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Com apoio de todos os partidos da Casa, com exceção do Novo e da base do governo, a Câmara aprovou a criação do "Desconto Gás", um subsídio mensal pago pelo governo e destinado às famílias de baixa renda para a compra de gás de cozinha. A aprovação foi simbólica na noite dessa quarta-feira (29), sem a contagem de votos, e o texto segue agora para o Senado.

Pelo texto, terão direito ao Desconto Gás as famílias inscritas no Cadastro Único, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo, ou que tenham entre seus integrantes pessoa que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

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O Executivo deve regulamentar, em até 60 dias após a publicação da lei, os critérios sobre quais famílias terão acesso ao benefício, bem como sua periodicidade. As parcelas, porém, não podem ser pagas com intervalo maior de 60 dias.

O relator, deputado Christino Aureo (PP-RJ), acatou uma emenda para priorizar mulheres vítimas de violência doméstica, que estejam sob monitoramento de medidas protetivas de urgência, inscritas no Cadastro Único.

O subsídio será concedido na forma de um crédito pecuniário, por meio de cartão eletrônico ou meio equivalente, destinado exclusivamente à aquisição de gás de cozinha de revendedores autorizados. O valor do crédito será atualizado anualmente pela inflação (IGP-M).

O valor do benefício será fixado semestralmente, sendo de, no mínimo, 50% da média do preço nacional de referência do botijão de 13 quilos, estabelecido pelo Sistema de Levantamento de Preços (SLP) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural Biocombustíveis (ANP), nos últimos seis meses.

Pelo projeto, as fontes de recursos para custear o auxílio serão da arrecadação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e derivados (Cide-combustíveis). Também será fonte de recursos parcela dos royalties e de participação especial decorrentes da exploração de petróleo e gás natural que cabe à União.

O avanço da imunização da população contra a Covid-19 deixou os consumidores brasileiros mais propensos às compras em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,9% em relação a agosto, o quarto avanço consecutivo, para um patamar de 72,5 pontos, o mais elevado desde março.

O resultado representa um aumento de 7,2% em relação a setembro de 2020. Embora permaneça ainda na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos, desde abril de 2015.

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Segundo a CNC, o indicador é favorecido pela vacinação, mas ainda há fatores que provocam cautela entre as famílias, como a incerteza sobre a recuperação econômica e a aceleração da inflação, que reduz o poder de compra.

Na passagem de agosto para setembro, apenas um entre os sete componentes do ICF registrou recuo: a avaliação sobre o momento de consumo de bens duráveis recuou 0,5%, para 43,0 pontos.

Os avanços ocorreram nas avaliações sobre o emprego atual (1,9%, para 89,5 pontos), perspectiva profissional (3,3%, para 82,5 pontos), renda atual (0,7%, para 78,9 pontos), acesso ao crédito (1,6%, para 81,1 pontos), nível de consumo atual (2,4%, para 57,6 pontos) e perspectiva de consumo (3,7%, para 74,8 pontos).

"A expectativa das famílias é que esse ambiente econômico mais positivo, percebido no curto prazo, se prolongue para o longo prazo. Tanto que Perspectiva de Consumo foi novamente o item com maior crescimento no mês e alcançou o maior nível desde maio de 2020", observou a economista Catarina Carneiro da Silva, responsável pela pesquisa da CNC.

Na avaliação por faixa de renda, tanto os mais ricos quanto os mais pobres mantêm a intenção de consumo na zona de insatisfação. Entre as famílias com ganhos mensais acima de 10 salários mínimos, o ICF ficou em 90,1 pontos em setembro, um avanço de 1,4% em relação a agosto. Para as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos mensais, o indicador foi de 68,8 pontos, uma alta de 2,1% ante agosto.

O pequeno Eitan, único sobrevivente da queda de uma cabine de teleférico no norte da Itália em maio passado, está no centro de uma disputa familiar que envolve até acusação de sequestro.

Hoje com seis anos de idade, o menino teve seu lar dizimado pela tragédia do teleférico de Stresa-Mottarone, na qual perdeu seus pais, os israelenses Amit Biran e Tal Peleg; seu irmão mais novo, Tom, de dois anos; e seus bisavós maternos, Itshak Cohen e Barbara Konisky.

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Eitan também esteve perto da morte e ficou quase 20 dias internado em um hospital de Turim, mas recebeu alta no início de junho e, desde então, as famílias materna e paterna brigam por sua guarda.

O último capítulo dessa disputa ocorreu neste fim de semana, quando a tia paterna Aya Biran-Nirko, que vive na Itália e tem oficialmente a guarda provisória de Eitan, acusou o avô materno do menino, Shmuel Peleg, de levá-lo de volta para Israel sem autorização.

"Ele não foi devolvido no horário estabelecido após um encontro com os familiares da mãe", afirmou à ANSA um dos advogados de Biran, Armando Sibari, no último sábado (11). "Estamos incrédulos que eles tenham chegado a esse ponto", acrescentou.

A tia recebeu inclusive uma mensagem do advogado de Peleg afirmando que o garoto estava em Israel. A viagem teria se tornado possível pelo fato de o avô materno manter a posse do passaporte israelense de Eitan, contrariando uma ordem da Justiça italiana.

A família da mãe tinha permissão para ver o menino duas vezes por semana, mas acusa os parentes paternos de nunca terem se interessado por ele. "Falo apenas para esclarecer que agimos pelo bem de Eitan. Ele gritou de emoção quando nos viu e disse: 'Finalmente estou em Israel'", afirmou Gali Peleg, tia materna do garoto, a uma rádio israelense.

"Nós fomos obrigados [a pegar o menino], não sabíamos mais quais eram suas condições mentais e de saúde. Não o sequestramos, apenas o trouxemos de volta para casa", acrescentou Gali, ressaltando que não se interessa por "questões legais".

"Não estou envolvida com esses aspectos, não conheço os detalhes, deixemos os advogados falarem", afirmou.

A tia paterna, por sua vez, rebateu que Eitan é "cidadão italiano" e que sua casa é em Pavia, onde moravam seus pais, que, por outro lado, foram sepultados em Israel. "Estamos muito preocupados com sua saúde", declarou Biran.

Relembre

A tragédia aconteceu no dia 23 de maio, quando o cabo de tração do teleférico de Stresa-Mottarone, perto de Turim, se rompeu e fez a cabine recuar em alta velocidade até se chocar contra um pilar.

Em seguida, ela caiu de uma altura de 20 metros e deslizou montanha abaixo até parar em um bosque. O acidente deixou 14 mortos e um único sobrevivente: Eitan.

Já se sabe que um sistema que impedia o acionamento dos freios de emergência tinha sido deixado no teleférico de propósito para evitar seu fechamento. No entanto, os investigadores ainda tentam descobrir o que causou o rompimento do cabo de tração.

O prefeito João Campos (PSB) instituiu auxílio-moradia e o pagamento de R$ 1.500 as cinco famílias desabrigadas pelo deslizamento de barreira no Brejo da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, na madrugada da terça-feira (10). O decreto assinado na noite dessa quarta (11) foi publicado no Diário Oficial do município.

A Prefeitura prevê os pagamentos para a próxima semana. “A gente sabe da importância deste recurso chegar rapidamente às famílias e por isso demos prioridade. Estamos assinando este Decreto e o dinheiro será repassado nos próximos dias”, garantiu o gestor.

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Além da pecúnia em parcela única, eles vão receber auxílio-moradia de R$ 200, mas a gestão não deu informações sobre o tempo do suporte. A Secretaria Executiva da Assistência Social aponta que entregou colchões e cestas básicas aos moradores.

Também foi proposto o encaminhamento a um Abrigo Emergencial, mas as famílias preferiram ficar na casa de parentes. Uma sexta família chegou a ter a casa interditada, mas não houve perda de bens e por isso não foi incluída no decreto 34.816/21.

O percentual de famílias que relataram ter dívidas no mês de julho chegou a 71,4%, o maior patamar da série histórica, iniciada em 2010. A alta é de 1,7 ponto percentual na comparação com junho e de 4 pontos em relação a julho de 2020, o maior aumento anual verificado desde dezembro de 2019.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (5) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). As dívidas incluem cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.

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As famílias com dívidas ou contas em atraso chegaram a 25,6%, o terceiro aumento seguido. O número é 0,5 ponto percentual acima do nível de junho e 0,7 ponto abaixo do apurado em julho do ano passado. 

Já as famílias que disseram não ter condições de pagar suas dívidas em atraso e que vão continuar inadimplentes aumentou de 10,8% para 10,9% de junho para julho. Na comparação anual, houve queda de 1,1 ponto percentual.

