Tópicos | monóxido de carbono

Na madrugada de 1º de janeiro, poucas horas após a virada do ano, uma tragédia ocorrida em Santa Catarina chamou a atenção de todo o Brasil. Quatro jovens, com idades entre 16 e 24 anos, morreram ao serem intoxicados, acidentalmente, por monóxido de carbono (CO), vazado de dentro do carro que tinham utilizado para viajar até Balneário Camboriú, onde curtiram o réveillon. Extremamente perigoso, o CO é um gás sem cor ou cheiro, que, além de inflamável, também é tóxico e gera diferentes níveis de intoxicação. 

O envenenamento por monóxido de carbono ocorre quando o gás se acumula no sangue. Quando há muito monóxido de carbono no ar, o corpo substitui o oxigênio nas células vermelhas do sangue por monóxido de carbono, o que pode causar sérios danos aos tecidos ou até mesmo a morte. A queima de combustíveis, incluindo gás, madeira, propano ou carvão, produz monóxido de carbono. Aparelhos e motores que não são bem ventilados podem fazer com que o gás atinja níveis perigosos.  

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O caso de Balneário Camboriú foi apenas um dos inúmeros acidentes ocorridos por intoxicação com o gás no país. Especialmente em regiões frias, onde a população busca opções elétricas ou naturais de calor, como aquecedores e lareiras, é comum que o acidente aconteça, podendo levar à fatalidade. 

Sintomas se assemelham aos da gripe 

Uma intoxicação leve por monóxido de carbono pode confundir a vítima, pois apresenta sintomas vagos, similares aos de um quadro viral ou gripal. Ao menos é o que explica o tenente Ítalo Fonseca, do Quadro de Oficiais Combatentes (QOC/BM) do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, entrevistado pelo LeiaJá

“A intoxicação leve é perigosa e os sintomas podem ser parecer com sintomas virais ou de gripe. Dor de cabeça, náusea, dor no corpo, tontura, fraqueza, sonolência; são sintomas muito vagos. Um ponto interessante é observar se há sintomas em grupo. Se dentro de uma casa há cinco pessoas e as cinco pessoas apresentam os mesmos sinais, a gente pode suspeitar da situação. Será que na casa dessas pessoas tem uma fonte emissora de monóxido de carbono? É preciso fazer essa análise. Mas se a pessoa mora sozinha em casa, já é mais complicado”, afirma o militar. 

No caso da BMW, como ficou conhecido o envenenamento acidental em grupo que aconteceu em Balneário, os sintomas foram coletivos; apenas uma quinta pessoa não foi intoxicada, por não ter permanecido dentro do carro. Laudos da Polícia Científica de Santa Catarina confirmaram que o vazamento aconteceu por alterações irregulares no escapamento do carro. 

“O monóxido de carbono é gerado em uma combustão incompleta de hidrocarbonetos. Ou seja, em pontos onde há combustão, como em aquecedores a gás ou querosene, sistemas de calefação, madeira e fogão à lenha, automóveis, e geradores elétricos. Para a intoxicação acontecer, temos duas coisas: a fonte emissora de monóxido de carbono e um local pobre em ventilação, um ambiente fechado. No caso de uma garagem ou de um carro, há as duas coisas. No caso da BMW, o carro ficou emitindo monóxido de carbono, acumulando gás com pessoas ali”, continuou o tenente. 

Como o gás é incolor, insípido e inodoro, é quase impossível perceber a presença dele sem já estar passando pelo processo de intoxicação, a partir dos sintomas. "Uma inalação muito comum de monóxido de carbono é acontece em incêndios residenciais. Dentre os vários gases que compõem a fumaça, está lá o CO. Porém, como você sente que foi intoxicado pela fumaça, toma o devido cuidado. Já o monóxido sozinho é mais traiçoeiro, pois você não percebe quando ele age sozinho”, acrescenta. 

Dúvidas comuns sobre o tema 

— Com a palavra, o tenente Ítalo Fonseca, do CBM-PE

LeiaJá: O ambiente ser pequeno, no caso de Balneário, influenciou a rapidez do envenenamento? 

Ítalo: Se fosse um vazamento na garagem do carro, o cômodo é grande e até que a atmosfera ficasse tóxica, iria demorar. Porém, se há um entupimento na obstrução do escape, no interior do carro, ele vai se poluir muito rápido, pois é um ambiente pequeno e estava ocupado por quatro pessoas. 

LeiaJá: Como diferenciar uma intoxicação leve de uma grave? 

