Tópicos | extrema pobreza

A extrema pobreza caiu em Pernambuco no ano passado. É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais 2022, divulgada nesta quarta (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo sobre distribuição de renda e mercado de trabalho compara os registros de 2021 e colocou o estado como o 5º em relação à população em extrema pobreza no Brasil.

Em 2022, 11,7% dos pernambucanos - cerca de 1,1 milhão de pessoas - viviam com menos de US$ 2,15 por dia, ou R$ 199 mensais, como o Banco Mundial propõe como parâmetro de extrema pobreza. No ano anterior, 19,4% da população estava nessa situação. Ainda assim, metade dos residentes, equivalente a 50,7%, continua abaixo da linha da pobreza em 2023. Essas pessoas vivem com menos de US$ 6,85 por dia, ou R$ 635 por mês, frente a 59,7% em 2021.

##RECOMENDA##

A pesquisa destaca que se não houvessem programas sociais, como o Bolsa Família e o BPC, 21,4% dos pernambucanos viveriam em extrema pobreza e 56,6% em pobreza. Esses indicativos colocam o estado como o 5º com mais pessoas em extrema pobreza, atrás apenas do Maranhão, Acre, Alagoas e Bahia. No Recife, 6,7% dos moradores estão em condição de extrema pobreza e 36,2% abaixo da linha da pobreza.

Desigualdade também caiu

A Síntese de Indicadores Sociais observou que a desigualdade também diminuiu em Pernambuco. No ano passado, o estado teve a 10ª maior concentração de renda do país, alcançando a marca de 0,515 no índice Gini, comparado a 0,579 em 2021. O registro de 2022 ficou abaixo da média nordestina (0,517) e da média brasileira (0,518). Quanto mais perto de 1, maior a concentração de renda conforme o índice Gini. Este foi o melhor resultado da série histórica , iniciada em 2012.

Depois de ser a 2ª capital mais desigual do país, Recife apareceu como a 6ª capital mais desigual em 2022. A cidade obteve 0,556 e ficou atrás de João Pessoa (0,568), Fortaleza (0,566), São Paulo (0,564), Natal (0,563) e Belém (0,561). 

Em 2021, 18,7% dos pernambucanos viveram com cerca de R$ 171 por mês, o que se encaixa no parâmetro de extrema pobreza do Banco Mundial. O percentual equivale a aproximadamente 1,8 milhão de pessoas e é o segundo maior de todo o Brasil, estando atrás, apenas, do estado do Maranhão. A informação foi divulgada pelo IBGE nessa sexta-feira (2), através da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2021. 

O rendimento médio domiciliar per capita também foi o maior desde 2012. Apesar do valor ser quase cinco vezes maior que o obtido pelo grupo da extrema pobreza, o pernambucano médio sobreviveu, no ano passado, com cerca de R$ 828. No recorte por gênero, homens ganharam mais, com R$ 871 frente a R$ 807 das mulheres. Já no recorte de raça, a diferença aumentou: R$ 1.184 para brancos e R$ 676 para pretos ou pardos.  

##RECOMENDA##

Além disso, 51% da população do estado, ou 4,9 milhões de pessoas, está abaixo da linha da pobreza, delimitada por rendimentos de até US$ 5,5 por dia, ou seja, R$ 495 por mês. Este percentual está atrás apenas dos estados do Maranhão e Alagoas. A pesquisa estima que, se não houvesse nenhum tipo de benefícios sociais, 25,5% dos pernambucanos viveriam na extrema pobreza e 55% da população viveria na pobreza. 

Entre os 40% de pessoas com menores rendimentos, o rendimento domiciliar médio per capita é de R$ 188, o segundo menor do país, mais uma vez, atrás apenas do Maranhão. Já os 10% da população com maiores rendimentos recebem, em média, R$ 3.943. Isso significa que o percentual de população com maiores rendimentos recebe 21 vezes mais do que o percentual de população com menores rendimentos. 

