Cresce preferência por andar a pé na pandemia

Deslocamento resulta em alguns riscos, já que 80% das calçadas brasileiras apresentarem problemas em suas estruturas

por Alfredo Carvalho ter, 13/10/2020 - 15:01
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De acordo com uma pesquisa realizada pela ONG Rede Nossa São Paulo, 32% dos paulistas passaram a andar mais a pé durante a crise do coronavírus (Covid-19). Estima-se que esse número aumente para 41% após a pandemia.

Outro levantamento feito pela Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo (Rede Br), indica que as medidas de segurança adotadas no isolamento social fez com que a preferência pela caminhada crescesse de 9% para 23% em todo país.

Contudo, o deslocamento a pé resulta em alguns riscos, já que 80% das calçadas do Brasil apresentaram problemas em suas estruturas, como aponta a ONG Corrida Amiga. No Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), uma a cada cinco vítimas de quedas sofreram acidentes em calçadas.

Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais com pessoas acima de 50 anos, mostrou que 43% têm medo de cair nas ruas por conta das más condições das calçadas.

Segundo as determinações do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), a presença de árvores, espaços de convivência e boa iluminação, auxiliam para que a caminhada seja mais segura, além de garantir conforto aos pedestres.

Na maior parte das cidades brasileiras, essas condições são de responsabilidade dos proprietários de imóveis, que estarão sujeitos a fiscalização da prefeitura.

Devido a pandemia, o modelo padrão de calçadas do Brasil também não atende as especificações de segurança do distanciamento social. Em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, a largura mínima de áreas destinadas à circulação de pedestres é de 1,5m, entretanto, a Organização Mundial da Saúde, recomenda uma distância de no mínimo um metro, para reduzir os riscos de contágio.

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