Pará ganha destaque na Odontologia com técnica de implante

Procedimento cirúrgico realizado na Bolívia mostra sucesso de curso organizado pela ABO-PA

qua, 13/10/2021 - 15:17
ABO-PA/Divulgação Paulo Almeida (segundo da esquerda para a direita) coordenou cirurgia na Bolívia ABO-PA/Divulgação

O Pará ganha destaque internacional na Odontologia. O presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO/Pará), Paulo Almeida, realizou, na Bolívia, nos dias 24 e 25 de setembro, uma cirurgia de carga imediata bimaxilar com colocação de implantes zigomáticos e convencionais. O convite para a realização do procedimento partiu de um cirurgião-dentista boliviano que participou do Curso Internacional de Implantes Zigomáticos organizado pela ABO, em Belém, no último mês de agosto.

Na Bolívia, são raros os cirurgiões que realizam os implantes zigomáticos para reabilitar pacientes com atróficas ósseas severas. Paulo Almeida, que está há mais de um ano à frente da ABO/Pará, falou sobre as técnicas de implantes zigomáticos e convencionais.

O que são implantes zigomáticos?

Implantes zigomáticos são implantes usados para reabilitar pacientes que têm atrofias ósseas severas no maxilar superior. São pacientes que usam dentadura e, devido à perda de todos os dentes, não têm massa óssea suficiente para colocar implantes convencionais, principalmente na região posterior da maxila. Nestes casos, os implantes zigomáticos são ancorados no osso zigomático (maçã do rosto) e irão servir de apoio para uma prótese fixa completa, aumentando a qualidade de vida dos pacientes e a função mastigatória. Com esses implantes, não há a necessidade de fazer enxertos ósseos, sendo por isso um tratamento mais rápido.

 No que os implantes zigomáticos se diferem dos convencionais?

Estes implantes se diferem dos convencionais por serem maiores, variando seu comprimento de 30 até 55 milímetros, em média. Já os implantes convencionais têm comprimento médio de 5 a 15 milímetros, e são usados para substituir um dente perdido. São raízes artificiais nas quais são parafusadas as novas coroas dentárias.

Como é a técnica de realização desses implantes?

Dependendo da atrofia óssea, pode-se usar técnicas diferentes. Em alguns casos, na técnica All on 4, apenas 4 implantes são suficientes para suportar uma prótese fixa de 12 dentes. Há casos em que podemos usar um implante convencional por dente perdido. Em outros casos, na ausência de massa óssea, faz-se enxerto ósseo previamente à colocação dos implantes. Após um tempo de cicatrização, que pode variar de 4 a 9 meses, instalam-se os implantes convencionais. Os procedimentos são realizados com anestesia local, com exceção dos implantes zigomáticos, que podem ser instalados no bloco cirúrgico, com anestesia geral, para maior conforto do paciente, por ser uma cirurgia de médio porte. 

Quais os benefícios para quem realiza esse tipo de procedimento?

Com os implantes zigomáticos, o paciente não precisa realizar enxertos ósseos, o tratamento é mais rápido, ele aposenta sua prótese total removível (dentadura) e recebe uma prótese fixa de 12 elementos. Se forem utilizados dentes de porcelana, o resultado estético é excelente. Aliado, é claro, a uma função mastigatória eficiente.

De que forma a ABO pretende facilitar para quem precisa realizar esse tipo de intervenção?

Na ABO, os pacientes são atendidos por cirurgiões dentistas que estão se especializando para se tornarem implantodontistas. O curso tem duração de 24 a 30 meses e neste período os pacientes que precisam de tratamento com implantes convencionais ou zigomáticos podem passar por uma avaliação, e após o preenchimento de todos os pré-requisitos e planejamento realizar seu tratamento na EAP da ABO, pagando um valor diferenciado por estarem realizando o tratamento no curso de implantodontia da ABO.

Quais as perspectivas para a expansão dessa técnica no Pará?

Sou pioneiro em trazer a técnica de implantes zigomáticos ao Pará. Divulgamos muito em redes sociais e temos recebido pacientes de várias regiões do Pará. Também ministramos cursos de credenciamento na técnica para dentistas paraenses que,com isso, acabam divulgando a técnica nas suas cidades e propagando cada vez mais os benefícios para a população paraense.

Por Syanne Neno, especialmente para o LeiaJá.

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