Concentração de renda 

Em 2021, Pernambuco voltou a ter a terceira maior concentração de renda do Brasil, de 0,579, atrás apenas de Roraima (0,596) e Rio Grande do Norte (0,587). O estado teve o maior indicador desde 2012, quando a pesquisa passou a usar os dados da PNAD Contínua. Já a média nacional foi de 0,544, a mesma do ano anterior. 

O Recife, por sua vez, foi a segunda capital mais desigual do país em 2021, com índice de Gini de 0,606, atrás apenas de Aracaju (0,618). Em 2020, a cidade ocupou a quarta posição e, em 2019, a capital pernambucana havia alcançado o maior índice. A Síntese de Indicadores Sociais estima que, sem benefícios de programas sociais ou governamentais, o Índice de Gini em Pernambuco e no Recife pularia para 0,627 e 0,634, respectivamente. 

Desemprego 

De acordo com a pesquisa, a taxa de desocupação em Pernambuco aumentou em 2021, chegando a 20,2%. É o terceiro maior índice do país, superado apenas pela Bahia (21,3%) e por Sergipe (20,6%). Em números absolutos, 830 mil pessoas procuraram emprego em algum momento do ano passado e não encontraram. Em 2020, o mesmo índice havia sido de 17,1%. 

No recorte por sexo, a desocupação entre as mulheres foi ainda maior, alcançando 25% no período, enquanto, para os homens, o índice era de 16,9%. Por cor ou raça, a taxa de desocupação entre os brancos foi de 18,6%. Entre os pretos e pardos, o percentual aumenta para 21,1%.  

A SIS também mostra o quanto os jovens sofreram com o desemprego no estado em 2021: a taxa de desocupação foi de 32,1% entre a população de 14 a 29 anos, contra 17% para a faixa de 30 a 49 anos e 8,7% para os trabalhadores de 50 anos ou mais. 

Em setembro deste ano, o Brasil atingiu o recorde de pessoas em extrema pobreza desde a criação do Cadastro Único (CadÚnico). Ao longo dos quase quatro anos de governo Bolsonaro houve um aumento de 10 milhões de pessoas na condição de alta vulnerabilidade. 

O Cadúnico foi criado em 2001 como uma ferramenta no processo de concessão de programas sociais do governo federal, como o atual Auxílio Brasil.

##RECOMENDA##

A legislação define que famílias em extrema pobreza sobrevivem com a renda de R$ 105 por pessoa. No último mês, o Brasil atingiu 49 milhões de pessoas na miséria.

O índice é o mais alto já registrado e representa 23% da população que precisa de ajuda do governo para sobreviver.

A quantidade de famílias na faixa de extrema pobreza no Brasil que se cadastraram no Cadastro Único (CadÚnico) ultrapassou a marca de 14 milhões, sendo o maior número desde o ano de 2014.

De acordo com informações do Ministério da Cidadania, quase 40 milhões de indivíduos no país estão na miséria, que são famílias que possuem renda de até R$ 89 por pessoa.

##RECOMENDA##

Já até o mês de outubro, 2,8 milhões de famílias ocupavam a faixa de pobreza, com renda entre R$ 90 e R$ 178 por morador.

Até o mês de dezembro de 2018, o último do governo de Michel Temer, 12,7 milhões de famílias estavam cadastradas na faixa de extrema pobreza. Já sob a presidência de Jair Bolsonaro, a quantidade subiu em 1,3 milhão.

Com o fim do auxílio emergencial e de outros programas colocados em ação por conta da pandemia do novo coronavírus, é esperado que os dados cresçam ainda mais. Até o mês de novembro, 14,3 de famílias estavam aprovadas no Bolsa Família.

