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Em um ano de pandemia, o caminho até o sonho de ser médico torna-se menos árduo ao lado de quem acredita em nosso potencial. Neste domingo (13), familiares emanaram energias positivas e torceram pela aprovação dos feras do vestibular de medicina da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau.

As provas iniciaram às 13h e seguem até as 19h, nos blocos C e E da instituição, nas Graças, Zona Norte do Recife. Acompanhado pelo filho Artur, Joseíno Ferreira tentava conter a ansiedade com chocolates, enquanto aguarda a esposa nas provas. Ele trabalha em Carpina, na Mata Norte de Pernambuco, e todo dia volta ao Recife para incentivar a companheira.

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“Ela está tentando a segunda vez e agora vem mais preparada. Em alguns momentos ela quase desistiu, mas sempre conversei com ela que o estudo é de suma importância. O sonho dela é ser médica e a gente dá todo incentivo. Eu creio que ela vai conseguir”, relatou.

O desejo de ser aprovado também movimentou Luís Severo, que saiu de Ibimirim, no Sertão, com a filha, de 18 anos, com o propósito de vê-la formada como profissional da saúde. “A gente fica na expectativa e dá todo apoio possível. Eu vou ficar até as 19h, e com certeza ela passa dessa vez”, garantiu.

Ainda mais distante, do município baiano de Barreiras, Daiane Muniz confessa que está apreensiva pelo resultado da irmã, de também de 18. “A gente fica com o coração na mão. Infelizmente a gente não pode tá perto, mas fica na ansiedade e expectativa que ela vai passar”, apontou.

A Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures divulgaram, nesta sexta-feira (27), uma pesquisa encomendada ao Datafolha na qual aponta que no Nordeste, 47% das famílias estão participando mais da educação dos estudantes durante a pandemia de Covid-19. Conforme o levantamento, a relação da família com a escola é priorizada no combate ao abandono escolar, que é temido por 35% dos responsáveis pelos estudantes desta região.

“Famílias estão acompanhando mais de perto o ensino para seus filhos e valorizando o papel central do professor. São transformações que vêm para dar mais força a iniciativas de valorização da profissão docente, assim como da parceria família-escola”, explica, em nota, a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.

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A pesquisa aponta que, no Brasil, 71% dos responsáveis pelos estudantes estão valorizando mais o trabalho desenvolvido pelos professores e 94% consideram muito importante que os docentes estejam disponíveis para correção de atividades e esclarecimento de dúvidas durante as aulas não presenciais. Para as famílias do Nordeste, 68% consideram que as aulas remotas foram eficientes no aprendizado dos estudantes. A média nacional foi de 64%.

Em relação ao acesso aos conteúdos escolares, 89% receberam atividades, sendo 28 pontos a mais do que na primeira onda da pesquisa, realizada em março. A média nacional é de 92%. Por outro lado, o mapeamento mostrou os principais desafios que devem ser enfrentados de agora em diante.

Os estudantes do Nordeste estão menos motivados para realizar as atividades em casa. Em maio, 43% se sentiam desmotivados, agora, são 47%. A percepção das dificuldades de estabelecer uma rotina de aprendizagem em casa passou de 58% para 63%. Também para 28%, o relacionamento em casa piorou após o início das atividades remotas.

O diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, pontua que a preocupação dos pais com uma possível desistência da escola pelos estudantes é um alerta para toda a sociedade. “A evasão e o abandono escolar não são um evento pontual, mas algo que terá reflexo sobre o estudante, sobre sua família e sobre a sociedade como um todo, aumentando ainda mais a desigualdade. Toda a sociedade deve estar engajada para evitar que o estudante desista da escola”, diz, por meio de nota.

Ainda segundo a pesquisa Datafolha, há outro retrato mais abrangente da pandemia, para além de aspectos diretamente relacionados à educação, como, por exemplo, a perda das refeições importantes que os alunos em situação vulnerável faziam nas escolas. Para 52% das famílias do Nordeste, a falta de refeição que os estudantes faziam na escola está pesando no orçamento, indicando o maior índice no País. A média nacional é de 42%.

Além das duas vítimas fatais, o desabamento ocorrido durante obras em um terreno de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, obrigou a interdição de dois imóveis e uma loja. As famílias estão na casa de parentes e só poderão retornar às residências após realizar os reparos necessários, informa a Secretaria de Comunicação do município.

"Esses imóveis ficam ao fundo do local do acidente, sendo residenciais e comerciais, com o desabamento da primeira estrutura, as demais ficaram sob risco também", aponta a Prefeitura.

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Antes de voltar à edificação de primeiro andar, as duas famílias e o proprietário do imóvel comercial devem arcar com os reparos estruturais e receber o aval da Defesa Civil. Na tarde dessa quarta-feira (11), dois pedreiros que cavavam no local morreram soterrados.

Identificados como Arnaldo de Moura, de 48 anos, e Janderson da Silva, 16, as vítimas chegaram a ser socorridas, mas não resistiram aos ferimentos. Outros dois trabalhadores sobreviveram ao acidente

Não foi confirmado se a obra era autorizada. A Secretaria de Obras e Serviços Públicos ainda levanta informações do local. A Polícia Civil também investiga o caso.

Os antigos moradores do Conjunto Residencial Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), terão a oportunidade de negociar as indenizações no Fórum Desembargador Henrique Capitulino, no município, em um mutirão que inicia na próxima segunda-feira (16) e segue até a sexta (20). Famílias desocuparam seus imóveis no condomínio, que teve as 69 unidades habitacionais demolidas por alto risco de desabamento.