Faixas de renda

Na análise por grupos de renda, o endividamento entre as famílias que recebem até dez salários mínimos aumentou de 70,7% para 72,6% na passagem mensal, atingindo nova máxima histórica. Em julho de 2020, o indicador estava em 69% das famílias. A inadimplência nessa faixa passou de 28,1% para 28,7% e 13,1% do total disseram que vão permanecer com as contas em atraso.

No grupo que recebe mais de dez salários mínimos, o endividamento vem batendo recordes mensais desde fevereiro. O percentual passou de 65,5% em junho para 66,3% julho, ante os 59,1% em julho de 2020. A inadimplência nesse grupo de renda cresceu de 11,9% para 12,1% na passagem mensal e 3,5% afirmaram que não têm condições de colocar as dívidas em dia.

O grupo dos muito endividados teve leve redução, de 14,7% em junho para 14,6% em julho, índice 0,9 ponto percentual abaixo de julho de 2020. Na capacidade de pagamento, a parcela média da renda comprometida entre as famílias endividadas ficou em 30,5%, o maior nível desde 2017, e 21,1% têm mais da metade da renda comprometida com dívidas.

Dívidas

O tempo médio de atraso para quitação das dívidas ficou em 61,9 dias em julho. A principal dívida das famílias é no cartão de crédito, modalidade assinalada por 82,7% dos endividados, o maior nível da série histórica. Carnês de lojas foram indicados por 18% das famílias, 9,8% têm dívidas com crédito pessoal e 9,7% com financiamento da casa própria.

Inflação

Segundo a CNA, a inflação elevada tem diminuído o poder de compra das famílias e deteriorado os orçamentos domésticos. “A renda dos consumidores também está afetada pelas fragilidades dos mercados de trabalho formal e informal, com o auxílio emergencial de menor valor pago este ano. Tais fatores têm também provocado o maior uso do crédito no cartão”, diz o informe da pesquisa.

A entidade alerta que o cartão de crédito é a modalidade mais difundida, porém é a que oferece o maior custo ao consumidor quando se torna crédito rotativo, com parte do saldo devedor rolada para o mês seguinte.

“Embora o crédito possa funcionar como ferramenta de recomposição da renda e potencializar o consumo, com mais de 71% das famílias endividadas, acendeu-se um alerta para o uso do crédito e o potencial de crescimento da inadimplência à frente. O aumento dos juros em curso no país encarece as dívidas, principalmente na modalidade mais buscada pelos endividados hoje, o cartão de crédito”.

O percentual de famílias brasileiras que considera muito importante manter as escolas fechadas como forma de prevenir a covid-19 caiu em um ano, de acordo com estudo divulgado hoje (30). No início da pandemia, em julho de 2020, 82% dos brasileiros afirmavam que era muito importante manter as escolas fechadas. Em novembro, essa porcentagem caiu para 71%. Agora, em maio de 2021, são 59%.

Os dados são da terceira etapa da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, realizada pelo Ipec - Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

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A pesquisa mostra que, após mais de um ano de pandemia, as escolas começaram a retomar as atividades presenciais. Ao todo, 41% das pessoas que residem com crianças ou adolescentes disseram que as escolas voltaram a oferecer essas atividades.

O estudo revela, também, que 93% das escolas mantiveram atividades remotas, mesmo que tenham voltado às salas de aula. Essa modalidade ainda apresenta uma série de dificuldades, apesar dos esforços para ampliar o acesso. Segundo a pesquisa, os principais canais de acesso dos estudantes às atividades são o WhatsApp (71%) e a distribuição de material impresso (69%). A falta de acesso à internet (35%) e a falta de equipamento adequado (31%) estão entre as principais dificuldades para realizar atividades escolares remotas, sobretudo entre as famílias mais pobres.

Retomada segura

Para a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, a retomada das aulas presenciais é importante, mas ela deve ser feita de forma segura. “É fundamental um diálogo para cada escola, em cada município, cada estado e nos diversos níveis. Que aconteça esse diálogo entre a comunidade escolar, ou seja, todos os adultos que trabalham na escola, os professores, as famílias, as crianças, para definir o protocolo que é mais adequado naquele momento, naquela situação”, diz.

Segundo Florence, a escola é um espaço importante para garantir não apenas o aprendizado, mas também a socialização e até mesmo a segurança alimentar das crianças e adolescentes do país, sobretudo aqueles em situação de vulnerabilidade. “O importante é que esse diálogo aconteça o quanto antes e que as escolas possam reabrir, mesmo se for com atividade presencial limitada no começo. Mas, é importante reafirmar e restabelecer a escola como espaço de referência para crianças e adolescentes”, defende.

A pesquisa mostra ainda que as medidas individuais de prevenção à pandemia se mantiveram em alta. Entre os entrevistados, 81% afirmam que quarentena e isolamento social são medidas muito importantes para conter a covid-19. Em julho de 2020, eram 84% e em novembro, 81%. Além disso, 94% reforçam a importância do uso de máscaras, percentual que aumentou em relação a novembro, 91%.

Impactos

Mais da metade, 56% dos entrevistados, diz que a renda familiar diminuiu desde o início da pandemia, o que representa 89 milhões de brasileiros. As classes D e E foram as mais afetadas. Cerca de 40% dessa parcela da população teve uma redução da renda em mais da metade. Na classe A essa redução ocorreu para 12%. Entre os motivos está a perda de emprego. No total, 18% disseram que estavam trabalhando antes e mesmo durante a pandemia e agora não estão mais.

A alimentação também foi impactada. A pesquisa mostra que, desde o início da pandemia, 17% dos entrevistados, o que equivale a 27 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, declaram que alguém no domicílio deixou de comer porque não havia dinheiro para comprar mais comida. Nas classes D e E, esse percentual chegou a 33%.

A fome chegou também a crianças e adolescentes: 13% disseram que crianças e adolescentes que moram com eles deixaram de comer por falta de dinheiro. Nas classes D e E, esse percentual foi também 33%. Entre aqueles matriculados em escolas públicas, metade afirmou que recebeu alimentação da escola durante o período de fechamento por causa da pandemia.

Diante desse cenário, 56% dos entrevistados disseram que o adolescente com quem moram apresentou algum sintoma relacionado a transtornos mentais durante a pandemia. Entre eles, 29% disseram que os jovens apresentam mudanças repentinas de humor e irritabilidade; 28% que tiveram alterações no sono como insônia ou excesso de sono. Também 28%, disseram que houve diminuição do interesse em atividades rotineiras.

Segundo Florence, políticas públicas como o Auxílio Emergencial são importantes para mitigar esses efeitos da pandemia. Além disso, é necessária uma articulação entre diferentes áreas dos governos para que medidas de assistência, saúde e educação cheguem a toda a população.

Pesquisa

A terceira etapa da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes fez 1.516 entrevistas, por telefone, entre 10 e 25 de maio de 2021. A primeira e a segunda rodada da pesquisa foram divulgadas em agosto e dezembro de 2020, respectivamente.

A crise econômica trazida pela pandemia do novo coronavírus fez o endividamento das famílias bater novo recorde no Brasil. Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostram que, em março, o endividamento das famílias com o sistema financeiro chegou aos 58%. Este é o maior porcentual da série histórica, iniciada em janeiro de 2005.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas bancárias dividido pela renda das famílias no período de 12 meses. Como incorpora dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE, o porcentual possui certa defasagem.

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Por isso, o resultado divulgado nesta segunda-feira é de março.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias - que geralmente abarcam um montante considerável da renda das famílias -, ainda assim o endividamento ficou em níveis elevados, de 35,7% em março. O porcentual também é recorde para a série histórica.

Em função da pandemia, muitas famílias brasileiras têm tido dificuldades para fechar as contas. Uma consequência disso é a procura maior por crédito, com consequente aumento do endividamento. Para se ter uma ideia, em março do ano passado - no início da pandemia -, o endividamento total das famílias estava em 49,4%, um porcentual 8,6 pontos porcentuais menor que o visto em março deste ano.

Os dados do BC mostram ainda maiores dificuldades para as famílias pagarem as obrigações mensais dos empréstimos e financiamentos bancários. O comprometimento da renda mensal com essas dívidas ficou em 30,5% em março, acima dos 30,0% de março do ano passado. Se o financiamento imobiliário for excluído da conta, o comprometimento da renda ficou em 27,9% em março, ante 27,7% em março do ano passado.

Concessões

Os dados mais gerais do BC, atualizados até maio, mostram que, no mês passado, as concessões pelos bancos no crédito livre subiram 2,2% ante abril, para R$ 347,5 bilhões. Nos 12 meses até maio, a alta foi de 2,0%. O crédito livre reúne operações em geral, com exceção das que utilizam recursos da poupança e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os dados não levam em conta ajustes sazonais. Eles são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas.