Da Ansa

A extrema pobreza dificulta a sobrevivência de mais de 1,2 milhão de pernambucanos. A informação consta na Síntese de Indicadores Sociais 2020 (SIS), divulgada nessa quinta-feira (12) pelo IBGE, com dados relativos a 2019. Segundo o levantamento, Pernambuco está em terceiro lugar em desigualdade entre os estados, e Recife é a capital mais desigual do país, com índice de 0,612, posição que não ocupava desde 2016. 

Isso significa que 13% da população possui renda mensal domiciliar per capita inferior a R$ 151 (US$ 1,9 por dia, equivalente, na cotação do dia desta publicação, a R$ 10,39), critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza. É o maior patamar da série histórica iniciada em 2012, e o dobro da média nacional, de 6,5%, que se manteve inalterada entre um ano e outro. Em 2018, os muito pobres eram 11,4% da população. 

##RECOMENDA##

No Recife, cerca de 115 mil pessoas, ou 7% da população da capital, vivem abaixo da linha de extrema pobreza.

A síntese mostra ainda que a extrema pobreza implica em menor acesso a serviços básicos. 9% dos pernambucanos com renda mensal inferior a R$ 10,39 por dia não têm a cobertura de nenhum tipo de programa de proteção social. 28,6% têm ao menos uma precariedade nas condições de moradia, 38,8% têm dificuldade no acesso à educação, 47,1% não têm conexão à Internet e 66,5% vivem em domicílios sem saneamento básico.

A SIS também demonstra que o índice de pessoas pobres em Pernambuco passou de 41,1% em 2018 para 41,8% em 2019. Este foi o pior resultado em sete anos. Isso significa que pouco mais de quatro em cada dez pernambucanos vivem com menos de R$ 436 reais por mês, ou US$ 5,5 por dia (R$ 30,07), de acordo com o mesmo critério do Banco Mundial. O resultado supera a média nacional, de 24,7% da população abaixo da linha de pobreza.

Comparativo e questões raciais

A desigualdade na distribuição de renda é medida pelo índice de Gini, dado que também faz parte da Síntese de Indicadores Sociais. Ano passado, Pernambuco foi o terceiro estado com maior concentração de renda do Brasil, com 0,573, atrás apenas de Sergipe (0,580) e Roraima (0,576).

Recife, por sua vez, é a capital brasileira mais desigual, com índice de 0,612. A cidade é seguida por João Pessoa (0,591) e Aracaju (0,581). Quanto mais perto de 1, mais a renda é concentrada nas mãos de poucas pessoas. O índice de Gini do Brasil, o nono país mais desigual do mundo, é de 0,543, inferior aos índices tanto de Pernambuco quanto do Recife. Tanto o estado quanto a capital seguiram a tendência do Nordeste, única região do país a ter aumento no índice entre 2018 e 2019.

Os resultados são ainda mais preocupantes entre as pessoas de cor preta ou parda que, segundo os números, têm pouco mais da metade da renda domiciliar per capita dos brancos

Em 2019, o rendimento médio domiciliar per capita da população pernambucana foi de R$ 954,; no Recife, o valor é praticamente o dobro: R$ 1.899. No ano passado, 75,5% da população pernambucana tinha rendimento médio domiciliar per capita de até um salário mínimo.

Pessoas de cor ou raça preta ou parda tiveram rendimento médio domiciliar per capita de R$ 771, pouco mais da metade do rendimento de R$ 1.347 das pessoas de cor ou raça branca, uma diferença de R$ 576. Além disso, entre os 10% da população com menores rendimentos, três quartos, ou 75,4%, são pretos e pardos. Já entre os 10% com maiores rendimentos, mais da metade, ou seja, 56,5%, é branca.

A situação se repete quanto às oportunidades e remuneração das pessoas de cor. Apesar do desemprego ser maior para esse grupo, os salários são menores. A taxa de desocupação, em 2019, era de 16,3%, contra 12,5% entre os brancos e acima da média de 15,1% para a população em geral. A desocupação entre as mulheres era ainda maior, alcançando 17% no período, enquanto, para os homens, o índice era de 13,6%.