"O objetivo é beneficiar os mutuários, indenizando as famílias que tiveram que sair de seus imóveis, tendo em conta que o espaço residencial teve que ser demolido por apresentar falhas na infraestrutura predial de suas unidades, com o iminente risco de desabamento. Os valores das indenizações já foram previamente estipulados e variam de acordo com o tamanho da unidade habitacional", indica o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

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Em busca de uma solução consensual, o Núcleo de Conciliação (Nupemec) e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) oferecem atendimento das 7h às 13h, no térreo do Fórum. Mesmo os moradores que não receberam intimação formal para comparecimento poderão participar do mutirão mediante apresentação de documento de identificação e respeito ao protocolo contra a Covid-19.

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Foi com a renda da mãe, de 67 anos, que Daniela Soares Barreto conseguiu bancar seus dois filhos mais velhos nos últimos cinco anos. As crianças foram praticamente adotadas pela avó, com quem passaram a morar. No último dia 23 de agosto, porém, a história de dona Leovany foi interrompida. Diagnosticada com covid-19, a trabalhadora que se aposentaria dentro de um ano foi internada e, em pouco mais de 24 horas, faleceu, deixando para trás uma família chocada com o efeito devastador da doença.

"Tudo foi muito rápido. Estávamos esperançosos de que ela sairia do hospital logo", afirmou Daniela, que rapidamente teve de arrumar forças para lidar com a falta de recursos para criar os filhos. Daniela mora numa casa menor com o marido e a filha, de 4 anos, que tem paralisia cerebral. Com a morte da mãe, os dois filhos - de 18 e 14 anos - voltaram a morar com ela, que ganha R$ 1.179 por mês. Boa parte desse valor é gasto com fraldas e remédios para a filha menor. A renda do marido, quase igual à de Daniela, paga o aluguel e as contas da casa.

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A situação de Daniela é semelhante à de outras famílias brasileiras que contavam com ajuda dos idosos para fechar as contas no fim do mês. Com a covid-19, além do trauma de perder entes queridos, muitas pessoas também passaram a conviver com um grau maior de pobreza. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a morte de idosos na pandemia pode provocar uma queda média de 20% na renda dos domicílios. Até o dia 27 de outubro, a redução somava R$ 245 milhões. De acordo com o estudo, 74% das mortes por covid são de pessoas com 60 anos ou mais - ou seja, cerca de 113 mil pessoas.

"Em alguns casos, essa perda pode chegar a 100%, já que o idoso era o único provedor da casa", diz a pesquisadora Ana Amélia Camarano, autora do estudo Os dependentes da renda dos idosos e o coronavírus: órfãos ou novos pobres? Segundo o trabalho, 35% dos domicílios brasileiros têm pelo menos um idoso e, em 18,1%, eles eram os únicos provedores de renda da família, com um ganho médio de R$ 1.666,80. Nesse grupo estão 24 milhões de pessoas, sendo 19,5 milhões de idosos e quase 5 milhões de crianças e adultos.

E esses números vêm subindo rapidamente nos últimos anos. Levantamento feito pela consultoria iDados, a pedido do Estadão, mostra que, enquanto o número de domicílios chefiados por idosos com dependentes cresceu 34% desde 2012, o total de domicílios no País avançou 19% no mesmo período. "O Brasil está passando por um envelhecimento populacional importante. Por isso, veremos cada vez mais idosos como provedores de suas famílias", diz o pesquisador do iDados, Bruno Ottoni.

Emprego. Além da questão populacional, esse fenômeno também está associado ao aumento do desemprego, que alcançou 14,4% em setembro. Antes disso, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, quando o índice subiu de 11,6% para 13,8%, o número de residências chefiadas por idosos com dependentes aumentou em 541 mil, segundo o iDados. No mesmo período de 2019, houve uma redução do número de domicílios chefiados por idosos.

"Sem emprego, familiares passam a depender dos mais velhos, muitos deles aposentados", diz a professora e coordenadora de economia do Insper, Juliana Inhaz. Quem mora junto com os pais retarda a saída. E aqueles que já eram independentes, ao se deparar com o desemprego, voltam ao lar parental. Quando há o enriquecimento das famílias, ocorre o contrário. Os adultos se separam dos pais, diz o economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). "Hoje vivemos o inverso. Há um empobrecimento, e os filhos voltam a morar com os pais."

Mas, na avaliação de Juliana, hoje os idosos estão mais vulneráveis. Mesmo aqueles que sobrevivem à covid passam a gastar uma parcela maior da renda com remédios e outros cuidados médicos. Nessa situação, a família é obrigada a enxugar o orçamento, sobretudo se há algum desempregado em casa. Isso significa um número maior de gente na pobreza.

Para Ana Amélia, os idosos são vítima duas vezes nessa pandemia: são mais discriminados no mercado de trabalho e são os mais atingidos pelo coronavírus. "Podemos dizer que, quando morre um idoso, uma família entra na pobreza."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo, que considera os dados do Censo Escolar de 2019, indica que uma em cada dez escolas privadas da capital paulista não tem um único professor negro.

Dentro da amostragem, que equivale a 10% do total de escolas privadas da cidade de São Paulo, o número de educadores negros nos colégios é de 20%. A estimativa de moradores negros da cidade, segundo o levantamento da prefeitura paulista, é de 37%.

