Tópicos | despejo

O Japão iniciou nesta quinta-feira (24) o despejo no oceano de água residual da usina nuclear de Fukushima, apesar da preocupação dos pescadores da região e da ferrenha oposição da China, que intensificou as restrições comerciais a produtos nipônicos.

O despejo do equivalente a quase 540 piscinas olímpicas de água durante décadas no Oceano Pacífico é uma etapa importante para desmantelar a usina, ainda muito perigosa 12 anos após um dos piores acidentes nucleares da história.

Uma transmissão ao vivo da operadora da usina, TEPCO, mostrou os engenheiros da empresa trabalhando em computadores no momento em que um supervisor anunciava, após uma contagem regressiva, a abertura das válvulas próximas das bombas de transferência de água".

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, que aprovou o plano do Japão, supervisiona o processo, que, na sua opinião, está de adequado às "normas de segurança internacionais" e terá um impacto "insignificante para a população e o meio ambiente".

Porém, minutos após o anúncio do início da operação, a China decidiu suspender todas as importações de produtos do mar procedentes do Japão e chamou o plano de Tóquio de "extremamente egoísta e irresponsável".

Pequim já havia interrompido todas as importações de alimentos de 10 dos 47 municípios japonesas em julho. Hong Kong e Macau adotaram a mesma iniciativa.

Na Coreia do Sul, o despejo de água residual da usina nuclear gerou protestos e muita preocupação entre a população, mas o governo expressou apoio ao plano do Japão. Os dois países iniciaram uma aproximação após décadas de distanciamento.

O primeiro-ministro sul-coreano Han Duck-soo pediu ao governo japonês que divulgue as informações do despejo de água "de forma transparente e responsável durante os próximos 30 anos".

Manifestações foram registradas nesta quinta-feira e mais de 10 pessoas foram detidas em Seul depois que tentaram invadir a embaixada do Japão.

- "Risco muito pequeno" -

Em três reatores da usina Fukushima-Daiichi, na região nordeste do Japão, combustível e outros materiais derreteram após o grande terremoto e tsunami que mataram 18.000 pessoas em 2011.

Desde então, a TEPCO acumulou mais de 1,3 milhão de metros cúbicos, armazenados em 1.000 contêineres de aço, de água usada para resfriar os reatores ainda radioativos, misturada com água subterrânea e de chuva que se infiltrou.

A empresa afirma que sua capacidade está no limite e que precisa abrir espaço para retirar o combustível nuclear e os escombros dos reatores destruídos.

A TEPCO afirma que a água passou por um tratamento para eliminar todas as substâncias radioativas, exceto o trítio, que está em níveis inócuos e muito inferiores aos liberados por centrais nucleares em operação, incluindo as usinas da China.

A concentração de trítio na água residual preparada para este primeiro despejo estava "muito abaixo do limite operacional de 1.500 bequerel (Bq) por litro", afirmou a AIEA após uma "análise independente feita no local".

Este nível é 40 vezes inferior às normas japonesas para águas tratadas e às normas internacionais (60.000 Bq/litro), além de sete vezes menor que o limite máximo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a água potável (10.000 Bq/litro).

"Quando for liberado no Pacífico, o trítio será diluído em uma vasta massa de água e atingirá rapidamente um nível de radioatividade que não difere da água do mar normal", disse Tom Scott, especialista da Universidade de Bristol, na Inglaterra.

"Portanto, representa um risco muito pequeno. E o risco diminui com o tempo porque o nível de trítio diminui continuamente", acrescentou.

- Restrições ao sushi -

Mas nem todos concordam. O grupo ambientalista Greenpeace afirmou que o processo de tratamento da água é falho, e a China e a Rússia sugerem que a água pode evaporar e atingir a atmosfera.

Antes da operação, várias pessoas protestaram diante da usina nuclear de Fukushima e mais de 100 na sede da TEPCO, em Tóquio.

"É como lançar uma bomba atômica no oceano. O Japão foi o primeiro país atacado com uma bomba atômica no mundo e o primeiro-ministro tomou esta decisão", lamentou Kenichi Sato, de 68 anos.

Os restaurantes de sushi em Pequim e Hong Kong já sofrem as consequências das restrições de importações.

"Quase 80% dos frutos do mar que usamos vêm do Japão", disse à AFP Jasy Choi, que dirige em Hong Kong um pequeno restaurante de comida japonesa para viagem. "Se mais da metade dos meus ingredientes importados do Japão forem afetados, será difícil continuar funcionando", lamentou o chef, de 36 anos.

Analistas apontam que a China, embora possa ter preocupações genuínas com a segurança, também pode estar sendo motivada por sua rivalidade econômica e sua relação complicada com Tóquio.

A operação de despejo será gradual e deve prosseguir até a década de 2050.

De 2021 para 2023, a Polishop perdeu metade de suas lojas. De acordo com informações do Valor Econômico, há um ano e meio a varejista tinha 250 estabelecimentos no Brasil, mas agora só dispõe de 120 unidades. 

A crise envolve ações judiciais de shoppings que pedem desocupação de imóveis ou execução de dívidas. Em um processo de reestruturação interna, a Polishop também faz um movimento de demitir funcionários, na tentativa de cortar custos. 

##RECOMENDA##

Em 2023, shoppings como Multiplan, Iguatemi, Ancar, Saphyr e Aliansce Sonae BR Malls recorreram à Justiça com ações de despejo e execuções de dívidas. Os estabelecimentos informam que as medidas se devem ao atraso no pagamento de aluguéis. 