O tempo de procura de trabalho para a população desocupada também foi mensurado na pesquisa pela primeira vez. Das 631 mil pessoas desempregadas em 2019, 14,6% delas procurava uma ocupação há menos de um mês, 31,6% de um mês a menos de um ano, 16,5% entre um ano e dois anos e a maior parte, 37,4%, há dois anos ou mais.

Os pretos e pardos também recebem menores salários do que a população branca, seja em ocupações formais ou informais. Enquanto os brancos recebem, em média, R$ 3.130, quando estão formalizados, o valor cai para R$ 1.942 entre pretos e pardos. Os trabalhadores informalis branco recebem por volta de R$ 1.324, os pretos e pardos recebem menos de um salário mínimo, ou R$ 873.

O Banco Mundial (BM) reduziu nesta quarta-feira (7) suas perspectivas sobre o efeito da pandemia e anunciou que até 115 milhões de pessoas podem cair na extrema pobreza neste ano devido à crise ocasionada pela covid-19.

Para o Banco Mundial, a pobreza extrema - definida como aquela que vive com menos de US$ 1,9 por dia - pode aumentar, atingindo de 88 milhões a 115 milhões de pessoas no mundo, caso a previsão mais negativa se confirme.

"Em 2020, projeta-se que a pobreza extrema global aumente pela primeira vez em mais de 20 anos como resultado das dificuldades causadas pela pandemia da covid-19", alertaram os economistas da instituição.

As previsões do Banco, com sede em Washington, têm piorado à medida que a pandemia avança e sua duração se prolonga. Desde que foi detectado na China em dezembro, o novo coronavírus matou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo e atingiu fortemente a economia global.

O Banco Mundial estima que a economia tenha uma retração de 5,2% em 2020, a maior queda do PIB em 80 anos.

Em maio, no pior cenário previsto, os economistas estimaram que 60 milhões de pessoas poderiam chegar à extrema pobreza. Já em agosto, a previsão mais pessimista elevou o número para 100 milhões dos que entrariam na condição de miséria.

Se as piores previsões se confirmarem, em 2021 quase 150 milhões de pessoas em todo o mundo podem cair na pobreza extrema.

Sem o impacto da pandemia, os especialistas esperavam que a taxa global de extrema pobreza caísse de 9,2% em 2017 para 7,9% este ano.

Essa condição "provavelmente afetará entre 9,1% e 9,4% da população mundial em 2020", ressaltou o Banco. O presidente do Banco Mundial, David Malpass, também indicou que "evidências preliminares indicam que a crise vai aumentar as desigualdades no mundo".

- Mais de 4,7 milhões de novas pessoas em condição de pobreza na América Latina -

No pior cenário, o estudo projeta que a região do Sul da Ásia será a mais atingida, com quase 57 milhões de pessoas levadas à pobreza, seguida pela África Subsaariana, com 40 milhões.

Na perspectiva mais adversa, na América Latina - região onde vivem mais de 650 milhões de pessoas - a taxa de extrema pobreza passaria de 3,9% em 2017 para 4,4% no final deste ano, e atingiria um total de 28, 6 milhões de pessoas.

Sem a pandemia, especialistas do Banco com sede em Washington previram que a taxa de pobreza na região cairia para 3,7%, afetando 23,9 milhões de latino-americanos. Se a previsão se confirmar, isso significa que a pandemia teria levado 4,7 milhões de latino-americanos para a condição de extrema pobreza em 2020.

De acordo com a pesquisa, a diminuição da renda durante a pandemia resultou rapidamente na diminuição do consumo.

"Em sete países da América Latina e do Caribe, 40% ou mais da população relatou que ficou sem alimentos durante o confinamento", afirmaram os economistas.

Caso se confirme a pior previsão para 2021, o nível de miséria subiria para 4,5% entre os latino-americanos, ou seja, um total de 29,1 milhões de pessoas ficariam na condição de extrema pobreza.