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A reportagem publicada nesta segunda-feira (28) mostra que muitas famílias cobram por dados que indicam a presença de profissionais negros nos colégios privados da capital paulista. A busca teria se intensificado após a morte do afro-americano George Floyd, em maio. Como consequência do ocorrido, em julho foi criado o coletivo Escolas Antirracistas, movimento que procura por medidas de inclusão de negros nas escolas, tanto no grupo dos alunos quanto no de professores, e que já reúne mais de 250 membros.

Na rede pública, os dados do Censo indicam que 30% dos professores são negros e, segundo levantamento do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 40% dos profissionais formados em pedagogia e matemática têm essa cor de pele.

Um projeto de lei prevê a disponibilização mensal de R$ 10 em créditos de telefonia celular para famílias de baixa renda. A proposta, em análise na Câmara dos Deputados, institui o chamado Programa de Direito à Internet para as Famílias de Baixa Renda.

Pelo texto, os beneficiários deverão estar registrados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal e identificados como integrantes de família de baixa renda - ou seja, aquela com renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo ou com renda familiar mensal de até três salários mínimos.

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Conforme a proposta, não estarão incluídos no cálculo rendimentos recebidos de programas sociais. O crédito de celular deverá ser concedido ao membro de referência da família, preferencialmente a mulher.

“A disponibilização de R$ 10 mensais está muito aquém das necessidades de uma família em atender as demandas escolares de suas crianças, mas ao menos permitirá o compartilhamento de arquivos de menor volume de dados e garantirá que comunicados oficiais cheguem aos estudantes de modo mais célere”, afirma o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), autor da proposta.

Gastos

De acordo com o projeto, os recursos orçamentários para custeio e execução do programa serão alocados ao orçamento anual dos programas federais de transferência de renda.

“Dados de maio de 2020 indicam haver cerca de 29 milhões de famílias inscritas no CadÚnico. Estima-se, portanto, um investimento de aproximadamente R$ 3,48 bilhões por ano”, informa Pompeo de Mattos. O texto prevê que a medida só tenha efeitos vigentes a partir do ano fiscal seguinte ao da publicação da lei, caso aprovada.

Validade dos créditos

Pela proposta, os créditos não consumidos no prazo de um mês serão acumulados para consumo no mês seguinte, tendo como limite de validade o prazo de 180 dias. O cumprimento dessa regra deverá ser fiscalizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Já ao Ministério da Cidadania competirá avaliar, anualmente, a necessidade de revisão do valor concedido pelo programa.

*Da Agência Câmara de Notícias

Um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresenta números preocupantes em relação à exploração do trabalho infantil. De acordo com a pesquisa realizada na cidade de São Paulo, a cada 1 mil famílias cadastradas pelo órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), 21,2 alegaram que ao menos uma criança da casa trabalha para complementar a renda doméstica.

O estudo, realizado com 52,7 mil famílias atendidas pelo Unicef na capital paulista, fica ainda mais alarmante quando a amostragem é comparada com o período anterior à pandemia do novo coronavírus. Antes de março, eram 17,5 a cada 1 mil grupos familiares que confirmavam a participação de crianças na economia do lar. Ao todo, as residências cadastradas abrigam cerca de 190 mil pessoas. Desse número, 80 mil são crianças e adolescentes.

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Vulnerabilidade extrema

Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora do Unicef em São Paulo, Adriana Alvarenga, afirma que as famílias acolhidas pelo programa da instituição são aquelas que não tinham sido amparadas e ainda estão em situação de vulnerabilidade social extrema. "A gente foi atender a quem não estava sendo atendido de outras maneiras, pois 50% não estavam tendo acesso a auxílio emergencial ou qualquer outro auxílio do governo", declarou.

Nos grupos familiares atendidos na capital paulista, outro fator determinante para o aumento da exploração infantil durante a pandemia é o desemprego dos adultos. Antes de março desse ano, 42,9% dos maiores de idade estavam sem trabalho. No decorrer da crise sanitária, 30,4% perderam o emprego e os 15,7% que seguiram em atividade tiveram o salário reduzido. Ao todo, só 10,9% mantiveram a estabilidade com o surto de Covid-19.

De acordo com o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2016, cerca 998 mil crianças brasileiras eram exploradas pelo trabalho infantil.

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu desculpas às famílias das vítimas de Cesare Battisti e reconheceu o "erro" em manter o italiano no país em uma entrevista ao canal de YouTube "TV Democracia" nesta sexta-feira (21). Explicando todo o caso, Lula disse que tomou a decisão com base no que seu então ministro Tarso Genro havia lhe falado.

"O Tarso Genro quando tomou a decisão, ele tomou a decisão porque achava que ele era inocente. O Tarso Genro me disse o seguinte: 'não dá para mandar ele embora porque ele pode ser detonado na Itália e ele é inocente'. Toda a esquerda brasileira, todo mundo defendia que o Battisti ficasse aqui", disse aos jornalistas.

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"Eu nunca estive com o Battisti. Ele nunca me procurou porque talvez eu não fosse um revolucionário como ele achava. Por isso, me ative naquilo que meu ministro disse que ele era inocente, que não tinha provas da culpabilidade", acrescentou.

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No entanto, quando o italiano foi extraditado para a Itália, fato que ocorreu em 2019, ele confessou que cometeu os quatro assassinatos que era acusado enquanto fazia parte do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) na década de 1970.