Em maio, no crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 4,3%, para R$ 178,6 bilhões. Em 12 meses até maio, há alta de 4,8%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões subiram 0,2% em maio ante abril, para R$ 168,9 bilhões. Em 12 meses até maio, o recuo é de 0,9%.

Cartão de crédito

Em meio às dificuldades das famílias para fechar as contas, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 6,5 pontos porcentuais de abril para maio, informou o BC. A taxa passou de 336,1% para 329,6% ao ano. O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 165,7% para 164,4% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 65,5% para 62,0% ao ano.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.

O avanço da Covid-19 nas cidades brasileiras em 2021, ano em que os indicadores da pandemia bateram recordes no País, levou diversas famílias a recorrer a serviços de hospitais privados em momentos de urgência, na expectativa de conseguir acesso a leitos e assistência que não encontraram na rede pública. Agora, diante de contas com cifras que chegam a centenas de milhares de reais, se mobilizam para honrar as dívidas que se acumularam.

Relatos de dívidas com instituições particulares de saúde se multiplicam nas redes sociais. São famílias que buscam ajuda de conhecidos e desconhecidos para pagar contas de hospital.

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Em alguns casos, os pacientes não sobreviveram e o luto se mistura à batalha para reunir a quantia devida. A mobilização também envolve rifas e vaquinhas online e gente que teve de vender veículos e até a própria casa.

Segundo entidades de hospitais privados e especialistas, os custos para internar pacientes, já elevados, cresceram ao longo do ano, por causa da alta no preço dos remédios, como o kit intubação. Nessas situações, apontam, há ainda risco grande de inadimplência.

Enquanto a família de Gustavo Ferreira, de 22 anos, enfrenta um processo doloroso após a morte prematura do jovem, também deve enfrentar outra adversidade: uma dívida hospitalar que chega a R$ 219 mil. "A gente foi surpreendido com a conta do hospital", afirma Victor Vasconcelos, primo de Gustavo.

A primeira conta lançada pelo Hospital Santa Juliana, em Rio Branco, foi de R$ 104.795,55 e somente o gasto com medicamentos ultrapassa R$ 60 mil. Imersos nessa situação, o processo de luto foi negado aos pais de Gustavo.

"Quis dar aos meus tios o direito de sofrer", diz Victor, que iniciou uma campanha online para auxiliar o pagamento da dívida. Por se tratarem de contas altas, mesmo após significativa mobilização nas redes sociais, a vaquinha ainda não alcançou um terço do valor total necessário.

Transferência

Logo quando a família da educadora Eliete Maia, de 42 anos, soube que a situação dela era grave - 90% do pulmão comprometido -, cogitou-se transferi-la do hospital público em que estava internada na capital acriana para o Santa Juliana, o mesmo em que Gustavo ficou hospitalizado. A possibilidade foi descartada rapidamente após indicações de médicos locais que orientaram mover a paciente para um hospital de São Paulo, onde Eliete teria mais assistência.

Entretanto, no auge da pandemia, a luta pela vida requer gastos elevados. Com um depósito inicial de R$ 50 mil, Eliete foi transferida para o Hospital Incor, na capital paulista, no dia 11 de junho. Segundo a sobrinha dela, Patrícia Andrade, a diária do centro médico chega a R$ 10 mil e os honorários médicos alcançam R$ 2 mil.

Para pagar toda a conta médica, Patrícia também promoveu uma vaquinha online para arrecadar recursos e a família já recorreu a empréstimos, vendeu um carro e colocou a casa à venda. "A vida dela é tudo", afirma a sobrinha.

Sobreviventes que receberam alta do hospital também foram surpreendidos com uma dívida alta. É o caso do professor Alexandre Guidice, de 35 anos. Mesmo com plano de saúde, após dez dias de internação no Hospital Primavera, em Aracaju, o professor foi recebido com uma fatura de mais de R$ 100 mil. "São valores que a gente não sabe de onde tiram", afirma a mulher, Mariana Moura, de 31 anos.

Ela relata que, enquanto o marido estava intubado, a conta foi enviada via aplicativo de mensagens sem detalhamento de quais serviços estavam incluídos na cobrança. O valor é referente aos três dias em que o plano não cobriu as despesas da internação. Sem condições para quitar a dívida, Mariana agiu de imediato e, assim como boa parte dos endividados, lançou uma campanha virtual.

Com as doações, conseguiu pagar 40% da conta, mas o restante continua em negociação. Apesar da preocupação com a dívida, hoje ela tenta se concentrar na recuperação de Guidice, que ainda necessita de fisioterapia, fonoaudiologia e cuidados extras com uma lesão na perna que adquiriu durante a internação.

Os pais internados e uma conta difícil de ser ignorada: esse também foi o cenário enfrentado pela jornalista Narjara Costa, de 37 anos. Para internar a mãe Edileusa, de 61 anos, no hospital privado São Camilo em Macapá, vendeu seu carro e deu entrada de R$ 15 mil.

Pouco tempo depois, o pai Ronaldo, de 64 anos, também precisou ser internado por causa da covid-19. Os custos das permanências na UTI alcançaram R$ 30 mil, por dia. "Muitas pessoas falaram que eu era corajosa por fazer isso, mas o que você não faz por quem você ama?"

Edileusa recebeu alta do hospital, mas Ronaldo não sobreviveu. Em meio à dor do luto, as dívidas não param de se acumular. Para obter recursos, Narjara recorreu a rifas e vaquinhas nas redes sociais. Da conta de R$ 318 mil, ainda restam R$ 227 mil.

A casa de Edileusa foi colocada à venda, mas o processo de negociação da dívida está parado, segundo a família, por causa de entraves com o Hospital São Camilo. "Eles pressionam muito e não negociam. E quando negociam é muito difícil de pagar. Ali você tem de ter dinheiro", afirma Narjara.

Pressão da pandemia

Cobranças de valores altos não envolvem, necessariamente, preços abusivos ou irregulares, mas ilustram a pressão causada pela crise sanitária. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) divulgou neste mês comunicado no qual detalha os custos das internações privadas de Covid-19.

Segundo a organização, em abril, o custo médio por paciente por mês em UTI estava em R$ 100,6 mil, aumento de 27% em relação ao mês de janeiro, variação que também se relaciona com a alta de preço dos medicamentos do chamado kit intubação.

"Se envolver intubação e ventilação mecânica, os materiais e medicamentos utilizados são extremamente caros. Além disso, numa UTI a equipe assistencial fica ao lado do paciente 24 horas", diz Walter Cintra, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

Isso pode explicar as altas faturas recebidas no caso de pessoas que precisaram recorrer ao sistema privado de saúde. Esses eventos catastróficos, como são chamadas as internações de pacientes em estado grave, também apresentam um enorme risco de inadimplência, uma vez que muitos pacientes são internados em um ato de desespero da família.

Como saída para evitar dívidas de internações, conforme Cintra, os hospitais particulares costumam tentar transferência do paciente para um hospital público. "O que, no presente caso, é muito difícil de conseguir, uma vez que o paciente buscou o serviço privado exatamente por não conseguir vaga no SUS."

Embora cada história apresente algum problema particular, a realidade que enfrentam é um reflexo estrutural do esgotamento nos hospitais públicos brasileiros. "Há uma demanda de assistência superior à capacidade de atendimento", afirma Cintra.

Enquanto o Brasil já registra mais de 500 mil mortos pela Covid-19, reverter essa situação pode ser uma tarefa árdua e que deve se estender a longo prazo.

Associação

Procurada pela reportagem, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em nota, respondeu que a legislação impossibilita o pagamento antecipado em casos de emergência. Além disso, os acordos são permitidos entre paciente, hospital e seguradora.

Sobre situações semelhantes às que foram apresentadas nesta reportagem, a Anahp afirma que "não pode nem deve participar ou conhecer detalhes de operações comerciais ou financeiras de seus associados".

Até o domingo, nenhum dos hospitais mencionados respondeu aos questionamentos enviados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Após Arcrebiano ser eliminado, por não se sentir confortável com o jogo, e a equipe Calango curtir um super luau com Wesley Safadão, os 11 participantes do No Limite tiveram que encarar novos desafios. Durante o sexto episódio do reality, que foi ao ar nesta terça-feira (15), os ex-BBBs admitiram estar cansados e relembraram a importância da família durante os momentos difíceis.

"Depois de alguns dias, a gente começa a ficar um pouco cansado por estar sem tomar banho, sem dormir direito, tomando chuva, então, peraí, vamos resgatar o que me trouxe até aqui", disse Paula Amorim.