Segundo projeções do Banco Mundial, a extrema pobreza afetará cada vez mais os habitantes das áreas urbanas do mundo. Trata-se de uma novidade, já que a pobreza tradicionalmente afetou mais as áreas rurais.

"A magnitude desse efeito ainda é altamente incerta, mas está claro que a pandemia vai levar ao primeiro aumento da pobreza global desde 1998", observaram os economistas.

Especialistas do Banco Mundial alertaram que os níveis de pobreza serão maiores do que em 1997, já que "o aumento da pobreza é maior em termos absolutos, mas também em termos relativos".

A retração econômica causada pelo novo coronavírus pode jogar 14,4 milhões de brasileiros na pobreza. O Banco Mundial indica três parâmetros para a condição, quando uma pessoa sobrevive com menos de R$ 27,77, R$ 16,16 e R$ 9,50 por dia. A projeção é resultado de um estudo feito por universidades junto com o Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento.

A parceria entre a Universidade King's College London e a Universidade Nacional da Austrália avaliou três cenários de recessão em razão da pandemia, com quedas de 5%, 10% e 20% da renda ou do consumo. No pior cenário, aproximadamente 527 milhões de pessoas se tornarão pobres em todo mundo.

##RECOMENDA##

Considerando o consumo diário de R$ 16,16 e o índice de pobreza para os países de renda média e baixa, o registro de novos pobres no Brasil pode aumentar de 1,4 milhão (5%) a 3 milhões (10%) e 6,9 milhões (20%). Em todas as projeções, o país corresponderia a aproximadamente 25% a 30% dos novos pobres na América Latina.

"Os impactos da pobreza atual serão determinados pelo que os governos vão fazer para mitigar as consequências danosas da pandemia. Os mais pobres não podem esperar até a reunião do G7 em setembro ou a do G20 em novembro", declarou o professor da universidade londrina e um dos autores do estudo, Andy Sumner à BBC.

O Banco Mundial considera que uma pessoa em extrema pobreza sobreviva com cerca de R$ 9,50 por dia. Nesta condição, o número de novos pobres no Brasil poderia atingir de 700 mil (5%) a 1,5 milhão (10%) e 3,3 milhões (20%). No pior cenário, a população mundial em extrema pobreza passaria de 727,3 milhões para 1,1 bilhão.

Os dados da extrema pobreza no Brasil, revelados pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram destacados pelo deputado João Paulo (PCdoB), no Pequeno Expediente desta quinta (14). Levantamento mostra que o País chegou, em 2018, a 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a R$ 145, critério adotado para identificar a condição.

“São números dramáticos, se comparados aos que tínhamos nos governos de Lula e Dilma”, comentou o parlamentar, ressaltando que o estado de miséria é maior nas regiões Norte e Nordeste, principalmente com pessoas com pouca ou nenhuma instrução. “Em algumas comunidades, vi mães mostrarem armários sem nenhum alimento”, relatou. “Os dados também mostram que, dessas pessoas que estão extrema pobreza,  10 milhões são da cor parda ou preta.”

##RECOMENDA##

Para o deputado comunista, a política econômica do Governo Bolsonaro pode piorar a situação. “A equipe do atual presidente, voltada para o estado mínimo e o ajuste fiscal, não parece preocupada com essa emergência social. Ao contrário, para ele, ‘dizer que se passa fome no nosso País é um discurso populista’”, relembrou João Paulo. “Se o Brasil de hoje se parece com os Estados Unidos da depressão econômica dos anos 1930, no futuro, pode ter a cara do Chile de hoje”, concluiu.

*Da Alepe

 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira (19), que a fome do Brasil “é uma mentira”. Durante um café da manhã com jornalistas estrangeiros, Bolsonaro, ao ser questionado sobre os planos da gestão dele para dar suporte ao aumento da pobreza e da fome no país, disse que o discurso de que brasileiros passam fome é “populista”. 