"Quando ele foi preso e ele confessa foi uma frustração, foi uma frustração para mim porque ele comprometeu um governo que tinha uma relação extraordinária, que ainda tenho, com toda a esquerda italiana, com a esquerda europeia, e ele não precisaria ter mentido, pelo menos, para quem o estava querendo aqui. Porque a base da amizade na política é você não prejudicar um amigo. Você cometeu um crime, o advogado vai saber como defender. Porque não dá para mentir para os amigos", disse Lula.

Sobre as desculpas, o ex-presidente ressaltou que "não teria nenhum problema em pedir desculpas para a esquerda italiana, para as famílias [das vítimas] do Cesare Battisti".

"Ele enganou muita gente no Brasil, não sei se enganou muita gente na França, mas a verdade é que tinha muita gente que achava ele inocente. E se nós cometemos esse erro, nós pedimos desculpas sem dúvida nenhuma. Agora, ele mentiu para as pessoas de bem aqui do Brasil", disse ainda.

Lula ainda revelou que conversou com o ex-presidente da Itália Giorgio Napolitano e com membros da esquerda italiana e "todos estavam pressionando" para que o Brasil enviasse Battisti para a Itália.

Napolitano, que sempre foi aliado de Lula desde a década de 1980, fez diversas críticas ao presidente brasileiro por ele ter optado por não extraditar o terrorista.

- O caso: Battisti chegou ao Brasil em 2004 após fugir da França, que havia autorizado sua extradição para a Itália após anos vivendo em território francês. Em 2007, ele foi detido no Rio de Janeiro e, dois anos depois, Genro concedeu o status de refugiado para o italiano.

No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou o benefício, mas reconheceu que a decisão sobre o caso devia ser tomada pelo presidente da República - fato que aconteceu no dia 31 de dezembro de 2010.

Oito anos depois, já no governo de Michel Temer, a Presidência revogou o status de refugiado e, pouco depois, o STF determinou uma nova prisão de Battisti. Com a determinação, ele fugiu novamente, dessa vez para a Bolívia, onde foi preso em janeiro de 2019 e extraditado para a Itália menos de 24 horas depois da detenção.



    Atualmente, Battisti cumpre penas de prisão perpétua em isolamento na prisão de Oristano, na Sardenha.

Da Ansa

O Programa Mãe Coruja Recife está recebendo, até o fim do mês de agosto, obras de histórias infantis para doar a 650 famílias que fazem parte do programa realizado pela Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife. As doações farão parte de kits que também terão álcool a 70% e são uma maneira de instigar o hábito da leitura entre os pequenos, além de reforçar os cuidados com a higiene pessoal no atual cenário de pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Quem tiver interesse em colaborar, pode entrar em contato por meio do e-mail maecorujarecife@gmail.com ou pelo telefone: (81) 3355-9331, e marcar horário para uma equipe da Sesau Recife ir buscar os livros doados. Vale ressaltar que os livros precisam ser lúdicos, contar histórias infantis e precisam estar em bom estado de conservação.

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A ideia de produzir os kits surgiu com a doação de 650 exemplares do livro “Carta às meninas e aos meninos em tempos de covid-19” realizada, no início deste mês, pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que realiza ações para beneficiar a Primeira Infância. A empresa 'O Boticário' também doou o mesmo número de frascos de álcool a 70%.

No ponto de vista da coordenadora do Programa Mãe Coruja, Cláudia Soares, esta ação é uma forma de conscientizar as famílias que fazem parte do programa sobre o momento da pandemia. “Levar informação para essas pessoas é a principal forma de ajudar a frear a proliferação do novo coronavírus. E tanto o livro que fala da covid-19 de uma forma simples como o álcool são, neste momento, as nossas ferramentas para isso”, afirmou ela, segundo informações da assessoria de imprensa da Prefeitura do Recife.

A ação, que já arrecadou 230 livros na última semana, destaca que um dos mecanismos para o bom desenvolvimento infantil é o hábito de ler. “Por isso, estamos pedindo a doação de livros mais lúdicos, com histórias que prendam a atenção das crianças. Queremos que essas famílias possam fazer, em casa, um cantinho especial da leitura, por exemplo, e saibam a importância de ter um momento para contar histórias para as crianças”, ressaltou Cláudia Soares, segundo informações da assessoria.

A Bancada do PT na Câmara protocolou nesta sexta (14), no Supremo Tribunal Federal (STF), pedido para que o ministro Edson Fachin conceda, em caráter de urgência, liminar para suspender o despejo de 450 famílias do assentamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, Sul de Minas.

O documento é assinado pelo líder da Bancada, Enio Verri (PR), e os deputados Helder Salomão (ES), João Daniel (SE) e Rogério Correia (MG).

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Os parlamentares assinalam que apesar dos apelos feitos por diversas organizações de defesa dos direitos humanos ao governador do estado, Romeu Zema (Novo), a ação de despejo, iniciada na quarta-feira (12), segue com cerca de duzentos policiais que se revezam em turnos no assentamento.

Violência policial

A PM-MG, de acordo com os deputados, foi denunciada por destruição de escolas e muita violência na retirada de famílias do local, “com riscos de agravamento dos conflitos e, em especial, o grave potencial de vulnerabilidade de crianças, idosos e toda a comunidade exposta à contaminação pelo coronavírus, dada as circunstâncias em que realiza-se a malfadada e ilegal operação de despejo”.

A bancada lembra ainda que o acampamento Quilombo Campo Grande foi formado há 22 anos no local da falida usina de açúcar Ariadnópolis, que ainda tem como pendência inúmeros casos de direitos trabalhistas não saldados.

O assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) abriga na área cerca de 450 famílias, que vivem da produção de alimentos orgânicos.. Só em café orgânico produzem cerca de 510 toneladas anuais.

Covardia

Na quinta-feira (13), parlamentares do PT denunciaram na sessão remota da Câmara dos Deputados as arbitrariedades da PM-MG e tacharam o governador Zema de “covarde”, diante da gravidade da situação.

Enio Verri, por exemplo, disse que “durante a pandemia, não pode haver despejo, nem rural nem urbano. É um absurdo! Se a lógica é o isolamento social, é cada um no seu canto, como que a polícia vai tirar as pessoas das casas delas?! Há famílias assentadas há mais de 20 anos”, afirmou Enio Verri.

Desde a madrugada do dia 12 cerca de 200 policiais militares estão no Sul de Minas, na cidade de Campo do Meio, para promover o despejo das famílias de agricultores familiares que vivem e produzem naquela terra.

Reintegração de posse

A posse da área é discutida na Justiça há mais de 20 anos. Em 1996, a Usina Ariadnópolis faliu e não opera mais na região. Em 1998 trabalhadores rurais ocuparam a área. No próximo dia 25 ainda deve ser julgado um agravo de instrumento movido pela Defensoria Pública Estadual sobre o caso.

Projeto de Lei

Os deputados Rogério Correia e João Daniel defenderam que qualquer ação no sentido de desocupação deve aguardar a votação do projeto de lei de autoria da deputada Natália Bonavides (PT-RN) que propõe a suspensão de despejos e de reintegração de posse no campo e na cidade, durante a pandemia do coronavírus. “A minha opinião é que não devemos votar absolutamente nada na Câmara dos Deputados enquanto não for pautado o Projeto Despejo Zero na pandemia”, defendeu Correia que ainda informou que é um dos signatários da proposta.

Da Assessoria do PT na Câmara

Na manhã desta quinta-feira (13), policiais militares destruíram a Escola Popular Eduardo Galeano do Quilombo Campo Grande, instalado em Campo do Meio, no Sul de Minas Gerais. As autoridades cumprem a reintegração de posse do terreno, onde mais de 450 famílias vivem há cerca 23 anos.

De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cerca de 200 policiais chegaram ao local por volta das 6h para tentar despejar os moradores, que resistiram à operação. A principal crítica dos quilombolas recai sobre o governador Romeu Zema (Novo), que havia sinalizado a suspensão da reintegração da Fazenda de Ariadnópolis. Nas redes sociais, o grupo levantou a campanha #ZemaCovarde.

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"Em meio a pandemia, as famílias não têm onde se abrigar. A polícia chegou a propor levá-las para a Vila Vicentina, local onde se concentram todos os casos confirmados de COVID-19 no município", criticou o deputado federal Valmir Assunção (PT).

Em defesa, Zema explicou que a Secretaria de Desenvolvimento Social uniu-se à Comissão de Direitos Humanos da OAB e ao Conselho Estadual de Direitos Humanos para tentar impedir o despejo durante a pandemia. Entretanto, a solicitação não foi atendida pela Justiça.

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Atrás de uma parede de pedra perfurada onde uma porta foi colocada, figuram alguns quartos estofados com almofadas: o palestino Ahmed Amarneh vive com sua família em uma caverna na Cisjordânia há mais de um ano, mas estão ameaçados de expulsão.

Engenheiro civil de 30 anos, ele vive com sua esposa grávida de cinco meses e sua filha em Farasin, uma aldeia no noroeste da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, onde a construção de uma casa às vezes deve ser aprovada pelas autoridades israelenses.

Em alguns setores da Cisjordânia, essas autoridades emitem avisos de demolição de estruturas julgadas ilegais. Farasin não é uma exceção, o que incluiria a caverna. "Tentei construir duas vezes, mas as autoridades de ocupação me disseram que é proibido construir nesta área", disse à AFP.

Diante das rejeições, Amarneh decidiu instalar sua morada em uma caverna formada ao pé de uma colina, que do alto domina a aldeia. Ao refletir sobre o assunto, ele chegou à conclusão de que viver em uma caverna não requer nenhuma autorização oficial, por se tratar de uma formação natural muito antiga, além de estar localizada em um terreno registrado com seu nome pelas autoridades palestinas. A família mora lá há um ano e meio, comenta.

Permissão para uma caverna? -

No entanto, em julho ele recebeu um aviso de demolição por parte das autoridades israelenses, assim como cerca de vinte famílias desta aldeia que é alvo de uma disputa de Israel com seus pares palestinos. O órgão israelense responsável pelas operações civis nos Territórios Palestinos (Cogat) disse à AFP que esses avisos de demolição foram emitidos porque essas casas foram construídas "ilegalmente", "sem os autorizações necessárias".

"Fiquei surpreso!", porque "eu não criei a gruta. Ela existe desde a Antiguidade", suspira Amarneh. Segundo Mahmud Ahmad Naser, chefe do Conselho da aldeia, Farasin foi criada em 1920, mas foi abandonada durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mas seus antigos habitantes retornaram partir de 1980 e atualmente cerca de 200 pessoas povoam o local.

Farasin, na verdade, não parece uma aldeia. Em vez disso, assemelha-se a uma constelação de pequenas casas separadas umas das outras, sem estradas pavimentadas e sem rede elétrica.