Ítalo: Quando a intoxicação é leve, com algumas horas, sob ventilação adequada e ar fresco puro, a pessoa vai se desintoxicando, expelindo o gás naturalmente. Em aproximadamente quatro horas e meia, numa intoxicação leve, a vítima já está desintoxicada. Os jovens do caso da BMW provavelmente já estavam com uma intoxicação grave quando perceberam que estavam sendo envenenados. Quando é grave, o paciente fica com falta de ar, falta de discernimento, confusão, inconsciência, pode ter convulsões, desmaiar ou entrar em coma. Vítimas do monóxido em intoxicações moderadas ou graves provavelmente vão precisar de ajuda, precisam ser socorridas. 

LeiaJá: Como uma pessoa de fora ou não intoxicada pode ajudar? 

Ítalo: A atitude que a pessoa saudável deve tomar é ventilar o local, abrir a garagem ou as portas e janelas, para poder despoluir aquela atmosfera, e cessar o vazamento do gás. No caso [de Balneário], ali, seria desligar o carro. O tratamento para casos sérios é feito com oxigenoterapia, aplicando oxigênio 100% puro às vítimas. Quem ajuda não vai ter esse dispositivo em casa, então, de fato, não há muito o que se fazer na hora. A não ser que a vítima entre em uma parada cardiorrespiratória, mas aí é outra coisa, é um desdobramento da intoxicação e a orientação passa a ser sobre reanimação cardiopulmonar. 

LeiaJá: Como acontece o tratamento para casos graves? 

Ítalo: O tratamento é com oxigenoterapia ou, em casos gravíssimos, a oxigenoterapia hiperbárica; a pessoa entra em uma câmara de oxigênio puro, que exerce uma pressão atmosférica distinta, mas é um tratamento específico e caro, e não é tão fácil de achar, apenas clínicas especializadas oferecem. Não está disponível para todo hospital, pois não é um tratamento comum. 

LeiaJá: Quem acionar nos casos de intoxicação por CO? 

Ítalo: O ideal é acionar o Corpo de Bombeiros e o Samu, e ventilar o ambiente, além de fechar ou desligar as possíveis fontes de emissão do gás. 

Relembre casos que repercutiram no país 

- ‘O que se sabe sobre a morte dos jovens dentro da BMW’ 

- 'Frio: família morre em casa após acender churrasqueira’ 

- ‘MG: Casal é encontrado morto em pousada de Monte Verde’ 

- ‘Laudo: bilionário e mulher morreram intoxicados por gás

 

Dezesseis trabalhadores morreram e um está em estado crítico após ficarem presos em uma mina de carvão no sudeste da China neste domingo (27), afirmou a rede estatal CCTV.

Uma correia transportadora pegou fogo nas primeiras horas da manhã, segundo o governo - citado pela agência de notícias estatal Xinhua -, produzindo níveis perigosos de monóxido de carbono.

Os médicos estão lutando para salvar a vida do sobrevivente, informou a CCTV. A causa do acidente ainda está sendo investigada, segundo disse o governo do distrito de Qinjiang na rede social Weibo.

A instalação, Songzao Coal Mine, pertence à empresa estatal de energia Chongqing Energy e fica nos arredores da cidade de Chongqing.

Acidentes em minas são comuns na China, onde o setor tem um histórico de segurança insatisfatório e as regulamentações geralmente são mal aplicadas.

A recomendação das autoridades de saúde para o isolamento social durante a pandemia de coronavírus (Covid-19) pode ter auxiliado na melhora da qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), as 29 estações de monitoramento mostram qualidade boa da atmosfera em relação à emissao dos poluentes primários.

Segundo a Cetesb, na observação feita desde 20 de março, os índices de monóxido de carbono (CO) estão menores do que aqueles registrados nos demais dias do mês. Ainda de acordo com o órgão, além da redução do número de veículos em circulação e da diminuição dos engarrafamentos, as condições meteorológicas foram favoráveis para a dissipação dos poluentes.

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Apesar da queda nos indicadores de gases tóxicos no período, há 12 anos a região da Grande São Paulo não atinge os índices ideais.

Tentando se proteger do frio em Guarulhos, São Paulo, uma família foi encontrada morta dentro de casa. Os indícios achados na residência pela polícia apontam que uma churrasqueira foi acesa pelos adultos a fim de diminuir o frio. O gás de monóxido de carbono, que não tem cheiro e é incolor, pode ter provocado a morte do casal e da criança.

Pai e filho foram identificados como Uildes Lima Moreira, 27 anos, e Brenno Pinheiro Moreira, 2 anos. O nome da mãe ainda não foi divulgado pela polícia. De acordo com o Extra, consta no boletim de ocorrência que os três estavam no quarto da residência, ao lado de uma churrasqueira de alumínio com restos de carvão. O Instituto Médico Legal vai investigar a causa das mortes. 

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Intoxicação por monóxido de carbono foi a causa da morte de seis brasileiros da mesma família, em 22 de maio, em Santiago, no Chile. Eles inalaram o gás tóxico que vazou do sistema de aquecimento do prédio onde estavam hospedados durante férias na capital chilena.