“O Brasil é um país rico para praticamente qualquer plantio. Fora que passar fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”, afirmou o presidente.

##RECOMENDA##

Bolsonaro aproveitou a ocasião para criticar os governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) que, segundo ele, adotaram a prática de conceder bolsas, fazendo menção, por exemplo, ao Bolsa Família. “O país das bolsas. O que faz tirar o homem ou a mulher da miséria é o conhecimento”, disparou. 

“Esses políticos que criticam a questão da fome no Brasil, no meu entender, tem que se preocupar, estudar um pouco mais as consequências disso daí. Estive em Israel, Lá, é precipitação pluviométrica [chuva] é menor que do Sertão nordestino. Com tecnologia, eles conseguem não só garantir sua segurança alimentar, como exportar parte para a Europa. Falar que se passa fome no Brasil é discurso populista, tentando ganhar simpatia popular, nada além disso”, acrescentou Bolsonaro.

De acordo com o último relatório do Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe, de novembro de 2018, houve crescimento da fome no Brasil. 

Veja, no vídeo, a declaração do presidente [a partir do 5:20]:

[@#video#@]

As crianças e adolescentes são os mais atingidos pela pobreza no Brasil. Em 2017, 12,5% (5,2 milhões) da população entre 0 e 14 vivia na pobreza extrema e 43,4% (18,2 milhões) na pobreza. Os dados são do estudo “Síntese de Indicadores Sociais –Uma Análise das Condições de Vida”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa considera pessoas em pobreza extrema que vivam com menos de R$ 140 por mês. Já a linha de pobreza totaliza um rendimento inferior a R$ 406 por mês.  

##RECOMENDA##

Em 2017, haviam 54,8 milhões de pessoas que viviam com menos de R$ 406, sendo 2 milhões a mais que em 2016, ou seja, a taxa de pessoas na pobreza subiu de 25,7% para 26,5%.

A região Nordeste tem o maior percentual de pessoas em situação de pobreza, com 44,8% (25,5 milhões). Já entre os estados, o Maranhão centraliza o maior número de pessoas em situação de pessoas, com 54,1%, seguido de Alagoas, com 48,9%.

Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) foram as duas únicas capitais onde o percentual de pessoas que ganham menos de R$ 406 por mês superava a dos respectivos estados: em Porto Velho era 27%, contra 26,1% em Rondônia; em Cuiabá, 19,2%, contra 17,1% no Mato Grosso.

O número de pessoas que estão em situação de extrema pobreza cresceu e hoje atinge 10 milhões de homens e mulheres no Brasil. Os dados, que compõem um relatório elaborado por 20 organizações, alertam para o aumento da miséria no país e serve como base para a Caravana Semiárido Contra a Fome, que, a partir desta sexta-feira (27), sairá do Sertão de Pernambuco em direção à Curitiba (PR), alertando sobre a iminente volta do Brasil ao Mapa da Fome das Nações Unidas.

A Caravana é uma iniciativa de diversas organizações do semiárido brasileiro. O técnico em Agropecuária, coordenador geral do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) de Juazeiro-BA, Cícero Félix, explica que o objetivo da mobilização é promover o debate entre os brasileiros e consequentemente ser pauta nas eleições de outubro.

##RECOMENDA##

Ele afirma que a questão da fome no Brasil é grave e deve ser tratada de forma séria. “Em 2014, quando saímos do Mapa Mundial da Fome, o país tinha 5,1 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza” fala Cícero Félix. A extrema pobreza que vinha caindo no governo Lula e parte do governo Dilma dobrou passados quatro anos (2014-2018). As organizações envolvidas dizem que a caravana visa pautar a sociedade brasileira sobre essa questão que vem afligindo os menos favorecidos. “Ao mesmo tempo em que usaremos as redes sociais, meios de comunicação populares e documentos para colocar o tema na mesa dos candidatos à Presidência da República, dos governos e parlamentares estaduais”, completa o coordenador do IRPAA.