A Autoridade Palestina lhe concedeu um status oficial em março mas, segundo o Conselho, a pandemia de COVID-19 impediu a implementação de medidas concretas de desenvolvimento, como por exemplo o acesso à eletricidade.

De acordo com a ONG israelense anticolonização B'Tselem, apesar da pandemia, Israel demoliu 63 casas de palestinos devido ao plano Trump para a região, que inclui a anexação de partes da Cisjordânia.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que coletou informações de 1.737 consumidores, 40% dos trabalhadores vão utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que pode chegar a um salário mínimo (R$ 1.045), para pagar as contas atrasadas; 26% vão guardar o dinheiro por segurança e 24% devem gastar com lazer.

Segundo os dados, 25% das famílias possuem pessoas com direito ao saque, um aumento quando comparado a 2017, onde o cálculo apontava 21%. Porém, a pesquisa indica que aqueles com menores condições financeiras vão poupar mais e gastar menos. Dos que podem sacar, 60% utilizarão o recurso, enquanto os demais 40% vão optar por manter o dinheiro no fundo.

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A pesquisa aponta que 20% das pessoas que possuem renda de até R$ 2.100 vão guardar o dinheiro por receio das consequências da pandemia do coronavírus (Covid-19). Para este grupo, os dados indicam quedas na quitação de dívidas de 53% para 49%, e no consumo geral de 29% para 23%.

Para as famílias com renda de R$ 2.100,01 a R$ 4.800,00, apenas 18% vão poupar. Houve um aumento na quitação de dívidas, indo de 42% para 54%, e o consumo caiu de 33% para 18%.

Já as famílias com renda acima de R$ 9.600, a poupança recuou de 50% para 38%, e o consumo de 21% para 22%.

A maioria das famílias de pessoas presas no estado de São Paulo está sem notícias durante a pandemia do novo coronavírus, mostra pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getulio Vargas. A partir das respostas de 1.283 parentes de detentos, o estudo revelou que 69,6% estão sem informações ou contato nesse período em que as visitas foram restringidas como medida para reduzir a disseminação da doença.

Entre as famílias que conseguiram manter algum contato com os parentes encarcerados, a maior parte dessa comunicação foi feita por cartas ou advogados particulares. “Ainda assim, os relatos dos familiares demonstram que as cartas têm demorado para chegar e, muitas vezes, não chegam”, diz o estudo.

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Menos da metade (48%) das famílias conta com um advogado particular. Para 41,4% dos que contratam esses serviços, o custo se justifica porque é o único meio de receber e enviar notícias ao preso. Contam apenas com a Defensoria Pública, 39,8%, e 11,6% dizem não ter nenhum defensor envolvido no caso. A grande maioria (74,5%) das famílias acredita que ter um defensor não ajuda a trazer proteção ao encarcerado neste momento.

Perfil

Quase todas (99%) das pessoas que responderam à pesquisa são mulheres. Dessas, 44,9% são pardas, 12,7% pretas e 39,9% brancas. São pessoas que também sofreram os impactos da pandemia. Entre essas famílias, 33,1% dizem que perderam muita renda com a pandemia e 26,5% ficaram sem nenhum rendimento. A renda média mensal desses núcleos familiares é de R$ 1.097, com rendimento médio de R$ 371 por pessoa.

Recomendações

A partir do cenário observado, o estudo faz algumas recomendações, como a necessidade de reavaliar as prisões provisórias que deveriam ser mantidas apenas em condições excepcionais, conforme resolução do Conselho Nacional de Justiça.

Os pesquisadores mostram ainda a importância da transparência nos dados sobre casos de covid-19 e mortes dentro das prisões. Além disso, é destacada a necessidade de meios de contato entre as famílias e os parentes encarcerados, como tablets ou telefones públicos.

Secretaria

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que as visitas nas unidades prisionais estão suspensas desde o dia 20 de março “para evitar a propagação do contágio de covid-19”. A pasta disse que “como medida alternativa à manutenção dos laços sociais” é permitido o envio e recebimento de correspondências. Entretanto, o material deve passar um período de “quarentena” antes de ser distribuído.

A secretaria destaca ainda que já implantou em 176 unidades prisionais um sistema de correspondência eletrônica, para facilitar o contato entre os internos e as famílias.

Nos casos de morte, a secretaria afirma que “família é imediatamente avisada pela assistência social da unidade onde o preso se encontrava” e as causas do falecimento da pessoa presa são especificadas pelos órgãos de saúde, “com irrestrito acesso de informações aos familiares”.

Composta por diversas organizações sociais, a articulação Recife de Luta está em campanha para arrecadar recursos para prover alimentação para 700 famílias de 16 comunidades da região metropolitana do Recife, em situação de dificuldade devido a pandemia da Covid-19. Através da plataforma online “Vaquinha”, a movimentação já reuniu R$ 126.540,00, mas a meta final é de R$ 200 mil.

Em ação anterior, o Recife de Luta já havia socorrido 1400 famílias de 31 comunidades, contudo, os pedidos de ajuda não pararam de chegar. “Muitas famílias não receberam o auxílio emergencial e estão totalmente desassistidas pelo governo nessa quarentena [...] Ao invés de assistir essas populações, as iniciativas do Governo Federal vêm retirando mais e mais direitos. Não podemos assistir a esse cenário desolador de mãos atadas”, afirma o grupo no texto da campanha.