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Já Kaysar fez a diversão dos Calangos ao tentar laçar algumas vacas que estavam perto do acampamento, mas fugiu quando avistou o boi.

"Tinha uma vaca e do nada apareceram cinco outras com filhote. E do nada apareceu um boi. Quando ele me viu, deu aquela paradinha de lado e enfrentou. Ele virou a cara, andou um pouquinho, aí andei um pouco, ele parou e me olhou. Aí falei que não dava mais. Não tem como encarar um boi, pelo amor de Deus. Ai voltei e fugi de lá", disse o sírio.

Por outro lado, se era para tombar, Jéssica tombou! Desapontada, a ex-sister reclamou do gelo que estava levando do sírio e disse que a sua relação com ele não era a mesma do BBB.

"Lá, a gente era muito próximo. Não sei se ele ficou com receio da gente criar essa conexão e se juntou muito com a Gleici. É uma pessoa que eu ainda piso um pouco em ovos. A gente está próximo, mas acredito que eu seja uma opção de voto".

Na Prova do Privilégio, as tribos foram vendadas e tiveram que ser guiados em um circuito por outro integrante para encherem toneis de areia. Além de conquistarem os costumeiros suprimentos, André Marques anunciou que os vencedores também ganhariam uma mensagem, uma foto e um objeto pessoal da família dos participantes. Carcará não pestanejou e garantiu a vitória e os mimos.

"Foi o combo completo para recarregar minha bateria 100%", comentou Paula.

No entanto, Kaysar não deixou a derrota acabar com o alto astral e... Ficou pelado! Isso mesmo, o sírio decidiu tirar a roupa para se refrescar e mandou nudes para os amigos.

"Kaysar, você tá levando isso aqui a sério demais, hein?!", riu Peixinho.

Durante a Prova da Imunidade, eles tiveram que jogar cocos no cesto. Quem derrubasse primeiro os dois cestos da equipe adversária, se livraria do Portal da Eliminação. Carol Peixinho e Gleici erraram as tentativas, fazendo com que Carcará conquistasse mais uma semana no programa e Calango mandasse Gleici para casa.

Foto: Reprodução/Tv Globo

 O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com as secretarias estaduais de Segurança Pública, promoverá, entre as próximas segunda (14) e sexta (18) uma campanha nacional de coleta de DNA de famílias que possuem membros desaparecidos. A ação será promovida em todos os estados e no Distrito Federal, com o intuito de atualizar os dados de pessoas não localizadas. Em Pernambuco, os atendimentos serão realizados nas cidades de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Palmares, Nazaré da Mata, Caruaru, Arcoverde, Garanhuns, Afogados da Ingazeira, Salgueiro, Ouricuri e Petrolina.

“A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas tem como objetivo chamar todas essas pessoas que estão procurando um ente querido que está desaparecido, não importa há quanto tempo, para que procurem os postos de coleta e forneçam o seu DNA. Esse DNA vai ser cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos e vai ser mais uma ferramenta que nós vamos utilizar para tentar localizar essa pessoa desaparecida”, explica o coordenador da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos do MJSP, Guilherme Jacques.

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De acordo com o ministério, cerca de 80 mil pessoas desaparecem todos os anos. Para maior efetividade do cruzamento de dados, a recomendação é a de que se apresentem para coleta apenas familiares de primeiro grau da pessoa desaparecida, como pai, mãe, filhos e irmãos. Também é possível extrair o DNA da pessoa não localizada de itens de uso pessoal, a exemplo escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos.

“Depois que o familiar tiver doado seu DNA, esse DNA vai para um laboratório onde ele vai ser analisado e será obtido o perfil genético que será inserido, então, no Banco Nacional de Perfis Genéticos. É nesse banco que ele será confrontado com outras amostras que têm lá, seja de restos mortais não identificados ou de pessoas de identidades desconhecidas”, explica Jacques.

Para se submeter à coleta, o voluntário precisa procurar o local indicado pela secretaria de Segurança de seu estado. A relação está disponível no site do MJSP. Confira os pontos de atendimento em Pernambuco:

Recife

Instituto de Medicina Legal Antônio Persivo Cunha 

Endereço: Rua Marquês do Pombal, 455, Santo Amaro, Recife/PE.

CEP 50100-170

Telefone: (081) 31815388

Paulista

Posto do Instituto de Medicina Legal Antônio Persivo Cunha - Paulista

Endereço: Rua Francisco Santiago da Costa, 2, Centro, Paulista/PE.

CEP 53401-315

Telefone: (081) 31815388

Palmares

Unidade Regional de Polícia Científica - Palmares Endereço: Rua Projetada, s/n, São Sebastião, Palmares/PE. CEP 55545-999

Telefone: (081) 31815388

Nazaré da Mata Unidade Regional de Polícia Cienfica - Nazaré da Mata

Endereço: Rua Leão Coroado, 333, Nazaré da Mata/PE.

CEP 55800-000

Telefone: (081) 31815388

Caruaru

Unidade Regional de Polícia Cienfica - Caruaru

Endereço: Rodovia BR 232, Km 130, s/n, Indianópolis, Caruaru/PE.

CEP 55000-000

Telefone: (081) 31815388

Arcoverde 

Unidade Regional de Polícia Cienfica - Arcoverde

Endereço: Rua Sebastião de Souza Ferraz, 96, Sucupira, Arcoverde/PE.

CEP 56509-160

Telefone: (081) 31815388

Garanhuns

Unidade Regional de Polícia Científica - Garanhuns

Endereço: Av. Ministro Marcos Freire, 490, Heliópolis, Garanhuns/PE.

CEP 55295-480

Telefone: (081) 31815388

Afogados da Ingazeira

Unidade Regional de Polícia Científica - Afogados da Ingazeira

Endereço: Rua Valdevino José Praxedes, s/n, Afogados da Ingazeira/PE.

CEP 56800-000

Telefone: (081) 31815388

Salgueiro

Unidade Regional de Polícia Científica - Salgueiro

Endereço: Rua Joaquim Sampaio, 279 Salgueiro/PE.

CEP 56000-000

Telefone: (081) 31815388

Ouricuri

Unidade Regional de Polícia Científica - Ouricuri

Endereço: Rua Luiz Gonzaga, 260, Renascença, Ouricuri/PE.

CEP 56200-000

Telefone: (081) 31815388

Petrolina

Unidade Regional de Polícia Cienfica - Petrolina

Endereço: Av. Sete de Setembro, s/n, Jardim Maravilha, Petrolina/PE.

CEP 56306-610

Telefone: (081) 31815388

Famílias que desde o último dia 17 de maio ocupam um prédio abandonado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Centro do Recife, fizeram um protesto por moradia nesta segunda-feira (24). Os manifestantes invadiram por alguns minutos o edifício-sede da Gerência-Executiva do INSS, em Santo Amaro, área central do Recife, onde houve um tumulto com a segurança do local. 

Segundo Jean Carlos Costa dos Lírios, que é coordenador estadual do Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT), os manifestantes pretendiam dialogar com algum representante do INSS, mas foram recebidos com truculência. "Alguns funcionários do INSS agrediram companheiros nossos e  a gente se defendeu, porque a gente entende que a autodefesa funciona", diz ele. Há relatos de que os seguranças também foram agredidos.

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Uma equipe da Polícia Militar (PM) esteve no local. O coordenador estadual também acusa um policial de ter apreendido o celular de um manifestante que filmava a ação. O aparelho foi devolvido posteriormente. Pelo menos dois participantes do ato tiveram ferimentos aparentes. "Essas pessoas são todas moradoras do prédio do INSS que estava desocupado há mais de 20 anos, não tinha nenhuma função social. Nós tiramos 15 toneladas de lixo daquele prédio", ressalta o coordenador estadual. A ocupação, instalada no Prédio Segadas Vianna, na Rua Marquês do Recife, recebeu o nome de Leonardo Cisneiros, ativista urbano que faleceu em abril deste ano.

Após deixarem o prédio da Previdência Social, os manifestantes iniciaram uma caminhada pelas ruas do Recife. Eles pleiteavam uma reunião na sede do Governo de Pernambuco. Além de pedir moradia, o grupo faz críticas ao valor do auxílio emergencial e do gás de cozinha, e criticam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em nota, o INSS afirmou que servidores e terceirizados foram agredidos e feridos. Segundo a instituição, os vigilantes fecharam os acessos às dependências, mas o grupo invadiu o prédio e quebrou vidros, divisórias, computadores, móveis e materiais de escritório. A Polícia Federal (PF) está realizando uma perícia no local para avaliar o dano. O INSS já solicitou a integração de posse do prédio ocupado.

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Com informações de Marília Parente. 

Os preços dos combustíveis deram trégua à inflação em abril, mas o reajuste de medicamentos autorizado pelo governo pesou no bolso das famílias. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,93%, em março, para uma alta de 0,31% no mês passado, segundo o IBGE.

Apesar da melhora, a taxa de inflação acumulada em 12 meses subiu a 6,76%, o maior patamar desde novembro de 2016, ante uma meta de inflação de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. A expectativa é que o IPCA encerre 2021 em 5,5%, acima do teto de tolerância (de 5,25%) da meta, previu o sócio-diretor da Macrosector Consultores, Fábio Silveira.

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"Em maio, o IPCA pode até ficar em 0,30%, 0,35%, mas a partir de meados do ano a pressão deverá voltar no que pese a redução do câmbio", disse ele, acrescentando que a inflação atual é puxada pelos preços das commodities no mercado internacional e que o comportamento destes produtos tende a ser mais intenso na segunda metade do ano.

A gestora de recursos Quantitas elevou a projeção para o IPCA de 2021 de 5,38% para 5,65%, mencionando repasse de alta de custos de produção em setores como vestuário e eletroeletrônicos. "Assim, passei a trabalhar com um cenário mais pressionado para bens e serviços ao longo dos próximos meses", justificou o economista João Fernandes, sócio da gestora.

O Banco ABC Brasil também elevou sua previsão para o IPCA deste ano, de 4,90% para 5,40%, devido a pressões adicionais em alimentos e bens industriais, mas também pela expectativa de aumento na cobrança adicional nas contas de luz pelo acionamento da bandeira tarifária vermelha.

A queda no preço da gasolina e do etanol foi o principal fator de desaceleração no IPCA na passagem de março para abril, mas a alta mais branda no gás de botijão e a queda na tarifa de energia elétrica também contribuíram para o resultado, afirmou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

Por outro lado, as famílias gastaram 1,19% a mais com saúde e cuidados pessoais em abril, o equivalente a mais da metade (0,16 ponto porcentual) da inflação do mês. A alta foi impulsionada pelos produtos farmacêuticos (2,69%). No dia 1º de abril, foi autorizado o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito Anderson Ferreira sancionou a lei que isenta famílias de baixa renda do município do Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), da taxa de iluminação pública. O decreto foi publicado na edição deste sábado (10) no Diário Oficial do Município.

De acordo com a Prefeitura de Jaboatão, aproximadamente 44 mil famílias não pagarão a taxa de iluminação pública. Essa medida será válida para os meses de maio e junho e beneficiará consumidores cadastrados no CadÚnico com consumo mensal de até 220 kw/mês.

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“É dever do poder público procurar alternativas para minimizar os impactos causados na sociedade pela pandemia do novo coronavírus. Nossa gestão tem implementado uma série de medidas fiscais, econômicas e sociais com o objetivo de aliviar o peso que as ações para conter o vírus têm imposto. Essa busca por alternativas tem sido um exercício diário e um compromisso meu como prefeito do Jaboatão”, disse, por meio de nota, Anderson Ferreira.

A maior parte do público do auxílio emergencial vai receber o menor valor do benefício, que é de R$ 150 mensais, informou o Ministério da Cidadania ao jornal O Estado de S. Paulo. Serão 19,994 milhões de famílias contempladas na categoria "unipessoal", isto é, formadas por apenas uma pessoa. O número representa 43,6% do público total estimado para a nova rodada.

Outras 16,373 milhões de famílias com mais de um integrante vão receber R$ 250, enquanto 9,47 milhões de mulheres que são as únicas provedoras do lar receberão R$ 375. A nova rodada do auxílio emergencial terá quatro parcelas, e o pagamento começou na terça-feira, 6.

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Os dados já haviam sido antecipados pela reportagem, mas nunca foram revelados oficialmente pelo governo, que preferiu centrar seu discurso no "valor médio" de R$ 250. A estratégia foi adotada depois da insatisfação de aliados e dos próprios beneficiários com a redução do valor da ajuda, que começou em abril de 2020 em R$ 600 e caiu a R$ 300 entre setembro e dezembro do ano passado.

Os valores atuais são considerados insuficientes para atender a demandas básicas de alimentação, higiene pessoal e limpeza de uma família. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o custo da cesta básica na capital paulista para uma família de quatro pessoas ficou em R$ 1.014,63 em fevereiro, segundo levantamento da Fundação Procon feito em parceria com o Dieese. O "valor médio" do auxílio cobre menos de 25% do custo. Só o preço do gás de cozinha, por exemplo, já está próximo de R$ 100.

Para ter acesso aos dados oficiais e detalhados, o jornal O Estado de S. Paulo fez a solicitação com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) em 19 de março, um dia após a edição da medida provisória que recriou o programa sob novas regras. No mesmo dia, a reportagem fez pedido igual por meio de assessoria de imprensa do Ministério da Cidadania, mas foi informada de que a pasta ainda estava "consolidando os números sobre a quantidade de pessoas beneficiadas por faixa de valor". A nota técnica com todos os detalhes, porém, foi assinada pelas áreas responsáveis em 15 de março.

No documento, o governo detalha o processo de exclusão de beneficiários que permitiu "afunilar" o programa, chegando ao número de 45,8 milhões de brasileiros que receberão a ajuda. Essa foi uma diretriz adotada pela equipe para limitar o custo do auxílio, que no ano passado ficou em R$ 322 bilhões. Para este ano, estão reservados R$ 44 bilhões.

Mudanças

O critério que mais excluiu beneficiários foi a regra que prevê apenas uma cota do auxílio por família. Até o ano passado, era possível que duas pessoas recebessem a ajuda. Sob o novo critério, foram removidos 6,567 milhões de beneficiários.

A redução dos valores do auxílio também fez com que 2,875 milhões de beneficiários do Bolsa Família permanecessem no programa, que tem valor mais vantajoso para eles, em vez de serem transferidos ao auxílio emergencial. Segundo estimativa do governo, só essa mudança gerou economia de R$ 1,5 bilhão.

Há ainda exclusões de quem não movimentou os valores da primeira rodada do auxílio até outubro de 2020 (751,5 mil) e pela redefinição do limite de renda (188,3 mil). Antes, poderia receber o auxílio quem tivesse renda de até meio salário mínimo por pessoa, ou três salários mínimos por família. Agora, os dois critérios têm de ser preenchidos ao mesmo tempo - o que elimina, por exemplo, uma família de apenas duas pessoas com renda de dois salários mínimos.

Para justificar os valores da nova rodada do benefício, o governo calculou o "hiato" entre a renda habitual dos trabalhadores e o que foi efetivamente recebido. Esse hiato seria a perda de renda durante a pandemia e uma medida do impacto do distanciamento social.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A crise provocada pela pandemia da Covid-19 deixa rastros em vários setores da economia. Um exemplo é o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou 14 milhões de brasileiros desempregados. Sob o caos econômico, famílias foram obrigadas a reaver as práticas de consumo e precisaram cortar gastos.

Pais e mães responsáveis pelas principais rendas dos familiares, de repente, perderam suas únicas fontes de recursos. A crise fez com que papéis se invertessem em muitos lares brasileiros, como no caso de estagiários que tiveram suas bolsas mantidas e passaram contribuir com seus familiares. Em algumas situações, os jovens estudantes, antes munidos com ajudas financeiras de seus pais, tornaram-se os únicos provedores de renda de suas casas.

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Itallo Olimpo é estudante de jornalismo e tem 21 anos. A renda de sua família era é formada pelo seu salário, o do pai e os ganhos oriundos de "bicos" que a mãe fazia como diarista. O rapaz conseguiu um estágio na área de Comunicação Social em uma empresa de tecnologia e foi nesse mesmo período que o auxílio emergencial de sua mãe acabou.

A mãe do jovem se viu em uma situação complicada em que tinha que decidir entre sair para trabalhar e manter a renda ou arriscar os familiares mais vulneráveis diante da Covid-19. Com a família em casa - Itallo reside em outro local, arcando com aluguel -, durante decretos de lockdown em Pernambuco, os gastos extras com luz aumentaram e a alimentação começou a ficar mais cara. Itallo, por sua vez, resolveu assumir algumas obrigações de seus pais, mesmo tendo que arcar também com suas contas pessoais, como as mensalidades do aluguel da residência em que vive. “Decidi ajudar, minimamente, para que ela se resguardasse o máximo possível, com um valor aproximado do que ela costumava ganhar semanalmente com as faxinas”, conta o estagiário.

De acordo com a edição 2019 da Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio, do Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios, os estagiários recebem em média, no Brasil, R$ 1.007,06. O levantamento é realizado desde 2008.

Segundo o economista Tiago Monteiro, o desemprego registrou altos índices na pandemia por causa do processo de isolamento social. Com as pessoas em casa sem trabalhar ou consumir, as empresas não têm como produzir ou para quem vender, logo não necessitariam manter o mesmo corpo profissional com custo elevadíssimo.

"O desemprego vem naturalmente como uma redução de custo no nosso país, é por isso que vimos um mar de desempregos sendo jogados ao mercado durante o ano passado e que na verdade ainda foi uma ‘cereja do bolo’ se comparado ao alto índice de desemprego por causa da crise econômica de 2015 e 2016”, explica Monteiro.

O economista lembra também aqueles que estão na informalidade e que não são considerados desempregados. Com relação ao auxílio, ele afirma que veio para tentar dar fôlego para os informais, aquelas pessoas que não tinham trabalho formal e que precisavam ter algum tipo de receita. A paralisação do auxílio emergencial não afeta apenas a sobrevivência das pessoas, mas também os negócios que utilizam essa renda para girar a economia.

O Instituto Euvaldo Lodi em Pernambuco (IEL-PE) fez um levantamento entre março de 2020 e março de 2021 que registrou aproximadamente 2 mil rescisões de estagiários. “Isso não quer dizer que os números permaneceram os mesmos ao longo do período, já que é provável, no decorrer desse último ano, que alguma vagas tivessem sido reativadas quando o cenário apresentou uma melhora”, aponta o IEL, por meio da sua assessoria de comunicação.

Atualmente, a instituição conta com mais de 3 mil contratos efetivados em 2020 e 2021. Juliana Nogueira, gestora do IEL-PE, destaca: “O estágio é uma etapa importante no processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno, porque promove oportunidades de vivenciar, na prática, conteúdos acadêmicos, além de adquirir conhecimentos e desenvolver competências relacionadas à profissão escolhida pelo estudante. O estágio, além de ser o primeiro contato com o mercado de trabalho, permite a troca de conhecimentos através da vivência diária, da construção, como também é um meio de subsidiar as duas próprias despesas por meio da remuneração”.

O IEL-PE projeta inserir mais de 5 mil estagiários no mercado de trabalho em 2021. Tiago Monteiro frisa a mudança de postura quando o estagiário se torna provedor do lar: “Quando a pessoa se torna a gestora do lar, tanto operacionalmente quanto financeiramente falando, infelizmente ela precisa entender que ela precisa levar o longo prazo como uma das principais metas da vida dela. Ou seja, pensar em contas a pagar, o quanto ela vai receber, o que é necessidade e o que é supérfluo, comida, é um re-arranjo da operação da família da pessoa. Ela precisa se enxergar como uma empresa”.

O economista orienta que o ideal é deixar sempre o saldo positivo sem faltar nada, mas reconhece que não é uma tarefa fácil. No entanto, com o passar do tempo, o estagiário pode aprimorar a sua vida financeira.

Para o segundo semestre de 2021, o economista projeta recuperação econômica, caso a vacinação em massa contra a Covid-19 seja desenvolvida no País. "A vacinação é crucial para observamos uma melhora no mercado, ela gera confiança no consumidor e nas empresas e isso fará com que a atmosfera fique mais positiva", aponta o especialista.

Anderson convenceu a equipe médica a quebrar o protocolo e permitir que ele conferisse o corpo da mãe: "difícil acreditar". (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Em cima de uma cadeira de balanço, resta uma das poucas imagens que a família de Maria do Carmo de Andrade preservou na casa da matriarca. Nas paredes vazias, não ficou nem o eco dos programas vespertinos de TV, acompanhados pela voz animada com as novidades de uma visita repentina. A casa, localizada na comunidade de Brasilit, bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife, está assim desde o fim de novembro do ano passado, quando Maria se deslocou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, queixando-se de fortes dores na barriga. Ela nunca mais voltou. “Minha mãe descobriu que estava com pedras na vesícula e precisaria de uma cirurgia. Foi encaminhada para o Hospital Getúlio Vargas, onde pegou covid-19. Faleceu da doença antes de fazer a cirurgia, no dia 30 de dezembro”, conta o funcionário público Anderson Oliveira, que se desfez de boa parte dos pertences de Maria, na tentativa de lidar com um processo de luto marcado pela ausência de velório e de despedida de sua mãe.

Nascida em 1950, no Cabo de Santo Agostinho, Maria do Carmo ainda era cortadora de cana quando conheceu, no trabalho na Usina Bom Jesus, seu marido, José Oliveira de Andrade, que faleceu em janeiro de 2020, em decorrência das complicações de um câncer. Quando ele conseguiu um emprego carpinteiro no Recife, o casal se mudou para a capital, onde criou oito filhos. Foi na comunidade de Brasilit, onde Maria era querida pelos vizinhos, que a família passou a maior parte da vida. “Minha mãe gostava muito de conversar com o pessoal, na calçada. Por isso, foi muito difícil quando a pandemia começou. Para ela cumprir o isolamento, tivemos que tirá-la de seu lar e levá-la para a residência da minha irmã, em Boa Viagem, e depois para minha casa, em Nova Morada”, conta Anderson.

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De acordo com o funcionário público, apesar da tensão do isolamento, o período de quarentena ao lado da mãe também contribuiu para a aproximação dos dois. “Hoje em dia, a vida é muito corrida e, infelizmente, o trabalho acaba virando nossa casa e os colegas, nossa família. Minha mãe falava muito sobre o medo de morrer de covid-19, pois já tinha 70 anos e era hipertensa e diabética, além de sofrer de problemas cardíacos”, lembra. Com a mãe isolada do hospital, Anderson só recebia notícias de seu quadro através dos telefonemas diários da equipe médica. “A gente segurou tanto ela em casa e ela acabou pegando covid-19 no hospital. Isso dói muito, é muito difícil, até hoje não acredito muito no que aconteceu, porque foi tudo muito rápido”, lamenta.

Comovida com a falta de despedida entre mãe, filhos e netos no momento da morte, a equipe do hospital quebrou o protocolo de segurança para permitir que Anderson pudesse ver o corpo de Maria do Carmo. “Ao mesmo tempo que não pudemos nos despedir, circulou muito conteúdo sobre enterros de vítimas da covid-19 com caixões vazios. Fiz questão de ver com meus próprios olhos, se aquilo era mesmo real. Minha mãe costumava falar da morte com muita naturalidade, sempre dizia que queria ser enterrada com um vestido branco que ela tinha. Não pudemos cuidar de seu corpo, realizar esse desejo”, completa Anderson.

Antes de se contaminar no hospital, Maria vinha mantendo quarentena rígida na casa dos filhos. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Impossibilidade da despedida

Durante a pandemia da covid-19, a Associação de Cemitérios e Crematórios do Brasil (Acembra) emitiu recomendações rigorosas a respeito dos velórios e sepultamento das vítimas da doença. A instituição defende que as urnas permaneçam lacradas e sejam manuseadas apenas por profissionais que estejam utilizando máscara, luvas e vestimenta descartável. Os velórios devem acontecer em salas equipadas com álcool gel e durar no máximo duas horas, com acesso para apenas 10 pessoas, mantendo distância mínima de um metro umas das outras.

Em caso de sepultamento, o protocolo da Acembra também sugere que haja alternância dos profissionais envolvidos. “Recomendamos algumas formas possíveis para esse rodízio: estipular turnos no esquema 12hs x 36hs possibilitando assim a diminuição do tempo de exposição para os profissionais, revezamento de equipe a cada 3 sepultamentos para permitir a esterilização dos EPIs”, detalha o texto.

De acordo com a psicóloga do luto do cemitério Morada da Paz, Simône Lira, embora sejam necessárias, as medidas de restrição aos velórios e sepultamentos podem dificultar o processo de luto das famílias que perderam entes queridos em razão do novo coronavírus. “Claro que nenhum luto é o mesmo, pois trata-se de um processo individual, que cada pessoa vivenciará de uma maneira diferente. O contexto, pandêmico, contudo, traz uma ausência de rituais e uma impossibilidade de despedida do corpo, que nos ajuda a identificar a concretude da morte. Como se a gente precisasse de acesso ao corpo para perceber, assimilar cognitivamente que, de fato, aquela pessoa morreu”, comenta.

Lira coloca ainda que a pandemia dificulta a prática de suporte social às famílias das vítimas. “Nossa sociedade não é acostumada a lidar com dores e o rito fúnebre é um local onde há autorização social para que os enlutados recebam suporte de outras pessoas. Diante da impossibilidade desses encontros, quem perdeu entes queridos acaba mais exposto à solidão, o que é muito difícil para quem está de luto”, acrescenta.