Cícero conta que a passeata percorrerá mais de 2,9 mil quilômetros, do interior pernambucano até a capital paranaense, com uma parada final em Brasília; o que deve acontecer no dia 5 de agosto.

Relatório

Segundo o documento elaborado por 20 ONGs, a alta do desemprego, o corte de beneficiários do Bolsa Família e o congelamento de gastos públicos foram decisivos para o retorno da população à situação de vulnerabilidade extrema.

Cícero Félix acredita que o fortalecimento e reativação de programas como Fome Zero, Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Bolsa Família podem contribuir para a retomada do crescimento econômico de quem atravessou a extremidade social. A Caravana Semiárido Contra a Fome chama a população para integrarem o movimento e ficar atenta ao dia em que o grupo passará por sua cidade.

Com informações da assessoria

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, prometeu neste domingo no povoado quechua de Vila Vila, no centro da Bolívia, a eliminação da extrema pobreza no mundo até 2030, meta ambiciosa contida na nova agenda para o desenvolvimento do organismo. "Estou aqui para fazer um chamado: prometo erradicar a extrema pobreza até o ano 2030, e as Nações Unidas prometem conquistar a igualdade de gênero até o ano 2030, incluindo os povos indígenas", afirmou em um ato público, onde esteve acompanhado pelo presidente Evo Morales.

Ban chegou à Bolívia na noite de sábado para participar até este domingo da conferência social sobre mudanças climáticas, cujas conclusões serão debatidas pela COP21 em Paris, em dezembro.

Segundo o secretário-geral da ONU, "até 2020 já teremos conquistado parte desta igualdade, todas as crianças terão acesso à educação de qualidade, terão um maior bem-estar e uma maior saúde para todos e também para a Pachamama (a mãe Terra indígena)".

"No ano 2030, em 15 anos, quando estiver pensando nas mudanças no mundo vou me lembrar de Vila Vila e da promessa que fiz diante de vocês", disse Ban.

A ONU adotou em setembro, por ocasião de seu 70º aniversário, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que substituem os anteriores Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que foram colocados em andamento em 2000 e que expiram neste ano.

A extrema pobreza deve cair pela primeira vez este ano, atingindo menos de 10% da população mundial, sem deixar de ser "muito preocupante na África subsaariana", aponta um relatório do Banco Mundial (BM) divulgado neste domingo. Um total de 702 milhões de pessoas, contra 902 milhões em 2012, deverão viver este ano abaixo da linha de pobreza, com um valor que a instituição subiu de 1,25 para 1,90 dólar por dia, levando em conta a inflação, assinala o relatório.

Em 2012, quando foram divulgados os últimos dados, os menos favorecidos representavam 13% da população mundial, proporção que era de 29% em 1999. "Somos a primeira geração na História que pode eliminar a extrema pobreza", elogiou Jim Yong Kim, presidente da instituição, que realiza na próxima semana sua Assembleia Geral em Lima, juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Kim, esta redução é resultado de um crescimento dinâmico da economia e do investimento em saúde e educação, além de mecanismos de proteção social que impediram milhões de pessoas de "voltar a cair na pobreza".

O executivo espera que a melhora "dê um novo impulso" à comunidade internacional, paralelamente à aprovação recente pela ONU dos novos objetivos de desenvolvimento sustentável, que incluem a erradicação da extrema pobreza.

O Ministério da Saúde vai financiar a organização de farmácias em unidades básicas de Saúde de 453 municípios considerados de extrema pobreza. Os gestores interessados em receber o apoio devem se inscrever até o dia 27 de junho no Eixo Estrutura do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica (QualifarSUS).