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A arrecadação aceita doações de qualquer valor, mas reforça que o custo de um kit alimentação com itens de higiene e limpeza custa R$ 120. As comunidades apoiadas pela nova iniciativa serão Jardim São Paulo, Várzea, Ibura, Linha do Tiro, Caranguejo Tabaiares, uma comunidade em Paulista a ser escolhida pela COPPA, ocupação do MTST a ser escolhida, mustardinha, Muribeca, Jardim Jordão, Caixa D'água, uma comunidade indicada pelo Fórum de Mulheres, Vila de Santa Luzia, Mangueira, Aliança com Cristo e Imbiribeira, além de famílias de pessoas encarceradas. Clique aqui para doar.

Graças a crise do novo coronavírus, as férias de julho de 2020 não serão aproveitadas da forma como as pessoas planejavam.

Apesar da flexibilização da quarentena e reabertura dos comércios em alguns locais, o número de casos do Covid-19 continua crescendo e muitos ainda temem sair de suas casas.

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A estudante de Rádio TV e Internet Cindy Cardoso, 20 anos, planejava viajar para os Estados Unidos nas férias mas, por conta da pandemia, teve que adiar os planos para 2021.

A universitária Cindy Cardoso trocou a viagem de férias pelos estudos em casa. Foto:arquivo  pessoal

“Em julho eu vou ficar em São Paulo e colocar em dias todas as matérias atrasadas da faculdade”, planeja.

A profissional de relações públicas Priscila Micchi, 39 anos, planejava viajar com a família para o Chile durante as férias escolares, com o objetivo de comemorar o seu aniversário de 40 anos.

“É a segunda viagem que cancelamos na quarentena, pois também viajaria com o meu marido no aniversário de 40 anos dele”, lamenta.

A família da relações públicas Priscila Micchi cancelou viagens e a opção foi improvisar brincadeiras em casa. Foto: arquivo pessoal

Priscila desejava que seus filhos Eduardo Felipe e Pedro, de 6, 4 e 2 anos respectivamente, conhecessem a neve. “Agora o plano é ficar em casa, nos cuidando e cuidando de quem amamos”, comenta.

“Já passamos 3 aniversários em quarentena, 40 anos do meu marido, 6 anos do Dudu e 4 do Felipe”, conta.

Enquanto algumas famílias se preparam para férias atípicas, outras já tiveram esse processo adiantado. A empresária Andréa Jacoto, 49 anos, está em home office desde o início da quarentena e precisou se adaptar a uma nova rotina ao mesmo tempo em que cuidava de seus 4 filhos: Larissa, de 7 anos, e os trigêmeos Anna, Alexandre e Filipe, de 5 anos.

A escola dos filhos de Andréa antecipou as férias de julho para maio e por isso ela precisou arrumar maneiras de entreter o quarteto durante os 30 dias de férias. “Decidimos manter uma rotina de estudos, imprimindo atividades para realizarem, desenhos para colorir, propondo leitura para a Larissa, jogos de tabuleiro e gincanas que eles mesmos desenvolviam”, diz Andréa.

Os filhos da empresária Andréa Jacoto tiveram as férias antecipadas para o mês de maio. Foto: arquivo pessoal

Para garantir a diversão das crianças, Andréa reorganizou os móveis de sua casa para brincar de praia e piquenique, além de soltar a imaginação com oficina de massinha, pintura com guache e cinema, sempre dividindo o tempo entre brincadeiras e estudos.

Andréa sempre restringiu o uso de celulares, mas nessa quarentena o aparelho foi um aliado nos momentos em que necessitava do silêncio de todos para poder trabalhar. “Instalamos alguns joguinhos educativos e deixamos que eles se entretenham por no máximo três horas por dia”, conta. 

Mesmo com mais de 181 mil pessoas contaminadas com a Covid-19 no estado de São Paulo, na manhã desta terça-feira (16), cerca de 900 famílias foram desabrigadas para o cumprimento da reintegração de posse de um terreno localizado em Guaianases, na Zona Leste do município.

Após um histórico de invasões e despejos, a última ocupação do local se mantinha desde abril deste ano. A Polícia Militar chegou ao terreno às 4h30 e retroescavadeiras foram usadas para derrubar os barracos de madeira, após a retirada dos percentes das famílias.

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Parte dos moradores protestou contra o despejo. A área será destinada para a construção de quatro mil unidades habitacionais populares, segundo o G1.

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A pandemia de coronavírus, marcada pelas atualizações constantes do número de infectados e mortes em várias partes do País e do mundo e pela alteração profunda da vida cotidiana, modifica a relação das pessoas com o luto e confunde as diferentes fases emocionais até a aceitação da morte. Essa é a opinião do psicólogo Marcelo Santos, professor de Psicologia da Universidade Mackenzie Campinas.

"Estágios como negação, depressão, raiva e barganha, que não ocorrem necessariamente nessa ordem, se confundem porque as pessoas revivem a morte diariamente, seja na hora de ligar a TV ou quando alguém fala da pandemia. Com isso, o luto sofre um alongamento e a aceitação pode ficar mais difícil", diz o especialista.

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As teorias citadas por Santos, que dividem a relação com a morte em fases foram desenvolvidas pela psiquiatra suíça Elizabeth Kubler-Ross. Outras teorias apontam um processo dual do luto no qual as ondas (ou oscilações) entre perda e restauração se alternam.

