Tópicos | Ocupação Leonardo Cisneiros

[@#galeria#@] 

Moradores da ocupação Leonardo Cisneiros, no Centro do Recife, protestaram na tarde desta terça-feira (17), após um ano cobrando respostas do poder público sobre regularização da moradia de cerca de 120 famílias que moram hoje no antigo prédio do INSS. O edifício abandonado, que fica na Rua Marquês do Recife, no bairro de Santo Antônio, foi ocupado em 17 de maio de 2021, exatamente um ano atrás.  

##RECOMENDA##

“Essa grande mobilização hoje é em comemoração de um ano da ocupação Leonardo Cisneiros. Ela é para cobrar política pública eficiente, principalmente do Governo Federal, que ainda não tomou uma posição em relação à doação do edifício. E também cobrar da Prefeitura do Recife políticas públicas de habitação. A gente não sabe qual a política implantada hoje em Pernambuco. São 120 famílias que não estão no prédio porque querem, mas porque precisam de moradia de qualidade”, afirma Jean Carlos, coordenador estadual do Movimento de Luta e Resistência Pelo Teto (MLRT).

O ativista esclarece também que o diálogo entre os ocupantes e a gestão municipal é bom, mas que diante da urgência, não há condições de estender a situação de irregularidade por mais tempo. “Nós temos tido um diálogo muito bom com a Prefeitura do Recife em relação à saúde, educação e vigilância sanitária, mas a gente está precisando de uma política efetiva, é a PCR e o Governo dizerem que vão pedir aquele prédio ao Governo Federal”, conclui. 

[@#video#@] 

Os manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam a passagem pela avenida Martins de Barros. O protesto foi um apelo à Prefeitura do Recife e ao Governo de Pernambuco, de quem os moradores solicitam intervenção desde o ano passado. Moradores temem despejo, uma vez que a decisão federal que assegurava a existência de ocupações em todo o país perde validade no próximo dia 30 de junho. 

De acordo com a decisão do ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a vigência da lei que barra despejos e desocupações em áreas urbanas e rurais em razão da covid-19 vai até o dia 30 do próximo mês. O prédio que hoje abriga a ocupação Leonardo Cisneiros é propriedade federal e precisaria de mediação das esferas municipal e estadual para viabilizar uma possível liminar de legitimação da moradia. 

“A gente queria ser visto. Queríamos que o poder público olhasse pra gente. Até porque, dia 30 acaba a lei e a gente tem medo de ser despejado. Se formos despejados, vamos pra onde? A luta é para que a gente consiga uma moradia digna. Aqui no Centro tem vários imóveis abandonados, que só servem como ponto de drogas, jogar lixo. A gente ocupou esse daí e a gente cuida dele”, compartilha Joseli Xavier, de 34 anos, pai de dois filhos e morador da ocupação. 

Atualmente, os filhos de Xavier ficam com a avó, em um outro bairro, para terem acesso à escola e poderem circular em maior segurança. O morador desabafa que a possibilidade de dividir a calçada com alguém o assusta: “É prometido que se vai resolver uma situação ou outra, mas é esquecido. Ainda bem que temos o movimento, mas é difícil. O medo é de dormir no dia 29 com um teto e no dia 30 amanhecer na rua. Até morar na rua não tem como, porque é tanta gente, que cada pedaço da rua tem um dono”. 

*Com informações de Jameson Ramos

Aberta em maio de 2021, a ocupação Leonardo Cisneiros, no Centro do Recife, completou oito meses nesta segunda-feira (17). Com a permanência da situação de irregularidade, um grupo com cerca de 40 pessoas, entre moradores e representantes, realizou um protesto no que fechou a via paralela à sede da ocupação, localizada em um prédio abandonado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Rua Marquês do Recife, no bairro de Santo Antônio. Os manifestantes atearam fogo em pneus e gritaram palavras de ordem. 