Inicialmente, cada município vai receber R$ 17 milhões destinados à compra de equipamentos e mobiliário e à contratação de pessoal das centrais de Abastecimento Farmacêutico e das farmácias nas unidades básicas de Saúde. Em seguida, os municípios selecionados vão receber mais R$ 24 mil por ano para o custeio e a manutenção dos serviços.

##RECOMENDA##

Além disso, o governo vai destinar R$ 1,2 bilhão à aquisição de medicamentos e insumos para o abastecimento das farmácias básicas de todos os municípios brasileiros.

Municípios que fazem parte do Programa Brasil Sem Miséria, com até 100 mil habitantes ou que participam de outros programas da atenção básica, como o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq), o Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde (Requalifica UBS) e os que utilizarem o sistema Hórus ou sistemas próprios de gerenciamento de estoques terão prioridade na seleção.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.817, que altera o Programa Bolsa Família, ampliando a idade limite de crianças e adolescentes de família beneficiárias elegíveis para o recebimento do benefício para a superação da extrema pobreza. A alteração da lei foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (6).

Serão beneficiadas as famílias com filhos de até 15 anos de idade. O valor adicional será calculado de acordo com a renda per capita familiar. R$ 70 é o limite de referência do governo. Famílias cuja renda per capita seja menor que R$ 70 receberão o benefício extra.

##RECOMENDA##

A partir desta sexta-feira (15), o governo federal começa a pagar a complementação do programa Bolsa Família, conforme medida anunciada no dia 19 de fevereiro. Essa renda extra será depositada para 2,5 milhões de beneficiários que ainda permaneciam em situação de miséria, a fim de que superem o limite de R$ 70 por integrante familiar, valor referência do plano Brasil Sem Miséria.

Mais da metade das pessoas atendidas através desse Benefício para Superação da Extrema Pobreza (BSP) é do Nordeste. São 1.745.985 beneficiários, sendo 478.046 da Bahia, 267.345 do Maranhão, 247.904 de Pernambuco e 239.983 do Ceará.

##RECOMENDA##

Também está sendo iniciado nesta sexta o pagamento do Bolsa Família para 13,8 milhões de famílias. Num montante superior a R$ 2 bilhões, o pagamento ocorre até o dia 28 deste mês, como prevê o calendário anual.

De acordo com o governo federal, com a ação, o Brasil sem Miséria terá retirado 22 milhões de brasileiros da extrema pobreza, do ponto de vista de renda. O plano está em funcionamento desde junho de 2011 e atende ao todo a 791 mil famílias, que foram cadastradas e incluídas no Bolsa Família, programa que funciona desde 2003 durante o governo Lula.

“Por não termos abandonado o nosso povo, a miséria está nos abandonando”, disse Dilma Rousseff, na ocasião do anúncio da medida. Ela assumiu, contudo, que há muito a ser feito. “Não estamos dizendo que não existe mais extrema pobreza. Infelizmente, ela ainda existe. Por isso é necessário cadastrar essas pessoas e garantir que eles recebam o benefício a que têm direito”, salientou.

A presidente Dilma Rousseff divulgou, nessa quarta-feira (3), em Brasília, o resultado do programa Brasil Carinhoso, que foi lançado no mês de maio deste ano. De acordo com informações do Ministério da Educação (MEC), o Governo Federal, através do programa, já retirou 2,8 milhões de crianças de até seis anos de idade da extrema pobreza. Também nessa quarta-feira, foi sancionada a lei que institui o Brasil Carinhoso.

O programa é um conjunto de ações direcionadas a famílias que têm crianças de até seis anos de idade, através da melhoria da renda, da educação e da saúde. Segundo o MEC, até o ano de 2014, devem ser construídas seis mil escolas de educação infantil.

“O Brasil dá um passo refinando cada vez mais a sua política social. Se em cinco meses nós conseguimos esses resultados, iremos daqui para a frente acelerar a melhoria da situação daquela parcela mais vulnerável da população brasileira”, disse Dilma, conforme informações do MEC.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando