Justiça por Miguel: Recife tem mais um dia de manifestação

Os manifestantes e familiares do menino querem que o delegado Correia, responsável pelas investigações da Polícia Civil, encaminhe o inquérito ao MP como homicídio doloso e não como homicídio culposo

por Jameson Ramos sex, 12/06/2020 - 18:55

O Recife teve mais um dia de protesto pela morte do pequeno Miguel Otávio Santana, cinco anos, morto após cair do nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, localizado no Cais de Santa Rita, Centro da capital pernambucana. O feriadão dessa semana deve ter atrapalhado a reunião de um grande número de manifestantes que continuam pedindo “Justiça por Miguel” e a prisão da acusada Sarí Côrte Real

Marcado para acontecer às 15h, o protesto só começou às 17h desta sexta-feira (12). Os presentes seguiram do Cais Santa Rita até a delegacia responsável pela investigação, que fica localizada em Santo Amaro, também no Centro do Recife.

Segundo Douglas Brito, um dos organizadores da manifestação, esse ato tinha sido organizado pela Amanda Souza, prima da vítima, que por problemas pessoais não pôde comparecer ao evento. "Para não desmobilizar as pessoas que vieram, a gente resolveu ir de forma simbólica até a delegacia de Santo Amaro, para pressionar o delegado Ramon, já que ele está fechando o inquérito", revela.

Ainda muito abalados com a morte do Miguel, desta vez apenas Erilurdes Souza, 43 anos, tia da vítima, conseguiu caminhar em protesto pela morte do sobrinho. “A gente não está nem conseguindo dormir direito ainda, mas não vamos descansar até que a justiça seja feita, porque a morte do meu sobrinho não vai ficar impune”, afirma Erilurdes. 

Os manifestantes e familiares de Miguel querem que o delegado Correia, responsável pelas investigações da Polícia Civil, encaminhe o inquérito ao Ministério Público como homicídio doloso, quando há a intenção de matar, e não como homicídio culposo, que é quando não há a intenção de matar. "A gente acredita que mesmo que ele mande como homicídio culposo, o Ministério Público vai haver uma reversão desse crime para dolo eventual porque as imagens (do crime) são claras", assevera Douglas.

O inquérito do caso deve ser concluído até a próxima segunda-feira (15). Quando esse processo for despachado para o Fórum, uma nova mobilização deve ser marcada para poder pressionar o julgamento da Sarí Côrte Real.

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