Para Maria Julia Kovács, professora do Instituto de Psicologia da USP, o luto, processo de elaboração pela perda de uma pessoa querida que envolve sentimentos de diversas ordens e intensidades, encontra dificuldades adicionais durante a pandemia. Mas existem formas de tentar aliviar a dor. "Velórios e enterros virtuais, atendimento do luto por psicólogos online e projetos de manutenção de lembranças e memórias virtuais são meios que ajudam nesse processo. É uma forma de aliviar a dor no momento", diz.

A mãe do representante comercial Robson (nome fictício) morreu de covid-19 após dez dias de internação em um hospital particular de São Paulo, o pai foi sozinho reconhecer o corpo e ao crematório. Quando a pandemia passar, ele quer organizar uma missa para celebrar a vida de sua mãe, que tinha 57 anos e nenhuma doença preexistente.

Paralelamente à dor do luto, muitas famílias têm de conviver com o estigma, ou seja, a marca pela morte de parentes. "Essas famílias têm de conviver com a dificuldade da perda e ficam expostos à estigmatização de possível contágio. Elas sofrem duplamente. A verdade é que todos estamos sujeitos ao coronavírus. Aquele que estigmatiza poderá ser estigmatizado", explica Santos.

O especialista lembra que existem exemplos históricos de estigmatização relacionados às doenças. No livro A Praga, a jornalista Manuela Castro mostra como as pessoas com hanseníase eram colocadas à margem da sociedade em função do perigo do contágio. Entre 1924 e 1962, o Brasil utilizou a internação compulsória de pacientes com hanseníase como forma de controle da doença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em um apartamento de classe média do Paraíso, zona sul de São Paulo, os seis moradores contraíram o novo coronavírus em março. Em uma semana, a família ficou pela metade, pois o pai e dois filhos não resistiram. Um deles era um porteiro aposentado de 62 anos que se tornou a primeira vítima da doença no Brasil no dia 16.

Hoje, a mãe, de 84 anos, e os dois filhos restantes, com média de 60 anos, estão recuperados da doença e tentam recomeçar a vida. Um dos desafios é o noticiário diário que atualiza a dor. Outro drama é a solidão. Pelo medo da contaminação, parentes e vizinhos evitam visitas ao apartamento grande e confortável.

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Algumas famílias das primeiras vítimas da covid-19 no Brasil relatam a dor da perda revivida quase diariamente com o avanço da doença. Traumatizadas, elas confessam também medo excessivo de contaminação. Outras observam a trajetória de quem passou como força e inspiração para tentar dar a volta por cima, mas todas lamentam a falta do ritual da despedida. Velórios e funerais de pacientes de covid-19 não são recomendados pelo Ministério da Saúde desde 25 de março.

A enfermeira Ana Paula da Silva conta que a dor mais intensa desse período de quarentena está ligada à falta do adeus para sua mãe, Juraci Augusta da Silva, uma das primeiras profissionais de saúde vitimadas pela doença.

As roupas levadas para a vítima não foram utilizadas e o caixão foi lacrado. Apenas os parentes mais próximos compareceram ao cemitério São Pedro, na zona leste de São Paulo. A última vez que as duas tiveram contato foi no momento da internação. "Não tivemos oportunidade de despedida. Mesmo sendo da área da saúde e entendendo que a morte é um processo natural, sinto muito falta de dizer 'vai com Deus, fique em paz'".

Com mais de 25 anos de trabalho na área da saúde, dona Juraci, mineira de Montes Claros, atuava como técnica de enfermagem em um hospital público da zona leste paulistana. Por causa dos seus 72 anos, ela seria afastada por pertencer ao grupo de risco da covid-19. Além disso, era transplantada renal e hipertensa. "Ela deveria ter sido afastada antes. Acho que demoraram um pouco", protesta a filha. Dona Juraci era uma mulher independente e morava sozinha. Ninguém mais na família se contaminou.

Máscaras em casa

Os três sobreviventes do apartamento no Paraíso seguem à risca as recomendações de isolamento social, pois temem uma nova infecção. O virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a reinfecção é uma probabilidade real quando se estudam os outros coronavírus, mas casos comprovados pelo novo coronavírus ainda estão pendentes. "A ideia de que as pessoas criam anticorpos e se tornam imunes depois de infectadas é mais consistente para vírus como sarampo e rubéola, por exemplo. Mas não para os coronavírus", explica.

Os cuidados com higienização na casa da primeira vítima de covid-19, que antes eram rigorosos, se tornaram quase uma obsessão. O trauma foi tão grande que eles usam máscara até dentro de casa. Embora seja a principal forma de lazer da família, a televisão faz com que as lembranças da tragédia sejam reavivadas frequentemente. "Todas as notícias são sobre isso. A gente não consegue esquecer ou pensar em outra coisa", diz um dos irmãos, que está desempregado.

A solidão pesa bastante na casa. Vizinhos contam que perceberam certo distanciamento de alguns familiares. Só os irmãos que vivem em outros endereços levam comida e remédios.

Parentes da primeira vítima da covid no Rio de Janeiro também se sentem discriminados. "As pessoas pensam que a gente pode transmitir a doença", disse um sobrinho de dona Cleonice, empregada doméstica de 63 anos que morava em Miguel Pereira e também morreu em março. Ela trabalhou dez anos na mesma casa no Alto Leblon, zona sul da cidade. Depois de cuidar da patroa que voltou com problemas respiratórios da Itália (o teste confirmou que se tratava de coronavírus), ela começou a sentir falta de ar na segunda-feira. Em dois dias, foi hospitalizada, entubada e morreu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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