Segundo informações repassadas pelo advogado da família, Mirivaldo Campos, o gás vazou do sistema de aquecimento do prédio - e a principal hipótese é que tenha vindo do chuveiro. O prédio, no bairro turístico de Bellas Artes, tinha mais de 50 anos e o apartamento não era vistoriado há 15.

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O apartamento foi alugado pela família por meio de uma plataforma online, o Airbnb. A viagem a Santiago era um presente para a adolescente Karoliny Nascimento, que completaria 15 anos dois dias depois da tragédia.

Karoliny, o irmão Felipe Nascimento, de 13, a mãe Débora Nascimento, de 38, e o pai Fabiano de Souza, de 41, morreram. As outras vítimas foram o irmão e a cunhada de Débora, Jonathas Kruger Muniz, de 30 anos, e Adriane Padilha Kruger.

Pouco antes de morrer, Débora enviou mensagens de áudio a parentes no Brasil. Nas gravações, ela pede socorro e relata que o filho Felipe já estava "roxo". Diz ainda que também estava sentindo dores nas articulações e que a emergência estava demorando a chegar. Autoridades chilenas investigam negligência da polícia.

"Não consigo mais, minhas articulações também estão parando e ficando roxas. E essa ambulância não chega. Acho que nós todos estamos contaminados por um vírus, Raquel, que paralisa as articulações e dá vômito. Não sei o que vai ser de nós."

Velório

A previsão é de que o translado dos corpos ocorra na segunda-feira, 3. O velório dos seis será aberto ao público e ocorrerá no ginásio de esportes da Univali, em Biguaçu, na terça. O enterro está previsto para as 17 horas, no Cemitério de São Miguel, também em Biguaçu, município da Grande Florianópolis, onde Fabiano, Débora e os filhos moravam.

Quem são as vítimas em Santiago

Fabiano de Souza

Tinha 41 anos. Pai de Felipe e Karoliny e marido de Débora Muniz Nascimento de Souza. Trabalhava como pedreiro e pescador. Morava em Biguaçu (SC).

Débora Muniz Nascimento

Mãe de Felipe e Karoliny, tinha 38 anos. Trabalhava como professora. Gostava de viajar e compartilhava nas redes fotos de passeios em família.

Karoliny Nascimento

Tinha 14 anos. Filha de Débora e Fabiano. Completaria 15 anos nesta sexta-feira. A viagem a Santiago foi realizada em comemoração pelo seu aniversário

Felipe Nascimento

Tinha 13 anos. Filho Débora Muniz Nascimento e Fabiano de Souza. Foi o primeiro a apresentar os sintomas da intoxicação pela inalação de gás.

Jonathas Nascimento

Tinha 30 anos. Irmão de Débora e padrinho de Karoliny - a quem presenteou com a viagem. Era chefe de RH o Instituto Adventista de Tecnologia.

Adriane Kruger

Casada com Jonathas. Era de Goiânia e morava em Hortolândia (SP), com o marido. Publicou na véspera imagem de um passeio em Santiago.

Um médico anestesista de Hong Kong acusado de matar a mulher e a filha com uma bola de ioga inflada com monóxido de carbono começou a ser julgado na Alta Corte do território, informou nesta quinta-feira a imprensa da ex-colônia britânica.

A Promotoria acusa o malaio Khaw Kim-sun, 53 anos, pelo assassinato da esposa, que não aceitava o divórcio, mas considera que ele não planejava matar a filha.

Khaw Kim-sun se declarou inocente.

A esposa e a filha de 16 anos do acusado foram encontradas mortas em 2015 em um automóvel, no qual estava uma bola desinflada.

A autopsia determinou que as duas mulheres morreram em consequência da inalação de gás.

Khaw foi visto inflando duas bolas com monóxido de carbono na Universidade Chinesa de Hong Kong, onde era professor, segundo o jornal South China Morning Post.

Aos colegas de trabalho ele afirmou que utilizaria o material em coelhos. À polícia o anestesista declarou que pretendia eliminar ratos em sua casa.

Uma pessoa morreu e 27 foram hospitalizadas após um vazamento de monóxido de carbono em um restaurante de Nova York. O incidente aconteceu em um restaurante de frutos do mar em um centro comercial de Huntington Station, em Long Island, informou a polícia do condado de Suffolk.

A polícia e os bombeiros seguiram para o restaurante Legal Sea Food na tarde de sábado (22), depois que receberam a informação de que uma mulher havia desmaiado. Quando a equipe de emergência chegou ao local, detectou um vazamento de monóxido de carbono.

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A polícia retirou todas as pessoas do restaurante e encontrou o gerente, Steven Nelson, de 55 anos, inconsciente. Levado imediatamente para um hospital, os médicos constataram o falecimento.

As outras 27 vítimas, incluindo quatro integrantes do serviço de emergência e dois policiais, estão fora de perigo.

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