Um levantamento do Valor no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mostra que há 30 processos em andamento de shoppings contra a Polishop. Ao todo, os aluguéis atrasados somam R$ 9,39 milhões.

Dentre as ações de despejo chamam atenção as de shoppings como Iguatemi Campinas (dívida alegada de R$ 917 mil); Parque Dom Pedro Shopping, também em Campinas (R$ 551 mil); Shopping Anália Franco (R$ 645 mil) e Shopping Higienópolis (R$ 425 mil), os dois localizados em São Paulo. 

A varejista brasileira Tok&Stok, maior do Brasil no ramo dos móveis, fechou seis lojas em cinco estados do país. As unidades em encerramento estão no Recife, Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza, Piracicaba (SP) e Campinas (SP). A movimentação é orquestrada pela Alvarez & Marsal (A&M), contratada após a Tok&Stok se tornar alvo de uma ação de despejo e entrar em fase de reestruturação financeira. Durante o processo de fechamento, a varejista está fazendo liquidação de produtos que chega a metade do preço.

A ação de despejo foi movida pela Vinci Real Estate, gestora do fundo de investimento imobiliário Vinci Logística, por dívida associada ao pagamento do aluguel de um empreendimento em Minas Gerais. O imóvel onde funciona o galpão está localizado no município mineiro de Extrema. Segundo a Vinci, o aluguel representa cerca de 14% das receitas totais do fundo. 

##RECOMENDA##

Os encerramentos foram quase simultâneos. Desde a última semana, a empresa fechou duas das três lojas que mantinha em Fortaleza, sendo uma delas de rua e outra no Shopping Iguatemi. A companhia ainda mantém a loja do Shopping Riomar, na capital cearense. Após isso, foram fechadas as lojas nas praças do Riomar, Norte Shopping no Rio e Jockey Plaza Curitiba. 

De acordo com o jornal Valor Econômico, nem a A&M, nem a Tok&Stok, quiseram se manifestar sobre o fechamento das unidades. A crise financeira da empresa, atualmente, é estimada em R$ 600 milhões. Em 2021, conforme o balanço mais recente publicado pela companhia, a receita líquida foi de R$ 1,1 bilhão, patamar abaixo da pré-pandemia. 

 

A Tok&Stok depositou, em juízo, o valor não pago do aluguel de janeiro do galpão logístico Extrema Business Park I, detido pelo fundo imobiliário Vinci Logística, gerido pela Vinci Real Estate. Com isso, o fundo decidiu retirar a ação de despejo movida contra a varejista em 15 de fevereiro, menos de duas semanas depois de o aluguel com vencimento no dia 6 de fevereiro não ter sido pago.

Em fato relevante divulgado na terça-feira (28) o fundo informou que na última sexta-feira tomou conhecimento de que a Tok&Stok depositou em juízo R$ 2,092 milhões para quitar o valor de locação vencido e para o reembolso integral das custas judiciais do fundo.

##RECOMENDA##

Na segunda-feira (27) o fundo requereu o levantamento dos valores depositados na conta judicial e informou na terça que, após o levantamento desses valores, solicitará o encerramento formal da ação de despejo.

Apesar da inadimplência referente ao aluguel de janeiro com vencimento em fevereiro, a Tok&Stok já havia efetuado o pagamento integral do aluguel de fevereiro com vencimento em março. Portanto, não restaram outros valores em aberto.

Renegociação

Em dificuldades financeiras expostas depois de vir à tona o caso Americanas, a Tok&Stok contratou, em fevereiro, a consultoria Alvarez & Marsal para fazer uma avaliação da situação de seu caixa e propor alternativas para renegociação das dívidas e uma eventual capitalização, conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na ocasião.

A estimativa é de que suas dívidas estejam em cerca de R$ 600 milhões e há relatos de que um corte de cerca de 200 pessoas foi feito em agosto passado.

A crise da Americanas estremeceu a confiança no setor de varejo, e várias companhias passaram a ter dificuldades para renovar ou tomar novos empréstimos.

No caso da Tok&Stok, a empresa teria feito um grande estoque para o Natal e não desovou como o planejado, desorganizando o capital de giro. Todo o segundo semestre de 2022 foi de vendas baixas para as varejistas de modo geral.

O varejo vem de dois anos de dificuldades. O salto dos juros pegou uma série de empresas de surpresa em um momento de alto endividamento após a pandemia de covid-19.

Os acionistas da Tok&Stok são fundos da gestora Carlyle Group e a família francesa Dubrule, que eventualmente poderiam capitanear uma injeção de capital.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou até 31 de outubro a ordem para suspender despejos, remoções forçadas e desocupações da crise sanitária provocada pelo Sars-Cov-2. "A pandemia da Covid-19 ainda não acabou e as populações vulneráveis se encontram em situação de risco particular", ponderou.

A decisão foi assinada nesta quarta-feira, 29, e trata-se da terceira vez que o prazo da ordem concedida pelo STF é prorrogado. O ministro ressaltou que a nova data determinada evita qualquer superposição com o período eleitoral. A decisão foi remetida ao Plenário Virtual do STF, para confirmação do colegiado.

##RECOMENDA##

No despacho, Barroso lembrou que, quando estendeu pela segunda vez o prazo da suspensão dos despejos, registrou que se deveria aguardar a normalização da crise sanitária para a retomada da execução de ordens de desocupação. Nessa linha, o ministro ressalta que, após um período de queda nos números da pandemia, neste mês se verifica nova tendência de alta, sendo que entre os dias 19 e 25 de junho, o Brasil teve a semana epidemiológica com mais casos desde fevereiro, em todo o território nacional.

