouco mais de 350 quilômetros da capital Porto Velho. rompimento da barragem teria ocorrido após uma forte chuva na região na última quinta (28).  As informações sobre o caso são da Rede Amazônica. 

Segundo informações vindas da Polícia Ambiental na manhã deste sábado (30), cerca de 100 famílias estão isoladas na região e não há registro de vítimas. O comandante da Polícia Ambiental, Washington Soares Francisco, afirmou que as famílias ficaram isoladas devido à queda de sete pontes que foram destruídas pela força da água.

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A barragem pertence a mineradora MetalMig, que ainda não se pronunciou sobre o caso. A mineradora está atuando na região desde 1970. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento de Rondônia (Sedam) afirma que o material derramado é composto apenas por areia e argila, sem a presença de metais pesados, não havendo risco de contaminação.

Crítico da Reforma da Previdência e de outros projetos do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o psolista e candidato à Presidência da República nas eleições de 2018 Guilherme Boulos usou suas contas nas redes sociais para alfinetar o texto da reforma.

Nesse domingo (24), Boulos afirmou que “40% da renda das famílias brasileiras veio de trabalhos informais e de benefícios do governo em 2018”. O psolista comparou a situação atual do trabalhador comum com realidades já vivenciadas anteriormente.

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“Agora, a Reforma da Previdência propõe diminuir BPC para 400 reais, menos da metade do salário mínimo”, pontuou. O projeto, alfinetado por Boulos, foi motivos de grandes protestos em várias cidades brasileiras na última sexta-feira (22), dia que ficou conhecido como Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência.

Boulos finalizou sua mensagem afirmando que “a receita para a crise é condenar as famílias mais pobres à miséria”. O posicionamento do psolista gerou muitas mensagens de apoio e internautas afirmaram que a reforma “não pode passar”.

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