Nesse sentido, há quem opte pela realização de rituais virtuais, para que amigos e familiares não deixem de oferecer assistência aos enlutados. “Nada que a gente diga vai diminuir ou remediar a dor que a pessoa está sentindo. O que podemos é nos fazer presentes e acolher essa dor, permitir que quem sofre possa falar sobre o ente querido que partiu. Dar espaço de fala, para que o enlutado possa expressar o que precisa”, aconselha.

“O preço do amor”

"Sou o que sou por causa do meu pai", diz Rodrigo. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens) 

A psicóloga explica ainda que o luto é um processo dual, em que o enlutado oscila entre os estados de tristeza e pesar e a orientação de restauração da própria vida, buscando adaptação à ausência física de um ente querido. “A gente costuma dizer que uma vez enlutado, sempre enlutado, mas aquela dor vai deixar ser um todo para ocupar um espaço em você. No fim, o que sustenta um vínculo é muito mais a história do amor do que a da morte, os momentos vivenciados. O luto é o preço do amor”, conclui.

Assim, nem só a dor mantém um laço. Em uma espécie de altar improvisado na sala de estar de casa, o contador Rodrigo Albino reúne suas melhores lembranças com o pai, Antônio Oliveira da Silva, morto aos 83 anos, em decorrência do novo coronavírus, apenas cinco dias depois de apresentar os primeiros sintomas. Fotografias em família, mensagens de afeto, o registro da formatura em direito e a bandeira do Santa Cruz, time do coração da família, denunciam uma presença que a pandemia do novo coronavírus não poderá apagar. “Eu sou o que sou por causa do meu pai, que deixou um legado de caráter e respeito pelas pessoas, pois sempre procurou fazer sua parte como cidadão. A nível profissional, também possuo essa ligação com ele, que se formou em direito, mas exerceu a contabilidade por toda a sua vida, sempre buscando se manter atualizado”, comenta.

Para lidar com o luto, Rodrigo se apega às lembranças do pai. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Dentre as melhores memórias com o pai, Rodrigo cita a alegria das quartas e domingos, quando os dois costumavam frequentar os estádios de futebol juntos. “A paixão pelo Santa Cruz foi um marco em nossas vidas. A gente chegava a viajar para outras cidades, para acompanhar o time. Por isso, hoje, aproveito a oportunidade da entrevista para homenageá-lo, de uma forma que não pude fazer em um velório tão restrito, lembrando seu amor pelo Santa”, comove-se Rodrigo.

Para ele, a religiosidade da família vem contribuindo com a aceitação da morte do pai. “Sem saber que meu pai tinha morrido há dois dias, uma tia minha veio me contar que sonhou com ele, em um lugar de paz e mansidão. Acreditamos que essa foi uma revelação, uma mensagem de Deus para nos confortar. Na família, temos católicos, espíritas, evangélicos e candomblecistas, sem nenhum tipo de preconceito uns com os outros. O que importa é que a fé vem nos ajudando a diminuir nosso sentimento de perda. É com ela que vamos vencer esses momentos difíceis”, conclui Rodrigo.

O endividamento das famílias brasileiras bateu novo recorde em novembro de 2020, em plena pandemia de Covid-19. Segundo dados do Banco Central (BC), as dívidas bancárias atingiram 51% da renda acumulada das famílias nos 12 meses anteriores.

O recorde anterior havia sido registrado no mês de outubro de 2020, com 49,81% dos ganhos. A série histórica começou em janeiro de 2015. Entram na conta todas as dívidas com bancos, incluindo as de financiamento imobiliário.

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Em janeiro de 2019 - ou seja, antes da pandemia -, esse indicador era de 45,19%. O menor porcentual registrado desde o início do levantamento é o de janeiro de 2005 (18,42%), que marca o começo da série histórica.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) elaborou estudo sobre o comportamento do endividamento dos brasileiros em 2020. O levantamento mostra que a média de famílias endividadas no ano passado cresceu 2,8 pontos porcentuais, quando comparado a 2019, alcançando 66,5%. Trata-se do maior resultado anual da série, iniciada em 2010. Apesar de ter alcançado a máxima histórica, a variação do indicador em 2020 foi menor do que a registrada em 2019 (+3,3 pontos porcentuais).

O estudo da CNC também apontou crescimento de 1,5 ponto porcentual na proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso, alcançando 25,5%. Este indicador chegou a começar 2020 com números melhores do que os de 2019.

Assim como em anos anteriores, o cartão de crédito gera as principais dívidas das famílias - 78%, na média de 2020. Em segundo e terceiro lugares, ficaram, respectivamente, o carnê (16,8%) e o financiamento de carro (10,7%).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A quantidade de famílias na faixa de extrema pobreza no Brasil que se cadastraram no Cadastro Único (CadÚnico) ultrapassou a marca de 14 milhões, sendo o maior número desde o ano de 2014.

De acordo com informações do Ministério da Cidadania, quase 40 milhões de indivíduos no país estão na miséria, que são famílias que possuem renda de até R$ 89 por pessoa.

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Já até o mês de outubro, 2,8 milhões de famílias ocupavam a faixa de pobreza, com renda entre R$ 90 e R$ 178 por morador.

Até o mês de dezembro de 2018, o último do governo de Michel Temer, 12,7 milhões de famílias estavam cadastradas na faixa de extrema pobreza. Já sob a presidência de Jair Bolsonaro, a quantidade subiu em 1,3 milhão.

Com o fim do auxílio emergencial e de outros programas colocados em ação por conta da pandemia do novo coronavírus, é esperado que os dados cresçam ainda mais. Até o mês de novembro, 14,3 de famílias estavam aprovadas no Bolsa Família.

Da Ansa

2020 já está pronto para dar adeus e certamente deixará uma impressão histórica no mundo inteiro. No Brasil, a pandemia da Covid-19, que alterou o cotidiano de todo o país, se arrasta em uma nova fase expansiva, com aumento de casos e quase 190 mil mortos pela doença. Com isso, o ‘espírito natalino’ chegou inevitavelmente abalado este ano, mas isso não significa que ele foi embora. É possível fazer o Natal ter ‘cara de Natal’? A instituição família brasileira ainda acredita que sim.

As cidades mais visitadas do país durante este período do ano já cancelaram as suas grandes celebrações de Natal e réveillon, na tentativa de desestimular aglomerações: Recife, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte. São diversos os destinos que alteraram o formato dos seus especiais de Natal, dos espetáculos e até mesmo da chegada do esperado Papai Noel, que sempre reúne multidões em parques e shoppings. A ausência desses momentos da festividade não passou despercebida.

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O cerne do público apaixonado pelo período natalino são as crianças. É comum que elas preencham todos os espaços possíveis onde haja uma luzinha verde ou vermelha piscando. Na casa da jovem Isabel Albuquerque, de 22 anos, moradora de Barra de Jangada, no Grande Recife, são três as pequenas que se animam com a chegada do Natal. Celina, a mais velha entre as crianças, completa oito anos em janeiro. Segundo Isabel, ela já entende o período e está com o coração em paz por não poder comemorar como nos outros anos.

“Celina entende que não está 100% normal. Está próximo do normal no nosso caso, porque sempre passamos em família e mantemos isso, com a família estando próxima, mas ela percebeu que não poderemos receber amigos, ninguém. Não vai poder descer pra brincar embaixo do prédio, vai ficar dentro de casa. Ela sabe que é por causa da Covid”, explicou.

A situação é um pouco diferente com as suas duas filhas, as outras crianças da casa. Helena, de apenas um ano e sete meses, não entende nada do que se passa e aproveita toda e qualquer comemoração da mesma forma. Já Flora, aos três anos, já consegue ter uma noção maior de falta, mas a mãe explica que não dura muito tempo.

“Florinha não entende muito o que está acontecendo, não sabe o que é a doença. Ela é muito fã do Papai Noel, muito fã do Natal. Eu não a levei para vê-lo no shopping, para não me aglomerar por um motivo fútil, a saúde dela está em primeiro lugar. Ela perguntou muito por ele. Teve uma campanha de um shopping daqui que você colocava o nome da criança, o que ela gostava e a idade, e surgia uma mensagem de vídeo automática, enviada pelo Noel. Isso foi o que eu consegui adaptar pra ela ter esse contato com a fantasia do Papai Noel. Ela viu que ele falou com ela, se importou, então já passou a curiosidade por ele”, conta a mãe, que também ressalta a importância de conseguir se adaptar. 

Albuquerque explica que a filha mais velha está animada, apesar de notar a diferença. Por ser pequena, a responsável fala que Florinha não tem lembranças “muito claras”, então não existe “novo normal” para ela, apenas o normal e a curiosidade. Ela completa dizendo que investirá também no streaming e em filmes natalinos “para acalmar um pouco”.

Perguntada sobre como celebrará o feriadão este ano, Isabel reafirmou que a celebração típica em família acontecerá normalmente. De base cristã, ela, o esposo, os pais, as filhas e a irmã aproveitarão a ceia natalina a partir da meia-noite, como de costume. No entanto, sente falta da vivência no próprio bairro, que não acontecerá pela primeira vez em anos.

“Eu sempre passo (o Natal) em casa. Minha família é cristã e fazemos a cena à meia-noite. Antes da ceia, temos o costume de ir à missa, ver o teatrinho do nascimento de Jesus, do qual minha irmã participava sempre. Na pracinha perto de casa, tinha apresentação de pastoril, às vezes chegava até um Papai Noel e a gente passeava com as crianças, para poder estender até a hora da ceia sem estresse. Só que esse ano não vai ter isso. A gente investiu em mais presentinhos e numa troca no momento da ceia para substituir o que não faremos desta vez”, disse a filha mais velha de toda a casa.

Finalizando, a jovem também compartilhou que não se arriscou em levar as meninas aos shoppings, como costumava fazer, para ver a decoração, as luzes e o Papai Noel, mas diz que as crianças entendem o momento de forma diferente dos adultos, e que elas “estão felizes porque passarão o Natal com as pessoas que mais amam, com o vovô, com a vovó, a família”.

Enquanto a família Albuquerque aproveita o Natal lado a lado, a jornalista Jade Andrade Arraes, de 26 anos, ficará sem ver os Andrade nas solenidades de fim de ano pela primeira vez em sua vida. Natural do Recife, ela mora com o esposo em Maringá, no Paraná, há quase dois anos. Dentre os vários fatores que a impedem de voar para perto da família, a pandemia é o principal deles e influenciou bastante em um outro, que é o financeiro. Em outubro ela esteve em Recife para visitar a família, mas as expectativas eram bem diferentes para a futura volta.

“Nessa época do ano todo mundo do Sul quer ir pro Nordeste, as passagens estão altíssimas. Eu não vou passar férias, vou visitar a minha família, mas pago por preço de turista. Ainda assim, mesmo com o preço alto, se não fosse a pandemia, a gente daria um jeito, faríamos um esforço para ir, ficaríamos menos tempo. A gente tinha outros planos para esse final de ano. Não quero expor os meus avós principalmente, pegar um avião agora seria super complicado. A última vez que estive em Recife, descobri que uma amiga minha, com quem tive muito contato assim que cheguei, tinha testado positivo. Fiquei em quarentena, sem ver os meus avós como queria, precisei fazer um (exame) RT-PCR. Até agora já fiz três, mas todos deram negativo”, ela compartilha, aliviada. 

Jade diz que todos ficaram “arrasados” com a distância e que, dessa vez, a  frustração veio em “bloco”, pois passará Natal e réveillon sem voltar ao Recife. A jornalista sempre celebrou junto à família do marido em uma das festas, e com a própria família na outra, ou vice-versa.

“Como eu tinha uma passagem marcada para Recife, já existia uma expectativa muito grande criada. Tanto que quando eu fui em outubro, a gente tinha dado um ‘até breve’ muito certo, pensando “ah, daqui a dois meses a gente vai se ver de novo, a gente vai estar se abraçando de novo, vai passar muito rápido” e não vai ser isso. Frustrou um pouco tudo o que a gente tinha planejado porque já era algo programado. E eu sou muito apegada à minha família. Eu estou animada para passar o Natal em casa, é o primeiro em uma casa nova. Mas ao mesmo tempo estou triste. Se eu pudesse, trazia todo mundo para cá, mas não dá”, explica Andrade.

Para compartilhar a celebração, ainda não há nada planejado, mas com certeza participará de uma videochamada com os pais e demais familiares. Ela diz que a videochamada faz parte da sua vida desde o primeiro ano em que se mudou para o Sul, e tudo sempre é motivo para uma conferência, um barulho.

“Fazemos quase todos os dias, e em todas as festas, sem exceção. Desde o meu primeiro ano longe, sempre que é a hora do parabéns de alguém, a cantoria só começa quando eu atendo o celular pra chorar. No Natal não será diferente. A gente não se programou, mas tenho certeza que o meu telefone ou o deles vai tocar. Vai ser bem complicado, porque virá aquele sentimento de frustração que falei, mas quero não pensar muito nisso”, finalizou.

A comunicóloga irá passar o Natal em Maringá, ao lado do esposo, de uma amiga e da sogra, que se mudou para a cidade recentemente. Por enquanto, sem previsão de retorno à terra natal.

O fim de ano no Recife

No último dia 11, a Prefeitura do Recife cancelou a tradicional queima de fogos na praia de Boa Viagem. Os espetáculos de Natal foram adaptados para programações de rádio, exibições de forma remota ou com público reduzido. A gestão ainda não divulgou se o lockdown será retomado como já acontece em São Paulo.

Para o réveillon, o substituto para o show de pirotecnia será um show de luzes projetadas em pontos altos e estratégicos da cidade, evitando aglomerações nas ruas, calçadões e praias. Para a maior parte das famílias, o encerramento do ano será caseiro e mais restrito, conforme tem se estimulado por todo o Brasil.

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do coronavírus (Covid-19) e, diante da nova realidade, muitas famílias pretendem economizar ao máximo nas comemorações natalinas, além de adotar medidas de segurança.

A família da cantora e jurada do programa "Canta Comigo Teen" (Record TV), Tatiana Pinheiro, 46 anos, de Petrópolis (RJ), celebrará o Natal em casa, com o marido, filho e animais de estimação. Por já terem aproveitado as promoções da Black Friday, não será feita trocas de presentes. "Nos reuniremos num jantar gostoso e vamos assistir a algum filme natalino na Netflix", adianta.

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A cantora também deseja se reunir de maneira virtual com outros parentes. "Será para desejar Feliz Natal e matar a saudade. Nada que dure mais do que 30 minutos, com sogra, irmãos, sobrinhos e cunhados", comenta.

A cantora Tatiana Pinheiro com o marido e o filho | Foto: Arquivo Pessoal

Já a família da digital influencer Talita Bazilio, 22 anos, de Barra da Tijuca (RJ), pretende fazer uma noite de Natal especial. Ela celebrará ao lado do marido e dos dois filhos. "Será o primeiro Natal do meu filho Huriel, de 8 meses. E também será na nossa casa nova. Decidimos comemorar em família, com amigo oculto e ceia", relata.

Por medidas de segurança, Talita reduziu o números de convidados da ceia e se comunicará com parentes distantes por meio de aplicativos e por telefone. Os presentes também serão enviados aos que não comparecerem ao jantar.

A digital influencer Talita Bazilio com o marido e os filhos | Foto: Arquivo Pessoal

Para um Natal econômico

A crise sanitária abalou a economia de muitas famílias. Para ter uma festa natalina sem prejudicar o bolso, é preciso realizar um planejamento financeiro e decidir um teto de gastos realista. "Leve em consideração todas as pessoas que você gostaria de presentear e também quais outros itens você planeja comprar, como itens de decoração e até alimentos específicos para essa data festiva", recomenda o contabilista e sócio diretor do Grupo Quality, Roberto Galvão. Ele lembra que também devem ser considerados os gastos futuros, como aqueles que vem na virada do ano: IPVA, IPTU e matrícula escolar.

Para não fugir do orçamento disponível, é preciso avaliar os gastos das compras de presentes. "Você pode começar a avaliar as pessoas que são mais especiais para você ou aquelas que você quer dar um presente mais caro. Com base nisso, fica fácil verificar, a partir do planejamento, qual o valor disponível para presentear cada pessoa", indica Galvão, que também aconselha a realizar pagamentos à vista sempre que possível. Dessa maneira, não serão acumuladas parcelas para os próximos meses.

O contabilista também aconselha a evitar compras não seguras, em sites que não oferecem telefone, endereço e CNPJ. Outra dica, é fugir de gastos com artefatos natalinos, já que, devido o aumento da demanda, os preços ficam elevados quando comparados a outras épocas do ano. Além disso, alguns enfeites luminosos causam muitos gastos extras com energia elétrica, e alguns itens mais baratos consomem muito mais. "Para muitas famílias, esse é um gasto a mais que acaba passando despercebido, mas que faz bastante diferença no final do mês", alerta.

Também é importante evitar alimentos de procedências desconhecidas. Devido a alta demanda, muitos produtos típicos do Natal são fabricados em grandes quantidades, e isso pode gerar quedas em fatores de qualidade, higiene e refrigeramento. "Verifique sempre a origem dos alimentos que você deseja comprar para evitar gastar dinheiro com itens estragados", finaliza Galvão.

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