Além disso, o magistrado ressaltou o 'aumento expressivo do flagelo social', sob o ponto de vista socioeconômico. Segundo o ministro, ainda que sua ordem se justifique por conta da crise sanitária, 'é preciso considerar que a retomada das desocupações atinge parcela particularmente vulnerável da população e, por isso, é preciso especial cautela'. Fora isso Barroso ponderou que o País retrocedeu cerca de 30 anos no combate à fome, retornando a patamares próximos aos observados na década de 1990.

"As 142.385 famílias que estão na iminência das desocupações se encontram justamente na parcela mais pobre da população. Além disso, também é preciso levar em consideração que o perfil das ocupações mudou durante a pandemia. Com a perda da capacidade de custear moradia, tem-se notícia de famílias inteiras nessa situação, com mulheres, crianças e idosos. Os números indicam haver mais de 97.391 (noventa e sete mil, trezentas e noventa e uma) crianças e 95.113 (noventa e cinco mil, cento e treze) idosos(as) ameaçados(as) pelas desocupações neste momento", ressaltou.

Nesse contexto, Barroso, considerou que os fundamentos que justificaram a suspensão dos despejos 'seguem presentes e justificam a prorrogação da suspensão por mais um período'. Por outro lado, o ministro voltou a registrar, como havia feito na prorrogação de prazo anterior, que a 'suspensão não deve se estender de maneira indefinida'. "Registrei que os limites da jurisdição deste relator em breve se esgotarão. Embora possa caber ao Tribunal a proteção da vida e da saúde durante a pandemia, não cabe a ele traçar a política fundiária e habitacional do país", indicou.

Na decisão anterior, Barroso também lembrou que fez um pedido para que o Legislativo 'deliberasse sobre meios que possam minimizar os impactos habitacionais e humanitários eventualmente decorrentes de reintegrações de posse após esgotado o prazo de prorrogação'. O magistrado registrou que há projeto de lei para disciplinar medidas sobre desocupação e remoção coletiva forçada, mas apontou que ele ainda tramita na Câmara dos Deputados.

"Na hipótese de o Poder Legislativo - a quem compete a formulação de políticas públicas juntamente com o Executivo - não atingir um consenso na matéria, chegará o momento em que o Supremo Tribunal Federal precisará orientar os órgãos do Poder Judiciário com relação às ações que se encontram suspensas em razão da presente medida cautelar. A execução simultânea de milhares de ordens de despejo, que envolvem centenas de milhares de famílias vulneráveis, geraria o risco de convulsão social. Por isso, será necessário retornar à normalidade de forma gradual e escalonada", ressaltou.

No entanto, Barroso ponderou que, não só pelas circunstâncias sanitárias, mas também políticas, é recomendável que o Supremo não implemente desde logo um regime de transição, concedendo ao Congresso um prazo razoável para disciplinar a matéria. "Não se descarta, porém, a hipótese de intervenção judicial em caso de omissão", ressalvou.

Segundo o ministro, na retomada do cumprimento das ordens judiciais será preciso assegurar que as desocupações coletivas 'sejam realizadas com o pleno respeito à dignidade das famílias desapossadas'.

"É certo que, assim como o direito à moradia, o direito de propriedade possui proteção constitucional. Isso não significa, todavia, que as remoções poderão ocorrer sem o devido cuidado com a situação de vulnerabilidade social em que se encontram as pessoas envolvidas. Despejos com violência, desordem e menosprezo aos direitos à saúde, à integridade física e psíquica, à moradia e ao devido processo legal dos atingidos deverão ser rechaçados, por não se compatibilizarem com a ordem constitucional", frisou.

Famílias da ocupação Maria Firmina dos Reis, no Recife, foram as organizadoras de um protesto, na manhã desta quarta-feira (29), no bairro da Boa Vista. Desde 8 de março deste ano, data que marca o Dia Internacional da Mulher, pessoas em situação de vulnerabilidade social e sem moradia fixa têm intensificado a movimentação de ocupação de imóveis inutilizados na capital pernambucana. O Maria Firmina, que já havia sido ocupado entre 2010 e 2011, fica localizado na rua do Hospício, ao lado do Ginásio Pernambucano, e comporta mais de 250 famílias. 

O prédio pertence ao governo federal e já foi sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no passado. De acordo com Denety Ferreira da Silva, coordenador filiado à União Nacional Por Moradia Popular, o edifício está desocupado há anos e era protegido por segurança privada. O medo da ocupação agora é de que, com a perda do vigor da Campanha Despejo Zero, que se encerra nesta quinta-feira (30), os moradores voltem às ruas. 

##RECOMENDA##

“Ocupamos esse prédio em 2010 e saímos em 2011. De 2011 pra cá, esse prédio não recebeu nenhum benefício, uso ou melhoria. Nós saímos com esse mesmo tipo de ordem, não existia a lei do Despejo Zero, então fizeram a reintegração de posse”, disse o coordenador ao LeiaJá. “Ocupamos novamente pedindo moradia digna, que é um direito a todo cidadão brasileiro. Temos aqui pessoas de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e Natal. Várias famílias que tiramos da rua. Pessoas que vieram tentar a sorte em Recife, que era conhecida como a cidade da oportunidade, e nós não podemos mais dizer isso”, acrescentou. 

Ainda segundo o coordenador, a ocupação não foi procurada nem pela prefeitura do Recife e nem pelo Governo de Pernambuco para dialogar sobre possibilidades de ocupação ou realocação. Os moradores sobrevivem com o apoio de projetos sociais, sobretudo de distribuição de refeições, que se dividem no Centro do Recife para comportar toda a população.  