A manifestação iniciada no início da tarde desta segunda-feira teve continuidade em frente ao Palácio do Campo das Princesas, onde está localizada a sede do Governo de Pernambuco. O objetivo dos manifestantes é conseguir um documento assinado pela gestão estadual, viabilizando uma conversa entre os ocupantes e a superintendência do INSS, que tem posse do edifício.  

##RECOMENDA##

"São 250 famílias que estão ocupando esse prédio há oito meses, sob a lei da sobrevivência que existe nesse país. Sobrevivem de doações, às vezes chegam, às vezes não. As comunidades trazem alimentos para eles, doações de roupas, comidas, máscaras, calçados, álcool em gel. A gente quer uma roda de diálogo para que o Governo do Estado, junto à Prefeitura do Recife, INSS e famílias, doe o prédio para que a gente consiga correr atrás de um recurso para ele virar moradia aqui no Centro", esclareceu Thaís Maria, articuladora da ocupação, ao LeiaJá.

Tensões durante o protesto 

A Polícia Militar chegou no local por volta das 13h e acompanhou o grupo nos dois pontos de manifestação. Houve tensão entre os manifestantes, transeuntes e motoristas. Segundo relatos, condutores de veículos tentaram furar as barreiras física e humana estabelecidas pela ocupação, e sofreram retaliação.

No Palácio, outro momento de tensão foi registrado. Seguranças da Casa haviam barrado a passagem dos protestantes pela principal via de acesso ao prédio. “Isso é ditadura do governo Paulo Câmara”, gritou Jan Carlos, líder da ocupação, enquanto uma colega, não identificada, dizia que a política do governo é bater nos manifestantes. “É o tempo da ditadura que a gente não pode se aproximar de um palácio? A gente sempre protestou aqui. Tem idoso, gestante e criança. Esse povo que está aqui quer moradia digna e de qualidade, governador", criticou Jan Carlos.

[@#video#@]

 

Famílias que desde o último dia 17 de maio ocupam um prédio abandonado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Centro do Recife, fizeram um protesto por moradia nesta segunda-feira (24). Os manifestantes invadiram por alguns minutos o edifício-sede da Gerência-Executiva do INSS, em Santo Amaro, área central do Recife, onde houve um tumulto com a segurança do local. 

Segundo Jean Carlos Costa dos Lírios, que é coordenador estadual do Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT), os manifestantes pretendiam dialogar com algum representante do INSS, mas foram recebidos com truculência. "Alguns funcionários do INSS agrediram companheiros nossos e  a gente se defendeu, porque a gente entende que a autodefesa funciona", diz ele. Há relatos de que os seguranças também foram agredidos.

##RECOMENDA##

Uma equipe da Polícia Militar (PM) esteve no local. O coordenador estadual também acusa um policial de ter apreendido o celular de um manifestante que filmava a ação. O aparelho foi devolvido posteriormente. Pelo menos dois participantes do ato tiveram ferimentos aparentes. "Essas pessoas são todas moradoras do prédio do INSS que estava desocupado há mais de 20 anos, não tinha nenhuma função social. Nós tiramos 15 toneladas de lixo daquele prédio", ressalta o coordenador estadual. A ocupação, instalada no Prédio Segadas Vianna, na Rua Marquês do Recife, recebeu o nome de Leonardo Cisneiros, ativista urbano que faleceu em abril deste ano.

Após deixarem o prédio da Previdência Social, os manifestantes iniciaram uma caminhada pelas ruas do Recife. Eles pleiteavam uma reunião na sede do Governo de Pernambuco. Além de pedir moradia, o grupo faz críticas ao valor do auxílio emergencial e do gás de cozinha, e criticam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em nota, o INSS afirmou que servidores e terceirizados foram agredidos e feridos. Segundo a instituição, os vigilantes fecharam os acessos às dependências, mas o grupo invadiu o prédio e quebrou vidros, divisórias, computadores, móveis e materiais de escritório. A Polícia Federal (PF) está realizando uma perícia no local para avaliar o dano. O INSS já solicitou a integração de posse do prédio ocupado.

[@#galeria#@]

Com informações de Marília Parente. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando