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A pandemia do coronavírus (Covid-19) fez com que muitas pessoas cultivassem o hábito de caminhar. De acordo com dados da ONG Rede Nossa, 32% dos habitantes da cidade de São Paulo passaram a andar mais a pé. Nos estudos da Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo (Rede Br), a pandemia fez com que a preferência pela caminhada crescesse de 9% a 23% no país. Assim, alguns praticantes começaram a sentir impactos positivos na saúde.

O CDO da marca Desinchá, Allan Winckler, 35 anos, sempre teve uma vida agitada por conta dos eventos que participava. Mas, com a chegada da pandemia, ele adotou o hábito de caminhar. "No início, era para me entreter, mas percebi que comecei a acordar com mais disposição e, aos poucos, isso melhorou minha energia e organizou meu horário de sono. Foi impressionante", descreve Winckler.

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A caminhada traz alguns benefícios, como melhoria do condicionamento cardiovascular, redução de peso, mobilidade nas articulações de membros inferiores, além de ajudar na autoestima e no humor. "Deve-se ter em mente que para a realização de uma caminhada saudável é preciso sair realmente para caminhar. Realizar alguma tarefa na qual é preciso caminhar não conta como exercício", explica o neurocirurgião e médico especialista em coluna Haroldo Chagas.

Para que a caminhada tenha os efeitos desejados, ela deve ser encarada como um exercício. "É importante manter um ritmo relativamente rápido, utilizar um tênis adequado, com bom amortecimento e confortável, e sempre tentar aumentar o tempo ou a distância de caminhada. Deve-se praticar a caminhada em um piso regular", recomenda Chagas.

Assim como em qualquer atividade física, o praticante precisa analisar as condições cardiovasculares para verificar se não há contradições para o exercício. Deve-se então procurar por um médico especializado.

Não existe um horário adequado para realizar a caminhada, contanto que a temperatura esteja agradável. No período da manhã, as articulações estão mais rígidas e necessitam de um tempo maior de aquecimento, para prevenir que o indivíduo sofra algumas lesões. Esse horário possibilita melhoras ao bem estar e no sono. "Caminhar no final da tarde é melhor no sentido da mobilidade articular, mas está relacionado com piora do sono. De qualquer forma, cada pessoa pode ter sua preferência sem prejudicar a qualidade do exercício", finaliza o médico.

De acordo com uma pesquisa realizada pela ONG Rede Nossa São Paulo, 32% dos paulistas passaram a andar mais a pé durante a crise do coronavírus (Covid-19). Estima-se que esse número aumente para 41% após a pandemia.

Outro levantamento feito pela Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo (Rede Br), indica que as medidas de segurança adotadas no isolamento social fez com que a preferência pela caminhada crescesse de 9% para 23% em todo país.

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Contudo, o deslocamento a pé resulta em alguns riscos, já que 80% das calçadas do Brasil apresentaram problemas em suas estruturas, como aponta a ONG Corrida Amiga. No Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), uma a cada cinco vítimas de quedas sofreram acidentes em calçadas.

Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais com pessoas acima de 50 anos, mostrou que 43% têm medo de cair nas ruas por conta das más condições das calçadas.

Segundo as determinações do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), a presença de árvores, espaços de convivência e boa iluminação, auxiliam para que a caminhada seja mais segura, além de garantir conforto aos pedestres.

Na maior parte das cidades brasileiras, essas condições são de responsabilidade dos proprietários de imóveis, que estarão sujeitos a fiscalização da prefeitura.

Devido a pandemia, o modelo padrão de calçadas do Brasil também não atende as especificações de segurança do distanciamento social. Em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, a largura mínima de áreas destinadas à circulação de pedestres é de 1,5m, entretanto, a Organização Mundial da Saúde, recomenda uma distância de no mínimo um metro, para reduzir os riscos de contágio.

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