[@#video#@] 

Campanha Despejo Zero 

O Projeto de Lei 4253/21, criado com base em dados da campanha Despejo Zero, prorrogou até 30 de junho de 2022 os efeitos da Lei 14.216/21, que proibia até o final do ano passado o despejo ou a desocupação de imóveis urbanos em razão da pandemia de Covid-19. Além disso, o texto em análise na Câmara dos Deputados estende a vedação aos imóveis rurais. 

A autoria do projeto é de Natália Bonavides (PT-RN) e outros 41 parlamentares que acompanharam favoravelmente o texto. Os deputados argumentaram que aquela lei, oriunda de proposta surgida na Câmara, e uma liminar do Supremo Tribunal Federal favoreceram aproximadamente 11,3 mil famílias na pandemia. 

Apesar disso, os autores estimam que mais de 123 mil famílias estão sob o risco de remoção forçada e mais de 23,5 mil foram efetivamente despejadas entre março de 2021 e outubro de 2022. 

A atendente de loja Ilanne Olindina dos Santos Monteiro, de 36 anos, é uma entre as centenas de mães temendo o despejo nesta quinta-feira (30). Ela chegou ao prédio Maria Firmina dos Reis em 11 de março, três dias após o retorno da ocupação, ao passar pela triagem. 

“A gente precisa saber quem vai ocupar, é na triagem que a ocupação sabe quem é quem. Já que a gente vai conviver todos os dias, precisa ser tranquilo. A necessidade foi o ponto crucial para minha mudança [à ocupação], e também a oportunidade de ter uma moradia digna com a minha família. No momento estou desempregada, mas tenho uma função, sou atendente de loja”, compartilhou ao LeiaJá. 

Ela continuou: “Meu marido e eu não conseguimos pagar um aluguel, fazer feira, nem dar o melhor para a nossa filha. A gente às vezes vai vender água, vender pipoca, mas o que a gente quer mesmo é carteira assinada. Nossa fonte de renda atualmente é o Auxílio Brasil, mas no momento não faço parte de nenhum cadastro de habitação”. 

Confira imagens da ocupação: 

[@#podcast#@] 

- - > LeiaJá também:  

‘PM desocupa casa usada para acolher vítimas de violência’  

‘PCR não propôs realocar vítimas, diz líder de ocupação’ 

‘Temendo despejo, moradores de ocupação protestam no Recife’ 

 

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal já votou por ratificar a decisão que estendeu até 31 de março de 2022 a ordem para suspender despejos, remoções forçadas e desocupações na pandemia. Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes acompanharam o colega Luís Roberto Barroso, chancelando liminar concedida na última quarta-feira, 1º.

O ministro Ricardo Lewandowski apresentou voto divergente sobre o caso, mas em sentido ainda mais abragente - para que a suspensão de desocupações coletivas e despejos de pessoas vulneráveis fosse assegurada 'enquanto perdurarem os efeitos da pandemia da Covid-19'. Ainda não votaram os ministros Luiz Fux, presidente da corte, e Kassio Nunes Marques.

##RECOMENDA##

O julgamento é realizado no Plenário virtual da corte, ferramenta que permite que os ministros depositem seus votos à distância. A sessão em questão teve início na segunda-feira, 6, e está prevista para terminar às 23h59 desta quarta, 8.

Na decisão levada para referendo dos demais ministros do STF, Barroso acolheu pedido do PSOL, no âmbito de ação em conjunto com entidades de moradia e direitos humanos.

O partido apontava que, com a decisão que suspendeu despejos e reintegrações de posse na pandemia expirando no último dia 3, milhares de famílias ficariam desprotegidas em um momento em que os efeitos da crise da covid-19 ainda são agudos.

"Com a chegada do mês de dezembro, constata-se que a pandemia ainda não chegou ao fim e o contexto internacional - notadamente com a nova onda na Europa e o surgimento de uma nova variante na África - recomenda especial cautela por parte das autoridades públicas. Por isso, tendo em vista a proximidade do recesso parlamentar, asseguro desde já a extensão dos na Lei nº 14.216/2021 ao menos até 31.03.2022", ponderou o ministro em seu voto.

A lei a qual Barroso se refere foi promulgada em outubro, após o Congresso Nacional derrubar vetos à projeto de lei que proibia o cumprimento de ordens de remoção coletivas na pandemia. A campanha Despejo Zero, principal articuladora do PL, mapeou 72 mil famílias ameaçadas de despejo e outras 12 mil despejadas durante a pandemia.

Além de estender o prazo para proibição do despejos, Barroso também determinou a suspensão temporária de desocupações e despejos em áreas rurais, dentro dos critérios aprovados pelo Legislativo. O ministro ainda chegou a fazer um apelo ao Congresso, para a prorrogação dos prazos previstos em lei, tendo em vista o cenário atual da pandemia.

Com cassetete em mãos após a chegada pacífica de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) à sede da Prefeitura do Recife, na manhã desta quinta-feira (21), a conduta isolada de um dos agentes da Guarda Municipal foi repreendida por um superior.

Depois de percorrer a Avenida Conde da Boa Vista em protesto pela suspensão da ordem de despejo, moradores da Ocupação 8 de Março tentam ser ouvidos pelo Prefeito João Campos (PSB).

##RECOMENDA##

O prédio da gestão foi bloqueado com gradis e por um cordão de agentes municipais à frente de policiais militares. Fora do esquema de segurança montado nas dependências da Prefeitura, um único guarda empunhou o cassetete e se posicionou próximo aos manifestantes, sendo repreendido e afastado pelo seu superior.

[@#video#@]

Em nítida descoordenação à postura dos demais agentes de segurança, ele foi questionado sobre a conduta por um superior, que ordenou que recolhesse a arma não letal e o puxou de volta à formação.

Cerca de 300 famílias moram no terreno localizado na Rua Frei Casanova, próxima à Avenida Barão de Souza Leão, e cobram pelo cumprimento da determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que suspendeu o cumprimento de ordens de despejo até o fim do ano.

[@#galeria#@]

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, nesta quinta-feira (19), um projeto de lei que suspende o cumprimento de mandados de reintegração de posse, despejos e remoções judiciais e extrajudiciais em Pernambuco enquanto durar a pandemia. A proposição é de autoria das codeputadas Juntas (Psol).

O PL havia sido protocolado no início da crise sanitária da Covid-19 e tramitava na Casa há mais de um ano. O projeto teve a aprovação de um substitutivo que define para março de 2020 o marco temporal das ocupações abarcadas na medida. Uma subemenda que propunha estabelecer cinco meses de vigência para a lei foi barrada.

##RECOMENDA##

Segundo as Juntas, mais de 1,3 mil famílias já foram removidas em Pernambuco durante a pandemia e mais de 9 mil estão ameaçadas de remoção. O projeto segue para sanção do governador Paulo Câmara (PSB).

Com base no artigo 242 do Regimento Interno da Casa, o líder da Oposição na Alepe, deputado Antônio Coelho (DEM), obteve, nesta quinta-feira (5), a retirada do Projeto de Lei 1010/20 da pauta de votação do Plenário. Numa “Questão de Ordem” apresentada à Mesa Diretora, o parlamentar pediu a verificação de votos no momento da apreciação da matéria. Apesar do número suficientes de parlamentares registrados como presentes à sessão, o total efetivo de votantes não atingiu a quantidade mínima de 25 votos necessária para aprová-la na Casa.

O projeto em questão prevê a suspensão do cumprimento de mandados de reintegração de posse, despejos e remoções judiciais ou mesmo extrajudiciais dos despejos em todo o Estado enquanto durar a pandemia do coronavírus. Na avaliação do democrata, além de inconstitucional, a matéria vai de encontro ao interesse público bem como viola o direito à propriedade, assegurado pela Constituição Federal.

##RECOMENDA##

Ao que tudo indica, o PL deve ir à nova votação na próxima sessão plenária, marcada para a próxima quinta-feira (12). Caso o projeto venha a ser aprovado pela Assembleia, o deputado adianta que será avaliada a possibilidade de se entrar com uma ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) a fim de preservar o que determina o Regimento da Casa.

“O nosso entendimento é de que o Regimento foi desrespeitado quando a Mesa adiou a votação do Projeto. Se, no momento da apreciação, não foram alcançados os votos necessários, a matéria deveria ter sido arquivada”, explicou Antonio Coelho.

* Da assessoria 

 

O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente um projeto de lei (PL 827/2020) que proibia o despejo em imóveis urbanos durante a pandemia de coronavírus. O texto aprovado pelo Senado e pela Câmara pretendia suspender as desocupações determinadas pela Justiça até 31 de dezembro deste ano. O veto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5).

Para Bolsonaro, o projeto “daria um salvo conduto para os ocupantes irregulares de imóveis públicos” que, segundo o presidente da República, “frequentemente agem em caráter de má fé”. Na mensagem enviada ao Congresso Nacional, Bolsonaro afirma ainda que a medida poderia “consolidar ocupações existentes, assim como ensejar danos patrimoniais insuscetíveis de reparação”. Ele cita como exemplo a construção de muros de contenção, edificações, calçadões ou espigões nas áreas de bens de uso comum ou danos ambientais graves.

##RECOMENDA##

O projeto relatado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN) também dispensava o pagamento de multa para interrupção do aluguel e permitia mudanças contratuais por meio de correspondências eletrônicas ou aplicativos de mensagens. Para Jair Bolsonaro, o PL 827/2020 estava “em descompasso com o direito à propriedade” e conduziria a “quebras de contrato promovidas pelo Estado”.

Ainda segundo o presidente, o projeto “geraria um ciclo vicioso”. “A proposta possibilitaria melhorias para o problema dos posseiros, mas, por outro lado, agravaria a situação dos proprietários e dos locadores. A paralisação de qualquer atividade judicial, extrajudicial ou administrativa tendente a devolver a posse do proprietário que sofreu esbulho ou a garantir o pagamento de aluguel impactaria diretamente na regularização desses imóveis e na renda dessas famílias de modo que geraria um ciclo vicioso, pois mais famílias ficariam sem fonte de renda e necessitariam ocupar terras ou atrasar pagamentos de aluguéis”, escreveu na mensagem.

*Da Agência Senado

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Defensoria Pública da União (DPU) para impedir a ação de remoção, marcada para esta terça-feira (15), de cerca de duas mil pessoas que ocuparam imóveis do Conjunto Habitacional Novo Horizonte I, II e III, na cidade de Campos de Goytacazes (RJ), provenientes do programa Minha Casa Minha Vida.

A liminar, deferida na Reclamação (RCL) 47531, suspende decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que, em recurso apresentado pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pela Realiza Construtora, determinou a remoção das famílias e a desocupação dos imóveis.

##RECOMENDA##

Dano irreparável

O ministro Fachin explicou que a medida cautelar deferida pelo ministro Roberto Barroso na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828 suspendeu por seis meses ordens ou medidas de desocupação de áreas que já estavam habitadas antes de 20/3/2020, quando foi aprovado o estado de calamidade pública em razão da pandemia da Covid-19.

A decisão ressalva da suspensão as ocupações posteriores, mas estipula que o poder público assegure que as pessoas removidas possam ser levadas para abrigos.

No caso concreto, segundo o relator, não foi possível verificar se houve manifestação do Município de Campos de Goytacazes sobre a possibilidade de providenciar atendimento habitacional e assistencial antes do dia agendado para a remoção, de forma a viabilizar a desocupação voluntária por parte desses grupos vulneráveis.

Para o ministro, a situação descrita nos autos é complexa e envolve o direito fundamental à moradia e a função social da propriedade.

"Se, de um lado, os ocupantes encontram-se em situação de evidente risco social, por outro lado, há o direito dos mutuários do Programa Minha Casa, Minha Vida, destinado, nos termos da Lei 11.977/2009, justamente à aquisição de moradias por famílias de baixa renda", explicou.

Em seu entendimento, a condicionante fixada na ADPF 828 para as ocupações recentes e o evidente perigo de dano irreparável às famílias que não têm aonde ir justificam a suspensão da medida de desocupação forçada prevista para hoje.

Leia a íntegra da decisão.

Da assessoria do STF

 

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estendeu uma proteção contra despejo de residências até 30 de junho, diante dos impactos da pandemia da Covid-19 na economia. Em comunicado publicado nesta terça-feira (16) a Casa Branca nota que atualmente 20% daqueles que alugam imóveis no país têm algum atraso nesses pagamentos, com mais de 10 milhões de pessoas com atrasos em seus pagamentos de hipotecas.

Em princípio, essa proteção vigoraria até março, mas agora foi ampliada. O governo também diz que enviará ajuda aos proprietários de imóveis, para aliviar a situação "de emergência nacional sem precedentes". Na nota, o governo insiste na importância de que o Congresso dos EUA aprove o pacote fiscal proposto por Biden, que inclui verba para enfrentar os problemas no mercado habitacional americano.

##RECOMENDA##

A Bancada do PT na Câmara protocolou nesta sexta (14), no Supremo Tribunal Federal (STF), pedido para que o ministro Edson Fachin conceda, em caráter de urgência, liminar para suspender o despejo de 450 famílias do assentamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, Sul de Minas.

O documento é assinado pelo líder da Bancada, Enio Verri (PR), e os deputados Helder Salomão (ES), João Daniel (SE) e Rogério Correia (MG).

##RECOMENDA##

Os parlamentares assinalam que apesar dos apelos feitos por diversas organizações de defesa dos direitos humanos ao governador do estado, Romeu Zema (Novo), a ação de despejo, iniciada na quarta-feira (12), segue com cerca de duzentos policiais que se revezam em turnos no assentamento.

Violência policial

A PM-MG, de acordo com os deputados, foi denunciada por destruição de escolas e muita violência na retirada de famílias do local, “com riscos de agravamento dos conflitos e, em especial, o grave potencial de vulnerabilidade de crianças, idosos e toda a comunidade exposta à contaminação pelo coronavírus, dada as circunstâncias em que realiza-se a malfadada e ilegal operação de despejo”.

A bancada lembra ainda que o acampamento Quilombo Campo Grande foi formado há 22 anos no local da falida usina de açúcar Ariadnópolis, que ainda tem como pendência inúmeros casos de direitos trabalhistas não saldados.

O assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) abriga na área cerca de 450 famílias, que vivem da produção de alimentos orgânicos.. Só em café orgânico produzem cerca de 510 toneladas anuais.

Covardia

Na quinta-feira (13), parlamentares do PT denunciaram na sessão remota da Câmara dos Deputados as arbitrariedades da PM-MG e tacharam o governador Zema de “covarde”, diante da gravidade da situação.

Enio Verri, por exemplo, disse que “durante a pandemia, não pode haver despejo, nem rural nem urbano. É um absurdo! Se a lógica é o isolamento social, é cada um no seu canto, como que a polícia vai tirar as pessoas das casas delas?! Há famílias assentadas há mais de 20 anos”, afirmou Enio Verri.

Desde a madrugada do dia 12 cerca de 200 policiais militares estão no Sul de Minas, na cidade de Campo do Meio, para promover o despejo das famílias de agricultores familiares que vivem e produzem naquela terra.

Reintegração de posse

A posse da área é discutida na Justiça há mais de 20 anos. Em 1996, a Usina Ariadnópolis faliu e não opera mais na região. Em 1998 trabalhadores rurais ocuparam a área. No próximo dia 25 ainda deve ser julgado um agravo de instrumento movido pela Defensoria Pública Estadual sobre o caso.

Projeto de Lei

Os deputados Rogério Correia e João Daniel defenderam que qualquer ação no sentido de desocupação deve aguardar a votação do projeto de lei de autoria da deputada Natália Bonavides (PT-RN) que propõe a suspensão de despejos e de reintegração de posse no campo e na cidade, durante a pandemia do coronavírus. “A minha opinião é que não devemos votar absolutamente nada na Câmara dos Deputados enquanto não for pautado o Projeto Despejo Zero na pandemia”, defendeu Correia que ainda informou que é um dos signatários da proposta.

Da Assessoria do PT na Câmara

Nesta quinta-feira (13), moradores do acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais, resistiram à uma ordem judicial de reintegração de posse e da ação de despejo realizada Polícia Militar. Segundo informações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, as famílias vivem no local há mais de 20 anos. A conta do MST no Twitter chegou a publicar um vídeo de Wagner Moura repudiando a ação.

O ator criticou o despejo das pessoas nas terras localizadas no sul mineiro. Wagner fez um apelo às autoridades. "É uma coisa desumana e inadmissível. [...] Por favor, evitem essa violência, que suspendam imediatamente o despejo na comunidade Quilombo Campo Grande ", declarou.

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o MST, a polícia sitiou as famílias do Quilombo Campo Grande e deixaram elas sem acesso à alimentação: " As passagens foram bloqueadas para que nem imprensa, nem apoiadores do movimento pudessem chegar".

Veja:

[@#video#@]

As deputadas estaduais da Juntas (Psol) protocolaram um projeto de lei para suspender o cumprimento de mandados de reintegração de posse, despejos e remoções judiciais ou extrajudiciais em Pernambuco. O intuito da proposta seria proteger famílias em vulnerabilidade social no período de pandemia do novo coronavírus.

A medida valeria por tempo indeterminado, enquanto estivesse vigente o Estado de Emergência de Saúde Pública decorrente da propagação do novo coronavírus. "(...) se despejadas podem residir nas ruas, serem contaminadas e também aumentarem de forma exponencial o número de infecções pelo Covid-19", diz trecho do projeto.

##RECOMENDA##

Segundo as Juntas, medida semelhante vem sendo adotada nos Estados Unidos e na França. Este teria sido um apelo da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico, do Instituto de Arquitetos do Brasil e do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST).

O pedido de reintegração de posse do Centro Paulo Freire, espaço de formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em Caruaru, Agreste de Pernambuco, foi suspenso na noite dessa terça-feira (15) pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Em seu despacho, o desembargador Manoel de Oliveira Erhardt defende a possibilidade de conciliação entre o Assentamento Normandia e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), autor do pedido de despejo. 

##RECOMENDA##

A ordem de reintegração de posse foi emitida em setembro e deveria ser cumprida até a última quinta-feira (10), mas uma nova decisão judicial adiou por mais 30 dias o despejo, agora suspenso pelo desembargador.

Na sentença, Erhardt ressaltou que há a efetiva utilização da área comunitária do Assentamento Normandia, que gere o centro de formação, com atuação em diversas áreas de interesse social. O desembargador destacou a formação acadêmica e a produção da associação dos trabalhadores do assentamento (Atranor).

O Incra pediu a reintegração em 2008, após um desacordo envolvendo quatro famílias assentadas a respeito do uso da área. No entanto, segundo o MST, passados 11 anos, a divergência deixou de existir.

Na decisão, Erhardt alertou para a gravidade do despejo. “Há fundado perigo de produção de danos irreparáveis na imediata reintegração de posse, sendo recomendável a prévia tentativa de resolução amigável do conflito”, registrou, afirmando ainda que, “em caso de insucesso na via conciliatória”, o Incra poderá recorrer.

A área de 15 hectares onde se encontra o Centro de Formação Paulo Freire está há 20 anos sob gestão da associação de assentados de Normandia, nome da antiga Fazenda Normandia, que foi ocupada pelos trabalhadores rurais em 1º de maio de 1993.

Após um longo período de resistência, houve, em 1998, a desapropriação para fins de reforma agrária e indenização ao antigo proprietário. 

Na área, vivem 41 famílias, que têm como espaço coletivo o centro de capacitação, três agroindústrias, 52 alojamentos, salas de aula, auditório para 700 pessoas, centro comunitário, quadra esportiva, academia pública para atividades físicas, creche e refeitório.

Do Brasil de Fato

Na manhã desta quinta-feira (24), uma reintegração de posse foi cumprida em um terreno em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, que estava sendo ocupado desde novembro de 2017, segundo os moradores. Cerca de 300 famílias tiveram que deixar o local. Logo cedo, no momento da chegada da Polícia Militar (PM), houve momentos de tensão, com os despejados colocando fogo em entulhos e em barracos e protestando contra a decisão judicial.

Grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) e Defensoria Pública de Pernambuco estiveram no local para dar apoio aos moradores da ocupação intitulada Jardim Boas Novas. Vitória Genuína, coordenadora estadual do MTST, destacou ter havido vícios no processo de reintegração de posse.

##RECOMENDA##

“O dito proprietário do terreno apresenta um contrato de compra e venda e não a escritura, que é o documento que comprova a propriedade; os moradores não foram citados no processo, algo que deve acontecer; e várias coisas não deixam claro de quem é o terreno”, cita Vitória. A coordenadora complementa ter conversado com o juiz solicitando mais 30 dias antes da reintegração para que as famílias organizassem melhor a saída. “Ele deu o prazo, mas, no outro dia, saiu uma decisão de que ele não tinha revogado a liminar [de reintegração]. Fomos pegos de surpresa junto com os moradores”, ela acrescenta.

[@#galeria#@]

O defensor público José Fernando Nunes Debli disse que uma pessoa teria convidado as famílias para ocupar o terreno alegando que não haveria proprietário. “Ele teria dito que poderia construir aqui, por isso há tanta construção de alvenaria. A gente soube da ocupação e da reintegração na sexta. Na segunda-feira a gente protocolou uma petição e tentou reverter, mas não foi possível. Então a gente veio aqui hoje amparar e verificar a legalidade da reintegração para que não houvesse excesso”, explica o defensor.

O advogado Ícaro Marques, do autor do pedido de reintegração identificado como Cláudio Geraldo Seixas Guedes, disse lamentar o despejo, mas fez acusações: “Uma coisa é certa: quem está aqui ocupando não é pessoa completamente desabrigada. A gente está vendo pessoas aí levando suas coisas por conta própria na mão. Ninguém ia carregar isso aqui dois, três quilômetros ou ficar do lado de fora segurando na mão. Obviamente tem algum lugar pra levar. Outro exemplo que cito é o pessoal morador de rua. Por que esse povo não está aqui? Porque eles não têm condições de comprar um imóvel aqui. O grupo que faz esse tipo de invasão faz para vender. Simples. Aí eu pergunto: realmente essa invasão aqui tem alguma finalidade social? Não tem. Não sejamos ingênuos”. Marques também relatou que os documentos apresentados à Justiça comprovam que seu cliente é dono do terreno.

No local, o clima era de lamento, enquanto as casas de alvenaria e madeira eram derrubadas por um trator. Algumas pessoas choravam ou assistiam em silêncio à derrubada da casa. Outros, ainda, pareciam conformados, como o vendedor Rodrigo de Araújo, 33 anos. “Eu já sou acostumado a perder mesmo. Isso é da vida. Bola pra frente. Trabalhar agora”, disse. Rodrigo conta já ter sido despejado em outra oportunidade.

A manicure Bianca Camila, 27, veio com o marido e os dois filhos para a ocupação Jardim Boas Novas no final de 2018 e já haviam erguido uma casa de tijolo. “É triste. Vou viver de favor na casa dos familiares. Perdi material que não vai ter como recuperar. Consegui tirar muito pouco. Lutei pra conseguir material para construir e agora vem tudo por água baixo. É muito triste não só para mim, mas para muita gente daí”, lamenta a mulher que ganha R$ 20 por serviço de manicure e que está com um companheiro desempregado. “Ou come ou arruma uma casa para morar”, afirma Bianca.  

A Gafisa, uma das incorporadoras mais tradicionais do mercado imobiliário, recebeu um pedido de despejo da sua sede por estar inadimplente com o aluguel e o condomínio desde outubro. Naquele mês, foi empossada a nova direção da companhia, indicada pela gestora de recursos GWI, do investidor e maior acionista, Mu Hak You.

Desde então, o pagamento de vários fornecedores foi suspenso sob a justificativa de revisão dos contratos. Pessoas a par do assunto relatam, contudo, que há falta de conhecimento e traquejo da nova diretoria para gestão de uma incorporadora. Nenhum deles esteve à frente de uma incorporadora antes.

##RECOMENDA##

O calote da Gafisa, citado no processo que o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso, considera dois meses de atraso, com um saldo aberto de R$ 774,9 mil, dos quais R$ 729,6 mil são de aluguel e R$ 45,2 mil de condomínio. Já o valor total da ação movida contra a empresa é de R$ 3,9 milhões.

Além do despejo, está incluído o pedido de rescisão do contrato de locação, indenização pela desmobilização e recuperação do espaço, fora os honorários advocatícios. O processo foi distribuído no dia 12 de dezembro, na 4.ª Vara Cível, de Pinheiros.

O autor da ação foi o fundo de investimento imobiliário (FII) Corporate Office Fund, que é dono do edifício Eldorado Business Tower, localizado entre o shopping center Eldorado e a Marginal Pinheiros, na zona sul da capital paulista. O fundo é administrado pelo banco BTG Pactual. A Gafisa aluga o andar 18.º e metade do andar 19.º, mas este último já está praticamente vazio após a onda de demissões sob a gestão da GWI, que reduziu o número de funcionários de 740 para 370.

De acordo com o processo, o contrato de locação vinha sendo cumprido regularmente até outubro. No dia 11 daquele mês, a Gafisa pediu o encerramento do contrato e foi informada sobre a necessidade de arcar com a rescisão antecipada da locação. Até então, a Gafisa planejava levar sua sede para um prédio comercial próprio, em São Caetano (Grande ABC), sob o argumento de economia de custos, mas acabou voltando atrás. Sem definição, parou de pagar o aluguel e não respondeu mais aos contatos do fundo administrado pelo BTG, dizem fontes.

Procurada, a Gafisa disse que não foi citada e reiterou que está renegociando os contratos. O BTG não quis comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Civil de Pernambuco enviou uma nota se posicionando sobre a notícia de que a Delegacia de São José do Egito, no Sertão de Pernambuco, recebeu uma ordem de despejo. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), o fechamento da delegacia se deve ao não pagamento do aluguel do imóvel pelo governo do Estado.

Conforme a nota da Polícia Civil, a nova sede da delegacia no município está sendo viabilizada com máxima urgência. A promessa é que ela estará em pleno funcionamento a partir do dia 17 de dezembro.

##RECOMENDA##

A polícia afirma também que não há atrasos no pagamento do aluguel do imóvel. "Os valores estão quitados até o mês atual, dezembro de 2018. O proprietário da casa escolheu por não continuar o alugando o imóvel onde funciona atualmente a DP, cancelando o contrato unilateralmente", diz nota.

Por fim, a Polícia Civil diz estar adotando uma política de devolver imóveis alugados para usar locais próprios, gerando economia aos cofres públicos e melhores condições de atendimento à população e de trabalho aos policiais. Em 2018, 17 delegacias foram transferidas para imóveis que pertencem ao Estado ou adquiridos por meio de parcerias, seja com o Poder Judiciário, prefeituras ou iniciativa privada, o que gerou uma economia de R$ 1,5 milhão por ano aos cofres públicos.

Em São José do Egito, os homicídios diminuíram em 60% entre janeiro e outubro de 2018, quando se compara com o período equivalente em 2017. Em toda a Área Integrada de Segurança (AIS) 20, que engloba São José do Egito e outros 11 municípios do Sertão, a redução foi de 46%. Quanto aos roubos, a diminuição em São José do Egito foi de 6%, passando de 65 para 61 registros entre janeiro e outubro.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando